Cultura natufiana – Wikipédia, a enciclopédia livre

Mapa do Levante com indicação de sítios do conjunto natufiano. Sobre o período aproximado de 13 050 à 7 550 a.C.

A cultura natufiana foi uma cultura arqueológica epipaleolítica desenvolvida no Levante, uma região geográfica situada no Oriente Médio, abrangendo áreas como Síria, Jordânia, Israel, Palestina, Líbano e Chipre. Além disso, algumas fontes ampliam a definição do Levante para incluir partes da Turquia, Iraque, Arábia Saudita e Egito.[1][2]

Estima-se que a cultura natufiana tenha surgido por volta de 13.050 a.C. e perdurado até cerca de 9.500 a.C., marcando uma transição entre o estilo de vida nômade do Paleolítico e a adoção de uma vida mais sedentária na transição para o Neolítico. Durante esse período, os natufianos desenvolveram uma série de características distintivas em sua cultura material e práticas sociais.[1][2]

Os sítios arqueológicos natufianos apresentam uma variedade de artefatos, como ferramentas de pedra polida e lascada, como lâminas de sílex e micrólitos, que eram utilizados para diferentes propósitos, desde a caça até o processamento de alimentos. Além disso, foram encontrados artefatos decorativos, como contas de conchas e pedras, indicando uma valorização estética e possíveis práticas rituais.[1][2]

Uma característica marcante da cultura natufiana é o seu sistema de assentamento. Os natufianos estabeleceram-se em abrigos naturais, como cavernas e grutas, que proporcionavam proteção e abrigo contra as intempéries. Um dos sítios mais conhecidos é a Caverna do Monte Carmelo, localizada em Israel, que revelou uma extensa ocupação natufiana.[1][2]

A subsistência dos natufianos baseava-se principalmente na coleta de alimentos, como frutas, nozes e sementes, bem como na caça de animais selvagens, como gazelas. No entanto, há evidências de um incipiente desenvolvimento da agricultura, com a presença de instrumentos agrícolas rudimentares, como foices e pedras de moer, sugerindo uma transição para a produção de alimentos.[1][2]

Além da importância econômica, a cultura natufiana também demonstrou aspectos sociais complexos. Os natufianos desenvolveram estruturas sociais e simbolismo, como evidenciado pelos rituais funerários elaborados encontrados em alguns sítios, nos quais os mortos eram enterrados com ornamentos e oferendas.[1][2]

Os estudos sobre a cultura natufiana têm contribuído para uma melhor compreensão da transição entre o Paleolítico e o Neolítico, evidenciando as mudanças no estilo de vida e as primeiras experiências humanas com a domesticação de plantas e animais. Essa cultura desempenhou um papel crucial no desenvolvimento das sociedades humanas e na formação das bases para as civilizações futuras na região do Levante.[1][2]

Fontes arqueológicas

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O interesse sobre a cultura natufiana para o estudo da evolução humana recente iniciou-se quando os primeiros sítios foram escavados nas cavernas de Shukbah El-Wad, tendo atraído a atenção da arqueologia desde então, dado que seu período emergência é considerado como uma fase de inflexão na história do oriente próximo. Escavações realizadas nas décadas de 1950 e 1960 revelaram remanescentes de complexos formados por habitações, sítios funerários, instrumentos de moagem de grãos e ossos distribuídos em áreas de dimensões variadas, classificados em três categorias: pequenas (até 15 m2 a 150 m2), médias (de 400 m2 a 500 m2) e grandes (acima de 1.000 m2). Estes complexos se localizavam no cinturão de florestas em que predominavam carvalhos e pistaches, com estratos herbáceos de cereais diversos. Complexos natufianos pequenos foram também identificados em áreas de estepes do Negev e do Sinai, além de áreas do deserto da Arábia.[3][4]

As camadas superiores de numerosas cavernas palestinas revelam o chamado Conjunto Natufiano. Várias determinações radiocarbônicas feitas na Palestina, indicaram uma extensão de dois milênios, atribuídos ao conjunto, que vão de 12 500 a 10 000 anos antes de Cristo. Além da Palestina, no Líbano e na Síria, foram encontrados vestígios da indústria natufiana de sílex. O professor Enver Bostanci encontrou vestígios de alguns utensílios do tipo natufiano em Beldibi, caverna da costa Centro-Sul da Turquia. Os produtores do conjunto natufiano viveram em cavernas, sendo a melhor conhecida a do Monte Carmelo, em vasto abrigo rochoso e no terraço fronteiro, além de um bom número de sítios a céu aberto quem tem concisamente descrito. O povo natufiano vivia em sua maior parte da caça e da coleta de alimentos, assim como nos sítios de Karim Shahir. Ao mesmo tempo, temos instrumentos que sugerem um avanço incipiente no sentido da produção de alimentos, como por exemplo: foices, pedras de moer, etc.[5]

As interpretações sobre as origens dos natufianos salientam a importância de hábitos sedentários associados à exploração de recursos vegetais e animais; hábitos que teriam se estabelecido sob influência de mudanças climáticas e ambientais do fim do Pleistoceno e seus impactos na distribuição de cereais e castanhas nas áreas elevadas do Mediterrâneo. Admite-se, assim, que a abundância crescente destes recursos nestas áreas possa ter representado o principal fator para a expansão dos natufianos. O desenvolvimento de estratégias de coletas intensivas e de padrões de assentamento sedentário podem ter resultado em rápido crescimento populacional, seguidos de dispersão e exploração territorial. Em cerca de 1.500 anos, grupos natufianos teriam se expandido a partir das margens do Mediterrâneo, passando posteriormente a ocupar ambientes marginais, como as terras altas do Negev.[3][4]

A expansão dos natufianos para ambientes mediterrâneos menos produtivos e marginais provavelmente foi precipitada pelo crescimento inicial das comunidades nas zonas iniciais de ocupação. A descoberta de um sítio natufiano precoce e bem datado (Wadi-Judayid) ao sul borda do platô jordaniano sugere uma distribuição de área central muito mais ampla do que inicialmente definida. De qualquer modo, houve claramente uma expansão natufiana tardia nas terras altas do Negev; provavelmente uma intrusão em áreas ocupadas por grupos Mushabian há cerca de 11.000 anos.[3][4]

Consideradas as evidências de processamento, armazenamento e consumo de nozes e cereais entre os natufianos, não é surpreendente descobrir que a distribuição ambiental de seus assentamentos tenha acompanhado a zona montanhosa do Mediterrâneo; habitat característico de desenvolvimento de cereais silvestres e árvores produtoras de nozes. As localizações das aldeias natufianas exibem um padrão de elevação crescente para o sul e leste, de 200m a 300 m acima do nível do mar ao longo da costa do Mediterrâneo até a mais de 1000m no planalto jordaniano. Embora o ambiente regional se torne cada vez mais seco a sul e a leste, há evidências que grupos natufianos foram capazes de manter assentamentos nos habitats mediterrâneos de altitude elevada.[3][4]

As configurações locais das aldeias natufianas exibem um padrão consistente de organização. Os sítios são normalmente localizados próximos a ambientes de pastagem, como planícies costeiras vales amplos, bem como encostas arborizadas das zonas montanhosas, usualmente próximos a locais com disponibilidade de água. A localização estratégica dos sítios era favorável à exploração sazonal de recursos numa mesma localização, uma vez que os cerais selvagens são de maturação típica na primavera tardia e início do verão, enquanto castanhas, amêndoas e pistaches maduros são disponíveis para colheita no outono.[3][4]

A caracterização arqueológica da cultura natufiana deriva principalmente de registros tipológicos e tecnológicos de seus conjuntos líticos constituintes, além de outros elementos da cultura material, como artefatos em ossos, destinado ao uso doméstico, caça e coletas diversas ou como ornamentais. Seus conjuntos líticos se caracterizam por microtecnologias baseadas na produção de lâminas largas a partir de substratos rochosos diversos, cujos atributos evidenciam uma notável uniformidade, enquanto os conjuntos de ferramentas exibem uma variação quantitativa significativa que corresponde em parte às configurações ambientais locais e aos tipos de assentamento. A caracterização se completa a partir de formas de ocupação do espaço, como a arquitetura de habitações e de sítios funerários, que permitem diferenciá-la de outros complexos epipaleolíticos.[3][4]

A seriação tecnológica dos artefatos, em conjunto com datações de radiocarbono, permitem identificar duas fases distintas da cultura natufiana: uma fase precoce, entre cerca de 10.500 a.C e 9.000 a.C, associada à predominância de acabamentos bifaciais marginais e uma fase tardia entre cerca de 9.000 e 8.500 a.C, com formas predominantes normais de acabamento abrupto dos artefatos. Os sítios precoces são restritos às áreas montanhosas da zona mediterrânea, enquanto os sítios tardios se distribuem por áreas mais amplas, incluindo zonas altas de estepes. Esse padrão reflete uma expansão natufiana tardia para o que era então um ambiente mediterrâneo marginal.[3][4]

Em contraste com outras culturas complexas, como a Kebaran e a Mushabian, os sítios natufianos são tipicamente maiores, com presença características arquitetônicas diversificadas, como casas semi-subterrâneas, poços de armazenamento e pavimentações. A existência de residências permanentes é indicada pela identificação de espécies animais comensais, como ratos e camundongos. Ademais, há evidências de campos transitórios radiais de exploração com cerca de 200m2, com presença de conjuntos especializados de ferramentas e distribuição esparsa de depósitos culturais e construções. As ferramentas incluem placas de moagem, trituradores, pilões, almofarizes e foices polidas, provavelmente utilizados para o processamento de castanhas e moagem de grãos típicos de zonas montanhosas do Mediterrâneo. Exames de doenças dentárias e de atrito entre remanescentes natufianos indicam que as populações consumiam elevadas proporções de alimentos processados em pedra, assemelhando-se aos padrões dentais das populações do Neolítico Inferior.[3][4]

As habitações se caracterizavam como construções circulares semi-subterrâneas de três a seis metros de diâmetro, com pisos se situavam abaixo da superfície. Eram dotadas de alicerces rochosos e parte superior formadas provavelmente por madeira e ramos de árvores, o que diferenciava a arquitetura natufiana da prática comum de construções com tijolos de barro, típicas do Neolítico. Outra forma típica da arquitetura natufiana eram as casas semicirculares com cerca de nove metros de diâmetro, interpretadas como de uso coletivo. Instalações semi-subterrâneas destinadas ao armazenamento parecem, todavia, raras, a despeito da natureza sedentária da cultura natufiana, embora admita-se a possibilidade o uso de cestos para armazenamento na superfície.[3][4]

Alimentação

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As escavações nos sítios natufianos revelam a utilização de recursos vegetais diversos pelas comunidades. Remanescentes de megafauna mostram a predominância de gazelas, além de outras espécies como gado, cabras, ovelhas, burros selvagens, gamos e veados vermelhos. Lagartos, cobras, tartarugas, roedores, lebres, pássaros e peixes complementam os restos faunísticos. As elevadas proporções gazelas imaturas, bem como evidências de utilização intensiva da espécie, gerou especulações sobre o possível envolvimento das comunidades na criação e manejo de gazelas para colheita. Uma comparação de perfis de idade de restos destes animais, no entanto, sugere que os animais imaturos sugerem um padrão de mortalidade semelhante ao que se esperaria se tivessem sido caçados comunitariamente através de ataques, cercas e emboscadas. Esta estratégia de captura não seria apenas consistente com a idade e perfis de contribuição de gazela para a dieta, mas poderia também estar relacionada com práticas de caça comunais inerentes às sociedades de complexas de forrageamento.[3][4]

Diversos tipos de ferramentas de pedra para moagem de grãos, tigelas e pilões de pedregulhos e argamassa, alguns com até 100 kg de peso, ocorrem em grande número nas aldeias e nos locais interpretados como acampamentos sazonais de ocupações recorrentes, como campos de base efêmeros e sem habitações. É possível que estes grandes pilões possam refletir graus mais elevados de riqueza local. Embora não haja evidências, é possível que fossem utilizados na preparação de alimentos durante atividades públicas, como em banquetes anuais ou festivos.[3][4]

Análises conduzidas em assentamentos tardios indicam o possível cultivo intencional das espécies selvagens, sustentando a hipótese que os primeiros processos de domesticação de vegetais comestíveis teriam se devido à seleção inconsciente pelo natufianos tardios ou seus descendentes. Evidências palinológicas obtidas nestes assentamentos indicam condições significativamente mais secas para a região do que aquelas presentes durante os primeiros tempos de expansão, indicando que as comunidades foram confrontadas simultaneamente com expansão populacional e perdas de território habitável; situação que não poderia ser resolvida por ajustes simples no sistema social existente. As mudanças climáticas e o consequente aumento da aridez, teriam, desta forma, representado um incentivo suficiente para a experimentação com gramíneas que provavelmente cresciam de forma espontânea nos solos propícios e úmidos próximos às aldeias. Tendo experimentado quase 2.000 anos de coleta de cereais selvagens, os natufianos deviam ser conscientes dos princípios de germinação, ciclos de crescimento e das condições edáficas adequadas para o sucesso do cultivo de cereais. Se existiram, os primeiros esforços de cultivo devem ter sido em escala modesta e com a intenção apenas de aumentar as populações selvagens que se encontravam em declínio permanente, mantendo artificialmente sua disponibilidade; passos iniciais que levaram à estratégia adaptativa de produção de alimentos no Levante iniciados como esforços para meramente perpetuar o sistema de caça-coleção existente.[3][4]

Organização social

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Embora seja difícil precisar os quantitativos populacionais epipaleolíticos do Levante, há evidências de crescimento de tamanho das comunidades natufianas, desde pequenos sítios variando entre 13 e 26 habitantes, normalmente não residenciais destinados à exploração de campos, até sítios maiores com grupos acima de 150 habitantes. Os registros sugerem peculiaridades de organização social em relação a outros grupos, como agrupamentos de centralidade matrilocal características de sociedades complexas de caçadores – coletores. Os remanescentes ósseos são indicativos de comunidades endogâmicas; prática fortemente associada à centralidade matrilocal. Evidências de endogamia persistente por mais de 30 gerações sugerem que a prática não devia resultar de respostas circunstanciais em períodos de densidades demográficas reduzidas, constituindo, entretanto, uma prática comum no tecido social das comunidades. Além disso, a agenesia de terceiro molar é encontrada em frequências normais em remanescentes natufianos sepultados (de zero a 20%) recuperadas de seis sítios, o que denota uma distribuição geográfica da endogamia aparentemente restrita ao nível das comunidades.[3][4]

Dada a importância dos recursos coletados para a subsistência das comunidades, não é surpreendente que o controle dos territórios e de recursos possa ter sido sido mantido e transmitido por mulheres, embora haja críticas em relação à ocorrência da matrilocalidade, uma vez que as diferenças nos padrões de residência podem ser explicadas por variações nas atividades masculinas na guerra, caça e trocas entre aldeias. Desta forma, quando a guerra, a caça e as trocas se convertem em incursões de longa distância e tempo, a matrilocalidade emerge como consequência, organizando núcleos temporários de mães, filhas e irmãs responsáveis pela supervisão atividades de suas respectivas famílias e da comunidade.[3][4]

Práticas funerárias

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Os sepultamentos representam um aspecto ritual predominante das aldeias natufianas. Pavimentos, coberturas de lajes e lápides de argamassa teriam fornecido lembranças visuais permanentes em relação aos mortos, bem como reforços de territórios específicos identidade. Uma grande estrutura com piso pavimentado e monólito foram descobertos no vilarejo de Rosh Zin, nas terras altas do Negev. O monólito, formado por uma coluna de calcário de um metro de altura foi posicionado próximo ao centro de uma estrutura oval e acompanhado por um esconderijo de pedras sulcadas, um disco de calcário disco e vários grandes núcleos de sílex, demonstrando claramente a existência de práticas funerárias rituais. A estrutura, localizada em meio às habitações domésticas, teria proporcionado uma lembrança contínua do aspecto sagrado da comunidade, além de contribuir para ampliar os conceitos de territorialidade.[3][4]

Os esqueletos são usualmente encontrados em decúbito dorsal, semiflexionados ou flexionados com várias orientações das cabeças e dos ossos dos membros superiores. O número de inumações varia de individuais às coletivas, embora estas últimas sejam mais características do natufiano primitivo. Ossos humanos dispersos foram também identificados dentro dos perímetros habitacionais, sugerindo que a convivência próxima com remanescentes humanos não devia ser perturbadora nas comunidades.[3][4]

Cerca de 8% dos esqueletos natufianos primitivos revelam a presença de decorações corporais compostas por conchas marinhas, ossos e pingentes de dentes de animais, sugerindo a provável existência de estratificação social. É possível que os objetos possam representar remanescentes de roupas, cintos ou chapéus, consideradas suas posições em relação aos crânios, ossos dos membros superiores e inferiores e cintura. Em alguns casos, objetos adicionais como ossos decorados e estatuetas foram identificados como oferendas funerárias.[3][4]

Há diversas diferenças entre os sítios no que refere aos elementos de decoração dos corpos, que parecem refletir a existência de grupos locais determinados Análises recentes, entretanto, sugerem não haver evidências de estratificação social entre os natufianos. Não há consenso, de fato, a respeito da existência de estratificação social. Se a cultura se originou como uma sociedade de forrageadores igualitários, seria difícil explicar a presença de estratificação social com base nas decorações corporais funerárias, que podiam representar apenas escolhas estéticas ou reverenciais. [3][4]

Indústria natufiana

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Os sítios natufianos revelam a presença conspícua de práticas artesanais de ossos e chifre. Os objetos eram produzidos a partir de hastes ósseas de pássaros, grandes mamíferos, dentes e chifres de gazelas e gamos. A análise de uso e desgaste indica que as ferramentas de osso eram usadas para trabalhos em couro e cestaria. Contas e pingentes eram igualmente produzido a partir de ossos de gazela e de aves. Cabos de foice e espátulas eram produzidos a partir de costelas e outros ossos longos, em alguns casos com decorações específicas, como séries de incisões ou imagens de animais. Artefatos ornamentais incluíam variedades de moluscos marinhos, contas de ossos, dentes perfurados, contas e pingentes de rochas e ossos, usados ​​possivelmente para decoração de chapéus, cintos e peças de vestuário, ou como colares, pulseiras e brincos. A forma original de algumas dessas decorações foi reconstruída a partir de materiais encontrados aderidas a esqueletos escavados nos sítios funerários. Em vários sítios foram identificadas conchas marinhas típicas e artefatos de obsidiana de locais distantes; possíveis evidências de intercâmbios entre as comunidades natufianas e/ou outras culturas.[3][4]

No que refere às representações, as imagens natufianas são mais frequentes nos períodos tardios e se expressam de várias maneiras. Ítens de uso doméstico como espátulas, cabos de foice e tigelas e incisões decorativas diversas. Foram tambem identificadas pequenas estatuetas representativas de animais diversos como gazelas, babuínos, tartarugas, cães e corujas. Figuras humanas, entretanto, são menos frequentes. Os artefatos se mostram diferentes entre os sítios escavados, permitindo identificar características e distribuição de diferentes grupos natufianos.[3][4]

Referências

  1. a b c d e f g Bar-Yosef, Ofer; Belfer-Cohen, Anna (1999). «The Origins of Sedentism and Farming Communities in the Levant». Journal of World Prehistory. 13 (4): 447-498. Consultado em 5 de julho de 2023 
  2. a b c d e f g Price, T. Douglas (2000). Europe's First Farmers. [S.l.]: Cambridge University Press. pp. 91–104 
  3. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t FITZHUGH, Ben; HABU, Junko (2002). Beyond foraging and collecting: Evolutionary change in hunter-gatherer settlement systems. [S.l.]: Springer Science & Business Media 
  4. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t PRICE, T. Douglas; BROWN, James A. (1985). Prehistoric hunter-gatherers. The emergence of cultural complexity. [S.l.]: Academic Press 
  5. Braidwood, R.J. (1959) [1948]. Prehistoric Men 4 ed. Chicago: Chicago Natural History Museum Press. pp. 113–116 

Ligações externas

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