Abel Braga – Wikipédia, a enciclopédia livre
Abel Braga em 2018 | ||
Informações pessoais | ||
---|---|---|
Nome completo | Abel Carlos da Silva Braga | |
Data de nasc. | 1 de setembro de 1952 (72 anos) | |
Local de nasc. | Rio de Janeiro, Distrito Federal, Brasil | |
Nacionalidade | brasileiro | |
Altura | 1,87 m | |
Pé | destro | |
Apelido | Abelão | |
Informações profissionais | ||
Clube atual | aposentado | |
Posição | zagueiro | |
Função | treinador | |
Clubes de juventude | ||
1968–1975 | Fluminense | |
Clubes profissionais | ||
Anos | Clubes | Jogos (golos) |
1971–1976 1973 1976–1979 1979–1981 1981–1982 1982–1984 1984–1985 | Fluminense → Figueirense (emp.) Vasco da Gama Paris Saint-Germain Cruzeiro Botafogo Goytacaz | 18 (1) 204 (11)[1] 46 (10) 15 (1) 22 (4) 1 (0) | 75 (2)
Seleção nacional | ||
1971–1978 | Brasil | 5 (0) |
Times/clubes que treinou | ||
1985 1985 1985–1986 1986 1987 1987 1987–1988 1988–1989 1989–1991 1991 1991–1993 1993-1994 1994 1994–1995 1995 1995 1997–1998 1998 1999 1999–2000 2000 2000 2001 2001–2002 2002 2003 2004 2005 2006–2007 2007-2008 2008–2011 2011–2013 2014 2015–2016 2017–2018 2019 2019 2020 2020–2021 2021 2022 | Goytacaz Botafogo Rio Ave Vitória Galícia Botafogo Santa Cruz Internacional Famalicão Internacional Belenenses Famalicão Rio Ave Vitória de Setubal Vasco da Gama Internacional Atlético Paranaense Bahia Coritiba Paraná Vasco da Gama Olympique de Marseille Atlético Mineiro Botafogo Atlético Paranaense Ponte Preta Flamengo Fluminense Internacional Internacional Al-Jazira Fluminense Internacional Al-Jazira Fluminense Flamengo Cruzeiro Vasco da Gama Internacional Lugano Fluminense | |
Última atualização: 28 de abril de 2022 |
Abel Carlos da Silva Braga (Rio de Janeiro, 1 de setembro de 1952) é um ex-treinador e ex-futebolista brasileiro que atuava como zagueiro.
Carreira como jogador
[editar | editar código-fonte]Clubes
[editar | editar código-fonte]Abel Braga começou no Fluminense em 1968, sendo integrado ao elenco profissional em 1971, ano em que conquistou seu primeiro título do Campeonato Carioca, repetindo este feito em 1973 e 1975 pelo Flu. No total pelo Tricolor das Laranjeiras, o zagueiro atuou em 75 jogos e marcou três gols.
Em 1973, foi emprestado ao Figueirense para disputar o Campeonato Brasileiro daquele ano, tendo atuado em 18 partidas pelo clube catarinense e marcado um gol.
Em 1976, transferiu-se para o Vasco da Gama, onde se sagrou campeão da Taça Guanabara por 2 vezes e campeão carioca em 1977. Foi pelo clube de São Januário que Abelão, como também ficou conhecido, se firmou como titular, já que no Fluminense geralmente era reserva (voltando a ser titular da Seleção Brasileira, na época comandada pelo técnico Cláudio Coutinho) e atuando pelo Vasco foi convocado para a Copa do Mundo FIFA de 1978.[2] O Vasco da Gama é o clube que Abel Braga mais atuou na carreira, com 204 jogos e 11 gols marcados.
Três anos após a sua chegada ao Vasco da Gama, transferiu-se para o exterior. Paris foi seu destino, para defender o Paris Saint-Germain. O zagueiro permaneceu na França entre os anos de 1979 e 1981, tendo disputado 45 partidas e marcado nove gols,[3] até regressar ao Brasil para jogar pelo Cruzeiro, em 1981, e depois pelo Botafogo, de 1983 a 1984.
Em 1985, foi contratado pelo Goytacaz, onde, no mesmo ano, encerrou a carreira.
Seleção Brasileira
[editar | editar código-fonte]Pela Seleção Brasileira atuou em cinco partidas,[4] e pertenceu ao elenco que disputou a Copa do Mundo de 1978. Sua primeira partida foi no dia 11 de dezembro de 1971, na vitória por 1 a 0 contra o Peru, e sua última partida foi em 25 de maio de 1978, em um empate por 2 a 2 contra a Seleção Gaúcha.
Carreira como treinador
[editar | editar código-fonte]A sua carreira como treinador começou no mesmo clube onde ele encerrou a carreira de jogador, o Goytacaz. Formou-se em educação física e, no ano seguinte, foi para Portugal treinar o Rio Ave, regressando ao Brasil em 1987 onde treinou o Galícia para depois assumir o comando da equipe do Botafogo, onde já havia trabalhado como jogador. Foi curta a sua passagem pelo alvinegro carioca e, no mesmo ano, seguiu para Recife para treinar o Santa Cruz. Pelo tricolor do Arruda, Abel conquistou o Campeonato Pernambucano de 1987 em cima do rival Sport.[5]
O salvador em Portugal
[editar | editar código-fonte]Famalicão, Belenenses e Vitória de Setúbal
[editar | editar código-fonte]Em 1988 assumiu o Internacional, deixando o cargo no ano seguinte, para voltar a Portugal para assumir o comando do Famalicão, que estava na 2ª divisão do Campeonato Português. No seu primeiro ano no clube, Abel conseguiu levá-lo de volta à Primeira Liga. Na temporada 1990–91 os resultados não foram bons, mas Abel conseguiu manter o clube na 1ª divisão, terminando a competição em 18º. Abel permaneceu no clube até metade da temporada 1991–92, quando voltou a treinar um clube que se encontrava na 2ª divisão, o Belenenses. Mais uma vez ele conseguiu levar um clube de volta à 1ª divisão e, com isso, foi mantido no cargo para a temporada 1992–93. Nessa temporada, Abel levou o clube do Restelo a 7ª posição do Campeonato Português, permanecendo no cargo para a temporada seguinte. Mas o treinador não permaneceu até o fim da temporada, trocando o Belenenses pelo Vitória de Setúbal, que terminou em 8º. Os resultados obtidos com os clubes que se encontravam na 2ª divisão deram a Abel notoriedade entre os clubes portugueses.
O retorno ao Brasil
[editar | editar código-fonte]Vasco da Gama
[editar | editar código-fonte]Após cinco anos em Portugal, o treinador voltou ao Brasil em 1995, para assumir o Vasco da Gama, clube onde jogou por três anos. Mas sua carreira como treinador do clube carioca não durou tanto tempo e após apenas dois meses como treinador, foi demitido. Em seguida, novamente assumiu o comando do Internacional.
Os três paranaenses
[editar | editar código-fonte]Atlético Paranaense, Coritiba e Paraná
[editar | editar código-fonte]Em 1997 assumiu o Atlético Paranaense e permaneceu no cargo por um ano. No ano seguinte treinou o Coritiba, ganhando o estadual depois de 10 anos, e o Paraná, por um período muito curto, mas suficiente para conseguir ser treinador dos três maiores clubes do Paraná e de forma seguida.
A sua passagem pelo Paraná Clube foi curta pois, pouco tempo depois de assumir a equipe, ele recebeu uma proposta para retornar ao Vasco da Gama. O clube passava por um momento difícil após a derrota no Mundial de Clubes e Abel foi contratado. Depois de alguns meses no comando vascaíno, ele recebeu uma proposta de um clube francês, deixando o Vasco às vésperas da grande decisão do campeonato carioca. Essa passagem pelo Vasco, apesar de rápida, foi notória devido à goleada de 5 a 1 sobre o Flamengo, no domingo de Páscoa. Em julho de 2000, como já estava combinado desde a saída dele do Vasco, foi contratado pelo Olympique de Marseille.
De volta ao Brasil em 2001, treinou o Atlético Mineiro e o Botafogo, pela segunda vez. Mas Abel não ficou muito tempo no Botafogo, pedindo demissão em setembro do ano seguinte, após uma derrota por 2 a 0 para o Coritiba.[6] Ainda em 2002, treinou novamente o Atlético-PR.
Em 2003, assumiu a Ponte Preta com o objetivo de manter o clube na 1ª divisão do Campeonato Brasileiro. A posição final não foi muito boa (21º), mas o objetivo foi alcançado e no fim do ano ele deixou o clube com a missão cumprida.[7]
As derrotas na Copa do Brasil
[editar | editar código-fonte]Flamengo
[editar | editar código-fonte]Valorizado no mercado de treinadores, assumiu o Flamengo em 2004, tendo como auxiliar-técnico o ex-jogador Andrade.[8] O rubro-negro carioca tinha um projeto, comandado por outro ex-jogador, Júnior, que visava assegurar uma vaga para a Copa Libertadores da América do ano seguinte. Abel levou o clube ao título do Campeonato Carioca de 2004 e à final da Copa do Brasil do mesmo ano. Porém, na decisão contra o Santo André, após empatar o primeiro jogo em 2 a 2, foi derrotado no Maracanã por 2 a 0, perdendo, assim, a chance de conquistar o título e, consequentemente, a vaga para a Libertadores. Após o jogo, Abel declarou que esta tinha sido a maior derrota na sua carreira.
Fluminense
[editar | editar código-fonte]Em 2005, após seis meses longe do futebol, Abel voltou ao clube onde iniciou a carreira de jogador e assumiu o cargo de treinador do Fluminense, completando assim o ciclo dos quatro grandes do Rio de Janeiro. Com o tricolor carioca ele conquistou mais um título do Campeonato Carioca e teve a oportunidade de disputar outra final da Copa do Brasil, porém mais uma vez foi derrotado por um clube de São Paulo, desta vez o Paulista de Jundiaí.[9]
Diferente da atitude da diretoria do Flamengo que o demitiu após a derrota na final, a diretoria tricolor manteve o treinador no cargo para a disputa do Campeonato Brasileiro, visando uma boa posição que garantisse uma vaga à Libertadores. Abel quase conseguiu alcançar esse objetivo, terminando em 5º, apenas uma posição abaixo da zona de classificação à Libertadores. Na Copa Sul-Americana daquele ano, ele conseguiu levar o Fluminense às quartas-de-final.
Campeão da Libertadores e do Mundial pelo Internacional
[editar | editar código-fonte]Em 2006 Abel voltou a Porto Alegre para assumir mais uma vez o comando do Internacional. Esta passagem tornou-se a mais vitoriosa dele em todos os clubes. O começo não foi feliz e, no primeiro trimestre, acabou perdendo o título do Campeonato Gaúcho, após dois empates com o Grêmio, mas foi mantido pela diretoria para a disputa da Copa Libertadores, que já estava a decorrer. A confiança foi retribuída e Abel conduziu o Internacional ao seu primeiro título da competição continental, após uma final disputada com o então campeão do mundo São Paulo. O título garantiu a presença do Internacional no Mundial de Clubes da FIFA, em dezembro daquele ano. Abel não perdeu a oportunidade e conquistou o título mundial após derrotar o Barcelona na final, por 1 a 0, com gol de Adriano Gabiru. No Campeonato Brasileiro, Abel levou o Internacional à 2ª posição.
Naquele jogo, em Yokohama, o time do Inter jogou com uniforme branco. Fato marcante, além do gol de Gabiru, foi a cena mostrando o zagueiro Índio, sangrando com o nariz quebrado.
Com as conquistas, Abel foi mantido para o ano seguinte para a continuidade do trabalho, renovando o contrato por mais um ano.[10] Mas os bons resultados não se repetiram. No Campeonato Gaúcho a equipe colorada não passou da primeira fase, e na Libertadores sequer chegou às oitavas-de-final. Após os fracassos, Abel foi demitido do cargo.[11]
Quando saiu do clube colorado o treinador declarou ter propostas do exterior incompatíveis com o mercado brasileiro. Porém, após recusar propostas do Cruzeiro[12] e do Atlético Mineiro,[13] e admitir propostas de um clube da França e de um clube dos Emirados Árabes, não acertou com nenhum clube.[14] Abel acabou por voltar ao Internacional apenas quatro meses após ter sido demitido.[15]
Quem assumiu o lugar de Abel Braga nessa ocasião foi Alexandre Gallo, que conseguiu obter o título da Recopa Sul-Americana e a tríplice coroa, pelo fato do Internacional sagrar-se campeão da Libertadores, do Mundial de Clubes e da Recopa consecutivamente. Porém, durante o primeiro turno do Brasileirão, a equipe não estava tendo um bom desempenho e Gallo chegou a ser criticado pela imprensa. Gallo treinou a equipe colorada durante apenas quatro meses.
Após o retorno ao Internacional, Abel ainda levou o clube gaúcho a conquista do Campeonato Gaúcho de 2008, sagrando uma goleada de 8 a 1 sobre o Juventude no Estádio Beira-Rio, após derrota por 1 a 0 em Caxias do Sul. O título para Abel era inédito, embora tenha sido campeão regional em quase todos os times que passou. Abel acabou sendo contratado pelo Al-Jazira poucas semanas após a conquista, dando espaço para Tite. No clube dos Emirados Árabes, conquistou a Copa do Presidente e o Campeonato Local, chegando até a ser citado para comandar a Seleção Emiradense, mas preferiu acertar seu retorno para o Fluminense, clube que esperou três meses após a saída de Muricy Ramalho.[16]
Campeão Carioca e Brasileiro de 2012 pelo Fluminense
[editar | editar código-fonte]Abel, logo após retornar do mundo árabe, iniciou sua trajetória no Fluminense enviando, inicialmente, seu auxiliar-técnico Leomir de Souza, ex-jogador do próprio clube das Laranjeiras e campeão brasileiro de 1984 com toda a equipe. Leomir, em sua primeira partida, ganhou do Cruzeiro por 2 a 1, com dois gols de Rafael Moura. Abel então estreou no jogo contra o Corinthians, sendo que ele perdeu o primeiro jogo dele em sua volta. A campanha do Fluminense foi boa e assim terminou na 3ª colocação do campeonato nacional.
Logo no ano seguinte, seu time ganhou quase todos os campeonatos que disputou: Taça Guanabara, Torneio Luiz Penido, Campeonato Carioca e, por fim, Abel ganhou o único título que faltava em sua carreira: o Campeonato Brasileiro. Este título foi conquistado com 3 rodadas de antecipação, em um jogo em Presidente Prudente. O Fluminense chegou a fazer 2 a 0 diante do Palmeiras antes de ceder o empate que perduraria até os 43 minutos do segundo tempo. O placar final foi 3 a 2, com dois gols de Fred e um gol contra de Maurício Ramos.
Com salários de R$ 700 mil, Abel Braga era o técnico mais bem pago do Brasil, à frente de nomes como Vanderlei Luxemburgo, do Grêmio, Muricy Ramalho, do Santos, e Tite, então atual campeão da Libertadores com o Corinthians.[17][18][19][20]
Em 30 de maio de 2013, depois da eliminação do Flu na Libertadores, Abel saberia que supostos torcedores do clube picharam nas Laranjeiras, sede do clube, "Fora Abel". Os jogadores, ademais, também seriam citados, com a escrita de "Time Sem Vergonha".[21]
Acabou não resistindo a uma sequência de cinco derrotas consecutivas do Fluminense no Campeonato Brasileiro, sendo a última delas por 2 a 0 contra o Grêmio, em Porto Alegre. Com isso, o treinador acabou sendo demitido do Tricolor Carioca no dia 29 de julho.[22]
Retorno ao Internacional
[editar | editar código-fonte]Em 2014, acertou seu retorno ao Internacional, em sua 6ª passagem pelo clube. Conquistou o seu 2º título gaúcho ao vencer o rival Grêmio na decisão. Porém, viu o Colorado ser eliminado da Copa do Brasil e da Copa Sul-Americana para Ceará e Bahia, respectivamente. No dia 27 de agosto, atingiu a marca de 300 jogos à frente do Internacional.[23] Em dezembro, apesar de levar o Colorado a Copa Libertadores depois de três anos, não teve o contrato renovado e deixou o clube.[24] Abel saiu do Internacional como o segundo treinador da história com mais jogos a frente do clube, com 328 partidas.[25]
Em 2015, acertou seu retorno ao Al Jazira, mas acabou sendo demitido no dia 12 de dezembro após ser goleado pelo Al-Fujairah pelo campeonato local.
Terceira passagem pelo Fluminense
[editar | editar código-fonte]Após um bom tempo sem trabalho, no dia 1 de dezembro de 2016, foi anunciado como novo treinador do Fluminense para a temporada 2017, essa foi sua terceira passagem pelo clube. No dia 29 de julho de 2017, ocorreu uma tragédia na família de Abel. Seu filho caçula, João Pedro, teve uma convulsão, caiu da janela do seu apartamento no Leblon e acabou morrendo. Após o ocorrido, muito se especulou sobre a possível aposentadoria de Abel, porém ele preferiu continuar no clube. Atualmente Abel Braga é o 2º treinador que mais partidas dirigiu o Fluminense, perdendo apenas para Zezé Moreira.[26][27] No dia 16 de junho de 2018, Abel pediu demissão do Tricolor.[28]
Retorno ao Flamengo
[editar | editar código-fonte]Em dezembro de 2018, acertou seu retorno ao Flamengo.[29][30] Na segunda passagem pelo clube, Abel foi campeão do Campeonato Carioca de 2019. Com uma campanha inconstante do Rubro-Negro no Brasileirão, o treinador pediu demissão em maio de 2019.[31] Ao todo, foram 28 jogos, com 18 vitórias, seis empates e quatro derrotas. Sua equipe marcou 54 gols, sofreu 24 e teve um aproveitamento de 64%.
Cruzeiro
[editar | editar código-fonte]No dia 27 de setembro de 2019, acertou com o Cruzeiro, com a missão de ajudar o clube na luta contra o rebaixamento.[32]
Foi demitido no dia 29 de novembro. No total, comandou o Cruzeiro em 14 jogos, com três vitórias, oito empates e três derrotas.[33]
Retorno ao Vasco da Gama
[editar | editar código-fonte]Em 16 de dezembro de 2019, acertou seu retorno ao Vasco da Gama.[34] Em 16 de março de 2020, após o Vasco ser derrotado pelo Fluminense por 2 a 0, Abel optou por deixar o comando do Cruzmaltino. Foram três meses no comando do time, com 14 jogos, quatro vitórias, cinco empates e cinco derrotas. Um aproveitamento de 40,5%.[35][36]
Sétima passagem pelo Internacional
[editar | editar código-fonte]No dia 10 de novembro de 2020, o Internacional anunciou a contratação de Abel Braga, com contrato válido até fevereiro de 2021. Em sua sétima passagem pela equipe, o treinador chegou para substituir o argentino Eduardo Coudet, que pedira demissão.[37] Sob o comando de Abel, o Colorado sofreu duas eliminações sucessivas nos pênaltis, para o América Mineiro nas quartas de final da Copa do Brasil,[38] e para o Boca Juniors nas oitavas de final da Libertadores.[39] Porém, após esses reveses, a equipe engatou uma sequência de nove vitórias no Campeonato Brasileiro, batendo o recorde de vitórias seguidas na era dos pontos corridos.[40]
No dia 14 de fevereiro de 2021, tornou-se o treinador que mais disputou partidas pelo Internacional, com 338 jogos, superando Teté. A marca veio em uma vitória dramática contra o Vasco por 2 a 0 em São Januário, pela 36º rodada do Brasileirão 2020.[41] O Inter perdeu a liderança para o Flamengo na penúltima rodada do campeonato, após uma derrota de virada por 2 a 1, no Maracanã, em confronto direto contra o time carioca. Já no dia 25 de fevereiro, necessitando de um gol para ser campeão, o time não conseguiu o título e ficou no empate em 0 a 0 contra o Corinthians, no Beira-Rio. Apesar de ter sido eleito o melhor técnico da competição,[42] Abel deixou o clube.
Lugano
[editar | editar código-fonte]Foi anunciado pelo Lugano, da Suíça, no dia 7 de junho de 2021, assinando contrato por um ano, sendo o único técnico brasileiro a comandar um time de primeira divisão das ligas da Europa.[43] No entanto, acabou sendo demitido no dia 1 de setembro, após comandar ae quipe em apenas cinco jogos — três vitórias e duas derrotas.[44]
Quarta passagem pelo Fluminense
[editar | editar código-fonte]Em 14 de dezembro de 2021, foi anunciado seu retorno para o Fluminense a partir da temporada 2022.[45]
Durante sua quarta passagem no Flu, conquistou a Taça Guanabara[46] e principalmente o título do Campeonato Carioca após dez anos de jejum, tendo sido o treinador da última conquista.[47]
Menos de um mês depois, após atuações ruins no Brasileiro e na Copa do Brasil, além de dois tropeços seguidos na Sul-Americana, Abel entregou o cargo e deixou o clube no dia 28 de abril.[48] No total nessa passagem, o técnico dirigiu o Fluminense em 26 jogos, sendo 17 vitórias, quatro empates e cinco derrotas, um aproveitamento de 70,5%.[49]
Aposentadoria
[editar | editar código-fonte]Em 29 de junho de 2022, Abel Braga anunciou sua aposentadoria, em definitivo, das funções de treinador de futebol, afirmando também que pretendia seguir trabalhando no esporte.[50][51]
Diretor técnico
[editar | editar código-fonte]Vasco da Gama
[editar | editar código-fonte]Após a sua aposentadoria como treinador, Abel assumiu um novo cargo no futebol, sendo anunciado como diretor técnico do Vasco da Gama no dia 6 de dezembro de 2022.[52]
Em 7 de dezembro de 2023, um dia após o fim do Campeonato Brasileiro, Abel Braga foi demitido juntamente com Paulo Bracks, quem o indicou para a função de diretor técnico. Ambos foram muito criticados devido a péssima temporada do clube, na qual foi eliminado na semifinal do campeonato estadual para o seu arquirrival Flamengo, sendo eliminado na segunda fase da Copa do Brasil para o ABC nos pênaltis, clube que ficou na última colocação na Série B, e passando boa parte do Campeonato Brasileiro na zona de rebaixamento, garantindo a permanência na elite apenas na última rodada. Abel achou uma injustiça a demissão do executivo Paulo Bracks, classificando-o como o melhor trabalho de um executivo na temporada. Ele segue negociando com o Internacional para uma nova função.[53]
Controvérsias
[editar | editar código-fonte]Separar controvérsias numa se(c)ção específica pode não ser a melhor maneira de se estruturar um artigo, especialmente se este for sobre uma pessoa viva, pois pode gerar peso indevido para pontos de vista negativos. |
Ao longo da sua carreira, Abel Braga sempre foi visto como uma pessoa que não media as palavras, por vezes causando embaraços aos dirigentes e jogadores por suas declarações. No Botafogo, quando treinador, foi a público por diversas vezes reclamar da falta de reforços, o que acabou mais tarde resultando no seu pedido de demissão. O ano de 2006 foi, além de marcante pelos títulos, também marcante pelas suspensões. Em outubro foi suspenso por 30 dias por insultos ao árbitro Vágner Tardelli.[54] No mesmo ano foi julgado mais duas vezes pelo STJD por ter comparecido ao vestiário do Internacional em dois jogos no período em que ainda cumpria a pena anterior, sendo uma vez absolvido[55] e a outra punido com 90 dias de suspensão.[56] Ainda em 2006, mas referente a um caso de 2001, quando treinava o Atlético-MG, foi dado início a um processo contra Abel em nome do árbitro Luiz Carlos Silva por danos morais.[57]
Em 30 de maio de 2013, no desembarque do Fluminense após a eliminação na Libertadores (na qual o clube era um dos favoritos ao título) diante do paraguaio Olimpia, Abel Braga foi, junto com seus atletas, ironizado por torcedores rivais que estavam no Aeroporto Tom Jobim. O grupo, entoando cantos e gritos, clamou "Abel é Mengão". Ao ouvir tal coro, o treinador "fez gestos obscenos e levou as mãos à genitália".[21]
Títulos como jogador
[editar | editar código-fonte]- Fluminense
- Campeonato Carioca[58]: 1971, 1973 e 1975
- Taça Guanabara (Independente): 1971
- Torneio Quadrangular de Salvador: 1971
- Taça Disciplina: 1972
- Taça Fadel Fadel: 1972
- Taça Francisco Laport: 1973
- Torneio Internacional do Rio de Janeiro: 1973
- Troféu José Ferreira Agostinho: 1973
- Taça Guanabara: 1975
- Vasco da Gama
- Taça Guanabara: 1976 e 1977
- Torneio Heleno Nunes: 1976
- Taça Manoel do Nascimento: 1977
- Campeonato Carioca: 1977
- Torneio Imprensa de Santa Catarina: 1977
- Paris Saint-Germain
- Torneio de Paris: 1980 e 1981
- Cruzeiro
- Taça Minas Gerais: 1982
- Troféu Cidade de Santander: 1982
- Troféu Cidade de Valladolid: 1982
- Botafogo
- Torneio de Genebra: 1984
Títulos como treinador
[editar | editar código-fonte]- Botafogo
- Torneio de Berna: 1985
- Rio Ave
- Santa Cruz
- Campeonato Pernambucano: 1987
- Belenenses
- Taça de Honra da AF Lisboa: 1993–94
- Atlético Paranaense
- Campeonato Paranaense: 1998
- Taça FPF: 1998
- Coritiba
- Vasco da Gama
- Taça Guanabara: 2000
- Flamengo
- Taça Guanabara: 2004
- Campeonato Carioca: 2004 e 2019
- Taça Rio: 2019
- Florida Cup: 2019
- Fluminense
- Taça Rio: 2005 e 2018
- Campeonato Carioca: 2005, 2012 e 2022
- Taça Guanabara: 2012, 2017 e 2022
- Troféu Luiz Penido: 2012
- Campeonato Brasileiro: 2012
- Internacional
- Copa Libertadores da América: 2006
- Copa do Mundo de Clubes da FIFA: 2006
- Copa Dubai: 2008
- Campeonato Gaúcho: 2008 e 2014
- Al-Jazira
- Copa da Liga dos Emirados Árabes Unidos: 2009–10
- Campeonato Emiradense: 2010–11
- Copa do Presidente dos Emirados Árabes Unidos: 2010–11
Prêmios individuais
[editar | editar código-fonte]- Internacional
- Prêmio Craque do Brasileirão de Melhor Treinador: 2020[59]
- Melhor Treinador do Campeonato Gaúcho: 2006[60] e 2014[61]
- Fluminense
- Prêmio Craque do Brasileirão de Melhor Treinador: 2012[62]
- Melhor Treinador do Campeonato Carioca: 2012,[63] 2017[64] e 2022
Honrarias
[editar | editar código-fonte]- Prêmio Juscelino Kubitschek[65]
- Calçada da Fama da Federação Gaúcha de Futebol[66]
- Licença Honorária da CBF Academy[67]
Referências
- ↑ «Abel Braga completa 72 anos neste domingo». NetVasco.com. Consultado em 6 de outubro de 2024
- ↑ Cauê Souza (18 de setembro de 2022). «Poucos sabem: Abel Braga disputou uma Copa do Mundo». Portal do Colorado. Consultado em 27 de agosto de 2023
- ↑ «Brasil e PSG: quase sempre uma história de sucesso – Por Guto Monte Ablas». Consultado em 7 de abril de 2013. Arquivado do original em 27 de fevereiro de 2013
- ↑ «Abel Braga - Zagueiro Central». O Brasil na Copa do Mundo. Consultado em 18 de abril de 2008. Arquivado do original em 23 de agosto de 2007
- ↑ Thiago Wagner (28 de abril de 2022). «Técnico de título histórico do Santa Cruz em cima do Sport na Ilha do Retiro está perto de se aposentar; veja quem é». Rádio Jornal. Consultado em 27 de agosto de 2023
- ↑ «Técnico deixa o Botafogo». Folha de S.Paulo. 23 de setembro de 2002. Consultado em 15 de setembro de 2023
- ↑ «Técnico Abel Braga deixa a Ponte Preta». GloboEsporte.com. 17 de dezembro de 2003. Consultado em 15 de setembro de 2023
- ↑ «Abel Braga é o novo treinador do Flamengo». GloboEsporte.com. 17 de dezembro de 2003. Consultado em 15 de setembro de 2023
- ↑ «Paulista repete Santo André e vence a Copa do Brasil». UOL. 22 de junho de 2005. Consultado em 15 de setembro de 2023
- ↑ «Abel renova por mais um ano». Globoesporte.globo.com. 12 de Dezembro de 2006. Consultado em 9 de Setembro de 2007
- ↑ «Inter confirma demissão do técnico Abel Braga». Jbonline.terra.com.br. 24 de Abril de 2007. Consultado em 9 de Setembro de 2007. Arquivado do original em 21 de agosto de 2007
- ↑ «Abel Braga descarta assumir a Raposa». Globoesporte.globo.com. 30 de Abril de 2007. Consultado em 9 de Setembro de 2007
- ↑ «Abel recusa proposta do Galo». Globoesporte.globo.com. 23 de Julho de 2007. Consultado em 9 de Setembro de 2007
- ↑ «Abel admite proposta da França». Globoesporte.globo.com. 24 de Abril de 2007. Consultado em 9 de Setembro de 2007
- ↑ «Volta de Abel é confirmada pelo Inter». Globoesporte.globo.com. 10 de Outubro de 2007. Consultado em 9 de Setembro de 2007
- ↑ «Após 87 dias de espera, Abel chega ao Flu e avisa: 'Entrega será total'». Globoesporte.globo.com. Consultado em 8 de junho de 2011
- ↑ Abel Braga lidera o top 10 de salários
- ↑ «Retrospectiva Fluminense - Setembro a Dezembro». Consultado em 1 de Janeiro de 2013. Arquivado do original em 3 de janeiro de 2013
- ↑ «Retrospectiva Fluminense - Janeiro a Abril». Consultado em 31 de Dezembro de 2012. Arquivado do original em 3 de janeiro de 2013
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Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Abel» (em inglês). em FIFA.com
- Curiosidades sobre Abel Braga
- «national-football-teams.com» (em inglês)