Marca de Monferrato – Wikipédia, a enciclopédia livre



Serenissimo Marchesato del Monferrato
Sereníssima Marca de Monferrato

Marca, posteriormente Ducado
vassalo do
Sacro Império Romano-Germânico

961 – 1574
Flag Brasão
Bandeira Brasão
Localização de Monferrato ou Montferrat
Localização de Monferrato ou Montferrat
Localização da Marca de Monferrato
Continente Europa
País Itália
Capital Moncalvo - até 1306
Chivasso 1306-1435
Casale Monferrato 1435-1533
Mântua 1356-1708
Língua oficial latim
Religião Catolicismo
Governo principado
História
 • 961 Estabelecimento
 • 1574 de Transformação em Ducado de Monferrato
 • 1574 Dissolução

A Marca de Monferrato[nota 1] foi um Estado da Idade Média na península Itálica, vassalo do Sacro Império Romano-Germânico. Originalmente era parte da Marca da Ligúria Ocidental (Liguriae Occidentalis), criada pelo rei Berengário II em cerca de 950.

A área de Monferrato foi constituída como a Aleramica Marca (Marca de Aleramo). Em 1574, a marca foi transformada no Ducado de Monferrato.

Seu território, que variou muito ao longo do tempo,[1] era constituído de parte das regiões italianas do Piemonte, Ligúria e Lombardia entre as províncias de Alexandria e Asti, compreendendo também em alguns períodos parte das províncias de Turim, Cuneo, Pavia, Savona, no território hoje conhecido como Monferrato.

Formação do Estado

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O Estado, constituído sobre parte dos territórios doados no século X a Aleramo do Monferrato, genro do rei Berengário II, pelo imperador Otão I, mediante diploma datado de 23 de março de 967, foi por muitos séculos um feudo imperial.[2]

Guilherme IV de Ravena é o primeiro governante da dinastia alerâmica citado como "de Monferrato", num documento de 23 de março de 1111.[3]

Porém, somente a partir do século XII pode-se falar realmente de "marquês de Monferrato". Por trinta anos governa Rainério, o primeiro a ser identificado como “Raynerius de Monteferrato Marchio” (Marquês Rainério de Monferrato). Ele iniciou a política filoimperial que caracterizaria o destino de Monferrato por vários séculos. Ele promoveu a construção do monastério de Santa Maria de Lucedio, próximo a Trino, que tornou-se depois o local de sepultura de vários marqueses.[4]

Desenvolvimento

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A Marca de Ivrea e as três novas marcas instituídas da Berengário II

Após a morte de Rainério, assumiu o governo seu filho Guilherme V, um dos protagonistas da vida política europeia. Guilherme V, o Velho, com sua grande atividade política e militar fez a região assumir seu papel de relevante importância, não somente no âmbito italiano. A serviço do imperador Frederico I, Guilherme envolveu-se numa série de conflitos contra as comunas situadas na área piemontesa-lombarda, primeiro em Alexandria e Asti. Simultaneamente às atividades no Monferrato, Guilherme V empenhou-se, junto com seu filho, em várias iniciativas no Oriente, seja no Reino de Jerusalém, seja no Império Bizantino. Essas ações atingiram seu ápice com seu filho Conrado que defendeu Tiro, o último baluarte do reino cruzado no Oriente, da ameaça de Saladino e foi eleito ao trono de Jerusalém, e Bonifácio I, comandante da Quarta Cruzada, que se tornou rei de Salonica. Seu neto Balduíno V de Jerusalém reinou por um breve período sobre Jerusalém. Durante o governo de Bonifácio I, a corte de Monferrato acolheu vários poetas de origem provençal, como Gaucelm Faidit, Raimbaut di Vaqueiras e Bertran de Born.[4]

Território e capital

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O primeiro estado em Monferrato ocupava uma pequena área na concluência dos rios e Tanaro em direção a Valenza[1] e foi alargando-se em direção a ocidente, limitado pelos cursos divergentes dos dois rios, até alcançar no século XI a região de colinas entre o Pó e o Versa.[1]

Na época alerâmica era ausente o conceito de capital e a corte era itinerante. Com a chegada a Monferrato de Teodoro I e o advento da dinastia paleóloga em 1306, Chivasso tornou-se a cidade preferida, embora o soberano permancesse às vezes em Valenza, Moncalvo, Pontestura, Trino e por pouco tempo em Asti até a perda de Chivasso em 1435 para os Savoia.[5]

A partir de 1435, Casale Monferrato assumiu a função de "capital" do estado paleólogo. Em 1536, a passagem do goveno aos Gonzaga colocou Monferrato como estado-satélite, uma vez que os Gonzaga tinham seus interesses e sua capital em Mântua. Em 1631, assumiu o governo o ramo colateral dos Gonzaga-Nevers, porém a situação continuou igual até 1708 com a passagem da soberania aos Saboia.[5]

Fim do Estado

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Em 1708, após sete séculos de existência, primeiro como Marca de Monferrato, depois como Ducado de Monferrato, o estado perdeu sua autonomia quando Vítor Amadeu II de Saboia foi investido pelo imperador e recebeu o território de Monferrato, o que foi ratificado em 1713 pelo Tratado de Utrecht.[7]

Marqueses de Monferrato

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Brasão original do Monferrato, dinastia Alerâmica
Brasão de armas da dinastia Paleóloga
Brasão de armas da dinastia Gonzaga
Brasão dos Gonzaga a partir de 1575
Brasão dos Gonzaga a partir de 1588
Brasão de armas da dinastia Gonzaga-Nevers

Dinastia Alerâmica[8][9]

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Ver artigo principal: Aleramici

Dinastia Paleóloga [10]

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Ver artigo principal: Paleólogos de Monferrato

Dinastia Gonzaga [11]

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Ver artigo principal: Família Gonzaga

Quando João Jorge morreu sem herdeiros a disputa pelo Monferrato acendeu-se entre Frederico II Gonzaga, Duque de Mântua e Carlos III, Duque de Saboia. Como Monferrato era um feudo imperial, foi o imperador Carlos V quem decidiu a quem confiar o território: a escolha recaíu sobre Frederico II, marido de Margarida Paleóloga (filha de Guilherme IX e de Ana de Alençon). Durante o domínio de Mântua, o Monferrato esteve no centro de muitos conflitos que visavam assegurar a sua posse por diversas potências europeias e a progressiva perda de autonomia frente ao crescente poder exercido pelos Gonzaga. [12]

Duques de Monferrato

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Dinastia Gonzaga [11]

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Ver artigo principal: Família Gonzaga

Dinastia Gonzaga-Nevers [7]

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Ver artigo principal: Gonzaga-Nevers

Notas

  1. Eventualmente chamada de Marquesado de Monferrato.
  2. Em Mântua, o duque Guilherme Gonzaga foi identificado como Guilherme I, enquanto no Monferrato era Guilherme X, na sequência dos anteriores marqueses.

Referências

  1. a b c Maestri 2014, p. 4.
  2. Maestri 2014, p. 6.
  3. Maestri 2014, p. 7.
  4. a b Maestri 2014, p. 8.
  5. a b Maestri 2014, p. 5.
  6. William Shepherd. «Perry-Castañeda Library Map Collection» (em inglês). Universidade do Texas. Consultado em 15 de janeiro de 2015 
  7. a b Maestri 2014, p. 20.
  8. «Aleràmici» (em italiano). Teccani.it - L'Enciclopdia Italiana. Consultado em 15 de janeiro de 2015 
  9. Maestri 2014, p. 9.
  10. Maestri 2014, p. 14.
  11. a b Maestri 2014, p. 18.
  12. Del Bo 2009, p. 51.
  • Maestri, Roberto (2014). Monferrato (PDF). uno Stato europeo (em italiano). [S.l.]: Palazzo del Monferrato. Consultado em 11 de fevereiro de 2014 
  • Maestri, Roberto, Il Marchesato di Monferrato, in La Marca Aleramica. Storia di una regione mancata, a cura di Raoul Molinari, Umberto Soletti Editore, Baldissero d'Alba, 2008.
  • Carlo Ferraris - Roberto Maestri, Storia del Monferrato. Le origini, il Marchesato, il Ducato, Editore Circolo Culturale I Marchesi del Monferrato, Alessandria 2011, ISBN 978-88-97103-01-1
  • Del Bo, Beatrice (2009). Uomini e strutture di uno stato feudale. Il marchesato di Monferrato (1418-1483) (em italiano). Milano: LED Edizioni Universitarie. ISBN 978-88-7916-440-5 
  • G. Aldo di Ricaldone, Monferrato tra Po e Tanaro, Gribaudo-Lorenzo Fornaca editore Asti 1999
  • G. Aldo di Ricaldone, Annali del Monferrato, Vol I e II L.Fornaca editore, Asti
  • D. Testa, Storia del Monferrato, Gribaudo-Lorenzo Fornaca editore Asti 1996

Ligações externas

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