Jyotisha – Wikipédia, a enciclopédia livre

Astrologia védica

Jyotisha (em sânscrito jyotiṣa, "conhecimento da luz") também conhecida como astrologia védica, astrologia indiana ou astrologia hindu, é o sistema indiano de astrologia. O segundo termo começou a ser utilizado na década de 1980 em publicações de medicina Aiurveda e ioga. O Vedanga Jyotisha é um dos textos mais antigos de astronomia dos Vedas.[1][2][3] A astrologia védica é conhecida nos meios de estudos astrológicos como a forma de astrologia mais precisa de todas, pois esta Astrologia é baseada no céu aparente, o que se mistura com a Astrologia Sideral. Alguns autores declaram que a astrologia natal védica surgiu no subcontinente indiano após influências helênicas, após o período védico.[4] Nos contos épicos de Ramayana e Mahabharata, apenas astrologia eletiva, interpretação de sonhos e fisionomia são utilizados. Desde a decisão do governo Indiano em 2001, algumas universidades indianas oferecem curso superior de astrologia védica. Apesar de nunca ter sido cientificamente testada como o ramo da astrologia ocidental, é também rejeitada pela comunidade científica e atualmente classificada como pseudociência.[5][6][7][8][9] Diferente da versão ocidental, a astrologia oriental considera a precessão dos equinócios e as posições siderais das constelações do zodíaco e contém elementos novos, como as mansões lunares (nakshatras).

A astrologia védica é um dos Vedangas, as seis disciplinas principais da crença védica hindu.[10] Seu propósito inicial era a confecção de um calendário para escolher as datas de sacrifícios rituais.[10] Inicialmente, o termo sânscrito "graha" não era sinônimo de planetas, mas era utilizado para se referir a supostos demônios que se originavam durante eclipses, dentre eles, Rahu.[10] Esta segunda fase de intercâmbio de descobertas com a astrologia helênica acontece no século I, o livro Yavanajātaka ("O que dizem os gregos") foi traduzido do grego para o sânscrito por volta do século II[11] E a semana de sete dias começou a ser utilizada.[10][12] Os principais textos reconhecidos deste segundo momento datam de compilações da era medieval, entre eles o notável Brihat Parashara Hora Shastra de Parashara, Brihat Jataka de Varaha Mihira e Sārāvalī de Kalyāṇavarma.[13] Estas obras de Varaha Mihira, Parashara e Jaimini foram traduzidos nos últimos anos em língua portuguesa pela comunidade brasileira[14][15], assim como o tratado de Praśna Tantra de Śrī Nīlakanta. Na atualidade, a astrologia permanece como uma faceta importante da vida hindu. Os recém-nascidos têm seus nomes escolhidos a partir dos seus mapas natais, os festivais são organizados de acordo com este conhecimento, datas de escolhas de casamento, abrir novos negócios, mudar-se de casa e de trabalho. A astrologia tem status iguais às outras ciências na Índia moderna com cursos de ensino superior.[16] Jaimini foi um antigo estudioso nepalês que fundou a escola Mimansa de filosofia hindu. Ele era um discípulo do sábio Veda Vyasa, o filho de Parashara. Tradicionalmente atribuído a ser o autor dos Mimamsa Sutras e Jaimini Sutras, estima-se que ele tenha vivido por volta do século IV a.C.. Sua escola é considerada não-teísta, mas uma que enfatiza as partes rituais dos Vedas como essenciais para o Dharma.[17]

Referências

  1. Thompson, Richard L. (2004). Vedic Cosmography and Astronomy. [S.l.: s.n.] pp. 9–240 
  2. Jha, Parmeshwar (1988). Āryabhaṭa I and his contributions to mathematics. [S.l.: s.n.] p. 282 
  3. Puttaswamy, T.K. (2012). Mathematical Achievements of Pre-Modern Indian Mathematicians. [S.l.: s.n.] p. 1 
  4. Pingree(1981), p.67ff, 81ff, 101ff
  5. Thagard, Paul R. (1978). «Why Astrology is a Pseudoscience» (PDF). The University of Chicago Press. Proceedings of the Biennial Meeting of the Philosophy of Science Association. 1: 223–234 
  6. Astrology. [S.l.]: Encyclopædia Britannica 
  7. Sven Ove Hansson; Edward N. Zalta. «Science and Pseudo-Science». Stanford Encyclopedia of Philosophy. Consultado em 6 de julho de 2012 
  8. «Astronomical Pseudo-Science: A Skeptic's Resource List». Astronomical Society of the Pacific 
  9. Hartmann, P.; Reuter, M.; Nyborga, H. (maio de 2006). «The relationship between date of birth and individual differences in personality and general intelligence: A large-scale study». Personality and Individual Differences. 40 (7): 1349–1362. doi:10.1016/j.paid.2005.11.017. To optimise the chances of finding even remote relationships between date of birth and individual differences in personality and intelligence we further applied two different strategies. The first one was based on the common chronological concept of time (e.g. month of birth and season of birth). The second strategy was based on the (pseudo-scientific) concept of astrology (e.g. Sun Signs, The Elements, and astrological gender), as discussed in the book Astrology: Science or superstition? by Eysenck and Nias (1982). 
  10. a b c d Flood, Gavin. Yano, Michio. 2003. The Blackwell Companion to Hinduism. Malden: Blackwell.
  11. Mc Evilley "The shape of ancient thought", p385 ("The Yavanajātaka is the earliest surviving Sanskrit text in horoscopy, and constitute the basis of all later Indian developments in horoscopy", himself quoting David Pingree "The Yavanajātaka of Sphujidhvaja" p5)
  12. Flood, p.382
  13. David Pingree, Jyotiḥśāstra (J. Gonda (Ed.) A History of Indian Literature, Vol VI Fasc 4), p.81
  14. «Brihat Parashara Hora Shastra - A Bíblia da Astrologia Védica». astrologiaabav.org. Consultado em 11 de março de 2019 
  15. «Astrologia Segundo Jaimini - Jaimini Upadesa Sutras». astrologiaabav.org. Consultado em 5 de fevereiro de 2020 
  16. "In countries such as India, where only a small intellectual elite has been trained in Western physics, astrology manages to retain here and there its position among the sciences." David Pingree and Robert Gilbert, "Astrology; Astrology In India; Astrology in modern times" Encyclopædia Britannica 2008
  17. Lochtefeld, James (2002). The Illustrated Encyclopedia of Hinduism. [S.l.]: Rosen Publishing. pp. 437,438 
  • Kim Plofker, "South Asian mathematics; The role of astronomy and astrology", Encyclopædia Britannica (online edition, 2008)
  • David Pingree and Robert Gilbert, "Astrology; Astrology In India; Astrology in modern times", Encyclopædia Britannica (online edition, 2008)
  • "Hindu Chronology" Encyclopædia Britannica Eleventh Edition (1911)
  • David Pingree, "Astronomy and Astrology in India and Iran", Isis – Journal of The History of Science Society (1963), 229–246.
  • David Pingree, Jyotiḥśāstra in J. Gonda (ed.) A History of Indian Literature, Vol VI, Fasc 4, Otto Harrassowitz, Wiesbaden (1981).
  • Ebenezer Burgess, "On the Origin of the Lunar Division of the Zodiac represented in the Nakshatra System of the Hindus", Journal of the American Oriental Society (1866).
  • William D. Whitney, "On the Views of Biot and Weber Respecting the Relations of the Hindu and Chinese Systems of Asterisms"", Journal of the American Oriental Society (1866).
  • Satish Chandra, "Religion and State in India and Search for Rationality", Social Scientist (2002).
  • Sanat Kumar Jain, "Astrology a science or myth" highlighting how every principle like signlord, aspect, friendship-enmity, exalted-debilitated, Mool trikon, dasha, Rahu-Ketu, etc. were framed on the basis of the ancient concept that Sun is nearer than the Moon from the Earth, etc.

Ligações externas

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