Evaristo de Miranda – Wikipédia, a enciclopédia livre
Evaristo Eduardo de Miranda | |
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Evaristo Eduardo de Miranda. | |
Nascimento | 17 de julho de 1952 (72 anos) São Paulo, SP |
Nacionalidade | brasileiro |
Cônjuge | Liana John |
Alma mater | Universidade de Montpellier |
Ocupação | professor, acadêmico, ecólogo, engenheiro agrícola, escritor, pesquisador |
Prêmios | Ordem do Mérito Militar[1] |
Evaristo Eduardo de Miranda ComRB CavMM (São Paulo, 17 de julho de 1952) é um professor, acadêmico, ecólogo, engenheiro agrícola, escritor e pesquisador brasileiro da Embrapa que atua na área do meio ambiente.[2][3][4][5][6]
Carreira
[editar | editar código-fonte]Iniciou sua carreira[7] como escritor sobre temas de humanidade com a publicação dos livros "Água, Sopro e Luz" (1995), "Agora e na Hora" (1996), "Corpo Território do Sagrado" (2000) e "Sábios Fariseus" (2001), traduzidos na Itália e na França. Mais recentemente publicou "O Íntimo e o Infinito", "300 razões para batizar", "Vai entender esses católicos", "Bíblia – história, curiosidades e contradições" e "O Senhor Bom Jesus de Monte Alegre do Sul". Dentre seus livros da área de ecologia e agricultura, destacam-se "Tons de Verde: a sustentabilidade da agricultura no Brasil (2018), "Agricultura no Brasil no Século XXI" (2013), "A Arte do Olhar - Mata Atlântica", "Jaguar" (2010), "Jardins Botânicos do Brasil" (2009), "O Descobrimento da Biodiversidade" (2004) e "Natureza, conservação e cultura" (2003).
Sua produção científica e literária é polivalente, aborda temas como a fauna selvagem[8] e doméstica;[9][10] os ecossistemas brasileiros[11][12] e sua história;[13][14] a cartografia[15][16] e o monitoramento da vegetação[17][18] e do meio ambiente por satélite,[19] voltados para a gestão territorial da agricultura.[20] Trata também de temas filosóficos[21] e de espiritualidade.[22][23] É diretor do Instituto Ciência e Fé de Curitiba.
Em 1988, Evaristo foi admitido pelo presidente José Sarney à Ordem de Rio Branco no grau de Oficial. Em 1998, Evaristo foi admitido pelo presidente Fernando Henrique Cardoso à Ordem do Mérito Militar no grau de Cavaleiro especial.[1]
Por oito anos apresentou um quadro no programa semanal "Caminhos da Roça# da EPTV-Globo e é comentarista de agrocultura na Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão e no jornal da TV Século XXI. Publica regularmente em jornais e revistas como National Geographic, ECO 21, AgroDBO, Jornal da Universidade, A Tribuna, Agroanalysis, O Estado de S. Paulo[24] e Revista Oeste[25].
Como servidor público e técnico, Evaristo de Miranda foi indicado pelo Ministério da Agricultura para participar de três equipes de transição presidencial: de José Sarney para Fernando Collor; de Fernando Henrique Cardoso para Luiz Inácio Lula da Silva e de Michel Temer para Jair Bolsonaro. Foi apontado como o "guru ambiental do governo".[26] Foi citado em março de 2021 na Revista Piauí como "o ideólogo da política ambiental de Bolsonaro".[27]
Em 2021, foi agraciado com o Troféu Deusa Ceres, como Engenheiro Agrônomo do Ano, pela AEASP.[28]
Evaristo se aposentou da Embrapa no final de 2022.[29]
Publicações selecionadas
[editar | editar código-fonte]- Tons de Verde (2017)
- A Geografia da Pele (2015)
- Agricultura no Brasil do Século XXI (2013)
- Jardins Botânicos do Brasil[30](2009)
- Guia de Curiosidades Católicas[31](2007)
- Natureza, Conservação e Cultura [32](2003)
Prêmios e homenagens
[editar | editar código-fonte]- Prêmio CNA Agro Brasil Pesquisa (2018)[33]
- Prêmio ABC - Personalidade do ano em Ensino e Pesquisa (2017)[34]
- Prêmio Construtores da Internet.br – 25 Anos Internet.br (2017)
- Prêmio Mérito Agropecuário, Câmara dos Deputados - Congresso Nacional (2014)[35]
- Prêmio Abril de Jornalismo: Categoria Ciência, Editora Abril (2008)[36]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b BRASIL, Decreto de 31 de março de 1998.
- ↑ Rajão et al., 2022
- ↑ Roque, Tatiana (2020). «O negacionismo no poder». revista piauí. Consultado em 28 de abril de 2023. Cópia arquivada em 28 de abril de 2023.
O agrônomo Evaristo de Miranda, chefe da Embrapa Territorial, conseguiu espalhar o argumento falso de que a extensão da floresta deixa pouco espaço para a agropecuária. Unidades de conservação, áreas indígenas, assentamentos de reforma agrária e florestas preservadas em imóveis rurais inviabilizariam o desenvolvimento nacional. Além disso, pitadas conspiratórias tornam seu argumento sedutor: a agenda ambiental vigente seria parte de um plano de países desenvolvidos para expandir suas próprias economias agrícolas, bloqueando o potencial competitivo do Brasil nesse setor.
- ↑ Nádia Pontes; Meghie Rodrigues; Giselle Soares; Renata Fontanetto; Vanessa Brasil; Diogo de Oliveira; Eduardo Geraque (30 de junho de 2023), Como negacionistas influenciam o debate ambiental no Brasil, Deutsche Welle, Wikidata Q120725998
- ↑ Giovana Girardi; Cristina Amorim; Álvaro Justen; Rafael Oliveira (30 de junho de 2023), Agronegócio e extrema direita impulsionam máquina de fake news sobre aquecimento global, Agência Pública, Wikidata Q120725999
- ↑ Nádia Pontes; Renata Fontanetto; Vanessa Brasil; Eduardo Geraque (30 de junho de 2023), Evaristo de Miranda e sua estatística criativa, Deutsche Welle, Wikidata Q120726000
- ↑ «Entrevista: O perfil do cientista Evaristo de Miranda. TV Cultura, maio de 2010»
- ↑ «Matéria: Rio de Livros (Jaguar). O Globo, maio de 2011»
- ↑ «Matéria: Um velho companheiro. National Geographic, março de 2010». Consultado em 3 de abril de 2014. Arquivado do original em 2 de abril de 2014
- ↑ «Matéria: O cavalo anfíbio do Pantanal é revelado por Evaristo, cientista e crente. IC News, abril de 2011». Consultado em 3 de abril de 2014. Arquivado do original em 7 de abril de 2014
- ↑ «Matéria: Lançamento do Livro Quando o Amazonas corria para o Pacífico. Jornal Universidade, fevereiro de 2007». Consultado em 3 de abril de 2014. Arquivado do original em 3 de março de 2016
- ↑ «Matéria: A Arte do Olhar – Mata Atlântica será lançado nesta quinta-feira, em São Paulo. National Geographic, outubro de 2012». Consultado em 3 de abril de 2014. Arquivado do original em 7 de abril de 2014
- ↑ «Matéria: Quando plantas valiam ouro. Veja Rio, junho de 2011». Consultado em 3 de abril de 2014. Arquivado do original em 7 de abril de 2014
- ↑ «Matéria: A invenção do Brasil. Planeta Sustentável, maio de 2007». Consultado em 3 de abril de 2014. Arquivado do original em 7 de abril de 2014
- ↑ «Projeto: Brasil Visto do Espaço. Embrapa, junho de 2004»
- ↑ «Projeto: Brasil em Relevo. Embrapa, junho de 2006»
- ↑ Miranda, E. E. et al. Vegetation Map of South America. Luxemburgo: European Commission, 2002. 48p.
- ↑ «Projeto: Monitoramento Orbital de Queimadas. Embrapa, maio de 2010»
- ↑ «Entrevista: Gestão Territorial. Canal LIvre, setembro de 2012»
- ↑ «Entrevista: Gestão territorial orienta produtores para ocupação do espaço rural. Conexão Ciência, dezembro de 2014»
- ↑ «Matéria: Livro ensina a reconhecer os animais que habitam cada pessoa. Folha de S. Paulo, junho de 2003»
- ↑ «Matéria: As águas e a sede do humano pela sua humanidade e divindade. Revista do Instituto Humanitas Unisinos, abril de 2009»
- ↑ «Matéria: O corpo na visão judaico-cristã.O Estadão, agosto de 2000»
- ↑ «Matéria: Preservar é derrubar os mitos. Aliás, O Estado de S. Paulo, junho de 2006»
- ↑ [httpshttps://revistaoeste.com/colunista/evaristo-de-miranda/ «Revista Oeste»]. Revista Oeste. Consultado em 14 de novembro de 2022
- ↑ Fernanda Trisotto (23 de agosto de 2019). «Quem é o guru ambiental do governo de Jair Bolsonaro». Gazeta do Povo. Consultado em 10 de março de 2021
- ↑ Esteves, Bernardo (março de 2021). «O fabulador oculto». Revista Piauí. Cópia arquivada em 20 de março de 2021.
Evaristo Eduardo de Miranda, paulistano de 68 anos, juntou-se à equipe de transição do governo Bolsonaro a convite de Onyx Lorenzoni, futuro ministro da Casa Civil. Quando chegou a Brasília, já havia uma equipe ambiental montada com o apoio das Forças Armadas e encabeçada pelo biólogo Ismael Nobre. “Na rádio corredor circulava que o ministro seria o Ismael”, lembrou a advogada Suely Araújo, que então presidia o Ibama e participou de encontros com a equipe de transição. “De repente começamos a perceber que as reuniões estavam esfriando e começou a haver notícias do grupo liderado pelo Evaristo, que estava se reunindo paralelamente.” O grupo de Nobre foi dissolvido e oficialmente substituído pelo do agrônomo, que incluía Ricardo Salles e Eduardo Bim, o futuro presidente do Ibama, a autarquia que faz o papel de polícia ambiental.
- ↑ «Edição 2021 - AEASP». Consultado em 15 de maio de 2023
- ↑ Giovana Girardi (10 de janeiro de 2023). «Evaristo de Miranda, guru ambiental de Bolsonaro, se aposenta da Embrapa». Folha de S.Paulo. Consultado em 8 de fevereiro de 2023
- ↑ «Matéria: Livro relata histórias e curiosidades dos Jardins Botânicos do Brasil. Repórter Eco, TV Cultura, maio de 2010»
- ↑ «Entrevista: Pesquisador fala sobre o lançamento do livro "Guia de Curiosidades Católicas". Rede Globo - Programa do Jô, dezembro de 2007.»
- ↑ Entrevista: Pesquisador fala sobre o lançamento do livro "Natureza, Conservação e Cultura". Rede Globo - Programa do Jô, agosto de 2003.
- ↑ «CNA entrega Prêmio Agro Brasil». CNA. 19 de novembro de 2018. Consultado em 10 de março de 2021
- ↑ «Concorrida cerimônia homenageou grandes nomes do agronegócio com o Prêmio ABC 2017». Associação Brasileira de Criadores. 18 de dezembro de 2017. Consultado em 10 de março de 2021
- ↑ Alan Alex (10 de dezembro de 2014). «Moreira entrega Prêmio Mérito Agropecuário a pesquisador e InpEV». Painel Político. Consultado em 10 de março de 2021
- ↑ «Matéria: Divulgação feita por quem produz ciência. Com Ciência, julho de 2008»
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Amaral, Ana Carolina (29 de janeiro de 2022). «Ambiência: Pesquisadores da Embrapa demandam exoneração de Evaristo de Miranda». Folha de S.Paulo. Consultado em 1 de fevereiro de 2022
- Esteves, Bernardo (25 de janeiro de 2022). «Ideólogo de Bolsonaro é denunciado por cientistas». revista piauí. Consultado em 1 de fevereiro de 2022
- Ferrante, Lucas (14 de outubro de 2020). «Passando a boiada no Pantanal, o boi não é "bombeiro" é ameaça ao bioma». ((o))eco. Cópia arquivada em 19 de abril de 2021.
De fato, as declarações de Tereza Cristina, Ricardo Salles e Evaristo de Miranda sobre o “boi bombeiro” são anticientíficas e apenas conversa para “boi dormir”.
- Oliveira, Cida de (8 de outubro de 2016). «Ruralista em órgão do Meio Ambiente de Alckmin é retrocesso, diz ambientalista». Rede Brasil Atual. Cópia arquivada em 19 de abril de 2021
- Rajão, Raoni; Nobre, Antonio Donato; Cunha, Evandro L. T. P.; Duarte, Tiago Ribeiro; Marcolino, Camilla; Soares-Filho, Britaldo; Sparovek, Gerd; Rodrigues, Ricardo R.; Valera, Carlos (14 de abril de 2022). «O risco das falsas controvérsias científicas para as políticas ambientais brasileiras». Sociedade e Estado (01): 317–352. ISSN 1980-5462. Consultado em 1 de maio de 2022
- Valente, Rubens (25 de janeiro de 2022). «Estudo mostra como 'falsas controvérsias' do governo afetaram meio ambiente». UOL Notícias. Consultado em 1 de fevereiro de 2022
- «Diretoria Nacional do SINPAF cobra posicionamento da Gestão Moretti sobre as denúncias contra Evaristo de Miranda». Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário. 28 de janeiro de 2022. Consultado em 1 de fevereiro de 2022
- «Negacionista da Embrapa recebe recursos destinados a combater a desertificação». ClimaInfo. 4 de dezembro de 2019. Cópia arquivada em 18 de janeiro de 2021.
A Embrapa Territorial é dirigida pelo negacionista Evaristo de Miranda, consultor preferido da bancada ruralista e membro da equipe de transição de Bolsonaro no ano passado. Uma busca rápida no Google da ligação da Embrapa Territorial e de seu diretor com o tema da desertificação não encontrou nada
- «Agromitômetro: OC e ISA checam as declarações de Evaristo de Miranda». ((o))eco. 25 de janeiro de 2019. Consultado em 1 de fevereiro de 2022
- «Cientistas denunciam guru da política antiambiental de Bolsonaro». ClimaInfo. 26 de janeiro de 2022. Consultado em 1 de fevereiro de 2022