João de Áustria – Wikipédia, a enciclopédia livre
João de Áustria | |
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Don Juan de Austria | |
Nascimento | 24 de fevereiro de 1547 Ratisbona (Sacro Império Romano-Germânico) |
Morte | 1 de outubro de 1578 Namur (Países Baixos Espanhóis) |
Sepultamento | Panteón de Infantes, Mosteiro do Escorial |
Cidadania | Espanha |
Progenitores | |
Filho(a)(s) | María Anna de Austria, Giovanna of Austria |
Irmão(ã)(s) | Filipe II de Espanha, Isabel of Castile, Margarida de Parma, Maria da Áustria, Joana de Áustria, Princesa de Portugal, Infante Fernando of Austria |
Alma mater | |
Ocupação | condotiero, diplomata, oficial, militar |
Distinções |
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Causa da morte | tifo |
Assinatura | |
João de Áustria (Ratisbona, 24 de fevereiro de 1547 – Bouge, 1 de outubro de 1578) foi um líder militar que esteve a serviço de seu meio-irmão, Filipe II de Espanha.[1][2] Seu maior feito foi a vitória na Batalha de Lepanto em 1571 contra o Império Otomano.[2] Era conhecido em castelhano como Juan de Áustria e em alemão como Johann von Österreich.
João era filho bastardo do imperador Carlos V. Foi governador e capitão-geral das forças espanholas na Flandres, por dois anos. Morto de peste ou tifo, seu corpo foi levado à Espanha, e repousa no Panteão de Infantes do Palácio do Escorial.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Nascido em Ratisbona resultado de uma ligação amorosa entre Carlos V de Habsburgo e uma jovem burguesa de dezenove anos de nome Barbara Blomberg. Foi reconhecido em criança como filho ilegítimo do imperador e levado para Espanha. Ali foi educado anonimamente, embora sob protecção real, como Jerónimo ou Jeromín. Nascido durante a viuvez do pai, este o reconheceu em seu testamento como Dom João de Áustria.
Criado pela mãe Bárbara (1528-1598) que usava como sobrenome Plumberger, Blomberg ou Blomberch.
O Imperador presidiu a 10 de abril de 1546 a Dieta em Ratisbona, na Alemanha, e conheceu a jovem. A família casou-a precipitadamente com um elemento da corte de D. Maria da Hungria, Jerônimo Píramo Kegell. O menino viveu até seus três anos com o casal Kegell; os quais tiveram um filho (morto aos doze anos) e um caçula, Conrado.[carece de fontes]
Quando o imperador decidiu trazê-lo para a Espanha, aos nove anos, entregou-o a don Luis Menéndez de Quijada, seu fiel mordomo e a sua esposa doña Magdalena de Ulloa. Foi assim educado na ignorância de sua origem no seu castelo de Villagarcía de Campos, perto de Valladolid[carece de fontes]. Carlos V quis conhecê-lo, chamando-o a Yuste; quando morreu o imperador (21 de setembro de 1558), o filho tinha 11 anos.
Bárbara enviuvou e, mais tarde, obteve de Filipe II uma pensão, viveu em Antuérpia, Gante e no Luxemburgo [carece de fontes]. Teve uma entrevista decisiva com o filho em 1576 e resolveu ir viver em Espanha. Estava destinada ao convento de Santa Maria la Real, nos arredores de Valladolid, mas D. Magdalena de Ulloa a aposentou no palácio do marquês de la Mota; transferiu-se, depois de morto o filho, cerca de 1580, para a vila de Colindres.[carece de fontes]
Reconhecimento
[editar | editar código-fonte]Em obediência ao testamento de seu pai, foi reconhecido por Filipe II, que dele tomara conhecimento em 1556. Encontraram-se pela primeira vez a 28 de setembro de 1559. O reconhecimento formal deu-se mais tarde, quando o filho de Filipe II, D. Carlos foi nomeado herdeiro - em novembro 1560. Filipe o reconheceu como meio-irmão, dando-lhe o estatuto de Infante e outorgando-lhe o título de D. João de Áustria e os rendimentos correspondentes.
Tinha um impetuoso caráter que se combinava a atrativo físico.[carece de fontes]
De 1559 a 1565 estudou na Universidade de Alcalá de Henares. Filipe II permitui-lhe iniciar a carreira militar. Tinha amizade com os sobrinhos Alexandre Farnésio e o infante Carlos de Espanha, Príncipe das Astúrias.
O militar
[editar | editar código-fonte]Em 1565 abandonou a corte sem permissão do rei e se uniu às galeras reais em Barcelona para ir salvar Malta dos turcos otomanos. Em 1568 foi nomeado Capitão Geral do Mar Mediterrâneo e do Mar Adriático. Distinguiu-se nas operações contra os piratas da Barbária.
Foi-lhe confiado o comando das tropas enviadas para esmagar a rebelião das Alpujarras (o levantamento dos mouriscos do reino cristão de Granada). De abril de 1569 a novembro de 1570 ocupou-se disso em Granada.
Em 1571, Filipe II de Castela nomeou-o comandante da grande armada que a Liga Santa preparava para enviar contra as forças otomanas no Mediterrâneo. A Liga Santa era uma coligação organizada pelo papa Pio V para livrar Chipre, que os otomanos acabavam de conquistar. Entre as grandes potências, apenas a Espanha compareceu ao lado da República de Veneza, soberana do Chipre.
D. João conseguiu unir as forças da diversificada coligação, infligindo ao Império Otomano do sultão Selim II a derrota histórica da Batalha de Lepanto ou Naupacto, a 7 de outubro.
No encontro, no golfo de Lepanto, perto da cidade grega de Corinto, combateram 214 galeras espanholas e venezianas contra 300 navios turcos. Cem mil homens comporiam cada um dos exércitos. A vitória da Espanha foi completa com o aprisionamento de numerosos barcos inimigos, o almirante turco Müezzinzade Ali Paxá foi feito prisioneiro e decapitado, 15 mil cativos cristãos foram libertados. Tendo demonstrado em Lepanto seu talento militar, D. João ainda tomou Túnis, que a Espanha foi incapaz de conservar.
Filipe II de Espanha em 1576 o nomeou Governador dos Países Baixos espanhóis.[1][2][3] D. João só aceitou a nomeação depois de estabelecido o entendimento de que seria autorizado a casar com Maria I da Escócia, então cativa em Inglaterra.[carece de fontes] O casamento deveria ser precedido pela invasão da Inglaterra.
Ficou famoso seu papel na repressão da revolta nos Países Baixos, seu envolvimento nas quezílias da política flamenga, provocando a deterioração da sua relação com Filipe II de Espanha. Morreu com 33 anos de tifo ou de peste em Bouges, próximo de Namur (na atual Bélgica) a 1 de Outubro de 1578. Foi-lhe erigido um cenotáfio em San Lorenzo de El Escorial.
A ilha de Chipre permaneceria sob domínio otomano ainda dois séculos. Lepanto, porém, ficou famosa por ter libertado os europeus do medo ancestral ao otomano, marcando o início do declínio do império Otomano. Lepanto permitiria a Filipe II liderar a contra-Reforma católica.
Amores
[editar | editar código-fonte]No inverno de 1566, antes de ser nomeado General dos Mares, Dom João teve amores na corte com D. María de Mendoza, da opulenta e ilustre família dos Duques do Infantado, da qual nasceria uma filha, D. Ana de Áustria (1567—1629).[carece de fontes]
Teve amores na Itália com Diana de Falangola, de quem nasceu uma filha, D. Joana de Áustria.[4] De outra italiana, Zenobia Saratosia, nasceu outro filho. Sua relação mais escandalosa foi com D. Ana de Toledo, de ilustre família espanhola em Nápoles e esposa do alcaide napolitano.[carece de fontes]
Referências
- ↑ a b Featherston, G. A. (2001). Matthew Arnold's The Church of Brou - a Closer Look (em inglês). Chicago: Intellect Books. p. 209. ISBN 9781902454078
- ↑ a b c Heel, Donker Van (2017). The Illustrated Encyclopedia of World History (em inglês). Abingdon-on-Thames: Routledge. p. 740. ISBN 9781317456315
- ↑ Sutherland, N. M. (1984). Princes, Politics and Religion, 1547-1589 (em inglês). Londres: Bloomsbury Publishing. p. 224. ISBN 9780826464019
- ↑ Stirling-Maxwell, William (1883). Don John of Austria, or Passages from the history of the sixteenth century, 1547-1578. Londres: Longmans, Green, and Co.
Ligações externas
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Precedido por Luis de Zúñiga y Requesens | Governador dos Países Baixos 1576 - 1578 | Sucedido por Alexandre Farnésio, duque de Parma e Piacenza |