Besouro-hércules – Wikipédia, a enciclopédia livre

Como ler uma infocaixa de taxonomiaBesouro-hércules[1]
Ilustração de um macho (acima) e de uma fêmea (abaixo) de um besouro do gênero Dynastes, retirada de um livro alemão de 1876.
Ilustração de um macho (acima) e de uma fêmea (abaixo) de um besouro do gênero Dynastes, retirada de um livro alemão de 1876.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Coleoptera
Subordem: Polyphaga
Superfamília: Scarabaeoidea
Família: Scarabaeidae
Subfamília: Dynastinae
Género: Dynastes[2]
Espécie: D. hercules
Nome binomial
Dynastes hercules
(Linnaeus, 1758)[3]
Distribuição geográfica
O besouro-hércules (D. hercules) é encontrado na região neotropical e atualmente endêmico das ilhas de Guadalupe e Dominica, nas Pequenas Antilhas; um arquipélago localizado ao norte da América do Sul, no mar do Caribe; graças a um estudo que tornou suas diversas subespécies em novas espécies (HUANG, 2017).[3]
O besouro-hércules (D. hercules) é encontrado na região neotropical e atualmente endêmico das ilhas de Guadalupe e Dominica, nas Pequenas Antilhas; um arquipélago localizado ao norte da América do Sul, no mar do Caribe; graças a um estudo que tornou suas diversas subespécies em novas espécies (HUANG, 2017).[3]
Sinónimos
Scarabaeus hercules Linnaeus, 1758[4]

O besouro-hércules[1] ou simplesmente hércules[5] (denominado popularmente, em inglêsː Hercules beetle;[6][7] em espanholː escarabajo Hércules)[8] é um inseto da ordem Coleoptera e da família Scarabaeidae, subfamília Dynastinae, cientificamente denominado Dynastes hercules;[2][3] um besouro do tipo escaravelho cujo habitat atual é endêmico das ilhas de Guadalupe e Dominica, nas Pequenas Antilhas; um arquipélago tropical localizado ao norte da América do Sul, na região neotropical envolta pelo mar do Caribe; onde fora coletado o seu tipo nomenclatural; reduzindo-se a sua distribuição geográfica graças a um estudo publicado em 2017 por J.P. Huangː The Hercules beetles (subgenus Dynastes, genus Dynastes, Dynastidae): a revisionary study based on the integration of molecular, morphological, ecological, and geographic analyses.[3] A espécie fora descrita em 1758, por Carolus Linnaeus, com a denominação Scarabaeus hercules em seu Systema Naturae,[4] sendo o significado da palavra usada em seu descritor específico (hercules), em latim, dado em homenagem ao herói da mitologia grega, filho de Júpiter.[5]

O gênero Dynastes

[editar | editar código-fonte]

Antes do ano de 2017 o besouro-hércules possuía diversas subespécies que foram divididas em espécies diferentes por J.P. Huangː Dynastes moroni Nagai, 2005; Dynastes bleuzeni Silvestre and Dechambre, 1995; Dynastes ecuatorianus Ohaus, 1913; Dynastes lichyi Lachaume, 1985; Dynastes morishimai Nagai, 2002; Dynastes occidentalis Lachaume, 1985; Dynastes paschoali Grossi and Arnaud, 1993; Dynastes reidi Chalumeau, 1977; Dynastes septentrionalis Lachaume, 1985; Dynastes trinidadensis Chalumeau and Reid, 1995.[3] Estudo este corroborado pelo iNaturalist (Taxonomic Split 74575).[9] Seus taxa são predominantes nas florestas tropicais montanhosas e de planície do lado Pacífico da cordilheira dos Andes até a bacia do rio Amazonas.[6]

Este gênero se encontra dentre os maiores besouros extantes, podendo chegar até pouco mais de 18 centímetros de comprimento,[6][7] sendo mais da metade desta medição alcançada pelos descomunais cornos, em forma de pinças curvas e pubescentes, principalmente a superior, que os machos carregam na parte frontal do protórax e no topo de suas cabeças; apresentando dimorfismo sexual aparente, com suas fêmeas mais discretas, castanhas e desprovidas de tais projeções.[1][10][11] O macho é capaz de mudar de cor com a umidade; na baixa umidade os seus élitros são amarelos ou verde-oliva, mas em alta umidade são negros, devido à alteração na refração da luz que neles incide.[6][7][10]

Os adultos voam ao crepúsculo ou durante a noite e o pico de sua atividade ocorre pouco antes do amanhecer, podendo ser atraídos pela luz;[7] embora seu voo não seja tão eficiente quanto o de outros insetos.[6] As larvas de Dynastes residem na madeira em decomposição, da qual se alimentam, sendo esta fornecida pelas árvores caídas ao solo; enquanto os indivíduos adultos são vistos escondidos na vegetação e no solo da floresta, sob a cobertura de folhas úmidas, sendo predominantemente frugívoros. São solitários e seus machos são territoriais e combativos durante a época de acasalamento, afastando os outros machos de suas fêmeas; os levantando entre os cornos cefálico e protorácico o mais alto possível e jogando-os abaixo;[6][12] com estudos sugerindo que eles possam levantar mais de 850 vezes o seu próprio peso corporal.[13] Também possuem a capacidade de produção de um som estridulatório e de um odor desagradável para dissipar ameaças de predação.[6][14]

Além de sua popularidade como animal de criação doméstica, no caso do adulto,[7] com um ciclo de vida total de cerca de três anos,[6] as larvas de espécies de Dynastes foram indicadas como sendo apreciadas por povos ameríndios como alimento; fato descrito por Johann Moritz Rugendas, no início do século XIX, quando esteve no Brasil.[11]

Referências

  1. a b c «Vestibular (UNICAMP - 2018 - 2ª FASE)». UNICAMP. 2018. 1 páginas. Consultado em 13 de setembro de 2023 
  2. a b Cotinis; Harpootlian, Phillip; Quinn, Mike; Belov, V. «Genus Dynastes - Hercules Beetles» (em inglês). BugGuide. 1 páginas. Consultado em 13 de setembro de 2023 
  3. a b c d e Huang, Jen Pan (15 de setembro de 2017). «The Hercules beetles (subgenus Dynastes, genus Dynastes, Dynastidae): a revisionary study based on the integration of molecular, morphological, ecological, and geographic analyses» (em inglês). University of Michigan Library. 1 páginas. Consultado em 13 de setembro de 2023 
  4. a b «Species summary for Dynastes hercules» (em inglês). AnimalBase. 1 páginas. Consultado em 13 de setembro de 2023 
  5. a b HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello (2001). Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa 1ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva. p. 1518. 2922 páginas. ISBN 85-7302-383-X 
  6. a b c d e f g h Toussaint, Anna (2015). «Dynastes hercules (Hercules Beetle)» (PDF) (em inglês). The Online Guide to the Animals of Trinidad and Tobago. 1 páginas. Consultado em 13 de setembro de 2023 
  7. a b c d e «Hercules beetle» (em inglês). Featured Creatures - Entomology and Nematology Department (UF/IFAS). 1 páginas. Consultado em 13 de setembro de 2023 
  8. Kotan, Zuka (15 de maio de 2014). «Escarabajo Hércules» (em espanhol). Flickr. 1 páginas. Consultado em 23 de agosto de 2023 
  9. Bobby23 (6 de abril de 2020). «Alterações Taxonômicas Táxon: Dynastes hercules (Inativo)». iNaturalist. 1 páginas. Consultado em 13 de setembro de 2023 
  10. a b Miguel "Siu" (17 de julho de 2015). «Hercules Beetle - male» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 13 de setembro de 2023 
  11. a b GODINHO JR., Celso L. (2011). Besouros e Seu Mundo. Com 1400 ilustrações em cores desenhadas pelo autor 1ª ed. Rio de Janeiro, Brasil: Technical Books. p. 257-258. 478 páginas. ISBN 978-85-61368-16-6 
  12. Huang, Jen-Pan (13 de dezembro de 2013). «Hercules beetle fight» (em inglês). YouTube. 1 páginas. Consultado em 13 de setembro de 2023 
  13. Turner, Lucy (25 de junho de 2020). «The Hercules Beetle (Dynastes hercules (em inglês). AmazingLife.Bio. 1 páginas. Consultado em 13 de setembro de 2023 
  14. Jarman, G. M.; Hinton, H. E. (novembro de 1974). «Some defence mechanisms of the Hercules beetle, Dynastes hercules» (em inglês). Physiological Entomology Volume 49, Issue 1 (Royal Entomological Society - Wiley Online Library). 1 páginas. Consultado em 13 de setembro de 2023 
Commons
Commons
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Besouro-hércules