Estação Ferroviária de Mangualde – Wikipédia, a enciclopédia livre

Mangualde
Estação Ferroviária de Mangualde
aspeto da estação de Mangualde, vista de este-nordeste, em 2008
Identificação: 48009 MAN (Mangualde)[1]
Denominação: Estação de Concentração de Mangualde
Administração: Infraestruturas de Portugal (até 2020: centro;[2] após 2020: sul)[3]
Classificação: EC (estação de concentração)[1]
Tipologia: C [2]
Linha(s): Linha da Beira Alta (PK 128,509)
Altitude: 449.3 m (a.n.m)
Coordenadas: 40°35′11.71″N × 7°45′36.91″W

(=+40.58659;−7.76025)

Mapa

(mais mapas: 40° 35′ 11,71″ N, 7° 45′ 36,91″ O; IGeoE)
Município: MangualdeMangualde
Serviços: R IC Sud Lus
Conexões:
Ligação a autocarros
Ligação a autocarros
1105 1119 1124 1125 1126 5040 5041 5042 7833
Serviço de táxis
Serviço de táxis
MGL
Equipamentos: Bilheteiras e/ou máquinas de venda de bilhetes Telefones públicos Sala de espera Caixas de correio Acesso para pessoas de mobilidade reduzida Lavabos Lavabos adaptados
Endereço: Rua da Estação, s/n
PT-3530-126 Mangualde
Website:
 Nota: Para outras interfaces ferroviárias com nomes semelhantes ou relacionados, veja Estação Mangueira (Metrorec), Estação Mangueira (SuperVia), Estação Manguinhos ou Apeadeiro de Silvalde.

A Estação Ferroviária de Mangualde é uma gare da Linha da Beira Alta que serve a cidade de Mangualde, situando-se na atual freguesia de Mangualde, Mesquitela e Cunha Alta, no Distrito de Viseu, em Portugal.

Mapa da L.ª da B. Alta, mostrando a localização da estação de Mangualde.

Caracterização

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Localização e acessos

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A estação ferroviária de Mangualde situa-se em Cubos / Mangualde-Gare, tendo acesso pela Rua da Estação[4][5] e distando 3,3 km do centro de Mangualde (R. P.e Bernardo), via EN232, com desnível acumulado de +32−108 m.[6]

Descrição física

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Em Janeiro de 2011, contava com quatro vias de circulação, com comprimentos entre os 258 e 376 m; as plataformas tinham 335 e 366 m de extensão, e 70 e 40 cm de altura.[7] O edifício de passageiros situa-se do lado noroeste da via (lado esquerdo do sentido ascendente, a Vilar Formoso).[8][9] A superfície dos carris da estação ferroviária de Mangualde no seu ponto nominal situa-se à altitude de 4493 dm acima do nível médio das águas do mar.[10]

Inauguração

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A Linha da Beira Alta abriu à exploração, de forma provisória, no dia 1 de Julho de 1882, tendo a linha sido totalmente inaugurada em 3 de Agosto do mesmo ano, pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses da Beira Alta.[11] A estação de Mangualde constava já do elenco original de estações e apeadeiros.[10]

Horários de todos os comboios de passageiros em 1917, incluindo dois da Pampilhosa a Mangualde.

Década de 1910

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Em 1913, existiam carreiras de diligências ligando a estação a Mangualde, Vila Nova de Tazem e Viseu.[12]

Década de 1930

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Em 1932, a Companhia da Beira Alta modificou a toma de água desta estação,[13] e em 1933 modificou as retretes, instalou uma fossa tipo mouras, e substituiu uma parte do edifício em madeira do cais coberto por alvenaria, instalou portas de correr e construiu um escritório envidraçado no interior.[14] Nesse ano, também elaborou o projecto para instalar iluminação eléctrica nesta interface, de forma semelhante às de Mortágua e Fornos de Algodres.[14] Em 15 de Maio de 1934, a Companhia abriu um despacho central de camionagem na localidade de Mangualde, realizando serviços de passageiros, bagagens e mercadorias com a estação.[15] Nesse ano, foi construído um dormitório para o pessoal, reparada a casa do factor e do agulheiro, pintada a marquise da estação, e instalada a iluminação eléctrica, como estava previsto; a energia eléctrica era fornecida por um pequeno grupo motor gerador de 3 kW de potência.[16] Ainda em 1934, o chefe de estação foi premiado pela Companhia, no âmbito de um concurso de ajardinamento das estações na Linha da Beira Alta.[17]

Em 1935, a Companhia da Beira Alta também tinha uma carreia rodoviária entre a estação e Castendo, baseada no despacho de Mangualde-Vila.[18] Nesse ano, o chefe da estação recebeu 4 dias de licença no concurso dos jardins.[19] Também em 1935, foi construída uma casa para o revisor de material, e colocado o pavimento na cocheira das máquinas.[20]

Em 1939, a Companhia da Beira Alta construiu uma guarita de agulheiro junto à agulha n.º 1, uma nova serpentina em ferro galvanizado para o cilindro de aquecimento de creosoto, e uma calçada no pátio da estação e no acesso ao cais, substituiu a canalização da toma de água, e reparou 3 cróssimas com soldadura autogénia.[21]

Pormenor do plano de 1930, incluindo a linha Viseu-Mangualde-Espariz.

Ligação projectada a outras linhas

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Ver artigo principal: Linha de Lamego

Em Junho de 1889, estava a ser projectada uma linha entre Recarei, na Linha do Douro, e Mangualde, seguindo pelo vale do Rio Paiva e passando por São Pedro do Sul e Viseu.[22]

No Plano da Rede ao Norte do Mondego, decretado no dia 1 de Março de 1900, o projecto já existente para uma linha de Lamego a Viseu foi prolongado até Mangualde.[23]

Em 1907, foi classificado o Plano da Rede Complementar do Centro, onde uma das linhas projectadas ligava Mangualde a Gouveia.[24]

Durante a fase de planeamento do Plano da Rede, nos finais da Década de 1920, as autoridades militares defenderam a construção de uma linha de via larga que saía de Viseu e passava por Mangualde, Gouveia, e Seia, terminando em Espariz, onde se ligaria ao prolongamento do Ramal da Lousã até Santa Comba Dão.[25][26] Esta linha foi inserida como via estreita no Plano Geral da Rede Ferroviária, publicado pelo Decreto n.º 18190, de 28 de Março de 1930.[25]

Anúncio publicitário de José de Almeida Azevedo, que operava uma carreira de transporte de passageiros e mercadorias entre a estação e a vila de Mangualde em 1943

Transição para a CP

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Em 1 de Janeiro de 1947, a Companhia da Beira Alta foi integrada na Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, que passou a explorar a Linha da Beira Alta.[27]

No dia 1 de Junho de 1949, a CP colocou ao serviço uma automotora entre Mangualde e Coimbra.[28]

Década de 1990

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O projecto de modernização da Linha da Beira Alta, levado a cabo pela operadora Caminhos de Ferro Portugueses na Década de 1990, teve em vista a renovação e a electrificação da via, e a remodelação e ampliação das estações; no caso de Mangualde, foi recuperado o edifício principal, e construído um terminal de mercadorias.[29]

Referências

  1. a b (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
  2. a b Diretório da Rede 2021. IP: 2019.12.09
  3. Diretório da Rede 2025. I.P.: 2023.11.29
  4. «Mangualde - Linha da Beira Alta». Infraestruturas de Portugal. Consultado em 28 de Novembro de 2016 
  5. «Mangualde». Comboios de Portugal. Consultado em 29 de Novembro de 2016 
  6. OpenStreetMaps / GraphHopper. «Cálculo de distância rodoviária». Consultado em 20 de novembro de 2021 
  7. «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 71-85 
  8. (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
  9. Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1988), C.P.: Direcção de Transportes: Serviço de Regulamentação e Segurança, 1988
  10. a b (anónimo): “Caminho de Ferro da Beira AltaDiario Illustrado 3307 (1882.07.24)
  11. TORRES, Carlos Manitto (16 de Março de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 71 (1686). p. 133-140. Consultado em 5 de Fevereiro de 2014 
  12. «Serviço de Diligencias». Guia official dos caminhos de ferro de Portugal. 39 (168). Outubro de 1913. p. 152-155. Consultado em 3 de Março de 2018 
  13. «O que se fez nos Caminhos de Ferro em Portugal no Ano de 1932» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 46 (1081). 1 de Janeiro de 1932. p. 10-14. Consultado em 28 de Outubro de 2012 
  14. a b «O que se fez nos Caminhos de Ferro em Portugal no Ano de 1933» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1106). 16 de Janeiro de 1934. p. 49-52. Consultado em 28 de Outubro de 2012 
  15. «Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses da Beira Alta» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 46 (1115). 1 de Junho de 1934. p. 297. Consultado em 28 de Outubro de 2012 
  16. «O que se fez nos caminhos de ferro em Portugal, em 1934» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1129). 1 de Janeiro de 1935. p. 27-29. Consultado em 27 de Outubro de 2012 
  17. «Linha da Beira Alta» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 46 (1120). 16 de Agosto de 1934. p. 418. Consultado em 29 de Novembro de 2016 
  18. «Companhia dos Caminhos de Ferro da Beira Alta: Despachos Centrais» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1142). 16 de Julho de 1935. p. 310. Consultado em 29 de Novembro de 2016 
  19. «Ajardinamento das estações da Linha da Beira Alta» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1144). 16 de Agosto de 1935. p. 356. Consultado em 29 de Novembro de 2016 
  20. «Os Nossos Caminhos de Ferro em 1935» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 48 (1153). 1 de Outubro de 1935. p. 5-9. Consultado em 3 de Fevereiro de 2013 
  21. «O que se fez em caminhos de ferro no ano de 1939» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 52 (1249). 1 de Janeiro de 1940. p. 35-40. Consultado em 30 de Novembro de 2016 
  22. «Efemérides» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 51 (1225). 1 de Janeiro de 1939. p. 43-48. Consultado em 29 de Novembro de 2016 
  23. «Há 50 anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 62 (1493). 1 de Março de 1950. p. 854. Consultado em 30 de Novembro de 2016 
  24. SOUSA, José Fernando de (1 de Junho de 1935). «A Crise Actual de Viação e os nossos Caminhos de Ferro de Via Estreita» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1139). p. 235-237. Consultado em 29 de Novembro de 2016 
  25. a b PORTUGAL. Decreto n.º 18190, de 28 de Março de 1930. Ministério do Comércio e Comunicações - Direcção Geral de Caminhos de Ferro - Divisão Central e de Estudos - Secção de Expediente. Publicado no Diário do Governo n.º 83, Série I, de 10 de Abril de 1930.
  26. SOUSA, José Fernando de (1 de Março de 1935). «"O Problema da Defesa Nacional" pelo Coronel Raúl Esteves» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1133). p. 101-103. Consultado em 29 de Novembro de 2016 
  27. REIS et al, p. 62-63
  28. «Linhas portuguesas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 62 (1476). 16 de Junho de 1949. p. 435. Consultado em 30 de Novembro de 2016 
  29. MARTINS et al, p. 202
  • MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado: O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas 
  • REIS, Francisco; GOMES, Rosa; GOMES, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X 
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Ligações externas

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