Esprota – Wikipédia, a enciclopédia livre

Esprota era uma escrava bretã que Guilherme I da Normandia, tomou como esposa à moda viquingue (more danico)[1][2] e por ela teve um filho, Ricardo I. Após a morte de seu marido Guilherme, se tornou esposa de Esperlengo e mãe de Rodulfo de Ivry.[3][4][5]

A primeira menção a ela é de Flodoardo de Reims e, embora ele não a nomeie, a identifica no ano [943] como a mãe de "filho de Guilherme I da Normandia nascido de uma concubina bretã".[6] Elisabeth van Houts escreveu que "nesta referência repousa a identificação de Esprota, a esposa de Guilherme Espada Longa 'segundo o costume danês', como de origem bretã,[7] e isso pode se aplicar a alguém de etnia bretã, escandinava ou franca, sendo a última a mais provável com base na grafia de seu nome.[8] O primeiro a fornecer o nome dela foi Guilherme de Jumièges.[9][10] A natureza irregular (segundo a Igreja) de seu relacionamento com Ricardo I da Normandia serviu de base para o filho ser motivo de ridículo, o rei francês Luís IV da França "abusou do garoto com insultos amargos", chamando-o de "filho de uma prostituta" que havia seduzido o marido de outra mulher. [11][12]

No momento do nascimento de seu primeiro filho, Ricardo, estava morando em sua própria casa em Bayeux, sob a proteção de Guilherme.[4] Guilherme, tendo acabado de debelar uma rebelião em Pré-de Bataille (c.936),[a] recebeu a notícia de um mensageiro de que Esprota acabara de dar à luz um filho; encantado com as notícias, ordenou que seu filho fosse batizado e recebeu o nome pessoal de Ricardo.[9] O mordomo de Guilherme, Botão, tornou-se o padrinho do garoto.[13] Após a morte de Guilherme e o cativeiro de seu filho Ricardo, ela havia sido "recolhida" de sua situação perigosa pelo "imensamente rico" Esperlengo.[3] Roberto de Torigni identificou o segundo marido de Esprota[b] com Esperlengo, um rico proprietário de terras que operava usinas em Pîtres.[14]

[a] ^ A data da batalha e, como tal, o nascimento de Ricardo é comumente dada como ca. 936, mas de acordo com os Anais de Jumièges (ed. Laporte, p. 53), Ricardo foi batizado em 938.[15]


[b] ^ Quiçá também à moda viquingue ou danesa de casamento.[16]

Referências

  1. van Houts 1994, p. 1:xxxviii.
  2. Reynolds 1992, p. 111.
  3. a b Philippe 1845, p. 6.
  4. a b Crouch 2007, p. 26.
  5. van Houts 2000, p. 4.
  6. Fanning 2011, p. 37.
  7. van Houts 2000, p. 47 n. 77.
  8. van Houts 2000, p. 182.
  9. a b van Houts 1994, p. 1:78-9.
  10. Keats-Rohan 1997, p. 192.
  11. van Houts 1994, p. 1:102-3 n. 5.
  12. Albu 2001, p. 69.
  13. van Houts 1994, p. 1:78-9 n. 3.
  14. Searle 1988, p. 108.
  15. van Houts 1994, p. 1:78-9 n. 5..
  16. Searle 1988, p. 291 n. 2.
  • Albu, Emily (2001). The Normans in their histories: propaganda, myth and subversion. Woodbridge: Imprensa Boydell 
  • Crouch, David (2007). The Normans: The History of a Dynasty. Londres: Hambledon Continuum 
  • Fanning, Steven; Bachrach, Bernard S. (2011). The Annals of Flodoard of Reims, 916-966. Toronto: Imprensa da Universidade de Toronto 
  • Keats-Rohan, Katherine S. B. (1997). «Poppa of Bayeux and Her Family». The American Genealogist. 72: 187-204 
  • Philippe, Delphine Lemaître (1845). La Normandie an xe siècle, suivie des Recherches sur les droits des rois de France au patronage d'Illeville. Ruão: A. Perone 
  • Reynolds, Philip Lyndon (1992). Marriage in the Western Church. Leida e Nova Iorque: Brill 
  • Searle, Eleanor (1988). Predatory Kinship and the Creation of Norman Power, 840-1066. Berkeley: Imprensa da Universidade da Califórnia 
  • van Houts, Elizabeth M. C. (1994). The Gesta Normannorum Ducum of William of Jumièges, Orderic Vitalis, and Robert of Torigni. Oxônia: Imprensa Clarendon 
  • van Houts, Elizabeth M. C. (2000). The Normans in Europe. Manchester: Imprensa da Universidade de Manchester