Brumadinho – Wikipédia, a enciclopédia livre

Brumadinho
  Município do Brasil  
Portal da cidade
Portal da cidade
Portal da cidade
Símbolos
Bandeira de Brumadinho
Bandeira
Brasão de armas de Brumadinho
Brasão de armas
Hino
Gentílico brumadinhense[1]
Localização
Localização de Brumadinho em Minas Gerais
Localização de Brumadinho em Minas Gerais
Localização de Brumadinho em Minas Gerais
Brumadinho está localizado em: Brasil
Brumadinho
Localização de Brumadinho no Brasil
Mapa
Mapa de Brumadinho
Coordenadas 20° 08′ 34″ S, 44° 12′ 00″ O
País Brasil
Unidade federativa Minas Gerais
Região metropolitana Belo Horizonte
Municípios limítrofes Ibirité, Sarzedo, Mário Campos, São Joaquim de Bicas, Igarapé, Itatiaiuçu, Rio Manso, Bonfim, Belo Vale, Moeda, Itabirito, Nova Lima e Belo Horizonte.
Distância até a capital 51 km
História
Fundação 17 de dezembro de 1938 (85 anos)[2]
Administração
Distritos
Prefeito(a) Avimar de Melo Barcelos (PV, 2021–2024)
Características geográficas
Área total [1] 639,434 km²
População total (censo IBGE/2022[1]) 38 915 hab.
Densidade 60,9 hab./km²
Clima tropical (Aw)
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 35460-000 a 35469-999[4]
Indicadores
IDH (PNUD/2010[5]) 0,747 alto
PIB (IBGE/2016[6]) R$ 1 538 748,47 mil
PIB per capita (IBGE/2016[6]) R$ 40 099,77
Sítio www.brumadinho.mg.gov.br (Prefeitura)
www.cmbrumadinho.mg.gov.br (Câmara)

Brumadinho é um município brasileiro no estado de Minas Gerais, Região Sudeste do país. Está localizado na Região Metropolitana de Belo Horizonte e sua população recenseada em 2022 era de 38 915 habitantes.[1]

O nome "Brumadinho" deriva-se do nome do povoado que deu origem à cidade. A região do vale do Paraopeba foi ocupada por bandeirantes paulistas no fim do século XVII. Nessa época, foram fundados os povoados de São José do Paraopeba, Piedade do Paraopeba, Aranha e Brumado do Paraopeba, também conhecido como Brumado Velho. Este nome deve-se às brumas comuns em toda a região montanhosa em que se situa o município, especialmente no período da manhã.[7][8]

Rompimento da Barragem de Brumadinho

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O rompimento de barragem em Brumadinho em 25 de janeiro de 2019 foi o maior acidente de trabalho no Brasil em perda de vidas humanas e o segundo maior desastre industrial do século.[9] Foi um dos maiores desastres ambientais da mineração do país, depois do rompimento de barragem em Mariana.[10] Três anos após a tragédia, quatro das 270 vítimas permanecem desaparecidas.[11]

De acordo com a divisão regional vigente desde 2017, instituída pelo IBGE,[12] o município pertence às Regiões Geográficas Intermediária e Imediata de Belo Horizonte. Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, fazia parte da microrregião de Belo Horizonte, que por sua vez estava incluída na mesorregião Metropolitana de Belo Horizonte.[13]

O município de Brumadinho é cortado pelas rodovias BR-381 (São Paulo-Belo Horizonte) e BR-040 (Rio de Janeiro-Belo Horizonte), sendo possível chegar à sede municipal a partir de ambas as rodovias. O acesso mais curto da capital à cidade de Brumadinho é pela rodovia MG-040, a chamada Via do Minério, uma estrada mais direta que sai da região do Barreiro, na parte sudoeste da capital, e atravessa os municípios de Ibirité e Mário Campos antes de chegar a Brumadinho. Há uma curta divisa direta de Brumadinho com o município da capital, localizada entre uma remota área montanhosa, de difícil acesso. Possui um acesso ferroviário voltado atualmente para o transporte de cargas pela Linha do Paraopeba da antiga Estrada de Ferro Central do Brasil, ligando a cidade à capital mineira e ao Rio de Janeiro, ao se entroncar com a Linha do Centro da antiga companhia.[14]

Cachoeira do ribeirão Casa Branca, na zona rural do município, próximo a Casa Branca.

Apesar de sua pequena população, Brumadinho se destaca na Região Metropolitana de Belo Horizonte por causa de seus grandes mananciais de água, possibilitados pela extensão relativamente grande do município e pelo relevo montanhoso. Um quarto da água que abastece a região metropolitana vem dos mananciais de Brumadinho e dos municípios vizinhos, através dos sistemas Rio Manso e Catarina, operados pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA).[15]

Ainda no município, há uma grande lavra de água mineral, explorada pela empresa Hidrobrás e comercializada sob a marca "Ingá".[16] Segundo o jornal Estado de Minas, "a maior fonte de água mineral do mundo" estaria localizada na serra que separa os municípios de Brumadinho e Mário Campos.

Em 25 de janeiro de 2019, ocorreu um rompimento na barragem do córrego do Feijão, construída para contenção de rejeitos de minério de ferro pela mineradora Ferteco Mineração e adquirida pela mineradora Vale S.A..[17] O evento provocou o escoamento de lama que atingiu parte da área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco e comprometeu a área a jusante da barragem.[18]

Divisão territorial

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Igreja Nossa Senhora da Piedade, no distrito de Piedade do Paraopeba.

Bairros rurais e povoados

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Instituto Inhotim

O município de Brumadinho tem sua principal base econômica sustentada pela atividade da mineração, sobretudo pela atuação da Vale S.A.. Em 2017 o município recebeu 35,6 milhões de reais a título de compensação ambiental pelos estragos causados pela extração de minério em seu território. Deste total, 65% vieram apenas da mineradora Vale.[19] Até 2018, somente a Mina Córrego do Feijão produziu anualmente 8,5 milhões de toneladas de minério de ferro, o que era equivalente a 2% da produção de minério de ferro da Vale.[20]

Circundado por pelo menos quatro serras, entre elas a do Rola-Moça e a da Moeda, Brumadinho começou a explorar, sobretudo recentemente, as paisagens naturais.[19] O número de leitos de hotelaria saltou de 300 em 2008 para 1 300 no levantamento de 2016.[19]

Embora o turismo no município ainda seja considerado recente e contribui com uma pequena parcela das receitas municipais, centenas de empreendedores dependem do setor em Brumadinho,[19] que possuía até então, inúmeros atrativos turísticos, turismo cultural e ecológico que também movimentam a economia local, a exemplo: o Parque Estadual da Serra do Rola-Moça,[21] a Serra da Moeda (local de prática de esportes radicais), o circuito turístico de Veredas do Paraopeba,[22] que engloba vários conjuntos paisagísticos e que são considerados patrimônios históricos tombados pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais, onde incluem edificações construídas no século XVIII, a exemplo da Fazenda dos Martins,[23] o povoado histórico de Piedade do Paraopeba, a histórica tricentenária Igreja Nossa Senhora da Piedade inaugurada em 1713 com ricos elementos artísticos e sacros,[24] a Igreja Nossa Senhora das Dores na localidade de Córrego do Feijão,[25] o distrito de Casa Branca, vilarejo rodeado por montanhas, abrigando pousadas e uma gastronomia baseada na culinária tradicional mineira, e o Instituto Inhotim, o maior museu a céu aberto da América Latina, com uma das mais expressivas coleções de arte contemporânea do Brasil, no distrito de mesmo nome;[26][27] que atraem muitas pessoas pela quantidade de belezas locais e regionais.[28]

A Corporação Musical Banda São Sebastião, fundada em 13 de maio de 1929 por Tarcilio Gomes da Costa, é uma atração à parte e é inclusive mais antiga que a própria instalação do município de Brumadinho, tendo completado 80 anos de existência em 2009.[29]

Praça Paulo Alves Moreira, no coração da cidade.

Principais pontos turísticos:

  • Rodeio de Brumadinho
  • Dezembrega
  • Carnaval de Brumadinho
  • Festa de São Sebastião
  • Jubileu de Nossa Senhora das Mercês
  • Festa da Cachaça
  • Festa da Mexerica
  • Festa do Milho
  • Festa da Jabuticaba

Referências

  1. a b c d Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). «Brumadinho». Consultado em 25 de agosto de 2023 
  2. Enciclopédia dos Municípios Brasileiros (2007). «Brumadinho - Histórico» (PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consultado em 25 de janeiro de 2019. Cópia arquivada (PDF) em 25 de janeiro de 2019 
  3. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (9 de setembro de 2013). «Brumadinho - Unidades territoriais do nível Distrito». Consultado em 25 de janeiro de 2019. Cópia arquivada em 25 de janeiro de 2019 
  4. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. «Busca Faixa CEP». Consultado em 1 de fevereiro de 2019 
  5. Atlas do Desenvolvimento Humano (29 de julho de 2013). «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil» (PDF). Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Consultado em 25 de janeiro de 2019. Cópia arquivada (PDF) em 8 de julho de 2014 
  6. a b Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2016). «Produto Interno Bruto dos Municípios - 2016». Consultado em 25 de janeiro de 2019. Cópia arquivada em 25 de janeiro de 2019 
  7. «ACHMG - Brumadinho - história». Associação das Cidades Históricas de Minas Gerais. Consultado em 1 de fevereiro de 2019. Cópia arquivada em 27 de abril de 2017 
  8. «Brumadinho, Minas Gerais - MG» (PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 25 de janeiro de 2019. Cópia arquivada (PDF) em 24 de julho de 2007 
  9. «Brumadinho pode ser 2º maior desastre industrial do século e maior acidente de trabalho do Brasil» 
  10. «Moradores lutam por nova vida após tragédias em mariana e brumadinho» 
  11. Portal Agência Brasil (AB), ed. (8 de junho de 2022). «Brumadinho: quatro vítimas da tragédia continuam desaparecidas». Estado de Minas Gerais. Diários Associados. Consultado em 18 de Outubro de 2022 
  12. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2017). «Divisão Regional do Brasil». Consultado em 25 de janeiro de 2019. Cópia arquivada em 25 de janeiro de 2019 
  13. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2016). «Divisão Territorial Brasileira 2016». Consultado em 25 de janeiro de 2019 
  14. «Brumadinho -- Estações Ferroviárias do Estado de Minas Gerais». www.estacoesferroviarias.com.br. Consultado em 5 de agosto de 2020 
  15. «Produção de água». COPASA 
  16. «Quem somos». Hidrobras 
  17. Sérgio Ripardo (27 de abril de 2001). «Vale compra Ferteco por US$ 700 milhões, diz ThyssenKrupp». Folha de S.Paulo. Consultado em 5 de fevereiro de 2019. Cópia arquivada em 5 de fevereiro de 2019 
  18. «Barragem de rejeitos de minério da Vale se rompe em Brumadinho - Gerais - Estado de Minas». Estado de Minas. 25 de janeiro de 2019. Consultado em 25 de janeiro de 2019 
  19. a b c d Cleide Carvalho (27 de janeiro de 2019). «'Acabou com a nossa cidade', diz prefeito de Brumadinho sobre tragédia». O Globo. Consultado em 31 de janeiro de 2019 
  20. Marta Cavallini (28 de janeiro de 2019). «Mina que abriga barragem em Brumadinho responde por 2% da produção da Vale; veja raio-X». G1. Consultado em 31 de janeiro de 2019 
  21. «Parque Estadual da Serra do Rola-Moça». Instituto Estadual de Florestas. Consultado em 29 de janeiro de 2019 
  22. «Listagem dos Circuitos Turísticos» (PDF). Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais. p. 42. Consultado em 29 de janeiro de 2019. Cópia arquivada (PDF) em 15 de maio de 2016 
  23. «Fazenda dos Martins». Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais. Consultado em 29 de janeiro de 2019. Cópia arquivada em 14 de julho de 2015 
  24. Anderson Rocha (9 de setembro de 2018). «Tricentenária, igreja em Brumadinho corre risco de incêndio e desabamento». Hoje em Dia. Consultado em 29 de janeiro de 2019 
  25. Juliana Bublitz (29 de janeiro de 2019). «Com 58 mortos, Brumadinho vive operação de guerra para localizar vítimas de barragem». NSC Total. Consultado em 29 de janeiro de 2019 
  26. «Centro de Arte Contemporânea Inhotim». Consultado em 10 de outubro de 2009 
  27. Rebello, Aiuri; Ramalhoso, Wellington. «Barragem se rompe em Brumadinho e atinge casas; vítimas são levadas a BH». UOL. Consultado em 26 de janeiro de 2019 
  28. Patrícia Santos Dumont (25 de janeiro de 2019). «Sede do Inhotim, Brumadinho tem base econômica na mineração e atrai por turismo ecológico». Hoje em Dia. Consultado em 29 de janeiro de 2019 
  29. «Corporação Musical Banda São Sebastião». Consultado em 10 de outubro de 2009 

Ligações externas

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