Arrelia – Wikipédia, a enciclopédia livre

Arrelia
Nome completo Waldemar Seyssel
Nascimento 31 de dezembro de 1905
Jaguariaíva, PR
Nacionalidade brasileiro
Morte 23 de maio de 2005 (99 anos)
Rio de Janeiro, RJ
Ocupação ator, humorista e palhaço

Waldemar Seyssel, mais conhecido como Arrelia (Jaguariaíva, 31 de dezembro de 1905Rio de Janeiro, 23 de maio de 2005), foi um ator, humorista e palhaço brasileiro.

Trabalhou em alguns filmes como ator, sem se caracterizar de palhaço.[1]

Waldemar Seyssel nasceu em uma família ligada à história do circo no Brasil. Começou a atuar com seis anos de idade, no circo Chileno, de propriedade de seu tio, irmão de sua mãe.[2]

Seu avô Julio Seyssel, nascido na França, era professor na Universidade de Sorbonne. Ele conheceu e apoixonou-se por uma acróbata espanhola que trabalhava num circo.

Sua família não queria o casamento, mas os dois resolveram se casar mesmo assim. Júlio deixou o cargo de professor e foi morar no circo, onde tornou-se apresentador. O casal viajou para o Brasil junto com o Grande Circo inglês, dos Irmãos Charles, onde se radicaram, dando origem a uma linhagem circense. Arrelia tinha cinco irmãos que foram do circo, entre eles o palhaço Pimentinha e o palhaço Aleluia.

Anos depois Arrelia trocou os picadeiros pela televisão. Foi o primeiro da sua família a abandonar o circo, pois dizia que o trabalho não dava dinheiro suficiente para viver. Em 1958, seus irmãos começaram a trabalhar com ele na TV Record.

Waldemar Seyssel iniciou seus trabalhos saltando, passando depois pelo trapézio, pela cama elástica e em outras acrobacias, com seus dois irmãos, Henrique e Paulo. Mas quando o pai, cansado, deixou o circo, substituiu o nome artístico, usando o apelido de família que seu tio Henrique lhe dera: Arrelia. Seu primeiro parceiro foi o ator Feliz Batista, que fazia o palhaço de cara branca, vindo depois o irmão Henrique Sobrinho. Finalmente, quando trocou o circo pela televisão, em 1953, teve como parceiro o palhaço Walter Seyssel Pimentinha, seu sobrinho.[3]

Caracterização do palhaço Arrelia

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Ele próprio dizia ser um palhaço bem diferente. Alto e desengonçado, quando todos os palhaços excêntricos são baixos, sem sapatos de bicos imensos e finos e sem bengalas compridas, falando difícil sem saber e errando sempre. Enfim, é um tipo de rua, "um misto de gente que encontrei no circo, teatro, cinema, TV e na própria rua. Um tipo que vai indo aos trambolhões, mas vai indo, mesmo sem instrução e metido a sebo". Ele acreditava muito no estudo acurado do personagem que representava e que o sucesso dependia muito disso.[4]

Faleceu aos 99 anos, no dia 23 de maio de 2005, na cidade do Rio de Janeiro.[5]

Arrelia popularizou a marcha "Tudo bem", de autoria dele Manoel Ferreira e Antônio Mojica. O refrão usa seu conhecido bordão. A marcha pode ser ouvida em um dueto de Arrelia e Berta Loran no filme "O Barbeiro que se Vira", de 1958.[6]

Como vai? Como vai? Como vai?

Como vai? Como vai, vai, vai? Muito bem! Muito bem! Muito bem! Muito bem! Muito bem! Bem! Bem!

Você vai bem? Eu vou também! E ele como é que vai?

Vai muito bem, muito bem, bem, bem.
  • 1953/54 - Circo do Arrelia (TV Paulista)
  • 1955/71 - Circo do Arrelia (TV Record)
  • 1958 - Triste História de Um Palhaço (TV Record)
  • 1972/74 - Circo do Arrelia (TVEducativa)
Wikiquote
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O Wikiquote possui citações de ou sobre: Waldemar Seyssel

Referências

  1. «Especial Palhaço Arrelia». Assembleia Legislativa de São Paulo Paulo. Consultado em 26 de maio de 2024 
  2. Novabrasil (31 de dezembro de 2022). «Como vai? Como vai? Como vai? Você se lembra do Palhaço Arrelia?». Novabrasil. Consultado em 26 de maio de 2024 
  3. «PALHAÇO ARRELIA». Rede Estação Democracia - RED. 13 de agosto de 2023. Consultado em 26 de maio de 2024 
  4. «Circodata - Dicionário do Circo Brasileiro». www.circodata.com.br (em inglês). Consultado em 26 de maio de 2024 
  5. «Folha de S.Paulo - Primeiro palhaço da televisão, Arrelia morre no Rio - 24/05/2005». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 26 de maio de 2024 
  6. «Arrelia (1906-2005)». Centro de Memória do Circo. Consultado em 26 de maio de 2024 
  7. Cinemateca Brasileira, Susana e o Presidente [em linha]
  8. «FILMOGRAFIA - O HOMEM DOS PAPAGAIOS». bases.cinemateca.gov.br. Consultado em 11 de fevereiro de 2019 
  9. «FILMOGRAFIA - DESTINO EM APUROS». bases.cinemateca.gov.br. Consultado em 11 de fevereiro de 2019 
  10. Cinemateca Brasileira, O Barbeiro que se Vira [em linha]
  • Seyssel, Waldemar (o Arrelia) - Arrelia e o Circo. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1997.
  • Seyssel, Waldemar - O menino que queria ser palhaço. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1992.
  • Seyssel, Waldemar - Arrelia, uma autobiografia. São Paulo: Edição Ibrasa – Instituição Brasileira de Difusão Cultural Ltda., 1997.

Ligações externas

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