Jefrém – Wikipédia, a enciclopédia livre

Líbia Jefrém

يفرن

 
  Cidade  
Múltiplas imagens de Jefrém
Múltiplas imagens de Jefrém
Múltiplas imagens de Jefrém
Localização
Jefrém está localizado em: Líbia
Jefrém
Localização de Jefrém na Líbia
Coordenadas 32° 03′ N, 12° 31′ L
Região Tripolitânia
Distrito Jabal Algarbi
Características geográficas
População total (2012) 14 054 hab.
+218 421

Jefrém (em berbere: ⵢⴼⵔⴰⵏ; romaniz.: Ifran; em árabe: يفرن; romaniz.: Iafran / Iefren; em italiano: Iefren) é uma cidade do noroeste da Líbia do distrito de Jabal Algarbi, a oeste dos montes Nafuça. Entre 1983 e 1987 e novamente em 2001, foi capital do distrito homônimo.[1]

Nas imediações de Jefrém, há uma sinagoga judaica que há séculos é guardada pelos muçulmanos. No teto há inscrições e sua arquitetura é formada por seis arcos e janelas que aludem à Estrela de Davi. Segundo a tradição há nela uma das pedras do Segundo Templo de Jerusalém. Entre 1948 e 1967, ano da Guerra dos Seis Dias, a comunidade judaica de Jefrém e outros locais da Líbia foi gradualmente partindo do país, mas agora que o regime de Muamar Gadafi foi derrubado, as comunidades locais almejam convidar os judeus para retornarem. Hoje a sinagoga é protegida por Maomé Madi, o mais jovem das três gerações que protegem o prédio, e cujo avô protegeu judeus em Jefrém com rifle em 1948.[2][3]

Guerra civil líbia

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Ver artigo principal: Frente das Montanhas Nafusa

Em 2009, os berberes dos montes Nafuça foram vítimas de linchamentos públicos por parte das comunidades árabes, e alguns indivíduos oriundos de Jefrém foram vitimas.[4] Os locais, como aqueles de outras cidades líbias, confrontaram Muamar Gadafi na guerra civil de 2011. No tempo da guerra, circulava ali um jornal berbere e havia uma associação que defendia e promovia a língua e cultura tamazigue.[5] Em fevereiro estava sob os insurgentes[6] e era um dos locais onde se criou comitê revolucionário .[7] Entre 21 e 22 de março, forças lealistas bombardearam-na e mataram 9 pessoas;[8] segundo pessoa que relatou o episódio, os lealistas usaram armamento pesado contra Jefrém, Zintane e Misurata numa ação que matou 50 pessoas.[9]

Em maio, com a continuidade dos conflitos, mais 100 pessoas morreram em Jefrém e Nalute.[10] Os lealistas cortaram o sistema de água, bloquearam os suprimentos alimentícios e mantiveram a parte ocidental da cidade com aproximados 500 rebeldes na seção oriental de Jefrém ainda resistindo.[11] Em 4 de julho, os insurgentes alegaram terem libertado Jefrém e Quicla.[12] Jefrém caiu às forças de Gadafi em algum momento no final de maio ou começo de junho. O centro da cidade foi usado como posição aos "tanques do governo, armas de artilharia e snipers".[13]

Em 2 de junho, as forças rebeldes retomaram a cidade e começaram a limpar a área das forças de Gadafi.[14] Em 6 de junho, o jornalista da Reuters relatou que as forças pró-Gadafi estavam a ser vistas em ou em torno de Jefrém.[15] Em agosto, locais se envolveram nos combates na capital[16] e segundo relatos de um dos médicos que trabalhava no hospital de Jefrém, mais de 200 enfermos, oriundos dos vários frontes da guerra, deram entrada no hospital.[17] Em setembro, houve o surgimento, após a passagem de tropas lealistas por Nalute, Jadu, Jefrém e Quicla, de movimentos de cunho identitário berbere;[18] em lojas, carros e casas de Jefrém havia bandeiras berberes. Em Jefrém foi erguido um monumento que celebra sua libertação, com centenas de projéteis de armas, metralhadoras, morteiros e esqueletos de alguns tanques empilhados e próximo a ele estão os corpos de mais de 40 "mártires" capturados pelas forças lealistas e mortos barbaramente no cativeiro.[19]

Em janeiro de 2013, organizou-se grande concerto que teve a participação de numerosos artistas internacionais e se realizou o primeiro fórum aos direitos constitucionais da comunidade amazigue (berbere) - por iniciativa de localidades berberófonas como Zuara, Jadu, Nalute, Jefrém, etc. e sob patrocínio do novo parlamento eleito - que fez suas recomendações à redação da nova carta fundamental e deu origem ao Alto Conselho Imazigue da Líbia (ACIL).[20] Em dezembro, Jefrém foi uma das localidades afetadas pelas fortes chuvas que castigaram o norte da África e causaram inundações.[21] Em setembro de 2014, delegação de dignitários zintanes foi discretamente à Jefrém para convencer seus notáveis a ajudá-los a mediar com os líderes político-militares de Misurata, porém se recusaram.[22]

Em setembro de 2015, uma UTI foi criada através dos Corpos Médicos Internacionais num hospital de Jefrém.[23] Em outubro de 2016, chefes militares de Gariã, Jefrém, Jadu, Quicla, Rujbane e Axguiga participaram num encontro em Gariã no qual se decidiu uma união das forças locais sob o comando conjunto dos generais brigadeiros Alrama Suaisi e Maomé Xataíba.[24] Em dezembro, Jefrém era uma das localidades que preparavam-se para realizar eleições municipais.[25] Em junho de 2017, com a divisão da com a divisão da Universidade da Montanha Ocidental em duas, e com a subsequente criação das Universidades de Gariã e Zintane, a Universidade de Educação sediada em Jefrém ficará sob jurisdição de Zintane.[26] Entre 8 e 9 de outubro, empresárias líbias de Trípoli, Bengasi, Jefrém e Saba participaram do Fórum de Empoderamento Econômico das Mulheres sediado no Cairo para discutir o papel das mulheres na economia e os impedimentos para o ingresso de mulheres no mercado de trabalho na Líbia.[27] Em novembro, segundo relatório da União Europeia, havia de 0 a 40% de hospitais operacionais em Jefrém, Sormane, Bengazi, Zuara e Zlitene.[28]

Referências