Chauá – Wikipédia, a enciclopédia livre
Chauá | |||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||
Em perigo (IUCN 3.1) [1] | |||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Amazona rhodocorytha (Salvadori, 1890) | |||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||
Distribuição da chauá |
O chauá[2] (nome científico: Amazona rhodocorytha), também chamada acamatanga, acamutanga, acumatanga, camatanga, camutanga, cumatanga, jauá, chauã ou chuã,[3] é uma espécie brasileira de papagaio que está ameaçada de extinção.[4]
Etimologia
[editar | editar código-fonte]A origem da palavra chauá é desconhecida, mas Antenor Nascentes propôs que seja tupi. Como tal, é sinônimo de chauã e jauá (primeira ocorrência em 1911). Sua primeira ocorrência conhecida é de 1867.[5] Acamatanga (e suas variantes) deriva, segundo Nascentes, do tupi a'kã, no sentido de "cabeça", e mu'tãga (por pi'tãga), no sentido de "vermelho". O Dicionário Histórico das Palavras Portuguesas de Origem Tupi (DHPT) propõe que deriva de akanga no sentido de "cabeça" e pï'tanga no sentido de "avermelhado, pardo". Sua primeira ocorrência conhecida é de 1958.[6]
Descrição
[editar | editar código-fonte]A chauá possui uma coroa em um vermelho vivo que se esvai em marrom arroxeado na parte de trás da cabeça. As bochechas e o pescoço são azuis e a plumagem das asas e do corpo são verdes com manchas escuras na parte de trás do pescoço. Manchas pretas e vermelhas podem ser vistas nas asas quando estão abertas e as penas da cauda têm marcas vermelhas e são amareladas. O bico e as pernas são cinza e a íris do olho é marrom-alaranjada.[7]
Distribuição e habitat
[editar | editar código-fonte]A chauá é endêmico das florestas tropicais no leste do Brasil. Ele costumava ser encontrado em toda a região, mas agora está restrito a alguns dos maiores blocos de floresta remanescentes. A maior delas está no estado do Espírito Santo, a ave também está presente em três áreas florestais no sudeste da Bahia e cinco nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Outra localização fica no norte do estado de São Paulo e outra em São Miguel dos Campos, no leste do estado de Alagoas. O resto deste estado parece ser um habitat adequado, mas não foi observado sua presença lá recentemente.[1]
Comportamento
[editar | editar código-fonte]A chauá se alimenta em pequenos grupos de frutas, bagas, sementes e botões que encontra no dossel da floresta tropical. A reprodução ocorre entre setembro e novembro. Um par de chauás mantém um território e o ninho geralmente é feito em uma cavidade de uma árvore, o mesmo local sendo usado ano após ano. Em cativeiro, uma ninhada de quatro ovos geralmente é colocada, a incubação leva 24 dias e os filhotes nascem 34 dias após a eclosão.[7]
Conservação
[editar | editar código-fonte]O Chauá costumava ser abundante em seu habitat de floresta tropical, mas seus números vem diminuído significativamente. Cerca de 2 300 indivíduos foram contados no Espírito Santo durante uma pesquisa realizada entre 2004 e 2006 e permanece comum em algumas partes do estado, em Ilha Grande, no Rio de Janeiro, no município de Sooretama (ES) e nas proximidades de Linhares. A principal ameaça enfrentada por este papagaio é a degradação do habitat com menos de dez por cento da cobertura florestal original restante no Espírito Santo. A maior parte da terra foi limpa por madeireiras e convertida em pastagens e plantações. Outra ameaça é a coleção ilegal de jovens aves para o comércio internacional de animais de estimação. Este pássaro está presente em várias reservas de vida selvagem, mas não está efetivamente protegido contra a caça furtiva. Por todas estas razões, a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN), o avaliou na sua Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas de Extinção, como "espécie em perigo".[1] Em 2005, foi classificada como criticamente em perigo na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo;[8] em 2010, como em perigo na Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna do Estado de Minas Gerais;[9] em 2014, como vulnerável na Portaria MMA N.º 444 de 17 de dezembro de 2014;[10] em 2017, como em perigo na Lista Oficial das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção do Estado da Bahia;[11][12] e em 2018, como vulnerável no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)[13] e na Lista das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção no Estado do Rio de Janeiro.[14] Foi citada, mas então removida, do Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção no Estado de São Paulo, pois não há registro seguro da espécie no estado e é provável, conforme consta na justificação de remoção, que tenha sido um equívoco em relação a avistamentos na divisa com o Rio de Janeiro.[15]
Referências
- ↑ a b c BirdLife International (2013). «'Amazona rhodocorytha'». Lista Vermelha da IUCN de espécies ameaçadas da UICN 2013.2 (em inglês). ISSN 2307-8235. Consultado em 16 de dezembro de 2017
- ↑ Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. p. 183. ISSN 1830-7809. Consultado em 13 de janeiro de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 23 de abril de 2022
- ↑ «Chauá». Michaelis. Consultado em 12 de abril de 2022
- ↑ «Papagaio raro é apreendido em cativeiro em Belo Horizonte». Terra. 8 de outubro de 2009. Consultado em 12 de abril de 2022. Cópia arquivada em 12 de abril de 2014
- ↑ Grande Dicionário Houaiss, verbetes chauá e jauá
- ↑ Grande Dicionário Houaiss, verbete acamatanga
- ↑ a b «Red-browed Amazon (Amazona rhodocorytha)». ARKive. Consultado em 31 de maio de 2020. Cópia arquivada em 21 de setembro de 2013
- ↑ «Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo». Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), Governo do Estado do Espírito Santo. Consultado em 7 de julho de 2022. Cópia arquivada em 24 de junho de 2022
- ↑ «Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna do Estado de Minas Gerais» (PDF). Conselho Estadual de Política Ambiental - COPAM. 30 de abril de 2010. Consultado em 2 de abril de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 21 de janeiro de 2022
- ↑ «PORTARIA N.º 444, de 17 de dezembro de 2014» (PDF). Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), Ministério do Meio Ambiente (MMA). Consultado em 24 de julho de 2021. Cópia arquivada (PDF) em 12 de julho de 2022
- ↑ «Lista Oficial das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção do Estado da Bahia.» (PDF). Secretaria do Meio Ambiente. Agosto de 2017. Consultado em 1 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 2 de abril de 2022
- ↑ «Amazona rhodocorytha (Salvadori, 1758)». Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). Consultado em 17 de abril de 2022. Cópia arquivada em 9 de julho de 2022
- ↑ «Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção» (PDF). Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. 2018. Consultado em 3 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 3 de maio de 2018
- ↑ «Texto publicado no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro contendo a listagem das 257 espécies» (PDF). Rio de Janeiro: Governo do Estado do Rio de Janeiro. 2018. Consultado em 2 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 2 de maio de 2022
- ↑ Bressan, Paulo Magalhães; Kierulff, Maria Cecília Martins; Sugleda, Angélica Midori (2009). Fauna Ameaçada de Extinção no Estado de São Paulo - Vertebrados (PDF). São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SIMA - SP), Fundação Parque Zoológico de São Paulo. Consultado em 2 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 25 de janeiro de 2022