Lagartinho-de-linhares – Wikipédia, a enciclopédia livre

Como ler uma infocaixa de taxonomiaLagartinho-de-linhares

Estado de conservação
Espécie em perigo
Em perigo (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Ordem: Squamata
Família: Teiidae
Género: Ameivula
Espécie: A. nativo
Nome binomial
Ameivula nativo
(Rocha, Bergallo & Peccinini-Seale, 1997)
Sinónimos
Cnemidophorus nativo (Uétz 2013)[2]

Lagartinho-de-linhares ou lagartinho-verdadeiro (nome científico: Ameivula nativo) é uma espécie de réptil da família dos teiídeos (Teiidae).

Distribuição e habitat

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O lagartinho-de-linhares é endêmico do Brasil. Sua população, que atualmente está completamente disjunta, se concentra em parte dos estados de Espírito Santo e Bahia. Seu habitat é da restinga do bioma Mata Atlântica, onde prefere borda das moitas e vegetação herbácea, principalmente nas formações de dunas de moitas abertas. Assume-se que a extensão da sua área de ocorrência seja de 33.550,9 quilômetros quadrados, contudo, uma vez que depende de um habitat muito específico na região, esse número dificilmente representa a situação real de sua distribuição. Algumas subpopulações atualmente estão extintas devido à perda de habitat, que segundo o último levantamento (2003–2013) era de 50% de sua área de ocupação. É sabido que ocorre em algumas áreas de proteção ambiental: Conceição da Barra, Baía de Camamu, Costa de Itacarí / Serra Grande, Concha D'Ostra, Corumbau e Fazenda Araçari.[2]

Comportamento

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O lagartinho-de-linhares é diurno, terrícola e forrageador ativo. Inicia sua atividade por voltas das oito da manhã, com pico das 10 às 12h. É o único das espécies de Ameivula das restingas brasileiras a se reproduzir por partenogênese. Ovíparo, aparentemente se reproduz ao longo do ano todo e produz ninhada de dois a quatro ovos. Sua temperatura média é de 37 °C. Se alimenta de presas sedentárias como larvas e cupins. Seu comprimento rostro-cloacal é de 56 milímetros. A eles se associam seis espécies de helmintos parasitários.[2]

Conservação

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Embora faltem dados precisos acerca do total de sua população, é assumido que a pressão crescente em seu habitat natural e a disjunção de suas subpopulações esteja provocando um declínio do número total de lagartinhos-de-linhares. Em 2005, a densidade média da espécie foi estimada em 2,5 por hectare. Como se estima que entre 2003 e 2013 houve uma redução de 50% de seu habitat, e como um decênio equivale a três gerações à espécie, é sugerido que a redução populacional seja proporcional à perda de hábitat.[2] Em 2005, foi classificado como vulnerável na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo;[3] em 2013, foi classificado como em perigo na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN). Em 2014, foi classificado como em perigo na Portaria MMA N.º 444 de 17 de dezembro de 2014;[4] em 2017, como em perigo na Lista Oficial das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção do Estado da Bahia;[5][6] e em 2018, como em perigo no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).[7]

Lagartinho-de-linhares originalmente era classificado dentro do gênero Cnemidophorus, mas desde 2012 passou a fazer parte de um gênero próprio, o Ameivula. Seu antigo gênero, por sua vez, ainda precisa de uma revisão taxonômica.[2]

Referências

  1. Silveira, A.L., Nogueira, C. de C., Borges-Nojosa, D.M., Costa, G. C., de Moura, G. J. B., Winck, G., Colli, G. R., Silva, J.R.S., Viñas, L.V., Ribeiro Júnior, M.A., Hoogmoed, M.S., Tinôco, M.S.T., Almeida-Santos, P., Valadão, R., de Oliveira, R.B., Avila-Pires, T.C.S., Ferreira, V.L. & de Menezes, V.A. (2021). «Lagartinho nativo, Ameivula nativo». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2021. Consultado em 17 de abril de 2022 
  2. a b c d e «Avaliação do Risco de Extinção de Ameivula nativo (Rocha, Bergallo & Peccinini-Seale, 1997) no Brasil». Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). 2013. Consultado em 17 de abril de 2022 
  3. «Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo». Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), Governo do Estado do Espírito Santo. Consultado em 7 de julho de 2022. Cópia arquivada em 24 de junho de 2022 
  4. «PORTARIA N.º 444, de 17 de dezembro de 2014» (PDF). Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), Ministério do Meio Ambiente (MMA). Consultado em 24 de julho de 2021. Cópia arquivada (PDF) em 12 de julho de 2022 
  5. «Lista Oficial das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção do Estado da Bahia.» (PDF). Secretaria do Meio Ambiente. Agosto de 2017. Consultado em 1 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 2 de abril de 2022 
  6. «Ameivula nativo (Rocha, Bergallo & Peccinini-Seale, 1997)». Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). Consultado em 17 de abril de 2022. Cópia arquivada em 9 de julho de 2022 
  7. «Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção» (PDF). Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. 2018. Consultado em 3 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 3 de maio de 2018