Belmiro de Almeida – Wikipédia, a enciclopédia livre
Belmiro de Almeida | |
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Nascimento | 22 de maio de 1858 Brasil |
Morte | 12 de junho de 1935 (77 anos) Paris |
Cidadania | Brasil |
Ocupação | pintor, desenhista, caricaturista, escultor |
Belmiro de Almeida (Serro, 22 de maio de 1858 — Paris, 12 de junho de 1935) foi um pintor, desenhista, escultor e caricaturista brasileiro.[1]
Vida e obra
[editar | editar código-fonte]Belmiro de Almeida fez seus primeiros estudos de desenho e pintura no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. Ingressou logo depois na Academia Imperial de Belas Artes, onde teve como professores Agostinho José da Mota, Zeferino da Costa e José Maria de Medeiros.[1]
Na década de 1880, viajou para a Europa, visitando Paris. Em Paris frequentou o ateliê de Jules Joseph Lefebvre, participou de salões e realizou exposições individuais. A partir de então, alterna residência entre Paris e Rio de Janeiro.[1]
Em 1886, Belmiro retratou em duas pinturas impressionistas um personagem negro liberto no centro da tela identificado como Príncipe Obá, uma auto-intitulação de Cândido da Fonseca Galvão.[2][3] Em 1887, expôs Arrufos, sua pintura mais conhecida, que destaca-se pelo tom levemente irônico com o qual foi retratada,[1] e pela polêmica provocada pelo quadro ao público e aos críticos da época.[4] Em Retrato de Abigail Seabra aos 12 Anos de Idade, e em obras de paisagens como Paisagem em Dampierre (2) e Le Chemin de La Ferme, o artista se inspira na técnica do pontilhismo. Já em Mulher em Círculos, de 1921, Belmiro trabalha com uma estética futurista.[1] Em suas obras realizadas na Europa, buscou retratar o ambiente camponês em que se encontrava, como é o caso da pintura Bom Tempo. Em 1892, pintou Efeitos do Sol, em que Belmiro utiliza de técnicas impressionistas para retratar a luz e a atmosfera do ambiente campestre.[5]
No Brasil, ocupou interinamente, de 1893 a 1896, a cadeira de Desenho Figurado na antiga Escola Nacional de Belas Artes, em substituição a Pedro Weingärtner. Em 1916 foi contratado pela escola para reger a cadeira de Desenho de Modelo-Vivo. Dedicou-se a caricatura, colaborando nos principais periódicos cariocas da época e também à escultura, em que o seu trabalho mais conhecido é a figura do manequinho, instalada em uma praça pública no Bairro de Botafogo.
Fixou-se definitivamente em Paris no fim da Primeira Guerra Mundial. No Salão Nacional de Belas Artes, conquistou a medalha de ouro de segunda classe em 1894, e a grande medalha de ouro em 1921. Sua obra integra o acervo de importantes instituições como o Museu Nacional de Belas Artes. Ali se encontra que uma de suas telas mais famosas, Arrufos, que traz o poeta e crítico de arte Gonzaga Duque como modelo; também o poeta se inspiraria no pintor para criar um personagem (agrário) do romance Mocidade morta (1899).
No Rio, trabalhou como caricaturista em diversas revistas, como A Cigarra e O Malho. Belmiro morreu em Paris no ano de 1935.[1]
Galeria
[editar | editar código-fonte]- A má notícia
- Rua da Itália
- Príncipe Obá
- A tagarela
- Vaso com flores
- Dame à La Rose
- Namoro do guarda
- Alegoria
- Mulher em círculos
- O Pintor Belmiro de Almeida, de Almeida Júnior
- Belmiro de Almeida, menina com pingentes de ouro, 1896, óleo sobre tela, 47,5x42,5 cm Foto de Gedley Belchior Braga
- Belmiro de Almeida, Menino com Bandolim, c.1893, óleo sobre tela, 150 × 100 cm, Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c d e f "Belmiro de Almeida". Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Acessado em 6 de maio de 2020. ISBN 978-85-7979-060-7.
- ↑ Lima, Heloisa Pires. "A presença negra nas telas: visita às exposições do circuito da Academia Imperial de Belas Artes na década de 1880" (1 de janeiro de 2008) 19&20. Acessado em 6 de maio de 2020.
- ↑ "Príncipe Obá - Belmiro de Almeida" Catálogo das Artes. Acessado em 6 de maio de 2020.
- ↑ Vieira, Samuel Mendes. "À flor da pele: Amuada de Belmiro de Almeida e a pintura na segunda metade do século XIX" (2014). Universidade Federal de Juiz de Fora. Acessado em 6 de maio de 2020.
- ↑ Corassa, Maria Auxiliadora de Carvalho. "Retrato de casal - uma proposta de leitura da obra “Idílio Campestre”, de Belmiro de Almeida" (1 de janeiro de 2007). 19&20. Acessado em 12 de maio de 2020.
Leitura de apoio
[editar | editar código-fonte]- José Maria dos Reis Júnior, Belmiro de Almeida, 1858-1935, Edições Pinakotheke, 1984