Ibrahim Touqan – Wikipédia, a enciclopédia livre
Ibrahim Touqan (em árabe ابراهيم طوقان; Nablus, 1905 - 2 de maio de 1941) foi um poeta nacionalista palestino, cuja obra inspirou os árabes da região da Palestina durante sua revolta contra os britânicos. Nasceu em Nablus, durante o domínio otomano.[1] Era irmão da poetisa Fadwa Touqan, de quem foi tutor e que influenciou no interesse pela poesia.[2][3]
Cursou a sua educação primária na escola Al-Rashadiya Al-Gharbiya, na parte oeste de Nablus,[3] e a educação secundária na escola Al-Motran, em Jerusalém. Continuou seus estudos na Universidade Americana de Beirute, de 1923 a 1929.[3] Depois de obter um bacharelado em Literatura, Touqan trabalhou como professor de Literatura Árabe na Universidade Nacional de An-Najah, em Nablus.[1][4] Trabalhou posteriormente em dois empregos, como professor na Universidade Americana de Beirute e como sub-diretor da Seção de Programas em Árabe da Estação de Radiodifusão Palestina de Jerusalém.[5]
Em 1937, casou-se com Samia Abdel Hadi, com quem teve um filho, Ja'afar.[4] Touqan teve problemas de estômago por toda a sua vida, e em 1941 veio a falecer, com 36 anos de idade, devido à complicações advindas duma úlcera, no Hospital Francês de Jerusalém.[3][4]
Poesia
[editar | editar código-fonte]A carreira de Touqan como poeta começou durante sua adolescência, quando foi muito influenciado por seu avô, que escrevia zajal, assim como sua mãe, que apreciava a literatura "heróica" árabe. Após receber incentivo de seu pai, Touqan se interessou pelo Alcorão, aparentemente "lendo-o durante todos os Ramadãs". Touqan publicou seu primeiro poema em 1923, enquanto vivia em Beirute. Lá, descobriu que a imprensa libanesa o incentivaria muito a publicar seus trabalhos.[3]
A maioria dos seus poemas lidava com a luta dos árabes contra os britânicos, que controlavam a Palestina desde 1922 como um mandato.[2][3] Seus poemas ficaram famosos no mundo árabe durante a revolta árabe de 1936-1939.[1]
Este é um trecho de um de seus poemas mais famosos, Mawtini, que escreveu durante a revolta árabe:[1]
- "Minha pátria, minha pátria
- A espada e a pena e não a fala ou a peleja
- São os nossos símbolos, são os nossos símbolos
- Nossa glória e nosso pacto e uma obrigação de ser fiel
- Nos move, nos move
- Nossa honra, nossa honra
- É uma causa nobre e um estandarte tremulante
- É uma causa nobre e um estandarte tremulante
- Ó, mirar-te em tua eminência
- Vitoriosa sobre teus inimigos
- Vitoriosa sobre teus inimigos
- Minha pátria, minha pátria."
Este poema é o hino nacional de facto da Autoridade Nacional Palestina e, em 2003, o Iraque também adotou o poema como o seu hino nacional.[6][7][8]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b c d «Poems: Ibrahim Tukan». Consultado em 7 de junho de 2008. Arquivado do original em 15 de fevereiro de 2004 Website municipal de Nablus.
- ↑ a b «Obituary: Fadwa Tuqan» Joffe, Lawrence. The Guardian. Guardian News and Media Limited 2003-12-15.
- ↑ a b c d e f Jayyusi, Salma Khadra; Christopher Tingley (1997). Trends and Movements in Modern Arabic Poetry. [S.l.]: BRILL. pp. 285–287 ISBN 9004049207
- ↑ a b c «Ibrahim Touqan» Nablus the Culture.
- ↑ «Palestinian Personalities - T». Consultado em 7 de junho de 2008. Arquivado do original em 5 de maio de 2008 Palestinian Academic Society for the Study of International Affairs (PASSIA).
- ↑ «Iraq: Mawtini (My Homeland)» National Anthems.
- ↑ «Mawtini (My Homeland) (The Palestinian National Anthem 1936-)». Consultado em 7 de junho de 2008. Arquivado do original em 1 de dezembro de 2008 Ayyad Central.
- ↑ «National Anthem of Iraq». Consultado em 7 de junho de 2008. Arquivado do original em 16 de março de 2006