Bugio-ruivo – Wikipédia, a enciclopédia livre

Como ler uma infocaixa de taxonomiaBugio-ruivo[1]
Macho de A. g. guariba em Minas Gerais
Macho de A. g. guariba em Minas Gerais
Macho de A. g. clamitans em São Paulo
Macho de A. g. clamitans em São Paulo
Estado de conservação
Espécie vulnerável
Vulnerável (IUCN 3.1) [2]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Primates
Subordem: Haplorrhini
Infraordem: Simiiformes
Parvordem: Platyrrhini
Família: Atelidae
Subfamília: Alouattinae
Género: Alouatta
Espécie: A. guariba
Nome binomial
Alouatta guariba
( Humboldt, 1812)
Distribuição geográfica
Distribuição geográfica do Bugio-ruivo.
Distribuição geográfica do Bugio-ruivo.
Subespécies
Sinónimos[3]
  • ursina (Humboldt, 1812)
  • fuscus (Saint-Hilaire, 1812)
  • seniculus (Wagner, 1840)
  • bicolor (Gray, 1845)
  • fusca (Saint-Hilaire, 1812)

O bugio-ruivo,[4] bugio-marrom ou simplesmente bugio (nome científico:Alouatta guariba) é uma espécie de primata do Novo Mundo que habita o leste e sudeste do Brasil e a província de Misiones na Argentina.[3] A coloração consiste de um castanho escuro, com região lombar variando de uma tonalidade ruiva a alaranjada, sem dicromatismo sexual em A. g. guariba, mas com dicromatismo sexual acentuado em A. g. clamitans.[3] Sua área de distribuição pode se sobrepor com a do bugio-preto, o que permite a existência de prováveis híbridos entre as duas espécies.[3][5] Entretanto, estudos moleculares demonstram que o bugio-ruivo é mais próximo evolutivamente do bugio-de-mãos-ruivas, tendo se separado dessa espécie há cerca de 4 milhões de anos.[3][6]

Os bugios são majoritariamente folívoros, comendo outros itens alimentares de forma casual: entretanto, há uma grande seletividade nas espécies de plantas consumidas por esses primatas.[7] Cerca de 3/4 da dieta é composta por folhas, sendo que cerca de 41% dessas provêm de lianas, e como mostrado em estudos na Mata de Santa Genebra em Campinas, mais da metade da dieta provém de apenas de 6 espécies.[7]

Como os outros integrantes do gênero Alouatta, o bugio-ruivo emite vocalizações em contextos de territorialidade: cerca de 92% das vocalizações se dão em momentos de contato visual com outros grupos.

São conhecidos pelo fato de que quando se sentem ameaçados, eles defecam em sua mão e jogam na pessoa, causando sensação de queimação. [8]

Possui duas subespécies:

Gregorin (2006) considerou essas duas subespécies como espécies separadas, A. fusca (sendo que este nome é sinônimo de A. guariba) e A. clamitans.[3]

Fêmea de A. g. clamitans

Referências

  1. Groves, C.P. (2005). Wilson, D. E.; Reeder, D. M, eds. Mammal Species of the World 3.ª ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press. 149 páginas. ISBN 978-0-8018-8221-0. OCLC 62265494 
  2. a b Mendes, S. L., Rylands, A. B., Kierulff, M. C. M. & de Oliveira, M. M. ({{{ano}}}). Alouatta guariba (em inglês). IUCN 2012. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2012. Página visitada em 09 de dezembro de 2012..
  3. a b c d e f g h GREGORIN, R. (2006). «Taxonomia e variação geográfica das espécies do gênero Alouatta Lacépède (Primates, Atelidae) no Brasil» (PDF). Revista Brasileira de Zoologia. 23 (1): 64-144 
  4. «Bugio». Michaelis 
  5. BICCA-MARQUES, J.C.;; et al. (2008). «Survey of Alouatta caraya , the black-and-gold howler monkey, and Alouatta guariba clamitans, the brown howler monkey, in a contact zone, State of Rio Grande do Sul, Brazil: evidence for hybridization». Primates. 49 (4): 246-252. doi:10.1007/s10329-008-0091-4 
  6. MEIRELES, C.M.;; et al. (1999). «Phylogenetic relationships among Brazilian howler monkeys, genus Alouatta (Platyrrhini, Atelidae), based on γ¹-globin pseudogene sequences» (PDF). Genetics and Molecular Biology. 22 (3): 337-344 
  7. a b CHIARELLO, A.G. (1993). Dieta, Padrão de Atividades e Área de Vida de um grupo de Bugios (Alouatta fusca), na Reserva de Santa Genebra, Campinas, SP. Campinas: Universidade Estadual de Campinas - Dissertação de Mestrado. 96 páginas 
  8. CHIARELLO, A.G. (1995). «Role of loud calls in brown howlers, Alouatta fusca». American Journal of Primatology. 36 (3): 213-22. doi:10.1002/ajp.1350360305 
  9. COSTA, L.;; et al. (2005). «Conservação de Mamíferos no Brasil» (PDF). Megadiversidade. 1 (1): 103-112. Consultado em 10 de setembro de 2012. Arquivado do original (PDF) em 9 de novembro de 2013 
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