Jornalismo germânico no Brasil – Wikipédia, a enciclopédia livre

O jornalismo germânico no Brasil é decorrente da imigração alemã em território brasileiro iniciado no século XIX, quando estes imigrantes buscam notícias da terra natal, além de procurarem periódicos que contenham a sua língua materna.

O primeiro jornal em língua alemã criado no Brasil foi o Der Kolonist de Porto Alegre, fundado em 10 de agosto de 1852 por José Cândido Gomes, que era redator-chefe do O Mercantil. O Der Kolonist foi um jornal de curta duração.[1] O jornal seguinte, Der Deutsche Einwanderer, surgiu no Rio de Janeiro, com subvenção imperial, mas foi transferido, depois de um ano, para Porto Alegre, sendo editado de dezembro de 1853 a 10 de julho de 1861, e era de propriedade de Theobaldo Jaeger, tendo Carl Jansen como redator até 1855.[1] Em 1860, em Porto Alegre, Alfons Mabilde publicou o jornal bilingue alemão-português Der Deutsche Kolonist. No total dez jornais germânicos foram publicados no Rio Grande do Sul até a Proclamação da República.[1]

O primeiro jornal germânico de importância e prestígio no Brasil, foi fundado em Joinville, em 1862, por Ottokar Dörffel, o Kolonie Zeitung,[2] que circulou até 1939, com uma breve interrupção em 1917.

No Rio de Janeiro o primeiro jornal foi lançado em 16 de abril de 1853: Der Deutsche Beobachter, editado por B. Goldschmidt e G.F. Busch.

Em 1858 foi lançado o semanário Brasília em Petrópolis, tendo durado aproximadamente um ano. Na mesma cidade, já em 17 de janeiro de 1864 foi lançado o Germania editado por Peter Müller - foi o jornal teuto-brasileiro mais importante da época, com circulação ampla, mas apesar disso sobreviveu somente por alguns anos.

O Allgemeine Deutsche Zeitung für Brasilien, editado no Rio de Janeiro, circulou de 1875 a 1889.

Apesar do começo difícil, outros jornais foram criados nas diversas colônias, alguns persistindo por décadas.

A partir de 1880, com as colônias germânicas mais antigas emancipadas em municípios autônomos, os interesses ecônomicos e políticos da elites teuto-brasileiras se ampliaram e transformaram os jornais em porta-voz de seus interesses políticos e da etnicidade.[2]

Em 1917 existiam os seguintes jornais no Brasil:[3]

Estes jornais tiveram que interromper suas atividades momentaneamente, devido à entrada do Brasil na Primeira Guerra Mundial, a maioria retomou a circulação em 1919, com exceção do Deutsche Zeitung, Nachrichten, Brusquer Zeitung e o Der Beobachter.[2]

O último jornal em alemão que circulou no Rio, iniciou sua atividades em 1921 com o nome de Deutsche Rio Zeitung e encerrou na campanha de nacionalização do Estado Novo, assim como a maior parte dos outros jornais.

Guerras mundiais

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Tanto durante a Primeira, quanto na Segunda Guerra Mundial (na campanha de nacionalização), assim que o Brasil declarou guerra à Alemanha houve forte pressão contra os jornais em alemão, mesmo os situados em colônias. Em vista disto muitos mudaram de nome, enquanto outros simplesmente fecharam.

Referências

  1. a b c BECKER, Klaus. Imprensa em língua alemã (1852-1889), in Enciclopédia Rio-Grandense. Porto Alegre, 1956.
  2. a b c FAUSTO, Boris, "Fazer a América: a imigração em massa para a América Latina", EdUSP, 1999, 584 pp., ISBN 8531404843, ISBN 9788531404849.
  3. SCHAPELLE, Benjamin Franklin. The German Element in Brazil - Colonies and Dialect. Americana Germanica Press, Philadelphia. Estados Unidos, 1917.
  4. Deutsche Zeitung für São Paulo Arquivo Público de SP