Kamov Ka-27 – Wikipédia, a enciclopédia livre
Kamov Ka-27 (OTAN: Helix) | |
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Um Ka-27 da Marinha Russa voando pelo USS Vella Gulf sobre o Golfo de Aden. | |
Descrição | |
Tipo / Missão | Helicóptero de Guerra antissubmarina |
País de origem | Rússia |
Fabricante | Kamov |
Período de produção | 1979- |
Desenvolvido em | Kamov Ka-31 |
Primeiro voo em | 24 de Dezembro de 1973 |
Introduzido em | 1982 |
Tripulação | 1-3 com até 16 tropas |
Carga útil | 4 000 kg (8 820 lb) |
Especificações | |
Dimensões | |
Comprimento | 11,3 m (37,1 ft) |
Altura | 5,5 m (18,0 ft) |
Diâmetro do(s) rotor(es) | 15,8 m (51,8 ft) |
Peso(s) | |
Peso vazio | 6,500 kg (14,3 lb) |
Peso carregado | 11,000 kg (24,3 lb) |
Propulsão | |
Motor(es) | 2 × motores turboeixo Isotov TV3-117V , 1.660 kW (2.230 hp) cada |
Performance | |
Velocidade máxima | 270 km/h (146 kn) |
Velocidade de cruzeiro | 205 km/h (111 kn) |
Alcance bélico | 980 km (609 mi) |
Armamentos | |
Metralhadoras / Canhões | Ka-29TB: 1 × metralhadora móvel GShG-7.62 com 1800 tiros, |
Mísseis | Ka-27: 1 × torpedo ( AT-1M , VTT-1 , UMGT-1 Orlan , APR-2 Yastreb ) ou 36 sonobóias RGB-NM e RGB-NM-1 |
O Kamov Ka-27 (designação da OTAN 'Helix') é um helicóptero militar desenvolvido pela russa Kamov para a marinha da antiga União Soviética. Atualmente, equipa as forças militares da Rússia, Ucrânia, Azerbaijão, Argélia, Síria, Laos, Tailândia, Vietnã, Coreia do Sul, China e Índia.
Desenho e desenvolvimento
[editar | editar código-fonte]O helicóptero foi desenvolvido para transporte e guerra anti-submarina, com o intuito de substituir o antiquado Kamov Ka-25, e é semelhante em aspecto à versão antecessora devido a exigências de armazená-lo no mesmo espaço de hangar. O seu desenvolvimento começou em 1970 e o primeiro protótipo voou em 1973, e tal como outros helicópteros militares desenvolvidos pela Kamov, possui um rotor coaxial, eliminando a necessidade de um rotor de cauda.
Versões
[editar | editar código-fonte]- Ka-25-2: Primeiro protótipo.
- Ka-27K: Protótipo de guerra anti-submarina.
- Ka-27PL: Helicóptero de guerra anti-submarina.
- Ka-27PS: Helicóptero de busca e salvamento, equipamento ASW removido e guincho instalado.
- Ka-27PV: Versão armada do Ka-27PS.
- Ka-27M:A última modificação do helicóptero, equipado com radar e sistemas de comando tático que incluem os seguintes sistemas: sensores acústicos, sensores magnetométricos, inteligência de sinais e radar FH-A com antena phased array ativa. O radar é montado sob a fuselagem e fornece visão geral na busca e deteção de alvos na superfície, no ar e no solo.
- Ka-28: Versão de exportação do Ka-27PL.
- Ka-29TB: Helicóptero blindado de transporte de assalto, com acomodação para dois pilotos e 16 militares. 4 suspensões carregam foguetes, canhões, bombas e mísseis anti-tanque.
- Ka-252RLD: Uma variante de alerta antecipado.
- Ka-32: Helicóptero de transporte civil. Versão de produção inicial.
- Ka-32A1: Helicóptero de combate a incêndios, equipado com balde.
- Ka-32A2: Versão de policia, equipada com dois holofotes e um alto-falante.
- Ka-32A4: Versão especial de busca e salvamento, salvamento e evacuação
- Ka-32A7:Versão armada desenvolvida a partir do Ka-27PS.
- Ka-32A11BC: Versão canadiana e chinesa, certificada pela Europa com motores Klimov TV3-117MA e Glass Cockpit.
- Ka-32A12: Versão registada e aprovada na Suíça.
- KA-32C: Versão personalizada pouco conhecida.
- Ka-32M: Desenvolvimento projetado com motores 1839kW TV3-117VMA-SB3. Provavelmente substituído pelo projeto Ka-32-10.
- Ka-32S: Transporte utilitário marítimo, helicóptero de busca e salvamento, equipado com radar debaixo do "nariz".
- Ka-32T: Helicóptero utilitário de transporte, com acomodação para dois tripulantes e 16 passageiros.
- Ka-32K: Helicóptero com guindaste, equipado com uma gôndola retrátil para um segundo piloto.
Histórico de operação em Portugal
[editar | editar código-fonte]O Estado Português, adquiriu em 2006, seis helicópteros Kamov Ka-32 destinados ao combate a incêndios, vindo a ser recebidos em 2008.[1] Para operar os 6 Kamov Ka-32 e os 4 Eurocopter AS 350 B3 pertencentes ao Ministério da Administração Interna, o Estado Português criou em 2007 a empresa pública, EMA - Empresa de Meios Aéreos[2], sendo em 2014 extinta devido a cortes orçamentais em Portugal. Para se poderem continuar a operar estes helicópteros, foi aberto um concurso público para encontrar uma empresa que pudesse operar e efetuar manutenções a estes helicópteros, tendo vencido a empresa Everjets, que ficou responsável por tal.[3][4] Em 2016 depois de uma auditoria, o Ministério Público começou a investigar um possível desalinhamento entre os interesses do Estado e o contrato assinado entre a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e a Everjets.
Da frota de 6 Kamov Ka-32, 1 sofreu um acidente em 2012, sendo praticamente irrecuperável, 2 necessitam de manutenção desde 2015 e os restantes 3 necessitam de manutenção desde 2018, estando todos armazenados num hangar no aeródromo de Ponte de Sor.[5][6] Em 2018, a contratação de meios aéreos de combate a incêndios passou para alçada da Força Aérea Portuguesa, sendo esta, desde 2018 responsável pela contratação e gestão dos meios aéreos de combate a incêndios.[7] Após isso, começou a ser estudada a possibilidade de recuperar os Kamov Ka-32, tendo estado em Portugal técnicos da fabricante destes helicópteros, a avaliarem a viabilidade da sua recuperação.[8]
A 10 de fevereiro de 2022, através do despacho nº1705/2022, a frota dos 6 helicópteros Kamov Ka-32 passou para a Força Aérea Portuguesa, para ser utilizada em missões militares e missões civis, como o combate a incêndios.[9]
Devido à invasão da Ucrânia pela Rússia, iniciada a 24 de fevereiro de 2022, uma das medidas tomadas pelos países europeus foi a suspensão do voo de aeronaves de origem russa em território europeu, juntando isso ao contínuo apoio por parte do Governo Português no envio de armamento militar para a Ucrânia, a Ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, anunciou em outubro de 2022, que Portugal irá enviar para aquele país, os seus 6 helicópteros Kamov, de maneira a apoiar o esforço de guerra levado a cabo pela Ucrânia.[10]
Galeria
[editar | editar código-fonte]- Kamov Ka-27
- Kamov Ka-32
- Kamov Ka-31
- Kamov Ka-29
Referências
- ↑ «Kamov. Negócio ruinoso do princípio ao fim?». ionline. Consultado em 14 de fevereiro de 2022
- ↑ «EMA (Empresa de Meios Aéreos, S.A.) - Frota». Bombeiros Portugueses. 3 de abril de 2013. Consultado em 11 de fevereiro de 2022
- ↑ Silva, Nuno Miguel (3 de maio de 2018). «Respostas Rápidas: Kamov: como uma dívida da antiga União Soviética se transformou num labirinto de custos astronómicos?». O Jornal Económico. Consultado em 12 de agosto de 2021
- ↑ SAPO. «Everjets, a empresa que operava helicópteros Kamov, perdeu licença de transporte aéreo em dezembro». SAPO 24. Consultado em 12 de agosto de 2021
- ↑ «Helicópteros Kamov abandonados em hangar enquanto País ardia». www.cmjornal.pt. Consultado em 13 de agosto de 2021
- ↑ «Empresa russa está fazer "diligência técnica" a helicópteros Kamov parados em Portugal há vários anos». www.cmjornal.pt. Consultado em 12 de agosto de 2021
- ↑ Valente, Liliana. «Força Aérea lançou concurso de 156 milhões para aeronaves de combate a incêndios». PÚBLICO. Consultado em 12 de agosto de 2021
- ↑ Lusa. «PSD quer saber qual a decisão do Governo sobre futuro dos helicópteros Kamov». PÚBLICO. Consultado em 12 de agosto de 2021
- ↑ «KAMOV TRANSFERIDOS PARA A FORÇA AÉREA [M2289 - 6/2022]». Consultado em 10 de fevereiro de 2022
- ↑ «Portugal envia para a Ucrânia helicópteros russos sem licença para operar no país. Um deles está inoperacional». CNN Portugal. Consultado em 13 de outubro de 2022