Monte Muça – Wikipédia, a enciclopédia livre
Monte Muça | |
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Monte Muça visto do lado norte do estreito de Gibraltar | |
Localização do Monte Muça em Marrocos | |
Coordenadas | |
Altitude | 851 m |
Proeminência | 851 m |
Localização | Marrocos, Tânger-Tetuão |
Cordilheira | Rife |
Monte Muça, Jebel Muça ou Jabal Muça (em árabe: جبل موسى; romaniz.: Jabal Mūsā; em berbere: Adrar Musa; em francês: Djebel Moussa), também localmente chamado Jbel Musa, é uma montanha do norte de Marrocos, situada na costa do estreito de Gibraltar, entre Ceuta e Tânger. Tem o seu cume a 851 metros de altitude. Em Ceuta, a serra onde se situa a montanha é conhecida pelo nome de Serra de Anyera ou da "Mulher Morta", um nome também aplicado ao monte. Este nome deve-se ao facto do monte visto da região de Benzú fazer lembrar uma mulher deitada de costas.[1]
É identificado com o Monte Abila (Mons Abyla)[2] ou Colona, uma das Colunas de Hércules, mencionado por geógrafos da Antiguidade. A outra coluna, no outro lado (europeu) do Estreito, é o Rochedo de Gibraltar, situado a 27 km em linha reta.[3] Segundo outras versões, a Coluna de Hércules do lado africano seria o Monte Hacho, situado no istmo de Ceuta, embora este seja bastante mais baixo (204 m).
Segundo algumas algumas tradições, teria sido no sopé do Monte Musa que o herói grego da Odisseia, Ulisses, esteve prisioneiro de Calipso durante sete anos.[4]
Segundo a tradição, o Monte Muça (tradução: Monte Moisés) deve o seu nome ao governador e militar iemenita de Ceuta Muça ibne Noçáir (640–716), comandante de Tárique, o conquistador muçulmano da península Ibérica. No entanto, não há a certeza disso, pois existem outros montes com o nome de Musa em países muçulmanos, como por exemplo o Monte Sinai no Egito ou o Musa Dagh na Turquia. Moisés é uma figura religiosa tão importante para os muçulmanos como o é para os cristãos.
Faz parte da província de Fahs-Anjra e da região de Tânger-Tetuão e encontra-se próximo do enclave espanhol de Ceuta 3 km a oeste da fronteira próxima de Benzú, 9 km a oeste da cidade de Ceuta, 15 km a nordeste de Alcácer-Ceguer (Ksar Sghir) e 37 km a nordeste de Tânger (distâncias em linha reta; por estrada são sensivelmente o dobro).
Ecologia
[editar | editar código-fonte]A montanha é um local com excelentes condições para observação de aves (birdwatching), pois o Estreito fica na rota de migração de inúmeras espécies e as aves usam as correntes ascendentes e térmicas do Monte Muça para ganhar altura antes de atravessarem o Estreito.[5] Devido à concentração de aves migratórias — o Estreito é dos pontos do mundo com maiores "engarrafamentos" de migração — a observação de aves de rapina também é uma atividade popular no Monte Muça, apesar dos melhores pontos de observação se encontrarem na margem europeia do Estreito.[6]
Na área em volta da montanha há mais de 200 grutas que também atraem amantes de espeleologia. A região circundante está em grande parte coberta por florestas e está classificada com "Sítio de interesse biológico e ecológico" (Site of biological and ecological interest, SIBE).[7]
Notas e referências
- Texto inicialmente baseado na tradução dos artigos «Jebel Musa (Morocco)» na Wikipédia em inglês (acessado nesta versão) e «Monte Musa» na Wikipédia em castelhano (acessado nesta versão).
- ↑ Clammer, Paul (2009). Morocco (em inglês) 9ª ed. [S.l.]: Lonely Planet. p. 192. 536 páginas. ISBN 9781741049718
- ↑ Villaverde Vega, Noé (2001). Tingitana en la Antigüedad Tardía, Siglos III-VII: Autoctonía y Romanidad en el Extremo Occidente Mediterráneo (em espanhol). [S.l.]: Real Academia de la Historia. p. 195. 599 páginas. ISBN 9788489512948. Consultado em 27 de julho de 2012
- ↑ Bulfinch, Thomas (2005). Legends of Charlemagne (em inglês). [S.l.]: 1st World Publishing. 412 páginas. ISBN 9781595408051. Consultado em 27 de julho de 2012
- ↑ Le Guide Vert - Maroc (em francês). Paris: Michelin. 2003. p. 199. 460 páginas. ISBN 978-2-06-100708-2
- ↑ Ham, Anthony (2007). Morocco (em inglês) 8ª ed. [S.l.]: Lonely Planet. p. 176. 528 páginas. ISBN 9781740599740
- ↑ Bildstein, Keith L (2006). Migrating Raptors of the World: Their Ecology & Conservation (em inglês). [S.l.]: Cornell University Press. p. 227-231. 320 páginas. ISBN 9780801441790. Consultado em 27 de julho de 2012
- ↑ «In general – Cultural». www.rifplanete.com (em inglês). Rif Planète. Consultado em 27 de julho de 2012