Bloco de Esquerda – Wikipédia, a enciclopédia livre
Bloco de Esquerda | |
---|---|
Sigla | B.E. |
Coordenadora da Comissão Política | Mariana Mortágua |
Líder Parlamentar | Fabian Figueiredo |
Fundação | 28 de fevereiro de 1999 |
Sede | Portugal Rua da Palma 268, 1100-394 Santa Maria Maior, Lisboa |
Ideologia | Socialismo[1] Anticapitalismo[2] Euroceticismo |
Espectro político | Esquerda[3] a extrema-esquerda[4] |
Publicação | esquerda.net |
Ala de juventude | Jovens do Bloco[5] (Grupo de trabalho interno, não sendo separado do Partido)[6] |
Antecessor | União Democrática Popular Partido Socialista Revolucionário Política XXI |
Membros (2009) | 6 830[7] |
Afiliação internacional | nenhuma |
Afiliação europeia | Esquerda Anticapitalista Europeia |
Grupo no Parlamento Europeu | Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde |
Assembleia da República | 5 / 230 |
Parlamento Europeu | 1 / 21 |
Assembleia Legislativa da Madeira | 1 / 47 |
Assembleia Legislativa dos Açores | 2 / 57 |
Presidentes de Câmaras Municipais | 0 / 308 |
Vereadores municipais | 12 / 2 074 |
Deputados Municipais | 125 / 6 461 |
Cores | Vermelho |
Símbolo eleitoral | |
Bandeira do partido | |
Página oficial | |
www | |
O Bloco de Esquerda (BE) é um partido político de esquerda socialista, em Portugal, de cariz ecologista e anticapitalista. Fundado em 1999, tem centrado a sua atividade na promoção de serviços públicos de qualidade, dos direitos laborais e no combate às desigualdades, assim como nas causas feminista, LGBTIA+, antirracista e ambiental.[8][9]
Valores
Socialismo
O Bloco define-se como um partido anticapitalista que propõe um projeto socialista sendo crítico das experiências da ex-URSS, Coreia do Norte, China, etc.[10] Na esteira de uma esquerda radical e heterodoxa, defende o socialismo como um projeto de democracia radical para as maiorias populares, assente no controlo democrático da produção e na distribuição da riqueza em função das necessidades da população, e reconhecendo os direitos fundamentais de opinião, como de organização partidária e sindical.[9]
Centralidade da classe trabalhadora
A contradição entre trabalho e capital é central na visão de mundo que o Bloco de Esquerda sustenta, pelo que o partido defende a organização laboral dos setores mais precarizados na sua ação política, propondo-se a promover o direito da sindicalização e a renovação da experiência de auto-organização da classe trabalhadora.[10]
Anti-imperialismo
No seu percurso político, o Bloco de Esquerda tomou posições públicas pela independência de Timor, contra a guerra no Iraque e no Afeganistão[11], em solidariedade com a Palestina[12], em oposição à invasão russa da Ucrânia[13], além da proposta consistente de saída de Portugal da NATO.[14] O partido tem defendido o direito à autodeterminação dos povos, do Sahara Ocidental ao reconhecimento do estado da Palestina. Na resolução aprovada na sua XIII Convenção, o Bloco de Esquerda refere que o «imperialismo dos EUA continua sendo o mais perigoso», ao mesmo tempo que denuncia a «natureza imperialista da Rússia» e da República Popular da China.[15][16]
Feminismo
As propostas referentes aos direitos das mulheres foram recorrentes no percurso do Bloco, desde a definição da violência doméstica como crime público, a defesa da despenalização do aborto e a correspondente proposta de referendo, à paridade de género e à igualdade salarial.[11] Segundo o Dicionário de História Partidária – Bloco de Esquerda, «O desejo de tranformação feminista é parte do código genético do Bloco, um partido que desde o seu início afirmou a radicalidade da exigência pela igualdade e do respeito pela diferença, recusando uniformismos, estereótipos, a violências preconceitos e hierarquias.»
Antirracismo
Desde a sua fundação que o Bloco de Esquerda procura introduzir no debate público e no seu programa políticas de promoção de igualdade e de combate ao racismo.[17] Exemplo disso foi o seu Programa Eleitoral para as eleições legislativas de Março de 2024, em que se indica «Persistem na sociedade e nas instituições preocupantes manifestações de um racismo estrutural enraizado que priva as pessoas afrodescendentes, ciganas e de outras comunidades racializadas dos seus direitos fundamentais» que o partido se propõe a continuar a combater.[18] Simultâneamente, a representatividade de pessoas migrantes e afrodescendentes tem sido uma preocupação assumida pelo partido.[19][20]
Direitos LGBTQI+
Já na fundação, em 1999, o Bloco assinalava como uma das suas causas centrais a luta contra a «discriminação por preferência sexual»[21] e muitas das pessoas que participaram na fundação e no crescimento do partido eram rostos do movimento LGBT.[22] A inscrição da não discriminação de pessoas do mesmo sexo, o reconhecimento dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo e do direito a adoção, as medidas contra a discriminação das pessoas trans, entre outras leis aprovadas ao longo do século XXI foram propostas ou tiveram o apoio ativo do Bloco de Esquerda.[23]
A defesa de uma perspetiva de transformação social e ecológica de bases socialistas consolidou-se como parte do programa e percurso do Bloco de Esquerda.[24][25] O partido prioriza as causas ambientais, relacionando-as com as sociais e a perspetiva de uma superação do atual modelo económico e social.[9]
História
Origens
O partido foi fundado em 1999 e resulta da unificação de partidos já existentes: a União Democrática Popular (marxista), o Partido Socialista Revolucionário (trotskista mandelista) e a Política XXI (socialista democrática), junto com militantes independentes com origens em diversos setores da esquerda portuguesa.
Entretanto, os partidos constituintes entraram num processo de auto-extinção. A Política XXI tornou-se uma associação de Acórdão 199/2008", do Tribunal Constitucional, publicado em Diário da República, 2ª Série – Nº 82 – 28 de Abril de 2008reflexão política que se exprime numa das revistas da área do Bloco, a Manifesto.[26] A dissolução oficial da Política XXI enquanto partido é concluída a 2 de Abril de 2008.[27] O PSR também se extinguiu,[28] transformando-se igualmente numa associação que se exprime numa revista, a Combate.[29] A UDP passou de partido a associação política, no início de 2005.[30] Edita igualmente uma revista, A Comuna.[31]
O Bloco de Esquerda tem como manifesto fundador o documento «Começar de Novo»[21] que aponta à «superação dos sectarismos» para fundar um «partido-movimento» centrado tanto nas lutas sociais e do mundo do trabalho, «contra o capital financeiro»,[32] como em causas como a defesa dos imigrantes indocumentados ou o combate às várias discriminações baseadas no sexo, origem étnica, orientação sexual e de género.[22]
Desde o início, o Bloco dá continuidade ao espaço da esquerda combativa vindo da Revolução de Abril e dos novos movimentos sociais que despontaram no fim do século XX.[32] O movimento pela «alterglobalização»[10] e a causa da paz, primeiro contra a guerra na Jugoslávia e, depois, no Afeganistão e Iraque, as mobilizações cidadãs de apoio a Timor-Leste e a luta estudantil contra as propinas foram parte do caldo de cultura de onde surgiu o Bloco de Esquerda.[10] Em particular, o primeiro referendo pela despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez de 1998, em que a esquerda não obteve o resultado que pretendia, marcou o espaço político que veio a ser ocupado pelo partido, que foi parte do movimento social que levou à vitória no segundo referendo e à consagração na lei desse direito das mulheres.[33]
O Bloco de Esquerda também se propôs a funcionar segundo um regime interno democrático, garantindo o direito a tendência, a diversidade de opiniões e aplicando a paridade de género nos organismos internos ou a rotatividade dos representantes eleitos.[34][35][9]
Primeiros Passos
As primeiras eleições em que o Bloco de Esquerda participou foi nas Europeias de 1999, tendo como cabeça de lista Miguel Portas. Obteve 61 920 votos (1,79% dos votos), não conseguindo eleger nenhum deputado. Em outubro do mesmo ano, concorre às eleições legislativas portuguesas de 1999, obtendo 131 840 votos, 2,46% e 2 deputados eleitos pelo círculo de Lisboa.[36]
Na sessão de tomada de posse da Assembleia da República, a 25 de outubro de 1999, os dois deputados do Bloco de Esquerda destacaram-se por terem permanecido de pé, recusando os lugares que lhes foram atribuídos nas filas secundárias.[37] Nessa legislatura, no ano 2000, a lei que consagra a Violência Doméstica como crime público, uma das primeiras propostas legislativas do Bloco de Esquerda, é aprovada e publicada em Diário da República.[38]
Em 2001, Fernando Rosas, dirigente e fundador do Bloco de Esquerda, é o primeiro candidato à Presidência da República apoiado pelo partido.[39] Obtém 128 927 votos, correspondentes a 2,98%.[40]
Nas eleições autárquicas portuguesas de 2001, consegue a conquista de uma Câmara, a de Salvaterra de Magos e 6 vereadores.[41][42]
Nas eleições legislativas portuguesas de 2002, obteve 149 543 votos, 2,75% e 3 deputados, dois por Lisboa e um pelo Porto.[43]
Na iminência da invasão do Iraque por uma coligação dirigida pelos EUA, o Bloco de Esquerda empenha-se na organização das grandes manifestações contra a guerra, a maior delas a 15 de fevereiro de 2003.[44] A 1 de março, Francisco Louçã representa o Bloco de Esquerda num comício na Aula Magna, em Lisboa, que junta vários setores políticos contra a Guerra, incluindo oradores como Mário Soares, Odete Santos, Maria de Lourdes Pintassilgo ou Diogo Freitas do Amaral.[45]
O Bloco elegeu o seu primeiro deputado europeu, Miguel Portas, nas eleições de 2004, obtendo 167 313 votos e 4,91% do total.[46][47]
A 17 de outubro de 2004, o Bloco de Esquerda elegeu Paulo Martins como deputado à Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, conseguindo 3,66% do total e 5035 votos, na sua primeira candidatura a este órgão.[48]
Nas eleições legislativas de 20 de fevereiro de 2005, teve oito deputados eleitos. Nas autárquicas do mesmo ano, foi eleita a candidata independente apoiada pelo Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Salvaterra de Magos. Na sua IV Convenção Nacional, o Bloco de Esquerda oficializou Francisco Louçã como porta-voz da Comissão Política.[32]
Já em 2005, foi aprovado pela convenção um conjunto de estatutos, que incluem um código de conduta e prevêem um quadro disciplinar, que anteriormente não existia.
Em janeiro de 2006, nas eleições presidenciais, Francisco Louçã obtém 5,3%, um total de 288 756 votos.[49]
Um partido consolidado
Em fevereiro de 2007, dá-se o segundo referendo pela despenalização da IVG. No ano anterior, os deputados do Bloco de Esquerda haviam votado favoravelmente à realização deste referendo.[50] O Sim à despenalização ganha por uma importante margem, 59,25% contra 40,75% do Não. O Bloco de Esquerda integrou ativamente as várias plataformas unitárias que fizeram campanha pelo Sim.[51]
Em 2007, na V convenção, foram apresentadas três moções de orientação política e uma quarta moção crítica apenas em relação ao funcionamento interno do Bloco. Na eleição, por voto secreto, da mesa nacional, a lista encabeçada por Francisco Louçã e que incluía as sensibilidades do PSR, da UDP e da PXXI obtém 77,5% dos eleitos, a lista B, encabeçada por Teodósio Alcobia, 5%, a lista C, encabeçada por João Delgado e integrando sindicalistas e membros da Ruptura/FER, 15%, e a lista D, encabeçada por Paulo Silva, 2,5%. Nesta convenção foi reafirmada uma orientação de oposição ao Governo de José Sócrates, do PS, ao mesmo tempo que foi destacada uma reafirmação programática ecologista.[52] Nesse momento, o partido aprofundou um perfil político e programático que combinava a afirmação de uma proposta socialista e anticapitalista com a resposta ambiental e ecológica de transformação social.[9]
Ainda no mesmo ano, em eleições intercalares, o Bloco elege um vereador à Câmara Municipal de Lisboa, o independente José Sá Fernandes, que encabeçou um movimento cidadão alargado em que o Bloco de Esquerda era a única força partidária.[53]
Em fevereiro de 2009, dá-se a VI Convenção em que é aprovada a política de construção de uma «Esquerda Grande», apresentada como uma «esquerda grande a partir de baixo» contra um «Governo Sócrates clamorosamente falhado».[10]
Nas eleições europeias de 2009, Miguel Portas, Marisa Matias e Rui Tavares foram eleitos para o Parlamento Europeu pelo bloco. Tavares viria a romper com o bloco em 2011, juntando-se ao Grupo Europeu dos Verdes.[54]
Nas eleições legislativas de 27 de setembro de 2009, o Bloco de Esquerda viu o seu número de deputados eleitos crescer para 16, conseguindo assim a maior votação até então e tornando-se na 4.ª força política do país.[55][56]
Em 2011, em plena campanha eleitoral das eleições legislativas de 2011, Francisco Louçã afirmou que o Bloco teve a sua maior vitória política desde a sua fundação, ao conseguir um consenso sobre a renegociação da dívida contraída durante a crise da dívida pública da Zona Euro.[57]
O resultado das eleições legislativas de 2011 contrariou o, até então, linear aumento de expressão, dado que o partido reduziu para metade a sua representação na Assembleia da República.[58][59]
A 24 de abril de 2012 morre Miguel Portas, vítima de cancro no pulmão. Miguel Portas foi fundador da Política XXI, e do Bloco de Esquerda. No momento do seu falecimento, foram prestadas homenagens vindas de um amplo espectro político para lá do Bloco de Esquerda.[60]
Novas Lideranças
Em novembro de 2012, na VIII Convenção do partido, foram eleitos João Semedo e Catarina Martins para a liderança do Bloco de Esquerda, sucedendo a Francisco Louçã.[61]
Entre 2012 e 2014, clivagens entre os movimentos e tendências que compunham o partido dão origem a novos projectos políticos. Concretizou-se a desvinculação da Ruptura/FER,[62] e do Fórum Manifesto[63] dando origem a um partido, o Movimento Alternativa Socialista, e a uma "candidatura cidadã"[64] a Tempo de Avançar, que se associou ao partido Livre. O Bloco, após uma queda eleitoral, recuperaria o seu espaço político.[65]
Em março de 2013, Daniel Oliveira, fundador do partido por via da Política XXI, anunciou a sua demissão do Bloco de Esquerda, indicando como motivos o "sectarismo interno, que enfraqueceu o partido e o seu debate democrático" e o "sectarismo externo, que tem impedido o Bloco de ser, como sempre quis ser, um fator de convergência e reconfiguração da esquerda portuguesa".[66]
Daniel Oliveira também apontou como motivação para o seu abandono a criação de uma corrente partidária interna dominante por João Semedo, José Manuel Pureza e Francisco Louçã, denominada Socialismo, que "cristaliza as divergências da última Convenção, exclui dos principais debates e decisões pelo menos um quarto dos militantes e cria um cordão sanitário entre 'poder' e 'oposição', afirmando uma lógica de fidelidades que só pode ser prejudicial ao Bloco".[66]
A 12 de Julho de 2014, os militantes da corrente Fórum Manifesto anunciam a sua desvinculação do Bloco de Esquerda.[67] A corrente Fórum Manifesto apontou como causa da sua desvinculação o resultado da liderança do partido, tendo anunciado "as derrotas que o BE teve nos últimos anos e que o conduziram à magra expressão eleitoral obtida nas últimas eleições europeias, não são um reflexo de fatores externos. São fruto da acumulação de erros não corrigidos, inscritos numa orientação política que divorciou crescentemente o Bloco do seu potencial eleitorado".[67]
Durante o mesmo período, ocorreram em Portugal grandes mobilizações, convocadas por movimentos sociais como a plataforma «Que se Lixe a Troika», além de greves gerais e setoriais. Nesse contexto, o Bloco apostou na mobilização social dando voz à exigência da demissão do governo PSD-CDS encabeçado por Pedro Passos Coelho e Paulo Portas.[68]
Na IX Convenção, em novembro de 2014, houve cinco moções que se apresentaram a votação. Na resolução aprovada é desenvolvida a política antes enunciada como «Esquerda Grande», sendo aprovada uma orientação que preconizava uma política de unidade das várias esquerdas de forma a construir uma alternativa ao chamado Bloco Central (PS e PSD). Adicionalmente, eram enumeradas as bases programáticas na qual se podia basear essa convergência, que incluíam o abandono da política dita de austeridade, a reestruturação das dívidas pública e externa, a nacionalização do sistema bancário e a saída de Portugal da NATO.[10]
A 30 de novembro de 2014, na sequência da IX Convenção do Bloco, é alterado o modelo de liderança e passa a vigorar uma nova Comissão Permanente composta por seis membros, com Catarina Martins como porta-voz.[32]
«Da Geringonça à oposição»
Nas eleições legislativas de 4 de outubro de 2015, o Bloco de Esquerda viu o seu número de deputados eleitos crescer para 19. Consegue assim a maior votação da sua história e torna-se a terceira força política do país, sendo o partido que mais cresceu.[69] Após negociações, o Bloco de Esquerda formaliza um acordo histórico para influenciar um governo do Partido Socialista, apoio parlamentar dado também pelo PEV e PCP. O governo liderado por António Costa toma posse a 25 de novembro de 2015. Foi a legislatura da chamada «Geringonça». O XXI Governo Constitucional, apoiado por toda a esquerda parlamentar, que viabilizou os quatro Orçamentos do Estado entre 2015 e 2019, viria a aumentar sucessivamente o salário mínimo, aumentar pensões e devolver subsídios de férias, repor feriados nacionais e ainda descongelar carreiras, ao mesmo tempo que assegurou o rigor das contas públicas.[70][71]
A 26 de junho de 2016, após a X Convenção do Bloco, Catarina Martins passou a ser a coordenadora do partido.[72]
Em 2016, Marisa Matias, eurodeputada do Bloco de Esquerda, é candidata à Presidência da República, alcançando 10% dos votos e sendo a mulher mais votada de sempre, até então, em eleições presidenciais.[73]
Nas eleições autárquicas de 2017, o Bloco de Esquerda aumentou a sua representação autárquica, aumentando o número de vereadores eleitos de 8 para 12, de deputados municipais de 100 para 125 e passou de 138 para 213 o número de eleitos em assembleias freguesias.[74]
Na sequência das eleições autárquicas de 2017, Ricardo Robles assume o cargo de vereador da Câmara Municipal de Lisboa. Em 2018, Ricardo Robles demite-se da vereação na sequência da polémica em torno dos seus investimentos imobiliários em Lisboa em edifícios destinados a alojamento local.[75]
No mesmo período, começam a ganhar espaço movimentos sociais como as «Greves Feministas» e as «Greves climáticas estudantis», assim como lutas laborais na educação, na saúde ou entre os trabalhadores do estado com vínculo precário.[76] A XI Convenção, realizada em novembro de 2018, assinalava a importância das lutas sociais em setores como a educação e a saúde, os movimentos sociais ambientalistas e também greves em empresas estratégicas como a Autoeuropa ou a PT/Altice.[77] Na moção aprovada, afirmava-se a pretensão de envolver a militância bloquista nesses processos de contestação social.
Nas eleições europeias de 2019, o Bloco de Esquerda consolidou a posiçao de terceiro partido do país ao conseguir eleger José Gusmão como segundo eurodeputado, juntamente com a primeira candidata Marisa Matias.[78] Nas eleições legislativas de 2019, o partido manteve-se como a terceira força eleitoral, com os mesmos 19 deputados na Assembleia da República.[79]
Na sequência destes resultados, tendo o Partido Socialista obtido uma maioria relativa na Assembleia da República, Catarina Martins desafia o primeiro-ministro António Costa a assinar um acordo escrito assente em alterações à lei laboral e no reforço do Serviço Nacional de Saúde de forma a garantir o apoio ao Governo por parte do Bloco.[80] Tendo sido recusada a proposta, o Bloco de Esquerda viabilizou o Orçamento de Estado para 2020, mas votou contra os dois orçamentos seguintes por não ter sido alcançado um acordo que protegesse o SNS e alterasse as leis laborais do tempo da troika. Em novembro de 2021, com o voto contra dos eleitos da CDU a somar-se aos do Bloco, o Orçamento foi chumbado. Perante esse voto de rejeição e a demissão do Governo, o Presidente da República decidiu antecipar as eleições para janeiro de 2022.[81]
Nas eleições presidenciais de 2021, Marisa Matias volta a candidatar-se com o apoio do Bloco, ficando desta feita pelos 164 741 votos, 3,95% do total.[82]
Nas eleições legislativas de 2022, o Bloco obteve 4,4% dos votos e desceu de 19 para 5 deputados à Assembleia da República, passando ao estatuto de sexta força política.[83][84] A 30 de abril de 2022, realiza-se a III Conferência do partido uma orientação resumida como «da geringonça à oposição, sem arrependimentos».[85] Em fevereiro de 2023, tem lugar o 1º Fórum LGBTQI+ sob o mote «Orgulho contra o conservadorismo»,[86] dando corpo à presença de ativistas do Bloco nas marchas pelo orgulho em todo o país. Em julho do mesmo ano, organiza-se o acampamento «Liberdade», retomando esta iniciativa de jovens do Bloco interrompida nos anos anteriores devido à pandemia e aos incêndios florestais.[87]
Em maio de 2023, sob o mote «Levar o país a sério», realiza-se a XIII Convenção, centrada na oposição à maioria absoluta do PS e em que Mariana Mortágua é apontada como nova coordenadora.[88] A resolução aprovada vai no mesmo sentido, afirmando que o Bloco de Esquerda se centraria na oposição ao Governo de António Costa, acentuando a luta contra a desigualdade e o desígnio ecossocialista.[89]
Já em setembro do mesmo ano, nas eleições legislativas regionais da Madeira, o Bloco regressa ao parlamento regional, após não ter eleito nenhum representante em 2019, subindo a sua votação e percentagem para 3036 e 2,24%, respectivamente.[90]
Já no início de 2024, houve eleições antecipadas para a Assembleia Legislativa Regional dos Açores, realizadas a 4 de fevereiro. O Bloco de Esquerda manteve-se como quarta força no arquipélago, com 2,54% da votação e passando de dois para apenas um deputado.[91]
Novo ciclo
Em novembro do mesmo ano, quando o primeiro-ministro António Costa se demite na sequência das buscas policiais no Palácio de S.Bento, no âmbito da Operação Influencer, o Bloco é o primeiro partido de esquerda a exigir a realização de eleições antecipadas.[92]
Após, a dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições para 10 março e na sequência da eleição de um novo secretário-geral do PS, Mariana Mortágua declara a disponibilidade do partido para fazer parte de uma solução maioritária pós-eleitoral que mantenha a direita em minoria na Assembleia da República.[93] O Bloco apresenta a habitação, os salários, os serviços públicos, os cuidados e o clima como aspectos programáticos centrais para a constituição dessa maioria.[93]
A 10 de março, ocorrem as eleições e o Bloco aumenta a sua votação e mantém o mesmo número de deputados de 2022.[94]
Do programa do Bloco de Esquerda, apresentado e levado a votos nas eleições de março de 2024,[95] fazem parte as seguintes medidas:
- Habitação: imposição de tetos para as rendas; limitação dos juros bancários; proibir a venda de casas a estrangeiros não residentes;[96]
- Trabalho e salários: Aumento do salário mínimo e médio; introdução de leques salariais que diminuam a desigualdade entre salários; fim da caducidade da contratação coletiva; reconhecimento dos direitos laborais do trabalho em plataformas; fim do outsourcing abusivo;[97][98]
- Serviços públicos: autonomia dos Centros de Saúde e Hospitais para contratar profissionais; criação de uma rede nacional de creches públicas; devolução do tempo de serviço dos professores; contratação de 20 mil pessoas para a função pública para responder às necessidades;[99][100][101]
- Justiça Fiscal: proibição de transferências para offshores; fim dos benefícios fiscais injustificados; simplificação das regras fiscais sobre o trabalho e o consumo de bens essenciais.[102]
Deputados
Assembleia da República[103]
XVI Legislatura (2024 – presente)
Círculo | Deputado | Cargos | Refs. |
---|---|---|---|
Lisboa | Mariana Mortágua | Coordenadora do B.E. | [104] |
Fabian Figueiredo | Presidente do Grupo Parlamentar | [105] | |
Porto | Marisa Matias | [106] | |
José Soeiro | [107] | ||
Setúbal | Joana Mortágua | [108] |
XV Legislatura (2022 – 2024)
Círculo | Deputado | Cargos | Refs. |
---|---|---|---|
Lisboa | Mariana Mortágua | Coordenadora do B.E. (desde 2023) | [104] |
Pedro Filipe Soares | Presidente do Grupo Parlamentar | [109] | |
Porto | Catarina Martins renunciou em 2023 | Coordenadora do B.E. (2012-2023) | [110][111] |
José Soeiro | [107] | ||
Isabel Pires desde 2023 | [112][111] | ||
Setúbal | Joana Mortágua | [108] |
XIV Legislatura (2019 – 2022)
Círculo | Deputado | Cargos | Refs. |
---|---|---|---|
Lisboa | Mariana Mortágua | [104] | |
Pedro Filipe Soares | Presidente do Grupo Parlamentar | [109] | |
Beatriz Gomes Dias | [113] | ||
Jorge Costa | [114] | ||
Isabel Pires | [112] | ||
Porto | Catarina Martins | Coordenadora do B.E. | [110] |
José Soeiro | [107] | ||
Luís Monteiro | [115] | ||
Maria Manuel Rola | [116] | ||
Braga | José Maria Cardoso | [117] | |
Alexandra Vieira | [118] | ||
Setúbal | Joana Mortágua | [108] | |
Sandra Cunha renunciou em 2021 | [119][120] | ||
Diana Santos desde 2021 | [121][120] | ||
Aveiro | Moisés Ferreira | [122] | |
Nelson Peralta | [123] | ||
Leiria | Ricardo Vicente | [124] | |
Coimbra | José Manuel Pureza | Vice-presidente da Assembleia da República | [125] |
Faro | João Vasconcelos | [126] | |
Santarém | Fabíola Cardoso | [127] |
XIII Legislatura (2015 – 2019)
Círculo | Deputado | Cargos | Refs. |
---|---|---|---|
Lisboa | Mariana Mortágua | [104] | |
Pedro Filipe Soares | Presidente do Grupo Parlamentar | [109] | |
Jorge Costa | [114] | ||
Isabel Pires | [112] | ||
Jorge Falcato Simões | [128] | ||
Porto | Catarina Martins | Coordenadora do B.E. | [110] |
José Soeiro | [107] | ||
Luís Monteiro | [115] | ||
Domicília Costa renunciou em 2017 | [129][130] | ||
Jorge Campos | [131] | ||
Maria Manuel Rola desde 2017 | [116][130] | ||
Braga | Pedro Soares | [132] | |
Setúbal | Joana Mortágua | [108] | |
Sandra Cunha | [119] | ||
Aveiro | Moisés Ferreira | [122] | |
Leiria | Heitor de Sousa | [133] | |
Coimbra | José Manuel Pureza | Vice-presidente da Assembleia da República | [125] |
Faro | João Vasconcelos | [126] | |
Santarém | Carlos Matias | [134] | |
Madeira | Paulino Ascensão renunciou em 2018 | [135][136] | |
Ernesto Ferraz desde 2018 | [137][136] |
XII Legislatura (2011 – 2015)
Círculo | Deputado | Cargos | Refs. |
---|---|---|---|
Lisboa | Francisco Louçã renunciou em 2012 | Coordenador do B.E. (1999-2012) | [138][139] |
Ana Drago renunciou em 2013 | [140][141] | ||
Luís Fazenda | Presidente do Grupo Parlamentar (2011-2012) | [142] | |
Helena Pinto desde 2012 | [143][139] | ||
Mariana Mortágua desde 2013 | [104][141] | ||
Porto | João Semedo renunciou em 2015 | Coordenador do B.E. (2012-2014) | [144] |
Catarina Martins | Coordenadora do B.E. (2012-2023) | [110] | |
José Soeiro desde 2015 | [107] | ||
Setúbal | Mariana Aiveca | [145] | |
Aveiro | Pedro Filipe Soares | Presidente do Grupo Parlamentar (desde 2012) | [109] |
Faro | Cecília Honório renunciou em 2015 | [146][147] | |
Eugénia Taveira desde 2015 | [148][147] |
XI Legislatura (2009 – 2011)
Círculo | Deputado | Cargos | Refs. |
---|---|---|---|
Lisboa | Francisco Louçã | Coordenador do B.E. | [138] |
Ana Drago | [140] | ||
Luís Fazenda | Vice-presidente da Assembleia da República | [142] | |
Helena Pinto | [143] | ||
Rita Calvário | [149] | ||
Porto | João Semedo | [144] | |
José Soeiro | [107] | ||
Catarina Martins | [110] | ||
Braga | Pedro Soares | [132] | |
Setúbal | Fernando Rosas renunciou em 2010 | [150][151] | |
Mariana Aiveca | [145] | ||
Jorge Costa desde 2010 | [114][151] | ||
Aveiro | Pedro Filipe Soares | [109] | |
Coimbra | José Manuel Pureza | Presidente do Grupo Parlamentar | [125] |
Leiria | Heitor de Sousa | [133] | |
Santarém | José Gusmão | [152] | |
Faro | Cecília Honório | [146] |
X Legislatura (2005 – 2009)
- Alda Macedo
- Ana Drago
- António Chora
- Cecília Honório
- Fernando Rosas
- Francisco Louçã (Coordenador do B.E.)
- Helena Pinto
- João Semedo
- João Teixeira Lopes
- José Moura Soeiro
- Luís Fazenda (Presidente do Grupo Parlamentar)
- Mariana Aiveca
IX Legislatura (2002 – 2005)
VIII Legislatura (1999 – 2002)
Parlamento Europeu
X Legislatura (2024-Presente)
IX Legislatura (2019–2024)
VIII Legislatura (2014–2019)
VII Legislatura (2009–2014)
- Alda Sousa
- Marisa Matias
- Miguel Portas
- Rui Tavares (independente)
VI Legislatura (2004–2009)
Resultados eleitorais
Eleições legislativas
Esta página contém um gráfico que utiliza a extensão <graph> . A extensão está temporariamente indisponível e será reativada quando possível. Para mais informações, consulte o ticket T334940. |
Data | Líder | CI. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- | Status |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1999 | Francisco Louçã | 5.º | 132 333 | 2,44 / 100,00 | 2 / 230 | Oposição | ||
2002 | 5.º | 153 877 | 2,81 / 100,00 | 0,37 | 3 / 230 | 1 | Oposição | |
2005 | 5.º | 364 971 | 6,35 / 100,00 | 3,54 | 8 / 230 | 5 | Oposição | |
2009 | 4.º | 558 062 | 9,82 / 100,00 | 3,47 | 16 / 230 | 8 | Oposição | |
2011 | 5.º | 288 973 | 5,17 / 100,00 | 4,65 | 8 / 230 | 8 | Oposição | |
2015 | Catarina Martins | 3.º | 550 892 | 10,19 / 100,00 | 5,02 | 19 / 230 | 11 | Apoio parlamentar |
2019 | 3.º | 500 017 | 9,52 / 100,00 | 0,67 | 19 / 230 | Oposição | ||
2022 | 5.º | 244 603 | 4,40 / 100,00 | 5,12 | 5 / 230 | 14 | Oposição | |
2024 | Mariana Mortágua | 5.º | 282 314 | 4,36 / 100,00 | 0,04 | 5 / 230 | Oposição |
Açores
Data | CI. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- |
---|---|---|---|---|---|---|
1999 | 5.º | 993 | 1,1 / 100,0 | 0 / 5 | ||
2002 | 4.º | 1 269 | 1,4 / 100,0 | 0,3 | 0 / 5 | |
2005 | 4.º | 2 636 | 2,9 / 100,0 | 1,5 | 0 / 5 | |
2009 | 4.º | 6 965 | 7,3 / 100,0 | 4,4 | 0 / 5 | |
2011 | 4.º | 3 966 | 4,4 / 100,0 | 2,9 | 0 / 5 | |
2015 | 3.º | 7 330 | 7,8 / 100,0 | 3,5 | 0 / 5 | |
2019 | 3.º | 6 661 | 8,0 / 100,0 | 0,2 | 0 / 5 |
Aveiro
Data | CI. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- |
---|---|---|---|---|---|---|
1999 | 5.º | 4 677 | 1,3 / 100,0 | 0 / 15 | ||
2002 | 5.º | 6 647 | 1,8 / 100,0 | 0,5 | 0 / 15 | |
2005 | 4.º | 19 846 | 5,1 / 100,0 | 3,3 | 0 / 15 | |
2009 | 4.º | 35 183 | 9,0 / 100,0 | 3,9 | 1 / 16 | 1 |
2011 | 4.º | 19 338 | 5,0 / 100,0 | 4,0 | 1 / 16 | |
2015 | 3.º | 35 327 | 9,6 / 100,0 | 4,6 | 1 / 16 | |
2019 | 3.º | 35 068 | 10,0 / 100,0 | 0,4 | 2 / 16 | 1 |
Beja
Data | CI. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- |
---|---|---|---|---|---|---|
1999 | 6.º | 1 314 | 1,6 / 100,0 | 0 / 3 | ||
2002 | 6.º | 1 554 | 1,9 / 100,0 | 0,3 | 0 / 3 | |
2005 | 4.º | 4 144 | 4,7 / 100,0 | 2,8 | 0 / 3 | |
2009 | 4.º | 8 264 | 10,1 / 100,0 | 5,4 | 0 / 3 | |
2011 | 5.º | 3 890 | 5,2 / 100,0 | 4,9 | 0 / 3 | |
2015 | 4.º | 6 105 | 8,2 / 100,0 | 3,0 | 0 / 3 | |
2019 | 4.º | 7 330 | 9,1 / 100,0 | 0,9 | 0 / 3 |
Braga
Data | CI. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- |
---|---|---|---|---|---|---|
1999 | 5.º | 5 164 | 1,2 / 100,0 | 0 / 17 | ||
2002 | 5.º | 7 654 | 1,7 / 100,0 | 0,5 | 0 / 18 | |
2005 | 5.º | 22 179 | 4,6 / 100,0 | 2,9 | 0 / 18 | |
2009 | 4.º | 38 898 | 7,8 / 100,0 | 3,2 | 1 / 19 | 1 |
2011 | 5.º | 20 488 | 4,2 / 100,0 | 3,6 | 0 / 19 | 1 |
2015 | 3.º | 41 745 | 8,8 / 100,0 | 4,6 | 1 / 19 | 1 |
2019 | 3.º | 41 331 | 8,9 / 100,0 | 0,1 | 2 / 19 | 1 |
Bragança
Data | CI. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- |
---|---|---|---|---|---|---|
1999 | 5.º | 679 | 0,8 / 100,0 | 0 / 4 | ||
2002 | 5.º | 789 | 0,9 / 100,0 | 0,1 | 0 / 4 | |
2005 | 4.º | 2 044 | 2,5 / 100,0 | 1,6 | 0 / 4 | |
2009 | 4.º | 5 211 | 6,2 / 100,0 | 3,7 | 0 / 3 | |
2011 | 5.º | 1 738 | 2,3 / 100,0 | 3,9 | 0 / 3 | |
2015 | 3.º | 3 858 | 5,5 / 100,0 | 3,2 | 0 / 3 | |
2019 | 3.º | 3 833 | 6,0 / 100,0 | 0,5 | 0 / 3 |
Castelo Branco
Data | CI. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- |
---|---|---|---|---|---|---|
1999 | 5.º | 1 522 | 1,2 / 100,0 | 0 / 5 | ||
2002 | 5.º | 1 798 | 1,5 / 100,0 | 0,3 | 0 / 5 | |
2005 | 5.º | 4 660 | 3,7 / 100,0 | 2,2 | 0 / 5 | |
2009 | 3.º | 10 668 | 9,1 / 100,0 | 5,4 | 0 / 4 | |
2011 | 5.º | 4 614 | 4,2 / 100,0 | 4,9 | 0 / 4 | |
2015 | 3.º | 10 450 | 10,0 / 100,0 | 5,8 | 0 / 4 | |
2019 | 3.º | 10 352 | 11,1 / 100,0 | 1,1 | 0 / 4 |
Coimbra
Data | CI. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- |
---|---|---|---|---|---|---|
1999 | 5.º | 4 536 | 2,0 / 100,0 | 0 / 10 | ||
2002 | 5.º | 5 664 | 2,4 / 100,0 | 0,4 | 0 / 10 | |
2005 | 3.º | 15 444 | 6,3 / 100,0 | 3,9 | 0 / 10 | |
2009 | 3.º | 25 508 | 10,8 / 100,0 | 4,2 | 1 / 10 | 1 |
2011 | 5.º | 13 033 | 5,8 / 100,0 | 5,0 | 0 / 9 | 1 |
2015 | 3.º | 21 780 | 9,9 / 100,0 | 4,1 | 1 / 9 | 1 |
2019 | 3.º | 22 808 | 11,2 / 100,0 | 1,3 | 1 / 9 |
Évora
Data | CI. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- |
---|---|---|---|---|---|---|
1999 | 6.º | 1 392 | 1,5 / 100,0 | 0 / 4 | ||
2002 | 5.º | 1 611 | 1,8 / 100,0 | 0,3 | 0 / 3 | |
2005 | 4.º | 4 463 | 4,6 / 100,0 | 2,8 | 0 / 3 | |
2009 | 4.º | 10 167 | 11,1 / 100,0 | 6,5 | 0 / 3 | |
2011 | 5.º | 4 230 | 4,9 / 100,0 | 6,2 | 0 / 3 | |
2015 | 4.º | 7 328 | 8,6 / 100,0 | 3,7 | 0 / 3 | |
2019 | 4.º | 6 624 | 9,0 / 100,0 | 0,4 | 0 / 3 |
Faro
Data | CI. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- |
---|---|---|---|---|---|---|
1999 | 5.º | 4 129 | 2,3 / 100,0 | 0 / 8 | ||
2002 | 5.º | 5 168 | 2,8 / 100,0 | 0,5 | 0 / 8 | |
2005 | 3.º | 15 316 | 7,7 / 100,0 | 4,9 | 0 / 8 | |
2009 | 3.º | 31 017 | 15,4 / 100,0 | 7,7 | 1 / 8 | 1 |
2011 | 5.º | 16 414 | 8,2 / 100,0 | 7,2 | 1 / 9 | |
2015 | 3.º | 26 922 | 14,1 / 100,0 | 5,9 | 1 / 9 | |
2019 | 3.º | 21 255 | 12,3 / 100,0 | 1,8 | 1 / 9 |
Guarda
Data | CI. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- |
---|---|---|---|---|---|---|
1999 | 5.º | 1 088 | 1,1 / 100,0 | 0 / 4 | ||
2002 | 5.º | 1 231 | 1,2 / 100,0 | 0,1 | 0 / 4 | |
2005 | 4.º | 3 452 | 3,4 / 100,0 | 2,2 | 0 / 4 | |
2009 | 4.º | 7 730 | 7,6 / 100,0 | 4,2 | 0 / 4 | |
2011 | 5.º | 3 102 | 3,3 / 100,0 | 4,3 | 0 / 4 | |
2015 | 3.º | 6 341 | 7,4 / 100,0 | 4,1 | 0 / 4 | |
2019 | 3.º | 5 990 | 7,8 / 100,0 | 0,4 | 0 / 3 |
Leiria
Data | CI. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- |
---|---|---|---|---|---|---|
1999 | 5.º | 3 848 | 1,7 / 100,0 | 0 / 10 | ||
2002 | 5.º | 5 289 | 2,2 / 100,0 | 0,5 | 0 / 10 | |
2005 | 4.º | 13 788 | 5,5 / 100,0 | 3,3 | 0 / 10 | |
2009 | 4.º | 23 519 | 9,5 / 100,0 | 4,0 | 1 / 10 | 1 |
2011 | 4.º | 13 351 | 5,4 / 100,0 | 4,1 | 0 / 10 | 1 |
2015 | 3.º | 23 034 | 9,7 / 100,0 | 4,2 | 1 / 10 | 1 |
2019 | 3.º | 20 925 | 9,4 / 100,0 | 0,3 | 1 / 10 |
Lisboa
Data | CI. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- |
---|---|---|---|---|---|---|
1999 | 5.º | 55 340 | 4,9 / 100,0 | 2 / 49 | ||
2002 | 5.º | 53 092 | 4,7 / 100,0 | 0,2 | 2 / 48 | |
2005 | 4.º | 103 944 | 8,8 / 100,0 | 4,1 | 4 / 48 | 2 |
2009 | 4.º | 124 244 | 10,8 / 100,0 | 2,0 | 5 / 47 | 1 |
2011 | 5.º | 66 868 | 5,7 / 100,0 | 5,1 | 3 / 47 | 2 |
2015 | 3.º | 125 071 | 10,9 / 100,0 | 5,2 | 5 / 47 | 2 |
2019 | 3.º | 106 944 | 9,7 / 100,0 | 1,2 | 5 / 48 |
Madeira
Data | CI. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- |
---|---|---|---|---|---|---|
1999 | 5.º | 1 481 | 1,2 / 100,0 | 0 / 6 | ||
2002 | 4.º | 3 911 | 3,1 / 100,0 | 1,9 | 0 / 6 | |
2005 | 4.º | 5 265 | 3,8 / 100,0 | 0,7 | 0 / 6 | |
2009 | 4.º | 8 446 | 6,1 / 100,0 | 2,3 | 0 / 6 | |
2011 | 4.º | 5 567 | 4,0 / 100,0 | 2,1 | 0 / 6 | |
2015 | 3.º | 13 342 | 10,7 / 100,0 | 6,7 | 1 / 6 | 1 |
2019 | 5.º | 6 806 | 5,2 / 100,0 | 5,5 | 0 / 6 | 1 |
Portalegre
Data | CI. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- |
---|---|---|---|---|---|---|
1999 | 6.º | 876 | 1,2 / 100,0 | 0 / 3 | ||
2002 | 5.º | 1 072 | 1,6 / 100,0 | 0,4 | 0 / 3 | |
2005 | 4.º | 3 216 | 4,6 / 100,0 | 3,0 | 0 / 2 | |
2009 | 4.º | 7 019 | 10,8 / 100,0 | 6,2 | 0 / 2 | |
2011 | 5.º | 2 743 | 4,6 / 100,0 | 6,2 | 0 / 2 | |
2015 | 4.º | 5 427 | 9,2 / 100,0 | 4,6 | 0 / 2 | |
2019 | 4.º | 4 166 | 8,1 / 100,0 | 1,1 | 0 / 2 |
Porto
Data | CI. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- |
---|---|---|---|---|---|---|
1999 | 5.º | 21 374 | 2,3 / 100,0 | 0 / 37 | ||
2002 | 5.º | 25 195 | 2,7 / 100,0 | 0,4 | 1 / 38 | 1 |
2005 | 4.º | 66 912 | 6,7 / 100,0 | 4,0 | 2 / 38 | 1 |
2009 | 4.º | 92 929 | 9,2 / 100,0 | 2,5 | 3 / 39 | 1 |
2011 | 5.º | 50 985 | 5,1 / 100,0 | 4,1 | 2 / 39 | 1 |
2015 | 3.º | 106 954 | 11,1 / 100,0 | 6,0 | 5 / 39 | 3 |
2019 | 3.º | 94 553 | 10,1 / 100,0 | 1,0 | 4 / 40 | 1 |
Santarém
Data | CI. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- |
---|---|---|---|---|---|---|
1999 | 5.º | 4 800 | 2,0 / 100,0 | 0 / 10 | ||
2002 | 5.º | 6 760 | 2,8 / 100,0 | 0,8 | 0 / 10 | |
2005 | 5.º | 16 590 | 6,5 / 100,0 | 3,7 | 0 / 10 | |
2009 | 3.º | 29 379 | 11,9 / 100,0 | 5,4 | 1 / 10 | 1 |
2011 | 5.º | 13 747 | 5,8 / 100,0 | 6,1 | 0 / 10 | 1 |
2015 | 3.º | 24 489 | 10,8 / 100,0 | 5,0 | 1 / 9 | 1 |
2019 | 3.º | 21 141 | 10,2 / 100,0 | 0,6 | 1 / 9 |
Setúbal
Data | CI. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- |
---|---|---|---|---|---|---|
1999 | 5.º | 13 806 | 3,5 / 100,0 | 0 / 17 | ||
2002 | 5.º | 18 213 | 4,6 / 100,0 | 1,1 | 0 / 17 | |
2005 | 4.º | 43 862 | 10,3 / 100,0 | 4,7 | 1 / 17 | 1 |
2009 | 4.º | 58 827 | 14,0 / 100,0 | 3,7 | 2 / 17 | 1 |
2011 | 5.º | 29 620 | 7,0 / 100,0 | 7,0 | 1 / 17 | 1 |
2015 | 4.º | 55 276 | 13,1 / 100,0 | 6,1 | 2 / 18 | 1 |
2019 | 4.º | 47 863 | 12,1 / 100,0 | 1,0 | 2 / 18 |
Viana do Castelo
Data | CI. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- |
---|---|---|---|---|---|---|
1999 | 5.º | 1 689 | 1,2 / 100,0 | 0 / 6 | ||
2002 | 5.º | 2 485 | 1,8 / 100,0 | 0,6 | 0 / 6 | |
2005 | 4.º | 6 415 | 4,5 / 100,0 | 2,7 | 0 / 6 | |
2009 | 4.º | 12 098 | 8,6 / 100,0 | 4,1 | 0 / 6 | |
2011 | 5.º | 5 925 | 4,4 / 100,0 | 4,2 | 0 / 6 | |
2015 | 3.º | 10 225 | 8,0 / 100,0 | 3,6 | 0 / 6 | |
2019 | 3.º | 10 320 | 8,5 / 100,0 | 0,5 | 0 / 6 |
Vila Real
Data | CI. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- |
---|---|---|---|---|---|---|
1999 | 5.º | 995 | 0,8 / 100,0 | 0 / 5 | ||
2002 | 5.º | 1 113 | 0,9 / 100,0 | 0,1 | 0 / 5 | |
2005 | 5.º | 3 019 | 2,4 / 100,0 | 1,5 | 0 / 5 | |
2009 | 4.º | 6 958 | 5,5 / 100,0 | 3,1 | 0 / 5 | |
2011 | 5.º | 2 801 | 2,3 / 100,0 | 3,2 | 0 / 5 | |
2015 | 3.º | 5 707 | 5,2 / 100,0 | 2,9 | 0 / 5 | |
2019 | 3.º | 6 078 | 6,1 / 100,0 | 0,9 | 0 / 5 |
Viseu
Data | CI. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- |
---|---|---|---|---|---|---|
1999 | 5.º | 2 400 | 1,2 / 100,0 | 0 / 9 | ||
2002 | 5.º | 3 049 | 1,4 / 100,0 | 0,2 | 0 / 9 | |
2005 | 4.º | 7 149 | 3,3 / 100,0 | 1,9 | 0 / 9 | |
2009 | 4.º | 13 971 | 6,5 / 100,0 | 3,2 | 0 / 9 | |
2011 | 5.º | 5 786 | 2,9 / 100,0 | 3,6 | 0 / 9 | |
2015 | 3.º | 12 816 | 6,7 / 100,0 | 3,8 | 0 / 9 | |
2019 | 3.º | 13 956 | 7,9 / 100,0 | 1,2 | 0 / 8 |
Europa
Data | CI. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- |
---|---|---|---|---|---|---|
1999 | 7.º | 145 | 0,6 / 100,0 | 0 / 2 | ||
2002 | 6.º | 250 | 1,1 / 100,0 | 0,5 | 0 / 2 | |
2005 | 5.º | 535 | 2,3 / 100,0 | 1,2 | 0 / 2 | |
2009 | 3.º | 794 | 4,7 / 100,0 | 2,4 | 0 / 2 | |
2011 | 5.º | 602 | 3,4 / 100,0 | 1,3 | 0 / 2 | |
2015 | 4.º | 785 | 5,8 / 100,0 | 2,4 | 0 / 2 | |
2019 | 3.º | 6 106 | 5,7 / 100,0 | 0,1 | 0 / 2 |
Fora da Europa
Data | CI. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- |
---|---|---|---|---|---|---|
1999 | 7.º | 63 | 0,4 / 100,0 | 0 / 2 | ||
2002 | 6.º | 60 | 0,4 / 100,0 | 0 / 2 | ||
2005 | 6.º | 92 | 0,7 / 100,0 | 0,3 | 0 / 2 | |
2009 | 4.º | 177 | 2,0 / 100,0 | 1,3 | 0 / 2 | |
2011 | 4.º | 165 | 1,1 / 100,0 | 0,9 | 0 / 2 | |
2015 | 6.º | 229 | 1,6 / 100,0 | 0,5 | 0 / 2 | |
2019 | 6.º | 1 404 | 3,5 / 100,0 | 1,9 | 0 / 2 |
Eleições europeias
Data | Cabeça de Lista | Votos | % | +/- | Deputados | +/- | |
---|---|---|---|---|---|---|---|
1999 | Miguel Portas | 5.º | 61 920 | 1,79 / 100,00 | 0 / 25 | ||
2004 | 5.º | 167 313 | 4,91 / 100,00 | 3,12 | 1 / 24 | 1 | |
2009 | 3.º | 382 667 | 10,72 / 100,00 | 5,81 | 3 / 22 | 2 | |
2014 | Marisa Matias | 5.º | 149 628 | 4,56 / 100,00 | 6,16 | 1 / 21 | 2 |
2019 | 3.º | 325 450 | 9,82 / 100,00 | 5,26 | 2 / 21 | 1 | |
2024 | Catarina Martins | 5.º | 168 107 | 4,25 / 100,00 | 5,57 | 1 / 21 | 1 |
Eleições presidenciais
Data | Candidato apoiado | 1.ª Volta | ||
---|---|---|---|---|
CI. | Votos | % | ||
2001 | Fernando Rosas | 4.º | 129 840 | 3,00 / 100,00 |
2006 | Francisco Louçã | 5.º | 292 198 | 5,32 / 100,00 |
2011 | Manuel Alegre | 2.º | 831 838 | 19,76 / 100,00 |
2016 | Marisa Matias | 3.º | 469 321 | 10,12 / 100,00 |
2021 | 5.º | 164.731 | 3,95 / 100,00 |
Eleições autárquicas
Câmaras Municipais
Data | CI. | Votos | % | +/- | Presidentes CM | +/- | Vereadores | +/- | Deputados Municipais | +/- | Deputados de Freguesia | +/- |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
2001 | 9.º | 61 789 | 1,18 / 100,00 | Novo | 1 / 308 | Novo | 6 / 2 044 | Novo | 28 / 6 876 | Novo | 46 / 34 627 | Novo |
2005 | 6.º | 159 254 | 2,95 / 100,00 | 1,77 | 1 / 308 | 7 / 2 046 | 1 | 114 / 6 876 | 107 | 229 / 34 627 | 183 | |
2009 | 7.º | 167 101 | 3,02 / 100,00 | 0,07 | 1 / 308 | 9 / 2 078 | 2 | 139 / 6 946 | 25 | 235 / 34 672 | 6 | |
2013 | 7.º | 120 982 | 2,42 / 100,00 | 0,60 | 0 / 308 | 1 | 8 / 2 086 | 1 | 100 / 6 487 | 39 | 138 / 27 167 | 97 |
2017 | 6.º | 170 027 | 3,29 / 100,00 | 0,87 | 0 / 308 | 12 / 2 074 | 4 | 125 / 6 461 | 25 | 213 / 27 019 | 75 | |
2021 | 7.º | 137 521 | 2,75 / 100,00 | 0,54 | 0 / 308 | 5 / 2 074 | 7 | 94 / 6 461 | 31 | 162 / 27 019 | 51 |
Municípios | 2001 | 2005 | 2009 | 2013 | 2017 | 2021 | |||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Abrantes | 0 / 7 | 0 / 7 | 0 / 7 | 0 / 7 | 1 / 7 | 1 | 1 / 7 | ||||
Almada | 0 / 11 | 0 / 11 | 1 / 11 | 1 | 0 / 11 | 1 | 1 / 11 | 1 | 1 / 11 | ||
Amadora | 0 / 11 | 0 / 11 | 0 / 11 | 0 / 11 | 1 | 1 / 11 | 1 | 0 / 11 | 1 | ||
Entroncamento | 1 / 7 | 1 / 7 | 1 / 7 | 1 / 7 | 1 / 7 | 0 / 7 | 1 | ||||
Lisboa | 0 / 17 | 1 / 17 | 1 | 0 / 17 | 1 | 0 / 17 | 1 / 17 | 1 | 1 / 17 | ||
Moita | 0 / 9 | 1 / 9 | 1 | 1 / 9 | 1 / 9 | 1 / 9 | 0 / 9 | 1 | |||
Olhão | 1 / 7 |