Iazdanismo – Wikipédia, a enciclopédia livre
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Iazdanismo ou Culto dos Anjos (também Iazdâni) é um termo moderno (proposto pelo acadêmico curdo Mehrdad Izady) para a religião (supostamente monoteísta embora universalista) que seria praticada pela maioria dos curdos até a islamização durante a Idade Média. O Iazdanismo envolveria a crença em reencarnação como no Hinduísmo, bem como em sete seres angélicos que defenderiam a Terra de oponentes em igual número.
No Curdistão, há uma estimativa que afirma que um terço da população é composta por iazdanitas[carece de fontes]. Nos escritos Bahá'í, eles são referidos como "Sabeus".[carece de fontes]
História
[editar | editar código-fonte]O Iazdanismo poderia outrora ter sido conhecido como Hâk ou Haq, em referência a sua divindade principal ou "espírito universal".
Uma longa interação entre o Zoroastrianismo e o Iazdanismo teria deixado muitas similaridades entre ambas as religiões.
Divisões
[editar | editar código-fonte]Segundo Izady, Iazdanismo estaria hoje dividido em três ramos:
- Alevismo (Curdistão ocidental, Turquia e costa da Síria)
- Yarsanismo (parte setentrional do Curdistão, Irã ocidental)
- Yazidi (ou Iezidi) (Curdistão central)
Trocas e contatos entre estes ramos não são frequentes.
Críticas
[editar | editar código-fonte]O conceito de Iazdanismo como uma religião distinta tem sido contestado por vários académicos. Richard Foltz considera o Iazdanismo, ou o “Culto dos Anjos”, como a "religião inventada" de Izady, afirmando que "deve mais ao sentimento nacional curdo contemporâneo do que a verdadeira história religiosa".[1]
O antropólogo iraniano Ziba Mir-Hosseini escreve:
- O caso mais notável é o de Izady (1992) que, no seu afã de distanciar os Ahl-e Haqq do Islão e dar-lhe um pedigree puramente curdo, afirma que a seita é uma denominação de uma religião muito antiga a que ele chama "O Culto dos Anjos"". Este "Culto", afirma ele, é "fundamentalmente uma religião não semítica, com uma superestrutura ariana suportando uma fundação religiosa indígena nos Zagros. Identificar o culto ou alguma das suas denominações como islâmico é simplesmente um erro nascido da falta de conhecimento da religião, que precede o Islão por milénios." Ele não consegue, no entanto, produzir nenhuma prova que sustente a sua teoria, e algumas das suas afirmações só podem ser chamadas de absurdas.[2]
Referências
- ↑ Foltz 2013, p. 219
- ↑ Mir-Hosseini 1992, p. 132
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Foltz, Richard (2013). «Two Kurdish Sects: The Yezidis and the Yaresan». Religions of Iran: From Prehistory to the Present (em inglês). [S.l.: s.n.] ISBN 9781780743097
- Izady, Mehrdad R. (1992). «The Kurds: a concise handbook» (em inglês). Washington & London: Taylor & Francis. ISBN 0-8448-1727-9
- Mir-Hosseini, Ziba (1992). «Faith, ritual and culture among the Ahl-e-Haqq». In: Philipp G. Kreyenbroek; Christine Allison. Kurdish culture and identity (em inglês). London: Zed Books. pp. 111–134. ISBN 1-85649-330-X
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Iazdanismo: Culto dos Anjos» (em inglês)