A Morta sem Espelho – Wikipédia, a enciclopédia livre
A Morta Sem Espelho | |
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Anúncio publicitário da novela publicado nos jornais da época com o elenco, incluindo Fernanda Montenegro (centro) e o autor Nelson Rodrigues (esquerda). | |
Informação geral | |
Formato | Telenovela |
Gênero | Romance |
Duração | 30 minutos |
Criador(es) | Nelson Rodrigues |
Elenco | |
País de origem | Brasil |
Idioma original | (em português) |
Episódios | 35 |
Produção | |
Diretor(es) | Fernando Torres Sérgio Britto |
Exibição | |
Emissora original | TV Rio RecordTV |
Transmissão original | 29 de julho de 1963 – 4 de novembro de 1963 |
A Morta Sem Espelho é uma telenovela brasileira co-produzida e exibida pela TV Rio no Rio de Janeiro e pela RecordTV em São Paulo, entre 29 de julho de 1963 e 4 de novembro de 1963, às 22h no Rio de Janeiro e às 19h em São Paulo.[1][2] Escrita por Nelson Rodrigues e dirigida por Fernando Torres e Sérgio Britto[3]. É considerada uma novela perdida por não ter nenhum registro em vídeo, devido as fitas terem se perdido na falência da TV Rio e aos incêndios na Record.[3]
Conta com Fernanda Montenegro, Fernando Torres, Paulo Gracindo, Isabel Teresa, Ítalo Rossi, Francisco Cuoco, Maria Fernanda e Zilka Salaberry nos papéis principais.
Produção
[editar | editar código-fonte]Foi livremente inspirada na peça teatral brasileira Vestido de Noiva, também de Nelson Rodrigues, que absorveu alguns elementos na nova história.[4] Foi o grande investimento do diretor Walter Clark, que conseguiu trazer Nelson Rodrigues pela primeira vez para a televisão.[3] É considerada a primeira história completamente brasileira – na época as novelas eram baseadas em textos de época, adaptações de livros antigos ou remakes de novelas cubana, com raras exceções.[3] A ousadia do investimento chegou a possibilitar a construção de um apartamento dentro dos estúdios da TV Rio.[3] A telenovela tinha trilha musical de Vinicius de Moraes, com arranjos compostos por Baden Powell e cantada por Fernanda Montenegro.[3]
Por trazer a história de uma personagem mulher adúltera e insinuações de incesto, a novela foi proibida de passar às 19h no Rio e foi transferida para às 22h.[3] O arcebispo Dom Helder Camara tentou interceder na novela judicialmente, mas foi negado.[3] Por fim a novela saiu do ar antes do previsto pelas restrições do Juizado de Menores.[5]
Enredo
[editar | editar código-fonte]Renata trai o marido Severo com o caseiro Ulisses, mas passa a não ver mais seu reflexo no espelho. Severo, tomado pela dúvida se aquela punição dívida é resultado de adultério, começa a alucinar e enxergar a mulher na juventude, quando ainda eram felizes, na filha deles Heloísa, que se assusta com o assédio repentino do louco pai. A moça carrega também a culpa de ter roubado Cristiano de sua irmã Neide, mas conhece o amor do médico Odorico.
Elenco
[editar | editar código-fonte]Ator/Atriz | Personagem |
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Fernanda Montenegro | Heloísa Boaventura |
Fernando Torres | Dr. Odorico[2] |
Paulo Gracindo | Severo Boaventura |
Isabel Teresa | Renata Boaventura |
Ítalo Rossi | Ulisses |
Francisco Cuoco | Cristiano |
Maria Fernanda | Neide Boaventura |
Zilka Salaberry | Lucrécia |
Rosita Thomaz Lopes | Vidinha |
Carminha Brandão | Daniela |
Sérgio Britto | Guilherme |
Aldo de Maio | Alcides |
Jaime Barcelos | Jomar |
Referências
- ↑ «A MORTA SEM ESPELHO", na TV Rio (anúncio)». Jornal Tribuna da Imprensa, Edição 3084. 28 de junho de 1963. p. 4
- ↑ a b «Televisão: A novela de Nelson Rodrigues». Jornal Correio da Manhã, Edição 21657. 9 de novembro de 1963. p. 5|autor=Lasinha Luiz Carlos
- ↑ a b c d e f g h Diogo Guedes (5 de agosto de 2012). «a TV como espaço do maravilhoso». site NE10 - Portal do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação. Consultado em 17 de julho de 2019
- ↑ André Gomes. «Nelson Rodrigues sabatinado por Fernanda Montenegro». site Portais Funarte. Consultado em 17 de julho de 2019
- ↑ BEZERRA, Heloisa Dias. «TV Rio». Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro. CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da FGV - Fundação Getúlio Vargas. Consultado em 21 de julho de 2019