Antofalla – Wikipédia, a enciclopédia livre
Antofalla | |
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Antofalla e Antofalla Central vistos do norte | |
Localização na Argentina | |
Coordenadas | |
Altitude | 6437 m (22841 pés) |
Proeminência | 1957 m |
Isolamento | 113,8 km |
Localização | Província de Catamarca, Argentina |
Cordilheira | Andes |
Primeira ascensão | Antes de 1500 por Inca |
O Antofalla é um maciço vulcânico no norte na Província de Catamarca, na Argentina. Compõe-se de duas montanhas separadas, tendo o pico principal 6.440m[1], sendo a 18º montanha mais alta dos Andes, e o Antofalla Central 6.395m, sendo a 25º mais alta[2].
Existem várias teorias sobre a origem do nome, que pode ser é uma palavra composta da língua Diaguita ou Cunza e significar o lugar onde o sol morre[3], ou do quéchua 'anta', cobre e 'pallay' ou recolher, sendo então um recolher cobre[4].
Geografia e Geomorfologia
[editar | editar código-fonte]O vulcão Antofalla faz parte da Zona Vulcânica Central dos Andes[5], formada pela subducção da Placa de Nazca sob a Placa Sul-Americana. Alguns autores apresentam esse vulcão como ativo, tendo sido reportadas fumarolas em 1901 e 1911[6]. Porém estudos mais recentes datam as últimas erupções do Pleistoceno[7]. Sendo um vulcão que teve um período ativo bastante extenso, sua composição é complexa, sendo formado por domos de lava, rochas piroclásticas e um estratovulcão[8].
Encontra-se a oeste do Salar de Antofalla, um dos maiores salares do planeta, que possui a peculiaridade de nunca exceder uma largura de 12 km[9], mesmo possuindo um comprimento total de 150 km no sentido norte-sul.
Toda a área encontra-se em uma das partes mais áridas da Puna do Atacama, com precipitações de cerca de 150mm/ano[8], grande parte sendo neve nas partes mais altas. Essa aridez traz pouca cobertura vegetal, que se resume a algumas gramíneas nas áreas onde água de degelo corre em partes do ano.
Presença pré-colombiana
[editar | editar código-fonte]Ruínas incas podem ser encontrados na cume do vulcão[10], conformando o que os arqueólogos chamam de apachetas que são uma espécie de altar de adoração inca[11]. Tal apacheta oferece a prova definitiva de inúmeras escaladas pré-colombianas. A peculiaridade das ruínas incas localizadas no Antofalla vem da disposição das pedras, tendo todo o cume sido aplainado e organizado com uma moldura de pedras[12].
Mineração
[editar | editar código-fonte]O vulcão Antofalla possui uma zona de alteração hidrotermal com mineralização polimetálica, que traz sedimentação de minérios de ouro, chumbo, prata e zinco.
Há registro de extração desses minerais em várias áreas:
- No lado leste de Antofalla na antiga mina Los Jesuitas[13].
- Ruínas de um assentamento de mineração de ouro perto da cidade de Antofalla.
- Um mapa de 1900 menciona a existência de uma mina de prata Antofaya no lado sudeste do complexo[14].
- Um mapa mais recente mostra a existência de um local de mineração na Quebrada de las Minas[7].
A mineração em Antofalla remonta pelo menos a 1700[15], e a infraestrutura incluía várias estruturas, inclusive moinhos. Ainda podem haver depósitos de minério significativos no vulcão, mas seu posicionamento profundo no complexo vulcânico dificulta a exploração[7].
Montanhismo
[editar | editar código-fonte]A primeira ascensão do pico principal na era moderna foi dos argentinos Jorge Cvitanic, Tito Rubio e Augusto Vallmitjana em 26 de agosto de 1955[12]. A temporada normal de escalada, porém é de novembro a abril. O acesso deve ser feito com veículo 4x4. A principal via de acesso é a partir da cidade de Antofagasta de la Sierra (último local com acesso a combustível), indo para a localidade de Antofalla e a partir daí circulando o vulcão pelo leste até o Salar de Archibarca[1], ao norte, onde se instala o campo base.
Os primeiros brasileiros a escalarem foram Waldemar Niclewicz e Pedro Hauck em 29 de dezembro de 2012[10][16]. Além deles, também Maria Tereza Ulbrich, Gabriel Tarso, Tiago Korb e Luciana Moro[17] também já chegaram ao cume. O argentino-brasileiro Máximo Kausch já esteve nos cumes das duas montanhas, as quais ele denomina Antofalla Leste e Sul[18].
Turismo
[editar | editar código-fonte]O Antofalla está em uma região quase desabitada, exceto pela pequena cidade de Antofalla, habitada por cerca de quarenta pessoas. Este é o caso em toda a região, que é sem dúvida uma das mais remotas e desoladas da Argentina. Turismo aqui está ligada na maior parte com a exploração.
Referências
- ↑ a b Biggar, John (11 de junho de 2021). The Andes - A Guide for Climbers and Skiers: Integral (em inglês). [S.l.]: Andes
- ↑ Delvaux, Marcelo (27 de julho de 2017). «Uma lista revisada para os 6 mil da Cordilheira dos Andes». Revista Blog de Escalada. Consultado em 27 de maio de 2023
- ↑ cybernautatn (24 de novembro de 2019). «Antofalla». Turismo en Argentina (em espanhol). Consultado em 27 de maio de 2023
- ↑ Valenzuela, Pedro Armengol (1918). Glosario etimológico de nombres de hombres, animales, plantas, ríos y lugares, y de vocablos incorporados en el lenguaje vulgar: aborígenes de Chile, y de algún otro país americano ... (em espanhol). [S.l.]: Imprenta universitaria
- ↑ «Global Volcanism Program | Antofalla». Smithsonian Institution | Global Volcanism Program (em inglês). Consultado em 27 de maio de 2023
- ↑ Sapper, Karl (1917). Katalog der geschichtlichen Vulkanausbrüche (em alemão). [S.l.]: K. J. Trübner
- ↑ a b c Richards, Jeremy P.; Ullrich, Thomas; Kerrich, Robert (15 de abril de 2006). «The Late Miocene–Quaternary Antofalla volcanic complex, southern Puna, NW Argentina: Protracted history, diverse petrology, and economic potential». Journal of Volcanology and Geothermal Research (em inglês) (3): 197–239. ISSN 0377-0273. doi:10.1016/j.jvolgeores.2005.10.006. Consultado em 27 de maio de 2023
- ↑ a b Seggiaro, R.; Becchio, R.; Pereyra, F.; Martínez, L. (2007). «Hoja Geológica 2569-IV, Antofalla, provincias de Catamarca y Salta» (PDF). Instituto de Geología y Recursos Minerales. Servicio Geológico Minero Argentino, (343)
- ↑ Kirbus, Federico B.; Kirbus, Federico B. (1995). Noroeste. Col: Guía ilustrada de las regiones turísticas argentinas / Federico B. Kirbus 1. ed ed. Buenos Aires: Librería "El Ateneo" Ed
- ↑ a b AM, Pedro Hauck-Equipe (20 de fevereiro de 2016). «Antes dos Primeiros: O montanhismo dos Incas». AltaMontanha. Consultado em 27 de maio de 2023
- ↑ Ceruti, María Constanza (1999). Cumbres sagradas del noroeste argentino: avances en arqueología de alta montaña y etnoarqueología de santuarios de altura andinos (em espanhol). [S.l.]: Editorial Universitaria de Buenos Aires. EUDEBA
- ↑ a b «Centro Cultural Argentino de Montaña». Centro Cultural Argentino de Montaña. Consultado em 27 de maio de 2023
- ↑ Richards, Jeremy P.; Ullrich, Thomas; Kerrich, Robert (1 de abril de 2006). «The Late Miocene Quaternary Antofalla volcanic complex, southern Puna, NW Argentina: Protracted history, diverse petrology, and economic potential». Journal of Volcanology and Geothermal Research: 197–239. ISSN 0377-0273. doi:10.1016/j.jvolgeores.2005.10.006. Consultado em 27 de maio de 2023
- ↑ Quesada, Marcos N. (junho de 2009). «Discursos cartográficos y territorios indígenas en Antofalla». Intersecciones en antropología (1): 155–166. ISSN 1850-373X. Consultado em 27 de maio de 2023
- ↑ Minerales, Argentina Servicio Geológico Minero Argentino Instituto de Geología y Recursos; Lavandaio, Eddy Omar Luis; Catalano, Edmundo (2004). «Historia de la Minería Argentina». ISSN 0328-2325. Consultado em 27 de maio de 2023
- ↑ «ANTOFALLA | Waldemar Niclevicz». Consultado em 27 de maio de 2023
- ↑ Korb, Tiago (3 de novembro de 2022). «Ascensão do Vulcão Antofalla 6464 m na Argentina.». Clube Trekking Santa Maria RS. Consultado em 27 de maio de 2023
- ↑ Brasil, True Climbing (20 de dezembro de 2017). «Montanhista Alcança Feito Inédito Internacional». True Climbing Brasil. Consultado em 27 de maio de 2023
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- PeakBagger Antofalla (Inglês)
- PeakVisor Antofalla Vista 3d do cume (Inglês)
- Lista de vulcões
- Antofalla (Catamarca)