Clara Zetkin – Wikipédia, a enciclopédia livre

Clara Zetkin
Clara Zetkin
Nascimento Clara Eißner
5 de julho de 1857
Wiederau, Reino da Saxônia
Morte 20 de junho de 1933
Arkhangelskoïe, União Soviética
Sepultamento necrópole da Muralha do Kremlin
Cidadania Alemanha, Império Alemão, República de Weimar, União Soviética
Cônjuge Friedrich Zundel, Ossip Zetkin
Filho(a)(s) Maxime Zetkin, Kostja Zetkin
Ocupação política, jornalista, ativista pelos direitos das mulheres, ativista pela paz, suffragette, editora, professora, escritora
Distinções
Assinatura

Clara Josephine Zetkin, nascida Eißner, (Wiederau, 5 de julho de 1857Arkhangelskoye, 20 de junho de 1933) foi uma professora, jornalista e política marxista alemã.[1] É uma figura histórica do feminismo. Foi uma das fundadores e dirigentes do Socorro Vermelho Internacional.[2]

Atividade jornalística

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Apesar das leis antissocialistas vigentes, então na Alemanha, Clara Zetkin (que adotou o nome de seu companheiro, Ossip, embora eles jamais tivessem se casado), participa clandestinamente da difusão do jornal do SPD, Der Sozialdemokrat. Ossip é preso juntamente com August Bebel e Wilhelm Liebknecht, e, como era russo, é expulso da Alemanha em 1880. A própria Clara também seria expulsa da Saxônia pouco depois, refugiando-se em Zurich. O casal se reencontraria em Paris, 1882, passando a residir na capital francesa.

Quando Ossip Zetkin (1850 -1889) se torna secretário do primeiro movimento de trabalhadores imigrados de Paris, majoritariamente composto de russos e romenos, Clara se torna correspondente de Der Sozialdemokrat. Nessa época, o casal Zetkin encontra-se com Louise Michel, Jules Guesde, Laura Marx e seu marido Paul Lafargue. Em 1886, Clara contrai tuberculose e retorna a Leipzig por quatro meses, para se tratar.[3]

Em 1889, violentas greves ocorrem em toda a Alemanha e, em 1890, as leis antissocialistas são abolidas. Em 1891, pouco depois da morte do marido, Clara Zetkin volta à Alemanha e cria, em 1892, o jornal Die Gleichheit (A Igualdade), do qual ela será redatora-chefe. O jornal será publicado até 1917. Die Gleichheit será um instrumento de educação popular das mulheres trabalhadoras e de informação sobre suas condições de trabalho, estruturando um importante movimento social-democrata feminino.[4]

Criação do Dia Internacional da Mulher

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Copenhague, 1910. VIII Congresso da Internacional Socialista: na frente, Alexandra Kollontai e Clara Zetkin

Em 26 de agosto de 1910, durante a Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, realizada na Casa do Povo (Folket Hus), em Copenhage, Clara Zetkin propôs, com Alexandra Kollontai, a criação do Dia Internacional da Mulher, como uma jornada anual de manifestação pelo direito de voto para as mulheres, pela igualdade dos sexos e pelo socialismo. O primeiro Dia Internacional da Mulher foi comemorado em 19 de março de 1911. Posteriormente, a comemoração passaria a ocorrer no dia 8 de março.[5][6]

Clara Zetkin e Rosa Luxemburgo, 1910

Pacifismo na Alemanha

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Depois de ter sido membro da ala esquerda do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) até 1917, juntou-se ao Partido Social-Democrata Independente da Alemanha (USPD) (pacifistas) filiando-se à corrente revolucionária representada pela Liga Spartacus, de cuja criação, em 1915, Clara Zetkin participou, com Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht.

A Liga Spartacus daria origem, durante a Revolução Alemã de 1918-1919, ao Partido Comunista da Alemanha (KPD), pelo qual Clara Zetkin seria eleita deputada no Reichstag, durante a República de Weimar (1919 – 1933).

Como membro da Liga, Zetkin participou de numerosas ações pacifistas, o que lhe rendeu várias detenções e, finalmente, a prisão. Dentre essas ações, destaca-se a organização de uma conferência da Internacional Socialista de Mulheres, realizada em Berna, 1915, quando mulheres de todos os países envolvidos na Primeira Guerra Mundial declararam "guerra à guerra", conforme os princípios originais da Internacional Socialista.[4]

Clara Zetkin foi agraciada com Ordem de Lênin (1932) e a ordem do Estandarte Vermelho (1927).

Últimos anos e morte

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Obrigada a fugir da Alemanha após a ascensão do nazismo e a interdição do KPD, faleceu algumas semanas mais tarde, no exílio, em Moscou, aos 75 anos. O túmulo de Clara Zetkin se encontra junto à muralha do Kremlin, na Praça Vermelha, em Moscou, local em que eram enterradas conhecidas e influentes personalidades ligadas ao regime soviético.

Referências

  1. Caue Ameni (8 de março de 2019). «Conheça Clara Zetkin, a feminista antifascista que impulsionou o Dia Internacional da Mulher». in Autonomia Literária. Consultado em 5 de junho de 2010 
  2. Clara Zetkin
  3. Partington, John S. Clara Zetkin's Reception in British Socialism and the British Women's Movement, 1889-1909". In Stefan Welz e Fabian Dellemann Anglosachsen: Leipzig und die englischsprachige Kultur. Francfurt: Peter Lang, 2010, pp 117-137 ISBN 9783631601891
  4. a b (em francês) L'internationale des femmes socialistes, por Nicole Gabriel. Matériaux pour l'histoire de notre temps, 1989 v. 16 nº 1 pp. 34-41.
  5. Copenhague, contracultura e repressão, por René Vásquez Díaz. Le Monde diplomatique Brasil, abril de 2007.
  6. International Women’s Day - A Militant Celebration. M. I. A.

Ligações externas

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O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Clara Zetkin
  • (em português) Lenin e o Movimento Feminino, por Clara Zetkin, 1920.
  • Fighting Fascism: How to Struggle and How to Win, Mike Taber and John Riddell, ed., Chicago: Haymarket Books, 2017.