Acala – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Para outros significados de Acala, veja Acala (desambiguação).
Fudō Myōō不動明王

Acala ou Acalanata (em sânscrito: अचलनाथ, Acalanatha Vidya Rāja[a], ou "Senhor Inabalável" (da Sabedoria), é uma deidade do budismo (vajrayana), sendo mais conhecido dos Cinco Reis da Sabedoria do Reino do Ventre. Acala é também o nome do oitavo dos dez passos ou degraus do caminho do bodhisattva.[1]

Acala é o destruidor da ilusão e o protetor do budismo. Sua imobilidade refere-se à habilidade de não ser movido pelas ilusões fenomênicas. Apesar de sua temível aparência, seu papel é o de ajudar todos os seres, mostrando-lhes os ensinamentos do Buda, levando-os a aprender o autocontrole.

Ele é visto como uma deidade protetora, e que ajuda a atingir metas. Os templos que lhes são dedicados fazem rituais de fogo periódicos em sua homenagem.

No Japão, o Fudo-myo é conhecido também como a deidade protetora das artes marciais, em especial do aiquidô[b], e ninjutsu, representando o espírito calmo, livre da agressividade.

O Buda Akshobhya, cujo nome também significa "O Inabalável", às vezes é confundido com Acala. Entretanto, Acala não é um Buda, e sim um dos cinco Reis da Sabedoria do reino do Ventre em Vajrayana, conforme a tradição indo-tibetana, bem como na seita budista japonesa Shingon. Como Fudo-myo, Acala é considerado um dos treze Budas do Japão.

Uma pintura em seda colorida do século XII, preservada no templo Manshu-in em Kyoto. Representando Fudō Myō-ō.

É tipicamente representado com uma espada para subjugar demônios em sua mão direita e uma corda para apanhá-los e prendê-los na esquerda. Ele tem um assustador rosto azul e é cercado de chamas, representando a purificação da mente. Freqüentemente é representado sentado ou de pé sobre uma rocha para demonstrar sua imobilidade. Normalmente seu cabelo tem sete nós e é penteado para o lado esquerdo, um estilo de penteado freqüente na iconografia budista. Também com freqüência ele é representado com duas presas protuberantes. Uma aponta para baixo, demonstrando sua compaixão pelo mundo, e uma aponta para cima, demonstrando sua paixão pela verdade.

No Japão, Fudô aparece também em associação com Aizen, às vezes em iconografia deste com duas cabeças.[2][3]

^ Acala: Fudô-miô (不動明王 Fudō myōō?); Bundong minguán (em chinês: 不動明王 Búdòng míngwáng).

^ Para os praticantes de artes marciais, a figura do Fudo-Myo representa o maior de todos os oponentes, a própria pessoa, com seus medos e limitações auto-impostas, que impedem cada um de evoluir, eis que, para conseguir dominar e superar as barreiras e adversários, é necessário conhecer-se a si próprio e vencer suas frustrações[4].

Referências

  1. Keown, Damien. Oxford Dictionary of Buddhism. Nova Iorque, Oxford University Press, 2003, p.4.
  2. Faure, Bernard (31 de dezembro de 2015). The Fluid Pantheon: Gods of Medieval Japan, Volume 1 (em inglês). [S.l.]: University of Hawaii Press 
  3. Kagiwada, Seiko (2012). "両頭愛染曼荼羅の成立に関する一考察 (The Formation of the Mandala of Double-Headed Aizen)". Journal of Indian and Buddhist Studies (Indogaku Bukkyōgaku Kenkyū) (in Japanese). 60 (2): 615–618.
  4. «ARTIGOS « Ganseki Dojo». Acesso em 03.jan.2011. 
  • Keown, Damien. Oxford Dictionary of Buddhism. Nova Iorque, Oxford University Press, 2003.
  • Nhât Hanh, Thích. Opening the heart of the cosmos.Insights on the Lotus Sūtra. Berkeley, Parallax Press, 2003.
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