Bruno Dantas – Wikipédia, a enciclopédia livre
Bruno Dantas | |
Ministro do Tribunal de Contas da União do Brasil | |
Período | 13 de agosto de 2014 à atualidade |
Nomeação por | Dilma Rousseff |
Antecessor(a) | Valmir Campelo |
Presidente do Tribunal de Contas da União | |
Período | 14 de dezembro de 2022 à atualidade |
Antecessor(a) | Ana Arraes |
Conselheiro do Conselho Nacional de Justiça | |
Período | 9 de agosto de 2011 a 9 de agosto de 2013 |
Nomeação por | Dilma Rousseff |
Antecessor(a) | Marcelo Neves |
Sucessor(a) | Fabiano Silveira |
Conselheiro do Conselho Nacional do Ministério Público | |
Período | 2009-2011 |
Nomeação por | Luiz Inácio Lula da Silva |
Sucessor(a) | Fabiano Silveira |
Consultor-geral do Senado Federal | |
Período | 2007-2011 |
Dados pessoais | |
Nascimento | 6 de março de 1978 (46 anos) Salvador, Bahia |
Alma mater | Universidade Católica de Brasília Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (Me., Dr.) |
Prêmios | Ordem de Rio Branco Ordem do Mérito da Defesa |
Nacionalidade | brasileiro |
Bruno Dantas Nascimento GCRB • GOMD (Salvador, 6 de março de 1978) é um jurista brasileiro, atualmente ministro e presidente do Tribunal de Contas da União (TCU).[1] Integra a corte de contas desde 2014, tendo sido indicado pelo Senado Federal, onde anteriormente trabalhou como consultor legislativo. É, também, o atual presidente da Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores (INTOSAI).
Foi conselheiro do Conselho Nacional do Ministério Público (2009-2011) e do Conselho Nacional de Justiça (2011-2013), por indicação do Senado Federal.
Autor de obras voltadas ao direito processual civil e ao direito regulatório, é docente da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e dos programas de pós-graduação stricto sensu da Universidade Nove de Julho e da Fundação Getulio Vargas.[2]
Formação e docência
[editar | editar código-fonte]Bruno Dantas graduou-se em direito pela Universidade Católica de Brasília (UCB/DF) em 2002. Na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), concluiu o mestrado e o doutorado, ambos na área do direito processual civil sob orientação da professora Teresa Arruda Alvim.[3] Realizou curso de pós-doutorado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).[1]
Foi pesquisador visitante (visiting research scholar) na Benjamin N. Cardozo School of Law (Nova York), no Max Planck Institute for International, European and Regulatory Procedural Law (Luxemburgo) e na Universidade Paris 1 Panthéon-Sorbonne.[1]
É professor adjunto de direito processual da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e leciona também nos cursos de mestrado e doutorado da FGV Direito-Rio e da Universidade Nove de Julho.[2]
Carreira pública
[editar | editar código-fonte]Foi técnico judiciário do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios entre 1998 e 2003[3] e consultor legislativo do Senado Federal de 2003 a 2014, tendo sido consultor-geral do Senado de 2007 a 2011.[1]
Entre 2009 e 2010, integrou a comissão de juristas instituída pelo presidente do Senado Federal e presidida pelo ministro Luiz Fux para elaboração de anteprojeto do Código de Processo Civil.[2]
Por indicação do Senado Federal, em vagas destinadas a cidadão com notável saber jurídico e reputação ilibada, exerceu também os cargos de conselheiro do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), no biênio 2009-2011, e conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no biênio 2011-2013.[1] No CNMP, foi responsável por propor a criação do Portal da Transparência do Ministério Público e de um banco de dados nacional para reunir informações sobre ações civis públicas e inquéritos propostos pelo MP.[4] No CNJ, presidiu a Comissão de Articulação Federativa e Parlamentar e foi autor da Resolução nº 156/2012, que instituiu a exigência de ficha limpa para a ocupação de cargos comissionados no Poder Judiciário.[1]
Em abril de 2014, foi indicado pelo Senado Federal para o cargo de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), em vaga aberta pela aposentadoria do ministro Valmir Campelo.[5] A indicação foi aprovada pela Câmara dos Deputados em julho.[6]
Tomou posse como ministro do TCU em 13 de agosto de 2014[7] e assumiu a presidência da corte de contas em 14 de dezembro de 2022.[8]
Durante sua presidência, Bruno Dantas assumiu um papel de destaque no cenário internacional ao ser eleito, em novembro de 2022, Presidente da INTOSAI (Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores). Essa é uma organização “guarda-chuva” para a comunidade internacional de controle externo. É, também, uma organização não governamental com status consultivo junto ao Conselho Econômico e Social (ECOSOC) das Nações Unidas.
Ainda em sua presidência, Bruno Dantas foi, por sua iniciativa, responsável pela criação da Secretaria de Controle Externo de Solução Consensual e Prevenção de Conflitos (SecexConsenso). Em funcionamento desde o início de 2023, a nova secretaria tem a sua criação e competências definidas na Instrução Normativa (IN) 91/2022.
A Secretaria, considerada inovadora, tem o propósito de contribuir para a efetividade das políticas públicas e a segurança jurídica de soluções tempestivas construídas de modo colaborativo e célere, com a participação da sociedade e dos entes públicos.
Além disso, sob sua liderança, o Brasil foi eleito para o Conselho de Auditores da ONU, um reconhecimento da capacidade e compromisso do país com padrões internacionais de auditoria. O Conselho realiza auditorias externas das finanças da ONU, seus fundos, programas e missões de paz, e faz recomendações para melhorar a governança e gestão de recursos.
Tribunal de Contas da União
[editar | editar código-fonte]Em 9 de agosto de 2022, como relator no julgamento da 2.ª Câmara Ordinária do TCU, Dantas teve seu voto acompanhado de forma unânime, condenando o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, o ex-chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba Deltan Dallagnol e o ex-procurador-chefe do Ministério Público no Paraná João Vicente Beraldo Romão a ressarcirem aos cofres públicos R$ 2,831,808,17 solidariamente por "ato de gestão ilegítimo e antieconômico" com o aval para o pagamento de diárias e passagens da força-tarefa.[9] A condenação foi seguida de controvérsia pela informação de que o ministro gastara cerca de R$ 385 mil reais desde o início de 2022 até a data do julgamento, com viagens para onze países diferentes.[10]
Em 1º de janeiro de 2023, iniciou o mandato de presidente do TCU. Nessa qualidade, foi promovido em junho pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao grau de Grande-Oficial suplementar da Ordem do Mérito da Defesa e, em novembro, ao último grau da Ordem de Rio Branco.[11][12]
Obras de destaque
[editar | editar código-fonte]- Entre a certeza e o cinismo: se Deus não existe, tudo é permitido? O papel das Cortes de Contas na preservação da verdade em tempos de fake news. Rev. Direito Adm., Rio de Janeiro, v. 279, n. 3, p. 55-77, set./dez. 2020. ISSN digital: 2238-5177. ISSN impresso: 0034-8007.[13]
- Impactos transnacionais da tutela coletiva norte-americana: como a crise das class actions levou o Brasil a optar pela tutela pluri-individual. In: MENDES, Aluíso Gonçalves de Castro; PORTO, José Roberto Mello (Coord). Incidente de resolução de demandas repetitivas. 1 ed. Salvador: Editora Juspodivm, 2020. ISBN: 978-65-5680-039-4[14]
- MULLENIX, Linda. O fim do processo coletivo tal como o conhecemos: repensando a class action norte-americana. Tradução por Bruno Dantas. São Paulo: Revista dos Tribunais, v. 283, ano 43, set./ 2018.[15]
- Princípios do Direito: processo agregado. The American Law Institute. Trad. Bruno Dantas. São Paulo: Thomson Reuters, Revista dos Tribunais, 2017. ISBN 978-852-037-2333 Recurso Especial, Recurso Extraordinário e a nova função dos Tribunais Superiores no Direito Brasileiro. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016.
- Teoria dos Recursos Repetitivos: tutela pluri-individual nos recursos dirigidos ao STF e ao STJ (art. 543-B e 543-C do CPC). São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014. ISBN 9788520357910[16][17]
- Repercussão geral: perspectivas histórica, dogmática e de direito comparado - questões processuais. Editora Revista dos Tribunais, 2012.[18] ISBN 9788520342466[19][20]
- O Papel da Jurisprudência no STJ. (Organizado juntamente com Isabel Gallotti, Alexandre Freire, Fernando da Fonseca Gajardoni, José Miguel Garcia Medina. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014. ISBN 9788520354551[21][22]
- Repercussão Geral da Questão Constitucional. (Organizado juntamente com Luiz Fux e Alexandre Freire). São Paulo: Editora Forense, 2014. ISBN 9788530956561[23][24]
- Novas Tendências do Processo Civil - Estudos sobre o Novo CPC. (Organizado juntamente com Luiz FUX, Alexandre Freire, Luiz Henrique Volpe, Dierle Nunes, Fredie Didier Jr, José Miguel Garcia Medina, Pedro Miranda. Salvador: Juspodivm, 2013. ISBN 9788577618095[25][26]
- Revista de Informação Legislativa: especial projeto do novo Código de Processo Civil. n. 190. (Organizador) Brasília: Secretaria de Edições Técnicas do Senado Federal, 2011 com dois volumes. ISSN 0034-835x.[27]
Referências
- ↑ a b c d e f «Ministro Bruno Dantas». Tribunal de Contas de União. Consultado em 24 de julho de 2023
- ↑ a b c «Professor Bruno Dantas». Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Consultado em 24 de julho de 2023
- ↑ a b «Bruno Dantas Nascimento». Senado Federal. Consultado em 24 de julho de 2023
- ↑ «Bruno Dantas é escolhido novo integrante do CNJ». Consultor Jurídico. 28 de junho de 2011. Consultado em 24 de julho de 2023
- ↑ «Senado escolhe Bruno Dantas para ministro do TCU». Migalhas. 29 de abril de 2014. Consultado em 24 de julho de 2023
- ↑ «Câmara aprova a indicação de Bruno Dantas para vaga de ministro do TCU». G1. 15 de julho de 2014. Consultado em 24 de julho de 2023
- ↑ «Bruno Dantas toma posse como ministro do TCU». Senado Federal. 13 de agosto de 2014. Consultado em 24 de julho de 2023
- ↑ «Ministro Bruno Dantas toma posse como presidente do TCU nesta quarta-feira». Tribunal de Contas de União. 13 de dezembro de 2022. Consultado em 24 de julho de 2023
- ↑ «TCU condena Deltan, Janot e Romão a devolver R$ 2,8 milhões gastos na Lava Jato». 8 de agosto de 2022
- ↑ «Ministro que condenou Dallagnol gastou R$ 385.000 com viagens em 2022». 8 de agosto de 2022
- ↑ BRASIL, Decreto de 5 de junho de 2023.
- ↑ BRASIL, Decreto de 20 de novembro de 2023.
- ↑ Dantas, Bruno; Santos, Caio Victor Ribeiro dos (29 de dezembro de 2020). «Entre a certeza e o cinismo: se Deus não existe, tudo é permitido? O papel das Cortes de Contas na preservação da verdade em tempos de fake news». Revista de Direito Administrativo (3): 55–77. ISSN 2238-5177. doi:10.12660/rda.v279.2020.82947. Consultado em 20 de janeiro de 2021
- ↑ «Editora Juspodivm». www.editorajuspodivm.com.br. Consultado em 20 de janeiro de 2021
- ↑ «O fim do processo coletivo tal como o conhecemos: repensando a class action norte-americana | Faculty Publications | Texas Law». law.utexas.edu. Consultado em 20 de janeiro de 2021
- ↑ «Livros de direito Editora Revista dos Tribunais - Livraria RT». www.rt.com.br
- ↑ «Lançamento da obra "Teoria dos Recursos Repetitivos"». 8 de dezembro de 2014
- ↑ «Google Scholar». scholar.google.com. Consultado em 23 de dezembro de 2018
- ↑ [1]
- ↑ «Lançamento de obra "Repercussão Geral: perspectivas histórica, dogmática e de direito comparado"». 10 de junho de 2008
- ↑ [2]
- ↑ «Lançamento da obra "O Papel da Jurisprudência no STJ"». 21 de outubro de 2014
- ↑ [3]
- ↑ «Resultado do sorteio da obra "Repercussão Geral da Questão Constitucional"». 27 de novembro de 2014
- ↑ «Novas Tendências do Processo Civil - Estudos sobre o Projeto do Novo CPC». Editora Juspodivm
- ↑ «Especialistas lançam obra sobre o projeto do novo CPC». 14 de maio de 2013
- ↑ «www2.senado.leg.br» (PDF). Consultado em 7 de janeiro de 2019
Precedido por Ana Arraes | Presidente do Tribunal de Contas da União 2020 – 2022 | Sucedido por - |
Precedido por Marcelo Neves | Lista de Conselheiros do CNJ Cidadão de notório saber jurídico e reputação ilibada indicado pelo Senado Federal 2011 - 2013 | Sucedido por Fabiano Silveira |