Hida (unidade) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Hida (em latim: hida; em inglês antigo: hid) era originalmente, no início da Inglaterra anglo-saxã (em torno do século VII), uma quantidade de terras suficiente para sustentar uma família ou casa. Posteriormente, tornou-se uma unidade fictícia de avaliação, que serviu para quantificar a contribuição de obrigações públicas a serem feitas pelos proprietários ou moradores de uma área de terra. Estas responsabilidades incluíam o pagamento de um aluguel de alimentos (conhecida como feorm), a manutenção e reparação de pontes e fortificações, a prestação de um determinado número de soldados para a fyrd e (mais tarde) o pagamento de um imposto sobre a terra conhecida como geld, a qual era recolhida uma taxa declarada por cada hida.

Em 1086, após a conquista normanda da Inglaterra, as avaliações das unidades de hida foram registradas no Domesday Book e os reis normandos continuaram a usá-las (com alterações) para autuações fiscais até o final do século XII.

A hida não era uma área fixa de terra. Era uma medida de valor, não de área, o método de cálculo hoje é obscuro. Propriedades diferentes, com a mesma avaliação de unidades de hida, poderiam variar muito em forma, até no mesmo condado, mas no século XI, houve uma tendência à produção de terras de 1 libra por ano a ser avaliada em 1 hida.

Significado original

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A palavra anglo-saxônica para hida era hid (ou seu sinônimo hiwisc). Acredita-se que ambas as palavras sejam derivadas da mesma raiz hiwan, que significava "família".

Beda em sua História Eclesiástica do Povo Inglês (c.731) descreveu a extensão de um território pelo número de famílias a qual se apoiava, como (por exemplo), em latim, terra x familiarum, que significa "um território de dez famílias". Na versão anglo-saxônica da mesma obra hid ou hiwan é usado no lugar de terra ... familiarum. Outros documentos do período mostram a mesma equivalência e é claro que a palavra hida originalmente significava terra suficiente para o sustento de um camponês e sua casa[1] ou de uma "família", que pode ter tido um significado prolongado. É incerto se isso significasse a família imediata ou um grupo mais extenso.[2]

Charles-Edwards sugere que, no seu uso primitivo que se refere à terra de uma mesma família, trabalhou por um arado e que a propriedade de um hida conferia o status de um homem livre,[3] a quem Stenton referenciou como "o mestre independente de uma família camponesa".[4]

Referências

  1. Lennard pp.58-60
  2. Faith (1997) pp.132-7
  3. Charles-Edwards p.5
  4. Stenton p.278

Leitura adicional

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  • Darby, Henry C. & Campbell, Eila M. J. (1961) The Domesday Geography of South Eastern England
  • Darby, Henry C. & Maxwell, I. S. (1962) The Domesday Geography of Northern England
  • Darby, Henry C. & Finn, R. Welldon (1967) The Domesday Geography of South West England
  • Darby, Henry C. (1971) The Domesday Geography of Eastern England, 3ª ed.
  • Darby, Henry C. & Terrett, I. B. (1971) The Domesday Geography of Midland England, 2ª ed.
  • McDonald, John & Snooks, Graeme D. (1985) "Were the Tax Assessments of Domesday England Artificial?: the Case of Essex", em: The Economic History Review, New series, Vol. 38, Nº. 3, [Agosto de 1985], pp. 352–72
  • Snooks, Graeme D. and McDonald, John. Domesday Economy: a New Approach to Anglo-Norman History. Oxford: Clarendon Press, 1986 ISBN 0-19-828524-8
  • Hamshere, J. D. (1987) "Regressing Domesday Book: Tax Assessments of Domesday England, in: The Economic History Review, New series, Vol. 40, No. 2. [May 1987], pp. 247-51
  • Leaver, R. A. (1988) "Five Hides in Ten Counties: a Contribution to the Domesday Regression Debate", em: The Economic History Review, New series, Vol. 41, No. 4, [Novembro de 1988], pp. 525–42
  • Bridbury, A. R. (1990) "Domesday Book: a Re-interpretation", em: English Historical Review, Vol. 105, Nº. 415. [Abril de 1990], pp. 284–309