Feiras e Mafuás – Wikipédia, a enciclopédia livre
Feiras e Mafuás é uma coletânea de crônicas de Lima Barreto, publicada postumamente, em 1953. Satírico, o livro tem como principal mote a descrição e reflexão crítica sobre a mudança na vida urbana do Rio de Janeiro, durante a República Velha. O livro é reconhecido como um marco da "crônica da modernidade" e da crítica ao autoritarismo do governo por Barreto.[1][2]
A coletânea é composta entre outras da crônica "Feiras e Mafuás", que narra as feiras populares organizadas durante festas juninas e critica os governantes do período republicano, que proibiram a realização das feiras.[2] A proibição deu-se pela prioridade que o governo buscava dar a eventos considerados da modernidade, representando o lema republicado "ordem e progresso". Para Barreto, tal qual expõe na crônica, a decisão promoveu a erosão da cultura do povo e a sobrevalorização de práticas de consumo influenciadas pelo modo de vida europeu; segundo ele:[3]
“ | Veio a República, e logo as novas autoridades acabaram com aquela folgança de mês. A república chegou austera e ríspida. Ela vinha armada com a Política Positiva, de Comte, e com os seus complementos: um sabre e uma carabina... | ” |
Referências
- ↑ Freitas, Celi Silva Gomes de (2009). «Candomblés e Mafuás em imagens barretianas - relações sociais de sexo e formação da nacionalidade brasileira». Dia-Logos: Revista Discente da Pós-Graduação em História (0). Consultado em 7 de abril de 2023
- ↑ a b Santos, Jonatan de Souza (20 de maio de 2022). «A sátira nas crônicas limabarretianas». Consultado em 7 de abril de 2023
- ↑ Machado, Valéria Aparecida de Souza (28 de junho de 2013). «Construção da identidade nacional: outras histórias, outros olhares». Revista Diadorim (0): 234–249. ISSN 2675-1216. doi:10.35520/diadorim.2013.v13n0a3993. Consultado em 7 de abril de 2023