Foguete (serviço ferroviário) – Wikipédia, a enciclopédia livre
Foguete
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O Foguete foi um serviço ferroviário rápido, que unia as cidades de Lisboa e Porto, em Portugal. Foi inaugurado em 1953,[1] tendo sido substituído pelos serviços Alfa e Intercidades, nos finais da década de 1980.[2]
Descrição
[editar | editar código-fonte]Percurso e serviços
[editar | editar código-fonte]Este serviço ligava as estações de Porto-Campanhã[3] e Lisboa-Santa Apolónia,[4] transitando por Vila Nova de Gaia, Espinho, Ovar, Aveiro, Coimbra-B e Entroncamento.[5] Possuía lugares em primeira e segunda classes, e dispunha de um bar e minibar,[5] e de um serviço de refeições ao lugar.[6] Na sua época, era o comboio mais luxuoso em Portugal,[7] Com um interior de aparência moderna e bastante confortável, insonorizado e munido de equipamento de ar condicionado.[6] A sua velocidade comercial de 100 km/h chegou a ser, durante algum tempo, a mais elevada na Península Ibérica.[8]
Material circulante
[editar | editar código-fonte]Em termos de material circulante, foram utilizadas predominantemente as automotoras da Série 0500,[6] embora também tivessem sido empregadas outras composições, rebocadas por locomotivas da Série 2500.[3]
História
[editar | editar código-fonte]O comboio Foguete foi introduzido num quadro de desenvolvimento do caminho de ferro em Portugal, durante o qual foi modernizada a Linha do Norte, e iniciado um programa de substituição do material circulante a vapor por gasóleo.[1] Em 9 de Março de 1953 foi organizada uma viagem experimental utilizando novas automotoras FIAT, que tinham sido recentemente encomendadas pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses.[9] A composição experimental era formada por duas automotoras, com um vagão entre elas, tendo partido às 10:05 da estação de Lisboa - Santa Apolónia, e chegado a Porto - São Bento às 14:14, com paragens em Fátima e Coimbra.[9] A bordo iam importantes individualidades do governo e da empresa, incluindo o ministro das Comunicações, José Frederico Ulrich, o director geral dos Transportes Terrestres, José António Miranda Coutinho, o director da C. P., Roberto de Espregueira Mendes.[9] A viagem de regresso fez-se no mesmo comboio, tendo saído de São Bento às 16 horas e chegado a Santa Apolónia às 20:11.[9] Nessa altura, estava previsto que as viagens entre Lisboa e o Porto durassem cerca de quatro horas, reduzindo em oitenta minutos o tempo de percurso em relação aos comboios rápidos então em serviço.[9] A Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses aprovou o início deste serviço em 15 de Outubro do mesmo ano.[10] Devido ao seu tempo de viagem inicial, de cerca de 4 horas e 20 minutos, tornou-se um ex-libris da época em que foi lançado.[6]
Após ter sido completada a electrificação da Linha do Norte, entre Lisboa e o Porto, em 1966,[11] os serviços foguete passaram a ser assegurados por composições rebocadas por locomotivas da Série 2500.[3] Este comboio foi substituído no final da década de 80, pelos serviços Alfa e InterCidades assegurado com as carruagens Corail dos Caminhos de Ferro Portugueses, que tinham sido recentemente introduzidas.[2]
Em 2002, foi escolhido o nome emblemático do Foguete para título da revista da AMF — O Foguete.[carece de fontes]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b FURTADO, 2020:31
- ↑ a b CUNHA, João (19 de Março de 2006). «Os serviços rápidos da CP - Comboios de Portugal». www.transportes-xxi.net. Transportes XXI • Portal. Consultado em 18 de fevereiro de 2018
- ↑ a b c OJANGUREN, Arturo E. Sanchez (Dezembro de 1979). «Portugal se Esfuerza en la Modernizacion de sus Ferrocarriles». Via Libre (em espanhol). Ano 16 (191). Madrid: Gabinete de Información y Relaciones Externas de RENFE. p. 16-18
- ↑ «Los Ferrocarriles Portugueses». Via Libre (em espanhol). Ano 5 (58). Madrid: Red Nacional de Ferrocarriles Españoles. 1 de Outubro de 1968. p. 23
- ↑ a b «Linha do Norte: Serviço Rápido e Directo - Lisboa-Porto» (PDF). Horário de Verão 1984. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 3 de Junho de 1984. p. 5. Consultado em 29 de Fevereiro de 2012 – via O Comboio em Portugal
- ↑ a b c d REIS et al, 2006:119
- ↑ «Estampas de Ayer». Via Libre (em espanhol). 43 (501). Madrid: Fundación de los Ferrocarriles Españoles. Outubro de 2006. p. 89-90. ISSN 1134-1416
- ↑ MARISTANY, Manolo (Junho de 1986). «Los Cien Anos del Sur Expreso». Via Libre (em espanhol). Ano 24 (269). Madrid: Fundación de los Ferrocarriles Españoles. p. 23-27
- ↑ a b c d e «O ministro das Comunicações foi ao Porto no «comboio-foguete»». Diário de Lisboa. Ano 32 (10871). Lisboa: Renascença Gráfica. 9 de Março de 1953. p. 8. Consultado em 7 de Agosto de 2020 – via Casa Comum / Fundação Mário Soares
- ↑ MARTINS et al, 1996:265
- ↑ REIS et al, 2006:102
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- FURTADO, Francisco (2020). A Ferrovia em Portugal: Passado, presente e futuro. Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos Santos. 122 páginas. ISBN 978-989-8943-47-7
- MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado: O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas
- REIS, Francisco; GOMES, Rosa; GOMES, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X
Ligações externas
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