Fair play – Wikipédia, a enciclopédia livre
Fair play (traduzido literalmente do inglês para o português: jogo justo) é uma filosofia adotada em desporto que prima pela conduta ética nos esportes. A expressão nasceu em 1896, durante as primeiras Olimpíadas da Era Moderna, em Atenas. Barão de Coubertin, o organizador dos Jogos, idealizou a filosofia por meio da frase: "Não pode haver jogo sem fair play. O principal objetivo da vida não é a vitória, mas a luta".[1]
O conceito de fair play está vinculado à ética no meio esportivo. Os praticantes devem procurar jogar de maneira justa, não prejudicando o adversário de forma proposital.[2]
No futebol
[editar | editar código-fonte]O fair play não está na regra do futebol. É apenas um acordo implícito, uma lei de conduta surgida de um pacto de esportividade. Por exemplo: se um colega de profissão se machuca, é preciso atendê-lo imediatamente. Para isso, quem estiver com a bola deve colocá-la fora de jogo naquele mesmo instante.[3]
No futebol atual, o fair play é adotado por meio da Fair Play Campaign (também chamada de FIFA Fair Play), que é uma campanha criada pela entidade máxima do futebol (FIFA) visando a incentivar o cumprimento das regras, o bom senso e o respeito a jogadores, árbitros, adversários e torcedores.[4]
A campanha começou na Copa do Mundo FIFA de 1986, após o famoso gol de mão de Diego Maradona.[5]
Porém, a FIFA já promovia o fair play através do Troféu de Fair Play, que é entregue desde 1978 à equipe menos faltosa da Copa do Mundo FIFA.
Desde 1997, como parte da Fair Play Campaign, a FIFA dedica uma semana do seu calendário internacional a celebrar e promover o Fair Play, solicitando as federações nacionais a organizarem atividades para realçar a importância da desportividade dentro e fora de campo.[4]
A campanha é representada pelo slogan "My Game is Fair Play".[5]
Conforme José Eduardo, do site globoesporte.com, o Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) pune condutas antidesportivas de jogadores que se aproveitaram do fair play para retardar o andamento de uma partida. Segundo ele, o artigo 156 do CBJD estabelece que: "Infração disciplinar, para os efeitos deste Código, é toda ação ou omissão antidesportiva, típica e culpável". A aplicação de tal dispositivo legal, conjugado ao artigo 170 do CBJD, permite a aplicação de advertência, multa, suspensão por partida ou por prazo, de atletas que tenham cometido condutas antidesportivas, tais quais a simulação de uma lesão, visando a retardar o reinício da partida.[6]
Em outros esportes
[editar | editar código-fonte]- No tênis, todo ano, há uma votação entre os jogadores para escolher quem leva o Stefan Edberg Sportsmanship Award, o prêmio da desportividade e fair play.
Casos famosos de falta de fair play
[editar | editar código-fonte]Futebol
[editar | editar código-fonte]- Em 1999, no confronto da Copa da Inglaterra entre Arsenal e Sheffield United, o primeiro marcou um gol com Marc Overmars, com um passe de Nwankwo Kanu, o qual havia prosseguido com a jogada quando o Sheffield esperava que a bola fosse devolvida. O Arsenal venceu a partida por 2 x 1. O então técnico do Arsenal, Arsène Wenger, alegou um mal-entendido e ofereceu, ao Sheffield United, a possibilidade de repetir o jogo. A sugestão foi aceita pela The Football Association e os times voltaram a se enfrentar dez dias depois.[7]
- Em 2012, talvez o exemplo mais famoso de falta de fair play. Num jogo válido pela Liga dos Campeões da UEFA 2012-2013, Luiz Adriano, então no Shakhtar Donetsk, aproveitou-se de que dinamarqueses do Nordsjaelland ficaram parados, esperando que ele devolvesse a posse de bola depois de um reinício de jogo, partiu para cima da zaga e marcou um gol para o Shakhtar Donetsk. Dias depois, a União das Federações Europeias de Futebol (UEFA) decidiu punir o jogador com um jogo de suspensão.[8]
- Ainda em 2012, em jogo válido pelo campeonato brasileiro entre Santos e Corinthians, a equipe santista não praticou o fair play em 2 lances. Quando foi preciso que o Corinthians praticasse o fair play (o goleiro santista se livrou da bola para ser atendido), a equipe corintiana deu o troco e não devolveu a posse de bola, e deixou o jogo quente.[9]
- Em 2013, um lance ocorrido em uma partida do Campeonato Peruano de Futebol virou notícia pela falta de fair play. No jogo entre Universidad César Vallejo e Unión Comercio, o jogador Piero Alva, do Vallejo, se aproveitou de um lance em que o goleiro do time adversário estava caído no campo sem condições de jogo para marcar um gol.[10]
- Ainda em 2013, em um jogo da Copa da Liga Inglesa entre Yeovil Town e Birmingham, válido pela segunda fase do torneio, o Yeovil aproveitou-se do "não fair play" para empatar a partida. O gol só foi devolvido na prorrogação, após o Yeovil virar a partida.[7]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ sersustentavelcomestilo.com.br/ Dia de Esporte aqui no SSE: Sabe o que significa fair play?
- ↑ significados.com.br/ O que é Fair Play?
- ↑ espn.uol.com.br/ Não é o jogador brasileiro que não tem fair play. É você!
- ↑ a b pt.fifa.com/ ”My Game is Fair Play”
- ↑ a b centralfootball.co.nz/ Arquivado em 10 de agosto de 2013, no Wayback Machine. FIFA Fairplay
- ↑ globoesporte.globo.com/ FAIR PLAY: NÃO DEVOLUÇÃO DA POSSE DE BOLA É INFRAÇÃO?
- ↑ a b espn.com.br/ Time "devolve" gol sem fair-play - mas só depois de virar o jogo
- ↑ estadao.com.br/ Luiz Adriano é punido por um jogo por falta de fair play
- ↑ lancenet.com.br/ Falta de Fair Play entre Timão e Santos causa polêmica; Tite defende o troco
- ↑ uolesporte.blogosfera.uol.com.br/ Jogador ignora o fair play e faz gol com goleiro lesionado
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- fifa.com/ The world unites in fair play and respect (em inglês)