Dança macabra – Wikipédia, a enciclopédia livre
Dança macabra ou Dança da Morte (em francês Danse macabries , em alemão Totentanz), é uma alegoria artístico-literária do final da Idade Média sobre a universalidade da morte, que expressa a ideia de que não importa o estatuto de uma pessoa em vida, a dança da morte une a todos.[1] Há representações de Danças macabras na literatura, pintura, escultura, gravura e música.
História
[editar | editar código-fonte]Acredita-se que representações artísticas de Danças macabras surgiram no século XIV, mas os detalhes sobre o lugar e forma em que se desenvolveram inicialmente são muito discutidas.[2] Alguns estudiosos pensam que se originou na França e que estaria relacionada a peças teatrais que dramatizavam a ideia da Morte.[2] Uma das representações artísticas mais importantes de uma Dança macabra foi um afresco pintado em 1424 no Cemitério dos Santos Inocentes, em Paris, considerado por alguns estudiosos como o ponto de partida desta tradição pictórica e que era acompanhado por versos sobre o tema.[2][3] Na primeira edição do poema Dança macabra (La Danse macabre), publicada por Guyoyt Marchant em 1485, foram incorporadas gravuras inspiradas no afresco do Cemitério, que foi destruído no século XVIII.[2][4] Essa primeira edição dos versos da Dança macabra, de autor anônimo e de qualidade medíocre, foi um êxito editorial.[4]
Outra hipótese para a origem do tema da Dança macabra é um poema do convento dominicano de Wurzburgo, na Alemanha, de cerca de 1350. Outros autores consideram a Espanha como possível lugar de origem, pois o tema do "Anjo da Morte" era comum ali por influência mourisca e hebreia.[2]
Estas representações foram produzidas sob o impacto da Peste Negra (1348), que avivou nas pessoas a noção do quão frágeis e efêmeras eram as suas vidas e quão vãs eram as glórias da vida terrena.
Destacam-se ainda trabalhos de autoria de Konrad Witz em Basileia (1440), Bernt Notke em Lübeck (1463) e xilogravuras de Hans Holbein, o Moço (1538).
As cenas finais do filme O Sétimo Selo de Ingmar Bergman retratam um tipo de "Danse Macabre".
Características
[editar | editar código-fonte]O tema consiste na representação personificada da Morte, conduzindo uma fileira de indivíduos de todos os estratos sociais a dançar em direcção aos próprios túmulos. Tipicamente nela estão representados as figuras de um Imperador, um Rei, um Papa, um monge, um jovem e uma bela mulher, todos sob a forma esqueletal.
Na cultura popular
[editar | editar código-fonte]Camille Saint-Saëns tem como uma de suas obras primas a música Danse Macabre de 1870.
No filme sueco, O Sétimo Selo de 1956, a Dança Macabra é apresentada no penúltimo quadro do filme, sendo a Morte levando: o ferreiro, Lisa (a esposa do ferreiro), Antonius Block (o cavaleiro), Raval (o ladrão), Jöns (o escudeiro) e Jonas Skat (um ator).
Referências
- ↑ Dance of Death na Catholic Encyclopedia (em inglês)
- ↑ a b c d e Ana Luisa Haindl U. La Danza de la Muerte no sítio edadmedia.cl (Centro de Estudios Medievales, Universidad Gabriela Mistral (em castelhano)
- ↑ Danse macabre no sítio La Mort dans l'Art (em francês)
- ↑ a b David A. Fein Guyot Marchant’s Danse Macabre. The Relationship Between Image and Text Mirator Elokuu. August 2000 (em inglês)
Ver também
[editar | editar código-fonte]Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Danse macabre Tesouro 4 da Biblioteca Nacional Roumania, via The European Library
- Huellas de Oriente en las representaciones macabras de la Europa medieval : https://riull.ull.es/xmlui/bitstream/handle/915/12024/CC_19_%282011%29_06.pdf?sequence=1&isAllowed=y