Espúrio Carvílio Máximo Ruga – Wikipédia, a enciclopédia livre
Espúrio Carvílio Máximo Ruga | |
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Cônsul da República Romana | |
Consulado | 234 a.C. 228 a.C. |
Morte | 211 a.C.[1] |
Espúrio Carvílio Máximo Ruga (m. 211 a.C.; em latim: Spurius Carvilius Maximus Ruga) foi um político da gente Carvília da República Romana eleito cônsul por duas vezes, em 234 e 228 a.C., com Lúcio Postúmio Albino e Fábio Máximo. Era filho de Espúrio Carvílio Máximo, cônsul em 293 e 272 a.C..
Se atribui a ele a invenção da letra "G", que não existia nem no alfabeto grego e nem no etrusco, inventada simplesmente acrescentando uma barra vertical à já existe letra "C" para que, com este novo sinal, o "C" deixasse de representar o fonema oclusivo velar sonoro, pondo fim à ambiguidade de leitura.[2]
Primeiro consulado (234 a.C.)
[editar | editar código-fonte]Foi eleito cônsul em 234 a.C. com Lúcio Postúmio Albino e liderou a expedição enviado pelo Senado até a Córsega, mas, por conta de uma tempestade, acabou obrigado a voltar para Roma. No ano seguinte, conseguiu expulsar todos os navios cartagineses de Sardenha e Córsega, que se tornou a segunda província romana (depois da Sicília). Segundo os Fastos Capitolinos, obteve um triunfo por esta vitória.[3]
Segundo consulado (228 a.C.)
[editar | editar código-fonte]Em 228 a.C., foi eleito novamente, desta vez com Fábio Máximo, ano em que, segundo Cícero[4] não opôs resistência, assim como o seu colega, à Lex Flaminia, a lei agrária do tribuno da plebe Caio Flamínio que propunha para a divisão das terras da Gália Cisalpina. Políbio[5] porém, data a lei agrária de Caio Flamínio quatro anos antes, no consulado de Marco Emílio Lépido (232 a.C.).
Anos finais e morte
[editar | editar código-fonte]Carvílio Máximo não é mencionado novamente até o ano da desastrosa batalha de Canas (216 a.C.) quando propôs, com o objetivo de preencher os assentos no Senado, vagos por causa dos diversos mortos na batalha, e também de unir mais estreitamente os latinos aos romanos, que as vagas no Senado deveriam ser ocupadas pela escolha de dois senadores por cada uma das tribos latinas; porém, a sua proposta foi recusada com grande indignação e desprezo.[6]
Morreu em 211 a.C. ocupando a função de áugure. Seu sucessor foi Marco Servílio Gêmino.[1]
Divórcio
[editar | editar código-fonte]Carvílio é famoso por ter sido a primeira pessoa a se divorciar de sua esposa argumentando a sua esterilidade, mas a sua conduta foi amplamente condenada. Contudo, questiona-se se este foi mesmo o primeiro caso de divórcio em Roma,[7] pois a lei das Doze Tábuas já previa o divórcio duzentos anos antes.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Cônsul da República Romana | ||
Precedido por: Tito Mânlio Torquato com Caio Atílio Bulbo II | Lúcio Postúmio Albino 234 a.C. | Sucedido por: Fábio Máximo |
Precedido por: Lúcio Postúmio Albino II | Espúrio Carvílio Máximo Ruga II 228 a.C. com Fábio Máximo II | Sucedido por: Públio Valério Flaco |
Referências
- ↑ a b Lívio, Ab Urbe Condita XXVI, 23.8.
- ↑ Ernesto Faria. Manual de Pronúncia do Latim. Rio de Janeiro: Briguiet & Cia, 1938: 27.
- ↑ Zonaras viii. 18.
- ↑ Cícero, Cato, 4
- ↑ Políbio, ii 21
- ↑ Lívio, Ab Urbe Condita XXIII. 22
- ↑ Aulo Gélio iv. 3; Valério Máximo ii. 1. § 4; Dionísio de Halicarnasso ii. 25 ; Niebuhr, Hist. de Roma, vol. iii. p. 355.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Broughton, T. Robert S. (1951). The Magistrates of the Roman Republic. Volume I, 509 B.C. - 100 B.C. (em inglês). I, número XV. Nova Iorque: The American Philological Association. 578 páginas
- (em alemão) Friedrich Münzer: Carvilius 10). In: Realencyclopädie der classischen Altertumswissenschaft (RE). Vol. III,2, Stuttgart 1899, Col. 1630–1631.