Campeonato Paulista de Futebol de 1982 – Wikipédia, a enciclopédia livre

Campeonato Paulista de Futebol de 1982
Campeonato Paulista da Primeira Divisão de Futebol Profissional de 1982
Dados
Participantes 20
Período 3 de julho – 12 de dezembro[1]
Gol(o)s 757
Partidas 382
Média 1,98 gol(o)s por partida
Campeão Corinthians (18.º título)
Vice-campeão São Paulo
Melhor marcador Casagrande (Corinthians),
28 gols[2]
Público 2 695 392[nota 1]
Média 7 056 pessoas por partida
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O Campeonato Paulista de Futebol de 1982 foi uma competição oficial realizada pela Federação Paulista de Futebol. Teve o Corinthians como campeão, o São Paulo como vice e Casagrande, da equipe campeã, como artilheiro, com 28 gols marcados.[2]

Na primeira fase, os vinte clubes jogaram todos contra todos, em turno e returno. O último colocado na classificação somada dos turnos foi rebaixado, com o penúltimo disputando o "rebolo" contra o vice-campeão da Divisão Intermediária. Cada turno teve contagem de pontos independente, e, se um mesmo clube vencesse os dois turnos, seria automaticamente declarado campeão, sem a necessidade de disputa de finais.[4] Nesse caso, caso houvesse vice-campeões em cada turno, estes se enfrentariam em dois jogos, para decidir quem seria o segundo colocado do campeonato.[5] Caso um mesmo time fosse o segundo colocado nos dois turnos, ele seria proclamado vice-campeão do torneio.[5] No caso de uma segunda fase, havia quatro possibilidades:[4]

  • Quatro times diferentes ocupam as duas primeiras colocações de cada turno — O primeiro colocado do primeiro turno enfrentaria o segundo colocado do segundo, e o segundo colocado do primeiro turno enfrenta o primeiro colocado do segundo. Os vencedores dos dois confrontos enfrentar-se-iam nas finais.
  • Dois times diferentes ganham os turnos e um mesmo time fica em segundo lugar nos dois turnos — O campeão de turno que tivesse feito menos pontos enfrentaria o segundo colocado. O vencedor desse confronto enfrentaria o campeão de turno que tivesse feito mais pontos.
  • Um time ganha um dos turnos e fica em segundo lugar no outro, enquanto dois clubes diferentes ocupam os postos restantes — Esses dois clubes enfrentar-se-iam em jogos de ida e volta. O vencedor desse confronto enfrentaria o campeão de turno que também tivesse garantido uma segunda colocação.
  • Um time ganha o primeiro turno e fica em segundo lugar no returno, enquanto um time diferente fica em segundo lugar no primeiro turno e ganha o returno — Foi essa possibilidade que acabou ocorrendo (o Corinthians ganhou o primeiro turno e ficou em segundo lugar no returno, com o São Paulo ganhando o segundo turno após ficar em segundo lugar no primeiro). Os dois clubes se enfrentariam em dois jogos nas finais.

Apesar dessa complicação, o regulamento era considerado muito mais simples que o do ano anterior.[5]

Os critérios de desempate eram, pela ordem: número de vitórias, confronto direto, saldo de gols, número de gols pró e sorteio.[5]

Participantes

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Primeira fase

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Se um time ganhasse os dois turnos seria campeão estadual automaticamente.

Primeiro turno

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Pos Time PG J V E D GP GC SG
1 Corinthians 29 19 12 5 2 30 11 19
2 São Paulo 24 19 9 6 4 25 18 7
3 São Bento 23 19 9 5 5 15 15 0
4 Juventus 23 19 7 9 3 18 12 6
5 Palmeiras 21 19 8 5 6 23 22 1
6 Portuguesa 21 19 7 7 5 21 16 5
7 Ponte Preta 21 19 6 9 4 20 14 6
8 Botafogo 19 19 8 3 8 25 24 1
9 Guarani 19 19 7 5 7 19 20 -1
10 Marília 19 19 6 7 6 11 10 1
11 Taubaté 19 19 6 7 6 16 19 -3
12 Santos 19 19 4 11 4 13 12 1
13 São José 18 19 7 4 8 17 18 -1
14 Internacional 18 19 5 8 6 19 18 1
15 Ferroviária 18 19 5 8 6 18 19 -1
16 Comercial 17 19 6 5 8 14 19 -5
17 Santo André 15 19 4 7 8 14 20 -6
18 América 14 19 3 8 8 12 18 -6
19 XV de Jaú 13 19 3 7 9 11 20 -9
20 Francana 10 19 2 6 11 9 25 -16

Segundo turno

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Ao fim do segundo turno, os seis times com melhor campanha garantiram vaga na Taça de Ouro de 1983, equivalente à primeira divisão do Campeonato Brasileiro: Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Ponte Preta, Juventus e Ferroviária. O Santos acabou convidado pela CBF, em uma vaga "biônica", que levou em consideração o histórico de rendas do clube na competição.[6] Segundo a Folha de S.Paulo, o critério não teria sido bem recebido por clubes como Corinthians, Palmeiras e Guarani, que haviam disputado recentemente a Taça de Prata.[6]

Como última colocada, a Francana foi rebaixada diretamente, cabendo ao vice-lanterna XV de Jaú a disputa de um "rebolo" contra o Bragantino, vice-campeão da Divisão Intermediária. Porém, em 15 de dezembro, o vice-presidente em exercício da Federação Paulista, Valdemar Bauab, ligado ao XV de Jaú, anunciou que não haveria descenso e acesso naquele ano, pois os estádios de Taquaritinga (campeão da Intermediária) e Bragantino não atendiam ao critério de capacidade mínima de quinze mil pessoas, previsto no regulamento.[7] De acordo com ele, o "rebolo" entre XV de Jaú e Bragantino nem precisaria ser jogado.[7]

Após uma guerra de liminares, a Justiça deu ganho de causa ao Bragantino, e Bauab foi obrigado a marcar os jogos do "rebolo", disputado em melhor de três pontos.[8] O XV de Jaú venceu a primeira partida, disputada em Piracicaba, por 3 a 2, entretanto o Bragantino reclamou do fato de o adversário ter escalado jogadores contratados em 1983, como Alexandre Bueno, que marcou um dos gols.[9] O clube de Bragança Paulista ateve-se aos jogadores que já estavam no elenco para o segundo turno da Intermediária de 1982 e foi obrigado a escalar o zagueiro-central Pintado no gol.[9] Desta vez, porém, a Justiça contestou a alegação do Bragantino, informando que a inclusão de jogadores inscritos em 1983 era garantida pelo regulamento.[10] Assim, o empate por 1 a 1 na segunda partida, também realizada em Piracicaba, no dia 6, manteve o XV de Jaú na primeira divisão.[11]

Pos Time PG J V E D GP GC SG
1 São Paulo 31 19 14 3 2 38 14 24
2 Corinthians 27 19 12 3 4 41 21 20
3 Palmeiras 24 19 9 6 4 28 22 6
4 Ferroviária 23 19 10 3 6 30 25 5
5 Ponte Preta 23 19 8 7 4 24 14 10
6 Guarani 22 19 8 6 5 27 23 4
7 Juventus 19 19 7 5 7 20 23 -3
8 Santos 18 19 6 6 7 24 23 1
9 América 18 19 4 10 5 16 17 -1
10 Botafogo 18 19 4 10 5 15 16 -1
11 São José 17 19 6 5 8 11 16 -5
12 Internacional 17 19 5 7 7 17 20 -3
13 São Bento 17 19 4 9 6 15 20 -5
14 Marília 16 19 5 6 8 14 18 -4
15 Francana 16 19 4 8 7 13 17 -4
16 Taubaté 15 19 5 5 9 14 27 -13
17 Santo André 15 19 4 7 8 14 22 -8
18 XV de Jaú 15 19 4 7 8 19 25 -6
19 Portuguesa 15 19 4 7 8 13 20 -7
20 Comercial 14 19 2 10 7 7 17 -10

O Corinthians, campeão do primeiro turno, e o São Paulo, campeão do segundo turno, fizeram duas partidas emocionantes. Como ambos ocuparam as duas primeiras posições em ambos os turnos de maneira alternada, não houve a necessidade de uma semifinal, conforme previa o regulamento. Com melhor campanha na soma dos dois turnos, o Corinthians jogaria com a vantagem de poder empatar os dois jogos e uma eventual prorrogação.

O São Paulo, favorito e cheio de craques, vinha de um bicampeonato paulista, enquanto a Democracia Corinthiana conquistava resultados fora e dentro de campo. O São Paulo não suportou a pressão e foi derrotado nas duas partidas.[12]

Com esta conquista estadual, o Corinthians voltou a ser o maior campeão do Campeonato Paulista.

Fichas técnicas

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8 de dezembro de 1982[13] São Paulo 0–1 Corinthians Estádio do Morumbi, São Paulo

Sócrates Gol marcado aos 14 minutos de jogo 14' (2ºT) Público: 23 039
Árbitro: Romualdo Arppi Filho

São Paulo: Waldir Peres; Getúlio cartão amarelo, Darío Pereyra e Nelsinho cartão amarelo; Almir, Heriberto (Jaiminho) e Carlinhos Maracanã; Paulo César, Renato e Zé Sérgio cartão amarelo (Tatu). Técnico: José Poy

Corinthians: Solito; Alfinete, Mauro cartão amarelo, Vagner e Wladimir; Paulinho, Sócrates e Zenon; Ataliba, Casagrande e Biro-Biro (Eduardo cartão amarelo). Técnico: Mário Travaglini


12 de dezembro de 1982[13] Corinthians 3–1 São Paulo Estádio do Morumbi, São Paulo

Biro-Biro Gol marcado aos 26 minutos de jogo 26' (2ºT), Gol marcado aos 37 minutos de jogo 37' (2ºT)
Casagrande Gol marcado aos 41 minutos de jogo 41' (2ºT)
Darío Pereyra Gol marcado aos 32 minutos de jogo 32' (2ºT) Público: 66 851
Árbitro: José de Assis Aragão

Corinthians: Solito; Alfinete (Zé Maria), Mauro, Daniel González e Wladimir; Paulinho, Sócrates e Zenon (Eduardo); Ataliba cartão amarelo, Casagrande cartão amarelo e Biro-Biro. Técnico: Mário Travaglini

São Paulo: Waldir Peres; Getúlio, Oscar cartão vermelho, Darío Pereyra cartão amarelo e Marinho Chagas; Almir cartão amarelo, Renato e Éverton cartão amarelo; Paulo César, Heriberto (Serginho cartão amarelo) e Zé Sérgio. Técnico: José Poy


Campeão Paulista de 1982
CORINTHIANS
(18º título)

Classificação final

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Pos Time PG J V E D GP GC SG
1 Corinthians 60 40 26 8 6 75 33 42
2 São Paulo 55 40 23 9 8 64 36 28
3 Palmeiras 45 38 17 11 10 51 44 7
4 Ponte Preta 44 38 14 16 8 44 28 16
5 Juventus 42 38 14 14 10 38 35 3
6 Ferroviária 41 38 15 11 12 48 44 4
7 Guarani 41 38 15 11 12 46 43 3
8 São Bento 40 38 13 14 11 30 35 -5
9 Santos* 37 38 10 17 11 37 35 2
10 Botafogo 37 38 12 13 13 40 40 0
11 Portuguesa 36 38 11 14 13 34 36 -2
12 Internacional 35 38 10 15 13 36 38 -2
13 Marília 35 38 11 13 14 25 28 -3
14 São José 35 38 13 9 16 28 34 -6
15 Taubaté 34 38 11 12 15 30 46 -16
16 América 32 38 7 18 13 28 35 -7
17 Comercial 31 38 8 15 15 21 36 -15
18 Santo André 30 38 8 14 16 28 42 -14
19 XV de Jaú 28 38 7 14 17 30 45 -15
20 Francana 26 38 6 14 8 22 42 -20
Classificados
Campeão e classificado para a Taça de Ouro do Campeonato Brasileiro de 1983.[6]
Classificado para a Taça de Ouro do Campeonato Brasileiro de 1983.[6]
Disputou o "rebolo" contra o Bragantino, vice-campeão da Divisão Intermediária e manteve-se na primeira divisão.
Rebaixado.
*O Santos classificou-se à Taça de Ouro do Campeonato Brasileiro de 1983 como convidado.

Notas e referências

Notas

  1. Público total calculado com base na média.[3]

Referências

  1. *futpédia. «Campeonato Paulista 1982». Consultado em 9 de agosto de 2013 
  2. a b «Lista de artilheiros do Campeonato Paulista». ge.globo.com  Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "Lista de artilheiros do Campeonato Paulista" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  3. «Média de público do Campeonato Paulista nos últimos 21 anos». Placar (832). São Paulo: Editora Abril. 5 de maio de 1986. p. 18. ISSN 0104-1762. Consultado em 5 de janeiro de 2019 
  4. a b Marco Aurélio Borba (8 de outubro de 1982). «O inimigo nº 1». Placar (646). São Paulo: Editora Abril. 20 páginas. ISSN 0104-1762 
  5. a b c d «Enfim, um regulamento mais simples». São Paulo: S.A. O Estado de S. Paulo. O Estado de S. Paulo (32 931). 42 páginas. 18 de julho de 1982. ISSN 1516-2931. Consultado em 14 de abril de 2017 
  6. a b c d Aroldo Chiorino (12 de dezembro de 1982). «A decisão e suas possibilidades». Folha de S.Paulo (19 611). São Paulo: Empresa Folha da Manhã S/A. 43 páginas. ISSN 1414-5723 
  7. a b «Bauab anuncia que ninguém sobe nem cai». Folha de S.Paulo (19 615). São Paulo: Empresa Folha da Manhã S/A. 16 de dezembro de 1982. 26 páginas. ISSN 1414-5723 
  8. «Rebolo começa em Piracicaba». Folha de S.Paulo (19 753). São Paulo: Empresa Folha da Manhã S/A. 3 de maio de 1983. 23 páginas. ISSN 1414-5723 
  9. a b «15 de Jaú vence e o rebolo está ameaçado». Folha de S.Paulo (19 754). São Paulo: Empresa Folha da Manhã S/A. 4 de maio de 1983. 22 páginas. ISSN 1414-5723 
  10. «A Justiça confirma partida do rebolo». Folha de S.Paulo (19 756). São Paulo: Empresa Folha da Manhã S/A. 6 de maio de 1983. 28 páginas. ISSN 1414-5723 
  11. «15 de Jaú empata e continua na 1.ª». Folha de S.Paulo (19 757). São Paulo: Empresa Folha da Manhã S/A. 7 de maio de 1983. 23 páginas. ISSN 1414-5723 
  12. *meu timão. «1982 - CORINTHIANS 3X1 SÃO PAULO». Consultado em 9 de agosto de 2013 
  13. a b *Editora Abril. «Revista Placar Magazine nº 656 - 17 Dez. 1982 - Página 72 - TABELÃO.». Google. Consultado em 9 de agosto de 2013