007 contra Goldfinger – Wikipédia, a enciclopédia livre

007 contra Goldfinger
007 contra Goldfinger
No Brasil 007 contra Goldfinger[1][2]
Em Portugal 007 - Contra Goldfinger[3][4]
007 - Goldfinger[5]
007 contra Goldfinger[6]
 Reino Unido
 Estados Unidos
1964 •  cor •  112 min 
Género ação
espionagem
Direção Guy Hamilton
Produção Harry Saltzman
Albert R. Broccoli
Roteiro Richard Maibaum
Paul Dehn
Elenco Sean Connery
Gert Fröbe
Honor Blackman
Shirley Eaton
Música John Barry
Diretor de fotografia Ted Moore
Direção de arte Ken Adam
Edição Peter R. Hunt
Companhia(s) produtora(s) EON Productions
Distribuição Metro-Goldwyn-Mayer
United Artists
Lançamento Reino Unido 17 de Setembro de 1964
Brasil 28 de Janeiro de 1965
Idioma inglês
Cronologia
From Russia with Love (1963)
Thunderball (1965)

007 contra Goldfinger (em inglês: Goldfinger) é um filme britano-estadunidense de 1964, dos géneros acção e espionagem, o terceiro da série 007 com Sean Connery no papel do agente secreto James Bond. Produzido por Albert R. Broccoli e Harry Saltzman e realizado por Guy Hamilton, Goldfinger é baseado no livro homónimo de Ian Fleming que morreu alguns meses antes da estreia deste filme.

O filme é sobre um comerciante de ouro chamado Auric Goldfinger que tem um plano para assaltar Fort Knox, a reserva federal de ouro dos Estados Unidos. Bond é enviado por M para boicotar o seu plano e evitar a queda do Ocidente dado que os Estados Unidos sem ouro seria um desastre económico.

Em Portugal, depois da proibição do primeiro filme do 007, o Agente Secreto 007, e da mudança do título do segundo filme, 007 - Ordem para Matar para evitar a proibição, Goldfinger também foi mais uma vítima da Censura do Estado Novo dos filmes do 007. O filme foi aprovado pela Censura, e mereceu boas críticas dos censores, mas o conteúdo do filme, segundo os mesmos, obrigava a que o filme não pudesse ser exibido no Continente. Perante tal, a estreia do filme só se efectuou em Luanda, Angola, onde provocou um grande sucesso. Só depois do 25 de Abril é que o filme foi exibido no Continente Português.

Goldfinger é o primeiro filme "007" em que um cantor canta durante a sequência inicial. Neste caso, Shirley Bassey canta o tema "Goldfinger" composto por John Barry.

James Bond destrói um fábrica mexicana de drogas, e em seguida vai para Miami, nos Estados Unidos. Felix Leiter encontra-o e entrega uma mensagem de M para ficar de olho em Auric Goldfinger, um joalheiro britânico hospedado em seu hotel. Goldfinger está a jogar gin rummy com um cliente do hotel e Bond repara que algo está errado. Caminha até ao quarto de Goldfinger e vê que uma parceira, Jill Masterson, está olhando as cartas do adversário por um monocular e informando Goldfinger através de um rádio. Bond mete-se com ela e transmite a Goldfinger que está sob vigilância da polícia da Miami. O joalheiro perde e o seu adversário vence. Bond e Masterson fazem amor na suite do agente secreto. Ao buscar uma outra garrafa de champanhe, Bond é nocauteado pelo capanga coreano Oddjob, que em seguida mata Masterson através de "sufoco cutâneo" causado por tinta de ouro.

Em Londres, M revela a Bond a verdadeira missão: boicotar o plano de Goldfinger. Para conhecer socialmente o joalheiro, Bond joga uma partida de golf com Goldfinger, e esconde um localizador na mala de seu carro de Goldfinger. Em seguida, persegue-o até à Suíça onde é atacado sem intenção por Tilly Masterson, a irmã de Jill que quer vingar a irmã matando Goldfinger.

Bond entra na fábrica de Goldfinger e ouve rumores acerca da operação "Grand Slam". Ao sair, volta a encontrar-se com Tilly, que activa o alarme sem querer. Ambos tentam fugir mas Tilly é morta por Oddjob ao lançar o seu maléfico chapéu com uma lâmina. Bond é apanhado e posto em cima de uma mesa de cortar ouro e tem apontado a si um laser. Para ter sua vida poupada, Bond blefa dizendo a Goldfinger que há mais pessoas que sabem acerca da operação "Grand Slam", nomeadamente o 008.

O agente é levado no avião de Auric que é pilotado por Pussy Galore até a quinta privada de Goldfinger no Kentucky. Bond escapa sua cela, onde ouve uma reunião de mafiosos onde Goldfinger explica seu plano de invadir Fort Knox, o depositório de ouro dos Estados Unidos, antes de ser capturado por Galore.

A icônica imagem de Jill Masterson morta coberta de ouro é uma das mais famosas de toda a série e da cinematografia mundial.

No dia seguinte, Bond diz a Goldfinger que seu plano de roubar o ouro é inviável, para em seguida ser informado que não é um assalto, mas uma invasão para irradiar o ouro norte-americano com uma bomba de cobalto e iodo, valorizando o ouro de Goldfinger por falta de reservas. Em seguida, Pussy Galore leva Bond a passear pela quinta. Escondidos num celeiro, Bond tenta persuadir Galore a ajudá-lo a sabotar o plano de Goldfinger e aí consomem um momento de amor.

A operação "Grand Slam" começa e Pussy lança gás nervoso sobre as tropas que guardavam Fort Knox. Goldfinger entra em Fort Knox, e posiciona sua bomba no cofre, com Bond algemado à mesma. Porém, é revelado que as tropas apenas se passavam por mortos: Pussy havia contactado a CIA, e a pedido deles substituiu o gás por mero ar comprimido. As tropas cercam Fort Knox, mas Goldfinger se disfarça de Coronel para escapar. Bond solta-se e mata Oddjob, antes de um técnico desactiva a bomba quando o ilustrador parou em "0:07".

Fort Knox está a salvo, e Bond entra num Lockheed JetStar com destino a Washington D.C. para ver o presidente dos Estados Unidos. Porém, Goldfinger surge revelando ter tomado o avião, e tenta matar Bond. Um tiro de Goldfinger acerta numa janela, causando uma descompressão explosiva que suga Goldfinger para fora. Bond entra na cabine para pegar Pussy, que estava a pilotar, e os dois saltam de paraquedas do avião em queda.

Ficha artística
Ator/Atriz Personagem
Sean Connery James Bond
Honor Blackman Pussy Galore
Gert Fröbe Auric Goldfinger
Harold Sakata Oddjob
Bernard Lee M
Lois Maxwell Miss Moneypenny
Burt Kwouk Mr. Ling
Cec Linder Felix Leiter
Desmond Llewelyn Q
Shirley Eaton Jill Masterson
Tania Mallet Tilly Masterson

Para muitos fãs de 007, Goldfinger é o filme que reúne tudo: acção, luxo, poder e um dos maiores inimigos da série. O livro original de Ian Fleming é publicado em 1959, três anos antes da estreia do filme Agente Secreto 007 / 007 contra o Satânico Dr. No e mais tarde de 007 - Ordem para Matar / Moscou contra 007.

O orçamento do filme rondou os 3 milhões de dólares. Em vez de Terence Young que estava indisponível, os produtores contratam Guy Hamilton para a realização do filme. O escritor dos dois filmes anteriores, Richard Maibaum, escreveu o roteiro, com a colaboração de Paul Dehn, que criou também a sequência inicial completamente fora do contexto do filme: uma explosão de uma fábrica causada por Bond numa missão. Esta sequência deu a Bond uma maior versatilidade com um pato em cima da cabeça e um equipamento de mergulho que se transforma num sofisticado fato. A luta entre Bond e um mexicano acabou mal para o figurino pois quando Sean Connery lança o aquecedor para a banheira, o figurino Alf Joint fica com queimaduras.

As filmagens começam em 20 de Janeiro de 1964 em Miami Beach, Florida, no Fontainebleau Hotel; apenas os atores Cec Linder (Felix Leiter) e Austin Willis (que jogou cartas com Goldfinger) estavam na locação. O resto das cenas do hotel foram feitas em uma reprodução da piscina em Pinewood Studios, em Londres. Outros sets em Pinewood incluíam a fazenda de Goldfinger, a vila mexicana da introdução, e Fort Knox. Durante as filmagens em Pinewood, o criador de Bond, Ian Fleming visitou o set. Ele morreu pouco antes da estreia, em 12 de Agosto de 1964. Após o final da filmagem inglesa, a produção se moveu para a Suíça, onde a filmagem se encerrou em 11 de Julho.

James Bond dirige um Aston Martin DB5 modificado

O desenhista de produção Ken Adam e o supervisor de efeitos especiais John Stears criaram o carro de Bond que viria a ser alvo de muitas atenções: o Aston Martin DB5 com modificações tais como um radar, matrículas rotativas (a ideia partiu de Guy Hamilton que estava irritado com as multas em Londres), banco ejectável, e lançador de óleo. O protótipo usado e autorizado pela empresa foi o DP216-1 e tonou-se numa lenda. Na cena em que Q explica a Bond o funcionamento do banco ejectável, é proferido o famoso diálogo:

Q: Acontece o que acontecer, nunca carregue neste botão. Irá activar o banco ejectável e será lançado ao ar o banco do passageiro.
Bond: Lançado ao ar? Deve estar a gozar!
Q: Eu nunca brinco com o meu trabalho, 007.

Theodore Bikel fora escolhido para ser o grande vilão Auric Goldfinger mas mais tarde veio a ser substituído por Gert Fröbbe. Porém, não sabia uma única palavra em inglês e as filmagens revelaram ser desafiantes. Hamilton pediu a Gert para falar depressa de modo a ajudar o dublador Michael Collins que foi escolhido para substituir a voz do actor alemão pois muitas das falas não eram perceptíveis. Honor Blackman é escolhida para fazer a terceira Bond Girl, Pussy Galore, que estava a ter um grande sucesso em The Avengers. O lutador de wrestling Harold Sakata viria a interpretar Oddjob que na cena de Fort Knox sofrera várias queimaduras.

Para criar o cofre de Fort Knox, Ken Adam foi autorizado a sobrevoar a zona militarmente protegida. A equipa tinha dada a ideia de construir Fort Knox em Portugal mas decidiram pô-lo nas traseiras dos estúdios da Pinewood. Broccoli queria filmar o interior de Fort Knox mas não teve autorização. Ken Adam teve que imaginar o interior do banco que, coincidência ou não, era muito parecido com o verdadeiro. Esta afirmação foi dada por uma pessoa que trabalhava dentro do cofre e enviou uma carta ao desenhista.

A cena de Bond preso a uma mesa com um raio laser foi muito arriscada. O efeito laser fora recriado pela equipa de efeitos especiais em que um dos técnicos estava por baixo da mesa a recriar o efeito. Porém, mesmo no fim, o mecanismo não parava ameaçando seriamente Sean Connery.

Pouco antes de imprimir (finalizar) o filme, Hamilton voa até o Kentucky para obter informações sobre o local para poder criar o assalto aéreo. Aproveitou ainda a presença das várias bases militares instaladas para produzir o efeito do gás sobre os soldados. Na pós-produção, John Barry produz em tempo recorde um trabalho impressionante com a banda sonora. Harry Saltzaman ainda alterou à última hora a contagem final da bomba em Fort Knox que devia terminar em 0:03 e não em 0:07 como no filme.

Goldfinger foi um grande sucesso cinematográfico que modificou a maneira de fazer filmes de aventura. Nos créditos finais de Goldfinger estava marcado que o próximo filme deva ser 007 A Serviço Secreto de Sua Majestade / 007 - Ao Serviço de Sua Majestade, porém os créditos finais foram modificados, pois o filme ainda não estava preparado, e os mesmos anunciaram que o sucessor seria 007 Contra a Chantagem Atómica / 007 - Operação Relâmpago, o que aconteceu de facto.[7][8]

Principais prêmios e indicações

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Oscar 1965 (Estados Unidos)

BAFTA 1965 (Reino Unido)

Grammy 1965 (Estados Unidos)

Edgar 1965 (Edgar Allan Poe Awards, EUA)

John Barry, que havia orquestrado o tema de James Bond em Dr. No e composto a trilha de From Russia with Love, volta para a música.

Locais de filmagem

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Referências

  1. 007 contra Goldfinger no AdoroCinema
  2. 007 contra Goldfinger no CinePlayers (Brasil)
  3. 007 - Contra Goldfinger no DVDpt (Portugal)
  4. 007 - Contra Goldfinger no SapoMag (Portugal)
  5. «007 - Goldfinger». RTP. Consultado em 21 de janeiro de 2019 
  6. Piçarra, Maria do Carmo. «"007 Contra Goldfinger" - O 3º filme da série oficial do agente secreto com ordem para matar foi lançado em 1964». SapoMag. Consultado em 21 de janeiro de 2019 
  7. Toda a secção Produção foi baseada no documentário Inside Goldfinger do DVD 007–Contra Goldfinger Edição Especial 2000 de registo número 194/2000 da Inspecção-Geral das Actividades Culturais – Portugal.
  8. Faixas de comentário de Goldfinger (007 Contra Goldfinger – Ultimate Edition, Disco 1):
    *Guy Hamilton, Graham Rye, Sean Connery, Desmond Llewelyn, Lois Maxwell, Michael Mellinger, e Honor Blackman
    *John Cork, Alf Joint, George Leech, Cliff Culley, Peter Lamont, John Barry, Ken Adam, Joe Fitt e Bert Luxford
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