Guerra Eritreia-Etiópia – Wikipédia, a enciclopédia livre

Guerra Etiópia-Eritreia
Conflito fronteiriço etíope-eritreu (Conflitos no Chifre da África)

Mapa dos territórios disputados na fronteira Eritreia-Etiópia, onde ocorreu a grande maioria dos combates
Data 6 de maio de 199818 de junho de 2000
(2 anos, 1 mês, 1 semana e 5 dias)
Local Fronteira Eritreia-Etiópia
Desfecho Vitória militar etíope, vitória dos eritreus no Tribunal Internacional[1]
Beligerantes
Eritreia
Ucrânia Especialistas militares ucranianos e mercenários
 Etiópia
Rússia Especialistas militares russos e mercenários
Comandantes
Eritreia Isaias Afewerki
Eritreia Sebhat Ephrem
Eritreia Filipos Woldeyohannes
Etiópia Negasso Gidada
Etiópia Meles Zenawi
Etiópia Tsadkan Gebretensae
Etiópia Samora Yunis[2]
Forças
200 000–300 000 combatentes[3] 300 000[4]–350 000[5]
Baixas
Estimativas variam:
19 000[6][7]
20 000-50 000[8]
67 000[9]
150 000[10]
Estimativas variam:
34 000[11]
60 000[12]
123 000[13][14]
150 000[10]
98 217 mortes totais (estimativa do UCDP)[15]
70 000[16]–100 000[17] mortes totais (estimativa do ICG)
300 000 mortos (outras estimativas)[4]

A Guerra entre a Etiópia e a Eritreia começou em maio de 1998 e durou pouco mais de dois anos, até junho de 2000. Os dois países, que figuravam entre os mais pobres do mundo, gastaram centenas de milhões de dólares na guerra, [18][19][20] e o conflito, que buscava pequenas mudanças de fronteira, provocou dezenas de milhares de vítimas.[21]

Desde 1961 a Eritreia vinha lutando pela independência da Etiópia até 1991, quando foi realizado um referendo que conduziu a uma separação pacífica, em 1993. No entanto, o acordo de ambas as partes não tinha definido em vários pontos a demarcação definitiva de uma fronteira comum.

No entanto, poucos anos depois, ambos os países começaram a ter sérias divergências sobre as fronteiras, ao ponto que, em 6 de maio de 1998 as tropas da Eritreia ocuparam e anexaram a região de Badme. Isto levou a pequenos confrontos que foram usados pela Eritreia para acusar a Etiópia pelos assassinatos de vários oficiais da mesma e invadiu com um grande número de forças o seu vizinho. [22] A Etiópia declarou guerra e mobilizou o seu exército com o objetivo de contra-atacar.

Em 12 de Dezembro de 2000, os adversários concordaram em um acordo de paz e de arbitragem vinculativo de seus litígios sob os termos do Acordo de Argel. É definida uma zona de segurança temporária de 25 km, desmilitarizada, dentro da Eritreia, ocupada pelas tropas de paz das Nações Unidas (a Missão das Nações Unidas na Etiópia e na Eritreia). Estima-se que entre 53.000 e 300.000 pessoas morreram na guerra.

A arbitragem obrigatória decidiu que a cidade de Badme pertencia a Eritreia, [23] com uma relutância inicial, no lado etíope que finalmente aceitou de jure, mas ainda se recusa a aplicá-lo eficazmente. Em fevereiro de 2005, forças etíopes mecanizadas foram posicionadas perto da fronteira e o nível de acusações mútuas entre os dois lados aumentaram. Em 2009, a Etiópia ainda ocupa o território.

Referências

  1. Zane, Damian. Ethiopia regrets Badme ruling, BBC, 3 de abril de 2003.
  2. David Hamilton Shinn, Historical Dictionary of Ethiopia. The Scarecrow Press, inc.: Lanham, Maryland; Toronto; Oxford, 2004, pp.387-8.
  3. Pike, John. «Ethiopia / Eritrea War» 
  4. a b «Former U.S. Ambassador: Eritrea and Ethiopia Unlikely To Resume War». Consultado em 9 de fevereiro de 2013. Cópia arquivada em 1 de março de 2012 
  5. Pike, John. «Ethiopia - Army» 
  6. Segundo o presidente Isaias Afeworki, 2001. Shinn, Historical Dictionary of Ethiopia, p.149
  7. «Eritrea reveals human cost of war». BBC News. 20 de junho de 2001. Consultado em 12 de março de 2007 
  8. Banks, Arthur; Muller, Thomas; e Overstreet, William, ed. Political Handbook of the World 2005-6 (A Division of Congressional Quarterly, Inc.: Washington, D.C., 2005), p.366. 156802952-7
  9. Reivindicado pelo Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Etiópia, Tsadkan Gebre-Tensae. Shinn, Historical Dictionary of Ethiopia, p. 149.
  10. a b Former U.S. Ambassador: Eritrea and Ethiopia Unlikely To Resume War
  11. Segundo o chefe de gabinete Tsadkan Gebre-Tensae. Shinn, Historical Dictionary of Ethiopia, p. 149.
  12. Segundo o major-general Samora Yunis. Shinn, Historical Dictionary of Ethiopia, p. 149.
  13. Indicado, em 8 de abril de 2002, pela Voz do Caminho Democrático da Unidade Etíope, um grupo clandestino de oposição etíope que opera na Alemanha. A alegação também afirmava que cada família que perdesse um membro na guerra receberia $ 350 de indenização, mas esse número não foi verificado, embora tenha sido frequentemente citado por outros grupos (ver Number of war dead soldiers reportedly 123,000 – internet news message; and clandestineradio.com audio button) e nenhuma indenização foi paga, até 2007. Shinn, Historical Dictionary of Ethiopia, p. 149
  14. «Ethiopia: Number of war dead soldiers reportedly 123,000» (em Amharic). Wonchif. 10 de abril de 2001 
  15. «UCDP - Uppsala Conflict Data Program». ucdp.uu.se. Consultado em 30 de dezembro de 2021 
  16. Gebreselassie, Elias (9 de julho de 2019). «Between peace and uncertainty after Ethiopia-Eritrea deal». Al Jazeera. Cópia arquivada em 20 de agosto de 2022 
  17. «Ethiopia: Nation on verge of war with Eritrea, report says». Cópia arquivada em 26 de março de 2014 
  18. Will arms ban slow war? BBC 18 May 2000
  19. Nicole Winfield, (Associated Press). UN hints at sanctions if Eritrea and Ethiopia do not end fighting, The Independent, 13 May 2000
  20. Staff. Ethiopia rejects war criticism, BBC, 14 April 2000
  21. Tens of thousands
  22. International commission: Eritrea triggered the border war with Ethiopia
  23. http://www.un.org/NewLinks/eebcarbitration/