Jaritataca – Wikipédia, a enciclopédia livre

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Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [2]
Classificação científica
Reino: Animal
Filo: Cordados
Classe: Mamíferos
Ordem: Carnivora
Família: Mefitídeos
Género: Conepatus
Espécie: C. semistriatus
Nome binomial
Conepatus semistriatus[1]
Boddaert, 1785
Distribuição geográfica
Distribuição da jaritataca
Distribuição da jaritataca

A jaritataca, ou doninha-fedorenta[3] (português europeu) também chamada jaguacacaca, jaguaritaca, jaratacaca, jaratataca, jaritacaca, jeratataca, jeritataca, maratataca, maritacaca, maritafede, maritataca, tacaca, marical ou cangambá (nome científico: Conepatus semistriatus)[4][5] é um pequeno mamífero carnívoro da família dos mefitídeos (Mephitidae). Pode ser encontrada desde o sul do México até a região centro-sul da América do Sul. No Brasil, ocorre da região Nordeste. É comum nos cerrados, campos, caatinga, matagal de floresta seca e, ocasionalmente, florestas tropicais. A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) a classificou como espécie pouco preocupante (LC) em 2016. Apesar disso, se sabe que atropelamentos, a fragmentação e perda de habitat, predação por cães, uso de pesticida, comércio de pele e caça para subsistência (como medicamente e alimento) são ameaças à manutenção da espécie.

São animais pequenos, com cerca de 40 centímetros de corpo e 20 de cauda, pesando de 1,6 a 4 quilos. Sua cabeça é arredondada, o focinho é longo e sem pelo, o corpo é compacto e as patas dianteiras são negras e com garras longas. Sua cauda é volumosa e com coloração negra perto da base e branca na porção distal. Tem como arma de defesa a secreção de um líquido de odor bastante desagradável, que é produzido por uma glândula anal. Notívagos, solitários e onívoros, se alimentam principalmente de carcaças, frutos, insetos e outros invertebrados e pequenos vertebrados como anfíbios e serpentes, sendo imunes ao seu veneno. Unem-se ao sexo oposto apenas durante o período de reprodução. A gestação dura cerca de 60 dias, podendo nascer de 4 a 5 filhotes.

Quase todos os seus nomes populares derivam ou são presumidos como tendo derivado do tupi: jaritataca, jaguacacaca,[6] jeratataca,[7] jeritataca,[8] jaritataca (jarutacáca em 1627),[9] jaguaritaca (jaguoarecaqua ou jaguarecaca em 1587[10]),[11] maritacaca, maritataca, maratataca, tacaca (biarataca em 1584; mariatacaca em 1590; maratacaca em 1594; miarataca em 1610),[12] maritafede (marita(taca) + fede (v. feder))[13] derivam de *yagwara'taka ou *yarata'kaka, que deve advir de mbiara'taka (ou mbiarata'kaka);[14] [15] jaratacaca (jarataquaqua em 1618; jaratacaca desde 1696)[16] e jaratataca têm etimologia obscura;[17] cangambá é de origem incerta, [18] mas pode advir de a'kãga am'bá, "cabeça oca, estonteado".[19]

São animais pequenos, com cerca de 40 centímetros de corpo e 20 de cauda, pesando de 1,6 a 4 quilos. Têm a coloração preta ou marrom-escura, com uma listra branca saindo da cabeça antes de bifurcar no dorso e seguir paralela até a base da cauda. Sua cabeça é arredondada, o focinho é longo e sem pelo, o corpo é compacto e as patas dianteiras são negras e com garras longas. Sua cauda é volumosa e com coloração negra perto da base e branca na porção distal. Tem como arma de defesa a secreção de um líquido de odor bastante desagradável, que é produzido por uma glândula anal.[20][21][22]

Distribuição e habitat

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A jaritataca pode ser encontrada desde o sul do México[23][24] até a região centro-sul da América do Sul. No Brasil, ocorre da região Nordeste.[22] É comum nos cerrados, campos, caatinga, matagal de floresta seca e, ocasionalmente, florestas tropicais como a Mata Atlântica.[25] Apresenta tolerância a ambientes perturbados, além de ser encontrada em áreas agrícolas como canaviais e eucaliptos.[20]

Comportamento

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As jaritatacas são animais notívagos e solitários. Onívoros, se alimentam principalmente de carcaças, frutos, insetos e outros invertebrados e pequenos vertebrados como anfíbios e serpentes, sendo imune ao seu veneno. Unem-se ao sexo oposto apenas durante o período de reprodução. A gestação dura cerca de 60 dias, podendo nascer de 4 a 5 filhotes.[20][21]

Conservação

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A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) classificou a jaritataca como espécie pouco preocupante (LC) em 2016.[2] Apesar disso, se sabe que atropelamentos, a fragmentação e perda de habitat, predação por cães, uso de pesticida, comércio de pele e caça para subsistência (como medicamento e alimento) são ameaças à manutenção da espécie.[20]

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Referências

  1. Wozencraft, W.C. (2005). «Conepatus semistriatus». In: Wilson, D. E.; Reeder, D. M. Mammal Species of the World 3.ª ed. Baltimore, Marilândia: Imprensa da Universidade Johns Hopkins. p. 621. ISBN 978-0-8018-8221-0. OCLC 62265494 
  2. a b Cuarón, A.D.; Helgen, K.; Reid, F. (2016). «Striped Hog-nosed Skunk - Conepatus semistriatus». Lista Vermelha da IUCN. União Internacional para Conservação da Natureza (UICN). p. e.T41633A45210987. doi:10.2305/IUCN.UK.2016-1.RLTS.T41633A45210987.en. Consultado em 21 de julho de 2021 
  3. EDUCAÇÃO, CLEO ASSESSORIA E EDITORA EM (22 de junho de 2022). «REVISTA CIENTIFICA EM EDUCAÇÃO - CLEO ASSESSORIA E EDITORA EM EDUCAÇÃO 1 EDIÇÃO - 2022». dx.doi.org. Consultado em 29 de setembro de 2023 
  4. «Jaritataca». Michaelis. Consultado em 21 de julho de 2021 
  5. Ferreira, A. B. H. (1986). Novo Dicionário da Língua Portuguesa 2.ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p. 984 
  6. Houaiss, verbete jaguacacaca
  7. Houaiss, verbete jeratataca
  8. Houaiss, verbete jeritataca
  9. Houaiss, verbete jaritacaca
  10. Sousa, Gabriel Soares de (1987). Tratado descritivo do Brasil em 1587. São Paulo: Ed. Nacional/ Brasília: INL. ISBN 85-04-00217-9.
  11. Houaiss, verbete jaguaritaca
  12. Houaiss, verbete maritacaca, maritataca, maratataca e tacaca
  13. Houaiss, verbete matirafede
  14. Houaiss, verbete jaritataca
  15. Navarro, E. A. (2013). Dicionário de Tupi Antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo: Global. p. 161-162 
  16. Houaiss, verbete jaratacaca
  17. Houaiss, verbete jaratataca
  18. Houaiss, verbete cangambá
  19. Ferreira, A. B. H. (1986). Novo Dicionário da Língua Portuguesa 2.ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p. 335 
  20. a b c d «Jaritataca». Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (CENAP), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. Consultado em 21 de julho de 2021 
  21. a b Ferreira, A. B. H. (1986). Novo Dicionário da Língua Portuguesa 2.ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p. 984 
  22. a b Navarro, E. A. (2013). Dicionário de Tupi Antigo: a língua indígena clássica do Brasilː a Língua Indígena Clássica do Brasil. São Paulo: Global. p. 161-162; 165 
  23. Dias, Douglas de Matos. «Spatiotemporal ecology of the striped hog-nosed skunk Conepatus semistriatus (Carnivora, Mephitidae) in a seasonally dry forest of northeastern Brazil». Brill Academic Publishers 
  24. Gitana Nunes Cavalcanti; Luis Diego Alfaro-Alvarado; Rodrigues Guimaraes; Henrique Flavio. «Home range and activity patterns of Conepatus semistriatus (Carnivora, Mephitidae) in Emas National Park, Brazil». Brill Academic Publishers 
  25. Emmons, Louis H. (1997). Neotropical Rainforest Mammals, A Field Guide. Chicago: Imprensa da Universidade de Chicago