Carlos Mann – Wikipédia, a enciclopédia livre

Carlos Mann
Nascimento Carlos Manuel Rodrigues
Angola
Cidadania Brasil, Angola
Progenitores
  • Camilo Rodrigues
Irmão(ã)(s) Camilo José Rodrigues, Jorge Rodrigues
Ocupação editor, empresário
Prêmios
  • Prêmio Angelo Agostini de melhor editor (2003)
Empregador(a) Opera Graphica, Comix Book Shop, Editora Criativo

Carlos Mann é um empresário e editor de quadrinhos angolano-brasileiro. Nascido em Angola, Carlos mudou-se ainda criança para o Brasil em 1975, após seu pai, Camilo Rodrigues, optar por fugir do país com a esposa e os sete filhos por conta dos conflitos iniciado no ano anterior e que levariam à independência de Angola.[1]

Carlos trabalhou por alguns anos em bancas de jornal, até que resolveu comprar a sua própria em 1986, na Alameda Lorena, em São Paulo. Buscando um diferencial para sua banca, Carlos começou a trabalhar com uma importadora que oferecia uma espécie de assinatura de revistas em quadrinhos importadas, garantindo a regularidade de sua distribuição (na época, era praticamente impossível conseguir adquirir quadrinhos importados no país). A banca, agora chamada de Comix Book Shop, cresceu a ponto de se tornar uma loja de dois andares em outro endereço e hoje ser considerada a maior gibiteria brasileira.[2][1]

Foi um dos editores da revista informativa Heróis do Futuro.[3] Em 1996, editou um álbum da revista Heavy Metal só com autores brasileiros.[4]

Em 1998, Carlos fundou, junto com Franco de Rosa, a editora Opera Graphica com o objetivo inicial de investir na produção de quadrinhos de autores brasileiros, então com pouco espaço no mercado nacional, embora também tenham lançado material da King Features e da DC Comics, notadamente do selo Vertigo.[5][6] A editora atuou como um estúdio que produzia revistas para a Editora Escala.[3][7]

O empresário também criou no início dos anos 2000 o Fest Comix. Inicialmente um encontro informal entre autores, editores e desenhistas para trocar ideias e experiências ocorrido no espaço da Comix Book Shop, o evento cresceu e se tornou independente, focado principalmente na venda de quadrinhos com descontos, sessões de autógrafos e espaço para autores independentes.[8]

Em 2003, Carlos Mann ganhou o Prêmio Angelo Agostini de melhor editor, ao lado de André Diniz, Edgard Guimarães, Franco de Rosa e Roberto Guedes.[9] Em 2004, fundou um novo estúdio,[10] chamado de Mercado Editorial e Criativo Mercado Editorial, que mais tarde se tornaria a Editora Criativo,[4][11] também produzindo revistas para a Editora Escala, como as revistas Neo Tokyo e Crash.[12][13][14][15][16]

Em 2008, Carlos deixou o comando da Comix Book Shop, passando para seu irmão Ricardo Jorge de Freitas Rodrigues.[1][17] No mesmo ano, anunciou o encerramento das atividades da Opera Graphica, por ele e Franco de Rosa considerarem que já haviam cumprido seu propósito de ajudar a crescer o mercado do quadrinho brasileiro.[18][19][6]

Referências

  1. a b c «A família que comanda a Fest Comix». O Estado de S. Paulo. 19 de outubro de 2012 
  2. «O poderoso mercado nerd». Pequenas Empresas & Grandes Negócios. Fevereiro de 2010. Arquivado do original em 22 de março de 2012 
  3. a b Francisco Ucha (Junho de 2009). «Uma ópera e seu maestro». Associação Brasileira de Imprensa. Jornal da ABI (342) 
  4. a b Chaves, Dario (2021). «Os últimos anos na publicidade e os novos quadrinhos». Julio Shimamoto - O Samurai do Traço. São Paulo: Criativo Editora. p. 125. Posteriormente, esse álbum [Brasilian Heavy Metal] passou a fazer parte do catálogo da editora Opera Graphica - o proprietário da loja Comix na época era Carlos Rodrigues que depois criou a Opera Graphica (e hoje é publisher da Editora Criativo). 
  5. «Quando gibis são feitos com amor». Tribuna do Paraná. 16 de fevereiro de 2003 
  6. a b «Entrevista: Franco de Rosa». Bigorna.net. 12 de junho de 2009 
  7. «O HQ Club». Opera Graphica 
  8. «Feiras reúnem profissionais e leitores de gibis». Folha de S.Paulo. 7 de julho de 2002 
  9. «Divulgados os vencedores do Troféu Angelo Agostini». Universo HQ. 23 de janeiro de 2003 
  10. «Quem somos». Editora Criativo. 13 de outubro de 2016. Consultado em 26 de setembro de 2024. Arquivado do original em 13 de outubro de 2016 
  11. Nobu Chine (2011). «Publicações de mangá: Um sucesso de peso - Parte 3». Conhecimento Pratico - Literatura (39): Editora Escala. Arquivado do original em 2 de abril de 2015 
  12. Paulo Ramos (30 de novembro de 2006). «Cresce o número de revistas sobre quadrinhos no Brasil - II». UOL 
  13. David Denis Lobão (27 de janeiro de 2006). «Novas revistas nas bancas!». UOL 
  14. «Sketchcon». marcadefantasia.com. Consultado em 26 de janeiro de 2022 
  15. «Projeto publica HQs brasileiras - Cultura». Estadão. Consultado em 26 de janeiro de 2022 
  16. JUBRAN, ALEXANDRE; CHAVES, DARIO. Manual prático de desenho 2. [S.l.]: NBL Editora 
  17. «Das bancas para as livrarias». Pequenas Empresas & Grandes Negócios 
  18. «Editora Opera Graphica encerra suas atividades». Folha de S.Paulo. 16 de dezembro de 2008 
  19. «Como foi: Festa de despedida da Opera Graphica (SP)». Bigorna.net. 14 de janeiro de 2009 

Ligações externas

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