Golpe de Estado em Burquina Fasso em 2015 – Wikipédia, a enciclopédia livre
Golpe de Estado em Burquina Fasso em 2015 | |||||||||
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Participantes do conflito | |||||||||
Forças do Regimento Presidencial de Segurança | Governo de Burquina Fasso | ||||||||
Líderes | |||||||||
General Gilbert Diendéré | Presidente interino Michel Kafando Primeiro-ministro interino Yacouba Isaac Zida |
Golpe de Estado em Burquina Fasso foi um golpe militar realizado neste país em 16 e 17 de setembro de 2015, quando as forças do Regimento de Segurança Presidencial (em francês: Régiment de sécurité présidentielle, RSP) de Burquina Fasso invadiram a sede do governo em Uagadugu, durante a celebração de um conselho de ministros. Os militares mantidos retidos pela força o presidente Michel Kafando, o primeiro-ministro Yacouba Isaac Zida (ex-vice-comandante do RSP) e vários membros do gabinete,[1] e declarou a dissolução do governo de transição (estabelecido após a queda de Blaise Compaoré, presidente entre 1987 e 2014) e das instituições.
Eventos
[editar | editar código-fonte]Os soldados do Regimento de Segurança Presidencial (RSP), um corpo de elite do exército e guarda pretoriana do ex-presidente Compaoré, exilado na Costa do Marfim, anunciaram ter dissolvido as instituições da transição e prometeram organizar eleições inclusivas.[2]
O general Gilbert Diendéré, ex-chefe do Estado-Maior do ex-presidente, se colocou à frente do Conselho Nacional para a Democracia (CND), o novo órgão governante implantado pelos golpistas.[2]
Além disso, os militares anunciaram que foi instaurado um toque de recolher entre as 19h00 e as 06h00 e que as fronteiras terrestres e aéreas do país foram fechadas até nova ordem.[2]
Pouco antes, em uma mensagem à televisão nacional, o tenente Mamadú Bamba, do RSP, anunciou a renúncia do governo de transição, presidido por Michel Kafando, e do chamado Conselho Nacional de Transição.[2] "Teve início um grande diálogo para formar um governo que se dedicará à restauração da ordem política do país e da coesão nacional que conduza a eleições inclusivas e em calma", acrescentou Bamba.[2]
O Regimento de Segurança Presidencial rejeitava a lei eleitoral que proibia aos partidários do ex-presidente se apresentar às eleições de 11 de outubro.[2] Essa lei impedia a apresentação dos que apoiaram a tentativa de Compaoré, quando estava no poder, de modificar a Constituição para eliminar o limite de mandatos presidenciais.[2]
Durante o golpe, as ruas da capital estavam quase desertas, as lojas e escritórios administrativos fechados, enquanto o grande mercado da capital estava vazio.[2]
A crise começou na tarde de quarta-feira, com a invasão no palácio presidencial, em pleno conselho de ministros, pelos militares do Regimento de Segurança Presidencial. Os militares tomaram como reféns o presidente interino, Michel Kafando, o primeiro-ministro, Isaac Zida, e vários membros do governo. Segundo fontes concordantes, os militares deixaram as mulheres que formam parte do governo sair.[2]
O presidente do Conselho Nacional de Transição, Cheriff Sy, denunciou na rádio francesa RFI um "golpe de Estado" e pediu à população "que se mobilize imediatamente".Nas redes sociais, o movimento "Vassoura cidadã", que liderou os protestos contra o ex-presidente Compaoré, convocou uma nova concentração para "dizer 'não' ao golpe de Estado em andamento".[2]
Na manhã seguinte foram ouvidos disparos em Uagadugu, a capital do país, enquanto os militares da guarda presidencial formavam barricadas ao redor de Ouaga2000, o bairro onde se encontra o palácio presidencial.[2]
Reações
[editar | editar código-fonte]O golpe provocou a condenação unânime da comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU, a União Africana, a União Europeia e a Comunidade Econômica de Estados da África ocidental exigiram a libertação de Kafando e de seu gabinete.[2]
- Estados Unidos: Almirante John Kirby em nome do Departamento de Estado exigiu "a libertação imediata" dos representantes das autoridades temporárias do país.
- Organização das Nações Unidas: Numa declaração unânime, os países-membros do Conselho de Segurança reiteraram o pedido de libertação imediata do Presidente, Michel Kafando, e do primeiro-ministro, detidos pelos autores do golpe militar.[3]
- União Africana: União Africana suspende Burquina Fasso após Golpe de Estado militar[4]
- França: O presidente francês, François Hollande, condenou, por sua vez, um golpe de Estado e exigiu a restauração das instituições.[2]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «Military detains Burkina Faso's president, prime minister weeks ahead of landmark vote» (em inglês). Associated Press. 16 de setembro de 2015. Consultado em 18 de setembro de 2015
- ↑ a b c d e f g h i j k l m France Presse (17 de setembro de 2015). «Burkina Faso tem golpe de estado um ano após queda do presidente». G1. Consultado em 18 de setembro de 2015
- ↑ Lusa (18 de setembro de 2015). «Conselho de Segurança da ONU condena golpe de Estado no Burkina Faso». RTP. Consultado em 18 de setembro de 2015
- ↑ «União Africana suspende Burkina Faso após golpe de Estado militar». Tvi24. 18 de setembro de 2015. Consultado em 18 de setembro de 2015