Apeadeiro de Coa – Wikipédia, a enciclopédia livre
Coa | |||
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o apeadeiro de Côa, em 2009 | |||
Administração: | Infraestruturas de Portugal (norte)[1] | ||
Linha(s): | Linha do Douro (PK 180+583) | ||
Altitude: | 144 m (a.n.m) | ||
Coordenadas: | 41°5′1.68″N × 7°6′19.29″W (=+41.0838;−7.10536) | ||
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Município: | Vila Nova de Foz Côa | ||
Serviços: | sem serviços | ||
Inauguração: | 5 de maio de 1887 (há 137 anos) | ||
Encerramento: | 1988 (há 35 anos) |
O apeadeiro de Coa (nome anteriormente grafado como "Côa", alterado já após o encerramento),[2] é uma interface encerrada da Linha do Douro, que servia a localidade de Vila Nova de Foz Côa, no distrito da Guarda, em Portugal. Entrou ao serviço em 5 de maio de 1887,[3] e foi encerrada em 1988.[4]
Descrição
[editar | editar código-fonte]Localização e acessos
[editar | editar código-fonte]Este apeadeiro situa-se no concelho de Vila Nova de Foz Côa, a cerca de 3,5 km do centro da vila (Torre do Relógio), via Caminho do Coa.[5]
Infraestrutura
[editar | editar código-fonte]O edifício de passageiros situa-se do lado poente da via (lado direito do sentido ascendente, para Barca d’Alva).[6] Este e as demais infraestruturas remanescentes encontram-se abandonadas, e em mau estado de conservação.[7]
História
[editar | editar código-fonte]Século XIX
[editar | editar código-fonte]A estação entrou ao serviço em 5 de Maio de 1887, em conjunto com a via férrea até ao Pocinho[3] Em 9 de Dezembro do mesmo ano abriu o lanço seguinte da Linha do Douro, até Barca d’Alva.[8][9]
Século XX
[editar | editar código-fonte]Em 1901, uma brigada técnica estava a estudar uma ligação entre esta estação e a Estrada Real n.º 34[10] (atual EN222). No entanto, em 1932 ainda não contava com qualquer acesso rodoviário.[11]
Em 1939, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses fez obras de reparação no edifício, sendo então considerado como estação.[12]
Ligações a outras linhas
[editar | editar código-fonte]Em 1897, foi apresentado um projecto de lei que autorizava o governo a abrir concurso para várias linhas e ramais ferroviários, incluindo uma ligação entre as Linhas do Douro e Beira Alta, seguindo pelos vales dos rios Távora ou Coa.[13] No Plano Geral da Rede Ferroviária, publicado pelo Decreto n.º 18:190, de 28 de março de 1930, um dos projectos introduzidos foi a Linha do Côa, em via estreita, que se devia iniciar no Pocinho, onde se ligaria à Linha do Sabor, e terminar em Idanha-a-Nova, onde seria continuada pela Linha da Sertã, até Nazaré.[14] Esta Linha do Côa deveria passar por Pinhel, Guarda, Sabugal e Penamacor.[14]
Em 1950, também estava planeada a construção de um linha desde esta estação até Vila Franca das Naves, na Linha da Beira Alta, embora este traçado fosse considerado de difícil construção, pelo que o jornalista José da Guerra Maio sugeriu que o ramal terminasse em Vilar Formoso, uma vez que se podia utilizar o planalto do Ribacoa, de terreno mais fácil.[15] Este ramal iria criar uma ligação ferroviária alternativa à Ponte de D. Maria Pia, na Linha do Norte, e à Linha internacional de Barca d'Alva-La Fregeneda a La Fuente de San Esteban, estando esta última já em declínio, retirando à cidade do Porto uma ligação directa a Salamanca, que poderia ser reposta através da outra linha internacional, até Vilar Formoso, caso fosse construída a Linha do Côa.[16]
Encerramento
[editar | editar código-fonte]Em 1985, Côa tinha já a categoria de apeadeiro,[6] tendo sido despromovida anteriormente.[quando?] Em 1988, foi encerrado o troço entre o Pocinho e Barca d’Alva, incluindo esta interface.[4]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- História da Linha do Douro
- Comboios de Portugal
- Infraestruturas de Portugal
- Transporte ferroviário em Portugal
- História do transporte ferroviário em Portugal
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- CAPELO, Rui; MONTEIRO, Augusto; NUNES, João; RODRIGUES, António; TORGAL, Luís; VITORINO, Francisco (1994). História de Portugal em Datas. [S.l.]: Círculo de Leitores, Lda. e Autores. 480 páginas. ISBN 972-42-1004-9
- MARTINS, João, BRION, Madalena, SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado. O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas
- REIS, Francisco; GOMES, Rosa; GOMES, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. p. 238. ISBN 989-619-078-X
Referências
- ↑ Diretório da Rede 2025. I.P.: 2023.11.29
- ↑ «Castanheira de Pêra e outros topónimos depois do Acordo Ortográfico [Acordo ortográfico]». FLiP. 24 de junho de 2009. Consultado em 27 de abril de 2014
- ↑ a b «Troços de linhas férreas portuguesas abertas à exploração desde 1856, e a sua extensão» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 69 (1652). 16 de Outubro de 1956. p. 528-530. Consultado em 24 de Maio de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ a b REIS et al, 2006:150
- ↑ OpenStreetMaps / GraphHopper. «Cálculo de distância pedonal (41.0832;-7.1054 → 41.0831;-7.1353)». Consultado em 13 de janeiro de 2023: 3420 m: desnível acumulado de +313−43 m
- ↑ a b (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
- ↑ «www.amdourosuperior.pt/omnidouro/rota_omnidouro.asp?ID_DB=715». Consultado em 16 de janeiro de 2009. Arquivado do original em 21 de janeiro de 2011
- ↑ MARTINS et al, 1996:12
- ↑ CAPELO et al, 1994:228
- ↑ MIRANDA, António Augusto Pereira de (16 de Abril de 1903). «Parte Official» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 16 (368). p. 119-130. Consultado em 6 de Março de 2012 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ ALCOBAÇA, Visconde de (1 de Dezembro de 1932). «Estradas Afluentes à Linha do Douro: Troço da Régua a Barca D'Alva» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 45 (1079). p. 559-561. Consultado em 6 de Março de 2012 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ «O que se fez em Caminhos de Ferro em 1938-39» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 52 (1266). 16 de Setembro de 1940. p. 638-639. Consultado em 19 de Janeiro de 2020 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ «Há Quarenta Anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 49 (1190). 16 de Julho de 1937. p. 367-368. Consultado em 29 de Julho de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ a b PORTUGAL. Decreto n.º 18:190, de 28 de Março de 1930. Ministério do Comércio e Comunicações - Direcção Geral de Caminhos de Ferro - Divisão Central e de Estudos - Secção de Expediente, Publicado na Série I do Diário do Governo n.º 83, de 10 de Abril de 1930.
- ↑ MAIO, Guerra (16 de Março de 1950). «A infeliz linha do Douro» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 63 (1494). p. 17-20. Consultado em 6 de Março de 2012 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ MAIO, José da Guerra (1 de Janeiro de 1956). «Reparos sobre turismo em Portugal» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 68 (1633). p. 41-43. Consultado em 19 de Janeiro de 2020 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Página sobre a Estação de Côa, no sítio electrónico Wikimapia» (em espanhol)
- Apeadeiro de Côa na base de dados SIPA da Direção-Geral do Património Cultural