Associação Brasileira de Relações Internacionais – Wikipédia, a enciclopédia livre
Fundação | 30 de setembro de 2005 (19 anos) |
Sede | Belo Horizonte, |
Línguas oficiais | Português |
Presidente | Ana Carolina Teixeira Delgado |
Sítio oficial | www |
A Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI) é uma entidade sem fins lucrativos, que reúne acadêmicos - pesquisadores, professores e estudantes - e profissionais da área de Relações Internacionais no Brasil, sendo um agente institucional indutor da melhoria da qualidade da pesquisa e da formação em pós-graduação no campo das relações internacionais como uma área especializada em relação às demais ciências sociais.[1]
História
[editar | editar código-fonte]As origens de um estudo especificamente voltado para as relações internacionais no Brasil remontam ainda à primeira metade do século XIX, segundo o historiador José Honório Rodrigues que, em publicação da década de 1950, afirmou que a primeira referência para a área de relações internacionais teria sido o Instituto Histórico e Geográfico do Brasil.[2]
O IHGB teria enviado o primeiro pesquisador público brasileiro para investigar em arquivos ibéricos informações sobre questões internacionais que afetavam o Brasil. Assim, José Maria do Amaral foi o enviado a Portugal e Espanha para copiar os documentos diplomáticos relativos à história brasileira, por meio de decreto imperial de 1839. Pouco tempo depois, a partir de 1842, Francisco Adolfo de Varnhagen teria sido enviado para a Lisboa para pesquisar a documentação da Torre do Tombo.[2]
A despeito desses registros históricos, o próprio José Honório Rodrigues identificava que até 1952 inexistiam nas universidades uma pesquisa acadêmica especializada nesse campo, diferente do que ocorria em universidades da Europa e América do Norte.[2]
A área de Relações Internacionais é de constituição bastante recente no país, dado evidenciado pelo crescimento dos cursos de graduação e de pós-graduação, que começou em meados dos anos 1990, mas se concentrou na década de 2000. Assim, a criação da ABRI em 2005 foi um acontecimento importante para a consolidação no Brasil dessa área científica das humanidades.[3]
A ABRI foi fundada em 30 de setembro de 2005 com o objetivo de solidificar a institucionalização da área das relações internacionais no Brasil, como um campo autônomo, estimulando o aperfeiçoamento de programas de pós-graduação stricto sensu[1][3][4].
Desde o início de sua fundação, em 2005, quando foi eleito Eiiti Sato, então professor da Universidade de Brasília, como seu primeiro presidente, o qual seria sucedido por Mônica Herz, da PUC-Rio, a ABRI foi responsável por proporcionar mudanças relevantes que levaram a que os órgãos governamentais de fomento à ciência, tecnologia e inovação passassem a considerar as relações internacionais como um campo autônomo de conhecimento,[5][6] quando CAPES e CNPQ reconheceram em seus comitês científicos a área de relações internacionais.[1]
Com sede na cidade do Belo Horizonte, a ABRI vem atuando no aperfeiçoamento da pesquisa e pós-graduação em Relações Internacionais no Brasil, ao agir como fórum de debates e de divulgação das investigações realizadas pelos programas de pós-graduação stricto sensu, promovendo a interlocução entre pesquisadores do campo internacionalista, além de ser reconhecida como espaço de qualificação das produções acadêmicas na área[1][3], a exemplo do campo de economia política internacional.[7]
A partir dos anos de 2007, a ABRI passou a organizar o seu principal evento científico visando contribuir para a pesquisa em Relações Internacionais, ao produzir um conhecimento próprio que fosse mais do que complementar (ou mesmo derivado) das demais ciências sociais.[3]
Direção
[editar | editar código-fonte]A direção da ABRI teve os seguintes estudiosos como presidentes[6][8]:
Mandato | Presidente | UF de origem | Doutorado | Afiliação universitária |
---|---|---|---|---|
2005-2007 | Eiiti Sato | Sociologia (USP) Brasil | UnB | |
2007-2009 | Mônica Herz | Relações Internacionais (LSE) Reino Unido | PUC-Rio | |
2009-2011 | José Flávio Sombra Saraiva | Humanidades (University of Birmingham) Reino Unido | UnB | |
2011-2015 | Paulo Luiz Moreaux Lavigne Esteves | Ciência Política (IUPERJ) Brasil | PUC-Rio | |
2015-2019 | Eugenio Pacelli Lazzarotti Diniz Costa | Engenharia de Produção (UFRJ) Brasil | PUC-MG | |
2019-2021 | Deisy Ventura | Direito Internacional (Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne) França | USP | |
2021- | Ana Carolina Teixeira Delgado | Relações Internacionais (PUC-Rio) Brasil | UNILA |
Referências
- ↑ a b c d João Nackle Urt, Lara Martim Rodrigues Selis, Victor Coutinho Lage (2019). «Entrevista com João Pontes Nogueira». Monções: Revista de Relações Internacionais da UFGD. Dourados: UFGD. Consultado em 16 de fevereiro de 2024
- ↑ a b c Tullo Vigevani, Laís Forti Thomaz, Lucas Amaral Batista Leite (2016). «PÓS-GRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS NO BRASIL: ANOTAÇÕES SOBRE SUA INSTITUCIONALIZAÇÃO». Revista Brasileira de Ciências Sociais. Scielo. Consultado em 16 de fevereiro de 2024
- ↑ a b c d Carlos Aurélio Pimenta de Faria (2011). «O ensino e a pesquisa sobre política externa no campo das Relações Internacionais do Brasil» (PDF). 3° Encontro Nacional ABRI 2011. São Paulo: Scielo Proceedings. Consultado em 16 de fevereiro de 2024
- ↑ «Estatuto da Associação Brasileiro de Relações Internacionais». ABRI. 2020. Consultado em 16 de fevereiro de 2024
- ↑ Manuel Domingos (2008). «Segurança e Defesa como área do conhecimento científico». Revista Brasileira de Estudos Estratégicos. UFF. Consultado em 16 de fevereiro de 2024
- ↑ a b «Entrevista com o professor Doutor José Flávio Sombra Saraiva (UnB)». Monções: Revista de Relações Internacionais da UFGD. Dourados: UFGD. 2014. Consultado em 16 de fevereiro de 2024
- ↑ Leonardo Ramos, Marina Scotelaro (2018). «O estado da arte da Economia Política Internacional no Brasil: possibilidades para se pensar (e praticar) uma EPI a partir de baixo». Desafíos: revista del Grupo de Estudios Políticos e Internacionales de la Universidad del Rosario. Scielo Colómbia. Consultado em 16 de fevereiro de 2024
- ↑ «Galeria de presidentes». Consultado em 16 de fevereiro de 2024