Camilo Cybo – Wikipédia, a enciclopédia livre

Camillo Cybo
(Camillo Cybo-Malaspina)
Cardeal da Santa Igreja Romana
Camilo Cybo
Retrato de Camilo Cybo em 1729 após ter sido nomeado Cardeal
Ordenação e nomeação
Ordenação presbiteral 5 de julho de 1705
Nomeação episcopal 11 de fevereiro de 1718
Ordenação episcopal 24 de fevereiro de 1718
por Dom Fabrizio Cardeal Paolucci
Nomeado Patriarca 11 de fevereiro de 1718
Cardinalato
Criação 23 de março de 1729
por Papa Bento XIII
Ordem Cardeal-presbítero
Título Santo Estêvão no Monte Celio (1729-1731)
Santa Maria do Povo (1731-1741)
Santa Maria dos Anjos (1741-1743)
Brasão
Dados pessoais
Nascimento Massa, Ducado de Massa e Carrara
25 de abril de 1681
Morte Roma, Estados da Igreja
12 de janeiro de 1743 (61 anos)
Progenitores Mãe: Teresa Pamphilj
Pai: Carlos II Cybo-Malaspina
Funções exercidas Auditor Geral da Câmara Apostólica (1718-1723)
Prefeito do Palácio Apostólico (1725-1729)
dados em catholic-hierarchy.org
Cardeais
Categoria:Hierarquia católica
Projeto Catolicismo

Camilo Cybo-Malaspina, muitas vezes chamado apenas Camilo Cybo[1] (em italiano: Camillo Cybo-Malaspina ou Camillo Cybo, Massa, 25 de Abril, de 1681 - Roma, 12 de janeiro de 1743), foi um cardeal Católico italiano, pertencente à família Cybo-Malaspina.[2][3]

Primeiros anos

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Camilo nasce a 25 de abril de 1681, na cidade de Massa, capital do Ducado de Massa e Carrara, estado governado pela sua família, os Cybo-Malaspina, há várias gerações. Era o sexto de onze filhos nascidos do casamento de Carlos II Cybo-Malaspina, Duque soberano de Massa e Príncipe soberano de Carrara, e de sua mulher Teresa Pamphilj, sobrinha-neta do Papa Inocêncio X (Giovanni Battista Pamphilj) e irmã do cardeal Benedetto Pamphilj. Parente dos Cardeais Lorenzo Cybo de Mari (1489), Inocêncio Cibo (1513); e Alderano Cibo (1645).[4]

Ainda jovem, foi para Roma onde deu início aos seus estudos eclesiásticos, tendo estudado na Universidade La Sapienza onde obteve o doutoramento in utroque iure a 13 de setembro de 1702. Ordenado sacerdote a 5 de julho de 1705. Foi nomeado Presidente da Câmara Apostólica a 8 de dezembro de 1705, e torna-se Clérigo da mesma Câmara e presidente dos Arquivos a 6 de agosto de 1707.[4]

Com a morte do seu irmão mais velho, o Duque-Príncipe Alberico III Cybo-Malaspina, é o seu irmão mais novo, Alderano I Cybo-Malaspina, que vem a herdar a sucessão nos Estados da família, dado que Camilo nunca poderia assegurar sucessão legítima.[carece de fontes?]

Contudo, por documento escrito em Montefiascone a 2 de dezembro de 1715 e ratificado em Roma no ano seguinte, Alderano deixou em apanágio a Camilo os feudos e bens que possuía localizados no Reino de Nápoles e nos Estados Pontifícios.[carece de fontes?] Assim, Camilo torna-se duque de Ferentillo, duque de Ajello e barão de Paduli.[4]

A 27 de abril de 1717 torna-se presidente della Grascia (os serviços romanos que administrava o aprovisionamento de carnes, gordura e óleos) e auditor geral da Câmara Apostólica a 29 de janeiro de 1718. Foi neste período que fez construir para si uma villa de campo próxima de Castel Gandolfo que foi posteriormente adquirida pela Câmara Apostólica.[4]

Desacordo com a Cúria romana e exílio voluntário

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Eleito patriarca titular de Constantinopla a 11 de fevereiro de 1718. Foi consagrado Bispo, a 24 de fevereiro em Roma, pela mão do cardeal Fabrizio Paolucci. Assistente ao Trono Pontifício de 2 de março de 1718, iniciou nesse momento um período difícil dada a sua clara discordância com a Câmara Apostólica onde não consegue implementar nenhuma reforma inovadora e decide resignar retirando-se no “Eremitério das Graças” em Espoleto em 1723. Chamado a Roma pelo Papa Bento XIII, foi nomeado prefeito do Palácio Apostólico a 6 de julho de 1725. Ele lutou com os tribunais romanos primários para manter intacta sua jurisdição civil e criminal sobre os Palatinos; enfrentou em particular o cardeal Niccolò Coscia, que fingiu intervir no caso e aumentar as despesas do Palácio Apostólico. Em 1726, foi considerado o sucessor do Cardeal Paolucci como Secretário de Estado, mas a sua manifesta oposição ao aparelho administrativo pontifício fez com que fosse preterido pelo cardeal Niccolò Maria Lercari, que foi nomeado para o cargo no seu lugar.[4]

Cibo também foi um mecenas. O compositor Pietro Locatelli dedicou-lhe em 1721 a sua primeira obra impressa, os XII Concerti grossi à Quatro è à Cinque.[5]

Criado cardeal-presbítero no consistório de 24 de março de 1729, recebe o barrete cardinalício e o título de Santo Estêvão do Monte Celio a 28 de março desse ano, tomando depois parte no conclave de 1730 que elegeu Clemente XII. Grão-Prior da Ordem Soberana de Malta em Roma de outubro de 1730 a junho de 1731, decide nesse momento retirar-se, dedicando-se à vida privada e solitária no Eremitério de Castellone, em Gaeta. Malgrado o seu distanciamento da vida pública, teve neste período numerosas discussões com o irmão, o Duque de Massa e Príncipe de Carrara, quanto à sucessão nesses títulos. A 8 de janeiro de 1731 optou pelo cardinalício de Santa Maria del Popolo e participou no conclave de 1740, que elegeu o Papa Bento XIV. A 20 de dezembro de 1741 optou pelo título de Santa Maria degli Angeli alle Terme.[4]

A 12 de janeiro de 1743, às 10:30, Camilo Cybo morreu em Roma no seu palacete da Piazza Quattro Fontane com um ataque de gota. O féretro foi exposto na igreja dos Santos XII Apóstolos onde, a 14 de fevereiro de 1743, a capella papalis ocorreu. Foi sepultado na capela Cybo na Igreja de Santa Maria degli Angeli, cuja construção ele orientara em 1742. A capela ainda tem um altar para celebrações com uma lâmpada votiva que queima dia e noite em seu túmulo, tal como estipulado no seu testamento.[4]

  • Bispo Giovanni Francesco Maria Tenderini (1718)
  • Bispo Raffaele Tosti (1719)
  • Bispo Salvatore di Aloisio (1719)
  • Bispo Francesco Riccardo Ferniani (1731)
  • Bispo Giacinto Verdesca (1733)

Referências

  1. ou Camilo Cibo
  2. Levi, Giovanni; Schmitt, Jean-Claude (1999). A History of Young People in the West (em inglês). Cambridge: Harvard University Press. p. 306. ISBN 9780674404076 
  3. Farley, David (2009). An Irreverent Curiosity: In Search of the Church's Strangest Relic in Italy's OddestTown (em inglês). Londres: Penguin. p. 138. ISBN 9781101104972 
  4. a b c d e f g «The Cardinals of the Holy Roman Church - Biographical Dictionary - Consistory of March 23, 1729». cardinals.fiu.edu. Consultado em 9 de novembro de 2024 
  5. McVeigh, Simon; Hirshberg, Jehoash (2004). The Italian Solo Concerto, 1700-1760: Rhetorical Strategies and Style History (em inglês). [S.l.]: Boydell Press. p. 206 
  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em italiano cujo título é «Camillo Cybo».

Ligações externas

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Precedido por
Nicola Gaetano Spinola
Auditor Geral da Câmara Apostólica
17181723
Sucedido por
Antonio Maria Ruffo
Precedido por
Andrea Riggio
Patriarca titular Latino de Constantinopla
17181729
Sucedido por
Mondilio Orsini
Precedido por
Niccolò del Giudice
Prefeito do Palácio Apostólico
17251729
Sucedido por
Francesco Scipione Maria Borghese
Precedido por
Giovanni Battista Salerni
Cardeal-presbítero de Santo Estêvão no Monte Celio
17291731
Sucedido por
Antonio Saverio Gentili
Precedido por
Agostino Cusani
Cardeal-presbítero de Santa Maria do Povo
17311741
Sucedido por
Francesco Ricci
Precedido por
Giovanni Battista Santini
Grão-prior de Roma de Ordem Soberana e Militar de Malta
1731
Sucedido por
Bartolomeo Ruspoli
Precedido por
Melchior de Polignac
Cardeal-presbítero de Santa Maria dos Anjos
17411743
Sucedido por
Giovanni Battista Spinola