Carnaval de Luanda – Wikipédia, a enciclopédia livre

O Carnaval de Luanda é uma festividade popular ocorrida anualmente nos dias de Carnaval em Luanda, capital de Angola.[1] A tradição carnavalesca, trazida pelos colonos portugueses, incorporou, ao passar do tempo, uma gama de tradições locais, enraizando-se profundamente na cultura da cidade.[2]

De início, o carnaval constituía uma festa inteiramente espontânea, organizada por associações dos bairros de Luanda que, ao seu total alvitre, escolhiam os ritmos e percursos a serem executados pelos grupos por elas encabeçados.[3] Entre as classes mais abastadas, o carnaval constituía de uma festa mais polida, fortemente inspirada por tradições carnavalescas europeias, como o corso.[2]

Mais recentemente, em especial a partir de 1987, o carnaval luandense ganhou contornos mais distinguíveis, em razão do reconhecimento oficial da festa pela municipalidade.[4] A partir de então, a Marginal de Luanda tornou-se o centro para onde confluíam todos os grupos carnavalescos, que competiam entre si no dia de carnaval pelo título de melhor do ano, prática que persiste até hoje.[5]

Cada um dos grupos a desfilar no Grande Desfile da Marginal de Luanda é constituído por comandantes, reis e rainhas,[6] e têm liberdade para escolher o ritmo que executarão. Os principais estilos musicais executados são o semba, a kabetula, a kazukuta e a dizanda. Para além da celebração oficial, concentrada na Marginal de Luanda, diversos outros grupos apresentam-se espontaneamente nos bairros da cidade.[5]

Referências

  1. Mazrui, 2010, 739
  2. a b ANGOLA. Boletim Cultural, 71
  3. Birminghan, 1991,
  4. Birminghan, 1991, 417
  5. a b PORTAL ANGOP. Angola: Perfil dos grupos da classe A do Carnaval de Luanda. Acesso em 23 dez. 2014.
  6. Birminghan, 1991, 427
  • ANGOLA. Boletim cultural. Luanda: Repartição de Cultura e Turismo da Câmara Municipal, 1974.
  • BIRMINGHAM, D. O Carnaval de Luanda. In: Análise Social, vol. XXVI. Lisboa: Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, 1991.
  • MAZRUI, A. A. História geral da África, VIII: África desde 1935. Brasília: UNESCO, 2010.