Castelo de Mós – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Se procura pelo Castelo de Porto de Mós, veja Castelo de Porto de Mós.

Castelo de Mós
Informações gerais
Estilo dominante Românico
Promotor D. Afonso Henriques
Estado de conservação Mau
Património de Portugal
Classificação  Imóvel de Interesse Público [♦]
DGPC 73519
SIPA 474
Geografia
País Portugal
Localização Mós
Coordenadas 41° 09′ 35″ N, 6° 54′ 31″ O
Mapa
Localização em mapa dinâmico
[♦] ^ DL 40.361 de 20 de Outubro de 1955

O Castelo de Mós localiza-se na povoação e na freguesia de Mós, no Município de Torre de Moncorvo, Distrito de Bragança, em Portugal.[1]

Erguido numa pequena elevação coberta por vegetação e árvores a Norte da povoação, dominava a chamada Calçada de Mós, um antigo eixo viário na região. Existe um Castelo de Mos em Mos, Vigo, Galiza.

Está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1955.[1]

Acredita-se que a primitiva ocupação humana de seu sítio remonta a um castro da Idade do Ferro.

O castelo medieval

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Embora não haja mais informações acerca de seu povoamento inicial, nem construção do castelo, D. Afonso Henriques (1112-1185) concedeu Carta de Foral a Mós em 1162. O seu filho e sucessor, D. Sancho I (1185-1211), de passagem de Trancoso a Braga, no lugar de Chacim, próximo a Mós, fez a doação do reguengo de Cilhade aos seus povoadores, declarando fazê-lo por Deus e pelo bom serviço que havia recebido e esperava continuar a receber do seu Castelo de Mós.

Sob o reinado de Afonso III (1248-1279), as Inquirições de 1258, relatam que o concelho guardava a terça das dízimas da Igreja de Santa Maria de Mós, destinada à reparação e manutenção do castelo da vila. Essa fonte de recursos ainda era utilizada no século seguinte: uma carta de D. Afonso IV (1325-1357) declara que o soberano concedia a terça da (…) Egreja de Móos a Pedro Dias, seu procurador na terra de Bragança, se o muro do dito Lugar de Móos he acabado, e que de futuro quando comprir de se adubar esse muro en alguma cousa, que el o adube pela renda da dita Eigreja (1335).

Ao final da Idade Média acentua-se o processo de despovoamento da vila, em favor de uma povoação vizinha, no termo de Carviçais. No reinado de D. Fernando (1367-1383), o soberano concedeu a Torre de Moncorvo, por termo, e os lugares de Mós e de Vilarinho da Castanheira, uma vez que non som taes que se defendam nem possam defender por ssy (1372). Na tentativa de deter o processo, ainda antes de 1450 foi estabelecido um couto de homiziados em Mós, tendo o Concelho solicitado à Coroa novos privilégios a ele relacionados, uma vez que a vila estava muito desffalecida de jentes que em ella soiam dauer por as guerras e grandes pestelencias que sse sseguyrom.O Numeramento de 1527 a 1532 refere que a vila encontrava-se cercada, embora essa cerca estivesse danificada em alguns trechos. Contava, nessa altura, apenas 43 habitantes contra 54 na vizinha aldeia de Carviçais, no mesmo termo.

Em fins do século XVII, o Padre Carvalho da Costa registrou idêntica situação, informando que nesta villa se vè quasi hum aruinado castello com sua cisterna dentro delle, que mostra ser a villa antigamente povoação de mais conta. Nesta fase, havia no castelo apenas 90 fogos, enquanto que na vizinha Carviçais, único lugar do termo, contavam-se 250.

Do século XIX aos nossos dias

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No século XIX, o Concelho de Mós foi extinto, integrado no de Torre de Moncorvo.

Os remanescentes do castelo encontram-se classificados como Imóvel de Interesse Público por Decreto publicado em 20 de Outubro de 1955. Na década de 1960 parte da muralha medieval ruiu, registrando-se uma construção particular sobre um troço muralhado. Na ocasião, fez-se sentir a intervenção do poder público pela ação da DGEMN, através da reconstrução de um troço da muralha e de obras na zona envolvente (1963).

Atualmente restam apenas vestígios de alguns troços de muralha com casas de habitação adossadas. Fora dos muros destacam-se a Igreja de Santa Maria e o pelourinho.

Características

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O pequeno castelo apresenta planta com o formato ovalado, em estilo românico. A muralha, em pedra de xisto miúda, é rasgada a Sul pela porta, comunicando com o arrabalde da vila medieval e os caminhos em direcção a Freixo de Espada à Cinta, Alva, Torre de Moncorvo e Miranda. Intra-muros, a vila estruturava-se em torno da Rua Direita, que definia um eixo Norte-Sul. Extra-muros foram erguidos a Igreja de Santa Maria e, no lado oposto, fronteiro à porta do castelo, o largo com a Casa da Câmara e o pelourinho.

O tipo de organização do povoado de Mós revela padrão semelhante aos de Freixo de Espada à Cinta, Urrós e Alva. Relativamente aos castelos de Freixo de Espada à Cinta, Urrós e Alva, com os quais possui afinidades, o de Mós é o único a possuir a Igreja de Santa Maria implantada no lado oposto ao largo desenvolvido fronteiro à porta principal da cerca.

Referências

Ligações externas

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