Caio Escribônio Curião (cônsul em 76 a.C.) – Wikipédia, a enciclopédia livre
Caio Escribônio Curião | |
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Cônsul da República Romana | |
Consulado | 76 a.C. |
Morte | 53 a.C. |
Caio Escribônio Curião (m. 53 a.C.; em latim: Gaius Scribonius Curio), dito Burbuleu ou Burbulieu, foi um político da gente Escribônia da República Romana eleito cônsul em 76 a.C. com Cneu Otávio. Era filho de Caio Escribônio Curião, pretor em 121 a.C. e curião máximo (daí o cognome da família), e pai de Caio Escribônio Curião, um general aliado de Júlio César durante a guerra civil. Foi um famoso orador e reconhecido pela pureza de seu latim. Seu agnome era uma referência ao seu jeito de andar.
Carreira
[editar | editar código-fonte]Curião era um membro da facção senatorial dos optimates, que representava os interesses da aristocracia contra a facção dos populares, mais ligados às táticas mais populistas. Em 100 a.C., quando o rebelde tribuno da plebe Lúcio Apuleio Saturnino foi assassinado, Curião estava entre os jovens nobres romanos que apoiaram o resultado. Ele próprio foi eleito tribuno em 90 a.C. e serviu, depois com Sula na Grécia e como legado na Ásia durante a guerra contra Arquelau, um dos generais de Mitrídates VI do Reino do Ponto. Participou ainda do Cerco de Atenas,[1] durante o qual o tirano Aristião se refugiou na Acrópole (87 a.C.). Participou também da ocupação da Grécia e ajudou a colocar no trono da Bitínia Nicomedes IV e no da Capadócia, Ariobarzanes I.[2]
Retornou com Sula para a Itália romana em 83 a.C. e se beneficiou muito de sua amizade. No ano seguinte, foi eleito pretor e, alguns anos mais tarde, em 76 a.C., foi eleito cônsul com Cneu Otávio. Depois de seu mandato, recebeu o governo da província romana da Macedônia. Com poderes proconsulares, lutou com êxito na fronteira norte contra dos dardânios e mésios, sendo o primeiro general romano a alcançar o Danúbio. Suas vitórias lhe valeram um triunfo quando voltou a Roma em 71 a.C..
Foi um grande amigo de Cícero e o apoiou durante a Conspiração de Catilina (63 a.C.). Discursou em defesa de Públio Clódio Pulcro quando ele foi acusado de violar os rituais da Bona Dea. Cícero também discursou contra Clódio e Curião,[a] mas isto não interferiu na amizade entre eles.
Com o tempo, passou a ser adversário de Júlio César e escreveu contra ele. Em 57 a.C., foi nomeado pontífice e faleceu quatro anos depois.[3]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Cônsul da República Romana | ||
Precedido por: Mamerco Emílio Lépido Liviano | Caio Escribônio Curião 76 a.C. com Cneu Otávio | Sucedido por: Caio Aurélio Cota com Lúcio Otávio |
Notas
[editar | editar código-fonte]- ↑ Não se sabe ao certo se era este Curião ou Caio Escribônio Curião, seu filho, que foi tribuno da plebe, parte do grupo de Clódio e que se casou depois com sua viúva, Fúlvia.
Referências
- ↑ Plutarco, Sulla, 14.7.
- ↑ Apiano, De bello Mithridatico 60;
- ↑ Eutrópio, Breviário VI 2; Paulo Orósio, Histórias IV 23; Suetônio, César 9, 49, 52; Dião Cássio, História Romana XXXVIII 16; Valério Máximo, Nove Livros de Feitos e Dizeres Memoráveis IX 14 § 5; Plínio, História Natural VII 12; Quintiliano, Institutio oratoria VI 3. § 76
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Broughton, T. Robert S. (1952). The Magistrates of the Roman Republic. Volume II, 99 B.C. - 31 B.C. (em inglês). Nova Iorque: The American Philological Association. 578 páginas
- Ronald Syme, L'aristocrazia augustea, Casa Editrice, Milano, 1993.
- Este artigo contém texto do artigo «Cneus Octavius» do Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology (em domínio público), de William Smith (1870).
- Hans Georg Gundel: Curio 1. In: Der Kleine Pauly, Bd. 1 (1964), Sp. 1343–1344.