Futurologia – Wikipédia, a enciclopédia livre
Futurologia, futurismo tecnológico ou Estudos de Futuros (em inglês: Future Studies) é um termo guarda-chuva usado para designar campos interdisciplinares de estudos que buscam analisar tendências com o objetivo de antecipar eventos ou contextos prováveis, possíveis ou preferíveis.[1]
Os objetivos específicos dos Estudos de Futuros são variados, podendo ter como foco intervenções orientadas em relação à degradação ambiental iminente, às mudanças nas relações sociais ou o simples desenvolvimento das organizações frente as mudanças tecnológicas.[1] Os Estudos de Futuros fazem uso de vários ramos das ciências sociais, exatas e biológicas, a depender do objetivo.[2] Por se tratar de um gênero multidisciplinar, a futurologia incorpora diferentres abordagens, como a Prospectiva (em inglês: Foresight).[3]
Muito em função de sua abrangência e da percepção de que há uma estocasticidade na sucessão dos eventos, o campo já foi definido como pseudociência. Críticos lembram que não é um conhecimento aberto à falseabilidade, exceto quando envolve a estipulação de datas para as previsões feitas.[4] Mais recentemente, avanços metodológicos elevaram a percepção de valor dessa linha de conhecimento[5] Uma das suas principais linhas de desenvolvimento da atualidade envolve o uso de algoritmos de inteligência artificial para ajudar os futurista a fazerem previsões sobre o que irá acontecer meses ou mesmo anos à frente.
O interesse pela futurologia cresceu significativamente nas últimas décadas, junto a uma ampla gama de terminologias utilizadas recentemente, como "futurismo", "futurismo metodológico", "cenários prospectivos", "previsão estratégica", "cenários futuros" e outros mais, às vezes usados como sinônimos e às vezes como formas de especificar as metodologias utilizadas.[3]
Disciplinas
[editar | editar código-fonte]A sigla STEEP é comumente usada para designar os campos analisados pelos Estudos de Futuros:[6]
A construção de um bom trabalho de futurologia depende assim da transversalidade da sua pesquisa.
Trabalhos significativos
[editar | editar código-fonte]A Associação para Futuristas Profissionais reconhece os trabalhos mais significativos com o objetivo de identificar e recompensar o trabalho de profissionais prospectivos.[7]
Author | Title |
---|---|
Bertrand de Jouvenel | L’Art de la conjecture (The Art of Conjecture), 2008[8] |
Donella Meadows | The Limits to Growth, 2008[9] |
Peter Schwartz | The Art of the Long View, 2008[10] |
Ray Kurzweil | The Age of Spiritual Machines: When Computers Exceed Human Intelligence, 2008[11] |
Jerome C. Glenn & Theodore J. Gordon | Futures Research Methodology Version 2.0, 2008[12] |
Jerome C. Glenn & Theodore J. Gordon | The State of the Future, 2008 |
Jared Diamond | Collapse: How Societies Choose to Fail or Succeed, 2008[13] |
Richard Slaughter | The Biggest Wake up Call in History, 2012 |
Richard Slaughter | The Knowledge Base of Futures Studies, 2008 |
Worldwatch Institute | State of the World, 2008 |
Nassim Nicholas Taleb | The Black Swan: The Impact of the Highly Improbable, 2012[14] |
Tim Jackson | Prosperity Without Growth, 2012[15] |
Jørgen Randers | 2052: A Global Forecast for the Next Forty Years, 2013 |
Stroom den Haag | Food for the City, 2013 |
Andy Hines & Peter C. Bishop | Teaching About the Future, 2014[16] |
James A. Dator | Advancing Futures - Futures Studies in Higher Education |
Ziauddin Sardar | Future: All that Matters, 2014 |
Emma Marris | Rambunctious Garden: Saving Nature in a Post-Wild World, 2014 |
Sohail Inayatullah | What Works: Case Studies in the Practice of Foresight, 2016[17] |
Dougal Dixon | After Man: A Zoology of the Future |
Livros consagrados
[editar | editar código-fonte]Ver também
[editar | editar código-fonte]- Análise macro-histórica
- História contrafactual
- História futura
- Escala de Kardashev
- Robert Anton Wilson
- Herman Kahn
Referências
- ↑ a b James Joseph O'Toole (2017). "Futurologia | ciências sociais", Enciclopédia Britânica. Acesso em 26 de janeiro de 2023.
- ↑ «Futurology». The Oxford Dictionary of Philosophy. futurology. 2008.
Mainly a pseudo-science, given the complexities of social, political, economic, technological, and natural factors.
- ↑ a b SOARES, P. A. LIMITES DA PROSPETIVA E POTENCIALIDADE DOS “ESTUDOS DO FUTURO” EM SOCIOLOGIA, disponível em IX Congresso Português de Sociologia, Universidade de Évora.
- ↑ William, F. Williams (2 de dezembro de 2013). Encyclopedia of Pseudoscience: From Alien Abductions to Zone Therapy. pp. 122–123. ISBN 9781135955229.
Many scientists reject the notion of futurology being a science, while others quibble at the use of the unscholarly word 'futurology'.
- ↑ Hines, Andy; Bishop, Peter J. Thinking about the future : guidelines for strategic foresight. Washington, DC: Social Technologies. ISBN 978-0-9789317-0-4. OCLC 133467057
- ↑ «What is STEEP Analysis?». PESTLE Analysis
- ↑ /msfw/ «Most Significant Futures Works - Association of Professional Futurists» Verifique valor
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(ajuda). apf.org - ↑ de Jouvenel, Bertrand. L'Art de la conjecture. [S.l.: s.n.] ISBN 978-1412847483
- ↑ Meadows, Donella (2004). Limits to Growth. [S.l.: s.n.] ISBN 978-1931498586
- ↑ Schwartz, Peter. The Art of the Long View. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0385267328
- ↑ Kurzweil, Ray. The Age of Spiritual Machines: When Computers Exceed Human Intelligence. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0140282023
- ↑ Glenn, Jerome C. Futures Research Methodology. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0981894119
- ↑ Diamond, Jared (2011). Collapse: How Societies Choose to Fail or Succeed. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0143117001
- ↑ Taleb, Nassim Nicholas (2010). The Black Swan. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0812973815
- ↑ Jackson, Tim. Prosperity Without Growth. [S.l.: s.n.] ISBN 978-1138935419
- ↑ Hines, Andy (26 de junho de 2012). Teaching About the Future. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0230363496
- ↑ Inayatullah, Sohail. What Works: Case Studies in the Practice of Foresight. [S.l.: s.n.] 299 páginas