Imerquevi – Wikipédia, a enciclopédia livre
Imerquevi (em georgiano: იმერხევი; romaniz.: Imerkhevi; em turco: İmerhev) é um vale ao norte do distrito de Şavşat, na província de Artvin, na Turquia junto a fronteira com a Geórgia. Há 15 vilas nessa área, habitadas por georgianos étnicos, que falam um dialeto local de georgiano.
História
[editar | editar código-fonte]Imerquevi foi historicamente uma das sub-regiões que compunha a Xavexécia, uma região medieval da Geórgia no curso superior do rio Berta ou Imerquevi, a leste de Nigali, oeste da cordilheira Arsiani e limitado pelo Ajária ao norte.[1] Após esses territórios serem conquistados pelo Império Otomano no século XVI, Imerquevi tornou-se um sanjaco e seu povo gradualmente converteu-se ao islamismo. O território foi adquirido pelo Império Russo no Tratado de Berlim de 1878. Xavexécia e Imerquevi foram organizados no circuito de Xavexécia-Imerquevi como parte do oblast de Batum. A partir de 1886, o circuito tinha uma população de 18 319 pessoas, das quais 41,2% eram georgianos, 51,3% eram turcos e 7% eram armênios.[2] Após o tumulto da Primeira Guerra Mundial (1914–1918) e a curta independência da Geórgia (1918–1921), Imerquevi tornou-se parte da Turquia segundo os rearranjos territoriais nos tratados de 1921 em Moscou e Cars.[3]
População
[editar | editar código-fonte]A população de Imerquevi é amplamente composta de georgianos étnicos, que habitaram 14 aldeias em torno de Meidancique, anteriormente conhecida como Diobani. Esses assentamentos tinham nomes turcos oficiais e georgianos não-oficiais. Eles eram Maden (Badzgireti), Demirci (Daba), Dereici (Dasamoba), Ericli (Agara), Çucur (Chicori), Sebzeli (Juarisquevi), Çaglaiano (Queucuirili), Çaglipinar (Coclevi), Iessilce (Manatba), Oba (Ube), Dutlu (Surevani), Iagli (Zaquieti), Tepebassi (Ziosi) e Cicecli (Cetileti).[4][5]
Os imerquévios são muçulmanos sunitas, intimamente integrados com a sociedade turca. Quase todos são bilíngues em georgiano e turco. O dialeto georgiano falado nessa área é conhecido como imerquévio (imerkheuli) e mostra muitas características comuns com o vizinho ajário. Refletindo alguma diferenciação interna persistente na comunidade georgiana da Turquia, os imerquévios clamam uma origem diferente dos georgianos na área de Borçka, que adotaram uma inclusive identidade ajária. O primeiro que chamou a atenção da cultura local foi Nicholas Marr, que, durante uma expedição em Xavexécia em 1910, coletou literatura folclórica e informações etnográficas de várias aldeias ao longo do rio Imerquevi.[6]
Referências
- ↑ Toumanoff 1963, p. 439.
- ↑ Estatística 1893.
- ↑ Taqaishvili 1991, p. 207.
- ↑ Putkaradze 2005.
- ↑ Nişanyan 2010, p. 46.
- ↑ Tuite 1998, p. 178.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Coleção de dados estatísticos sobre a população da região da Transcaucásia, extraída das listas de famílias de 1886. Tbilisi: [s.n.] 1893. pp. 10–12
- Nişanyan, Sevan (2010). Adını unutan ülke: Türkiye'de adı değiştirilen yerler sözlüğü. [S.l.]: Everest Yayınları. ISBN 9752897304
- Putkaradze, Tariel (2005). იმერხევის სოფლები ("The villages of Imerkhevi"). Çveneburi: Gürcü Kültür Evi
- Taqaishvili, Ekvtime (1991). «სამუსულმანო საქართველო ("Muslim Georgia")». დაბრუნება ("The Comeback"), vol. I. Tbilisi: [s.n.]
- Toumanoff, Cyril (1963). Studies in Christian Caucasian History. Washington: Georgetown University Press
- Tuite, Kevin (1998). Kartvelian morphosyntax: number agreement and morphosyntactic oritntation in the South Caucasian languages. [S.l.]: Lincom Europa