Cyro Cotta Poggiali – Wikipédia, a enciclopédia livre

Cyro Cotta Poggiali
Vereador de Timóteo
Período começo da década de 1970
Prefeito de Coronel Fabriciano
Período 1963 a 1967
Vice-prefeito Lauro Pereira da Conceição
Antecessor(a) Raimundo Alves de Carvalho
Sucessor(a) Mariano Pires Pontes
Dados pessoais
Nome completo Cyro Cotta Poggiali
Nascimento 28 de julho de 1923
Rio Novo, Minas Gerais
Morte 9 de abril de 1978 (54 anos)
Cabo Frio, Rio de Janeiro
Nacionalidade brasileiro
Progenitores Mãe: Albina de Magalhães Cotta Poggiali
Pai: Quintino Poggiali
Esposa Marilda
Partido UDN

Cyro Cotta Poggiali (Rio Novo, 28 de julho de 1923Cabo Frio, 9 de abril de 1978)[1] foi um sindicalista e político brasileiro. Foi prefeito do município de Coronel Fabriciano entre 1963 e 1967, além de vereador em Timóteo, onde exerceu a presidência da Câmara Municipal.

Cyro Cotta Poggiali nasceu no município brasileiro de Rio Novo, no interior do estado de Minas Gerais, em 28 de julho de 1923,[1] sendo um dos seis filhos de Albina de Magalhães Cotta Poggiali e Quintino Poggiali.[2] No entanto, também viveu em Ubá.[3] Foi casado com dona Marilda e seu filho José Anchieta de Mattos Pereira Poggiali foi prefeito de Timóteo entre 1997 e 2000.[4]

Vida pública e política

[editar | editar código-fonte]

Cyro exerceu função de diretor na Acesita[5] e foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Coronel Fabriciano em 1961, porém renunciou ao cargo poucas semanas depois, após ser pressionado pelo Banco do Brasil.[6] Filiado à União Democrática Nacional (UDN), elegeu-se prefeito de Coronel Fabriciano para a gestão 1963–1967, vencendo o ex-prefeito Rufino da Silva Neto (PTB) por uma diferença de 47 votos.[7] Sucedeu a Raimundo Alves de Carvalho e foi sucedido por Mariano Pires Pontes, ao lado de Lauro Pereira da Conceição como vice-prefeito.[8]

Rua Cyro Cotta Poggiali, no bairro Santa Terezinha, em Coronel Fabriciano.

Ocorreu em seu mandato o Massacre de Ipatinga, no então distrito de Ipatinga na manhã de 7 de outubro de 1963, simbolizando o auge da repressão do Estado, responsável por 55% do capital estatal da Usiminas — outros 5% pertenciam a empresários nacionais e 40% a japoneses —, contra a classe operária da empresa em busca de melhores condições trabalhistas. Cyro compareceu ao local na tarde do mesmo dia, em uma caminhonete carregada de água potável e alimentos. Como a área estava cercada, o acesso foi possível somente por meio de estradas vicinais.[7]

Em seu mandato também aconteceu o desmembramento dos distritos de Ipatinga e Timóteo do município de Coronel Fabriciano, oficializado em 29 de abril de 1964, levando o território fabricianense a deixar de sediar os complexos industriais da Usiminas e da Acesita; anexados àqueles municípios, respectivamente. Cyro era aliado do então governador de Minas Gerais José de Magalhães Pinto e posicionava-se contra a emancipação das duas cidades, aprovada em dezembro de 1962, o que contribuiu para que o governador vetasse em primeiro momento a criação dos municípios. Ainda assim, a emancipação ocorreu após o prefeito mostrar apoio a Carlos Lacerda, governador do Rio de Janeiro e rival político de Magalhães Pinto, e devido à forte pressão por parte de políticos e empresários dos ex-distritos.[9][10][11]

Em 1965, durante sua gestão, entrou em funcionamento no bairro Giovannini o Cemitério Municipal Senhor do Bonfim.[12] Posteriormente também foi vereador em Timóteo, tendo exercido a presidência da Câmara Municipal. Em junho de 1970, propôs a alteração do nome do município para "Guadalajara", em referência à vitória do Brasil sobre o Uruguai na cidade mexicana de Guadalajara, durante a Copa do Mundo FIFA de 1970. Em sessão tumultuada, a proposta foi aprovada por 6 a 2 entre os vereadores, porém o projeto não procedeu.[13] Cyro veio a falecer no município de Cabo Frio, no Rio de Janeiro, em 9 de abril de 1978.[1] Em assembleia geral da Acesita realizada em 27 de abril do mesmo ano, foi prestado voto de pesar pelo seu falecimento, juntamente ao do também ex-diretor da empresa Emílio Jacques de Morais, falecido na mesma ocasião.[14]

Referências

  1. a b c Ancestors. «Cyro Cotta Poggiali». Consultado em 8 de agosto de 2019. Cópia arquivada em 8 de agosto de 2019 
  2. Árvore.net. «Genealogias da Zona do Carmo». Consultado em 8 de agosto de 2019. Cópia arquivada em 8 de agosto de 2019 
  3. Edson Furtado Caiaffa (18 de maio de 1980). «Vultos Ubaenses de Hoje e de Ontem». O Kanivete (337): 7. Consultado em 8 de agosto de 2019. Cópia arquivada em 8 de agosto de 2019 
  4. Diário do Aço (1999). Vale do Aço 2000: Um século de história. Ipatinga-MG: Empresa Jornalística Revisão Ltda. p. 72 
  5. «Acesita faturou mais de 2 bilhões em 1960» (PDF). Diário Carioca (10122): 7. 5 de julho de 1961. Consultado em 8 de agosto de 2019. Cópia arquivada (PDF) em 8 de agosto de 2019 
  6. «Metalúrgicos protestam contra a substituição de Ciro Cota Poggiali». A Noite (15890): 7. 23 de novembro de 1961. Consultado em 27 de agosto de 2015. Cópia arquivada em 8 de agosto de 2019 
  7. a b Fernandes, Edvaldo (outubro de 2013). «Massacre de Ipatinga Quadro a Quadro» (PDF). Memória Operária do Vale do Aço (Movaço): 92; 126. Consultado em 27 de agosto de 2015. Cópia arquivada (PDF) em 27 de agosto de 2015 
  8. Cartilha do Cidadão (1998). Vale do Aço - Perfil histórico, cultural e informativo - Coronel Fabriciano, Ipatinga e Timóteo 98 ed. João Monlevade-MG: Click Idéias Assessoria Ltda. p. 15 
  9. Revista Ipatinga Cidade Jardim. «Emancipação dos municípios contou com uma jogada política». Eu Amo Ipatinga. Consultado em 27 de agosto de 2015. Cópia arquivada em 27 de agosto de 2015 
  10. Sampaio, Aparecida Pires (abril de 2008). «A produção social do espaço urbano de Ipatinga-MG: da luta sindical à luta urbana» (PDF). Universidade Candido Mendes (UCAM): 43–46. Consultado em 27 de agosto de 2015. Arquivado do original (PDF) em 27 de agosto de 2015 
  11. Revista Caminhos Gerais, nº 21, pag. 27.
  12. Jornal Diário do Aço (30 de outubro de 2010). «Fabriciano deve ganhar novo cemitério». Consultado em 18 de novembro de 2014. Cópia arquivada em 18 de novembro de 2014 
  13. José Franco e Luiz Alfredo (21 de julho de 1970). «Guadalajara ou Timóteo?». O Cruzeiro (30): 48–50. Consultado em 8 de agosto de 2019. Cópia arquivada em 8 de agosto de 2019 
  14. «Ata da assembléia geral extraordinária realizada em 27 de abril de 1978 às 11:00 horas na sede social». Jornal do Brasil (35): 18. 13 de maio de 1978. Consultado em 8 de agosto de 2019. Cópia arquivada em 8 de agosto de 2019 
Ícone de esboço Este artigo sobre um político brasileiro é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.