Kasato Maru – Wikipédia, a enciclopédia livre

Kasato Maru
Kasato Maru
Kasato Maru (1908)
   Bandeira da marinha que serviu
Lançamento 1900
Estado naufragou após ataque aéreo
Destino 9 de agosto de 1945
Brasil  Imigração Japonesa no Brasil
Japão   日系ブラジル人
Nipo-brasileiros
Família de imigrantes japoneses em Bastos, São Paulo, 1930
Imigração

Início oficial: 1908 com navio Kasato Maru.
Principais destinos: São Paulo e Paraná.
Total de imigrantes: mais de 240 mil, entre 1908 e 1963.[1]

Artigos sobre Imigração Japonesa no Brasil
Imigração japonesa no Brasil
Cronologia da imigração japonesa no Brasil
Fazenda Santo Antônio   |   Kasato Maru
Shindo Renmei   |   Imigração japonesa
Decasséguis   |   Decasséguis brasileiros

Centenário da imigração japonesa ao Brasil

Nipo-brasileiros

População: 46,9 mil cidadãos japoneses, em 2023[2] e cerca de 2.000.000 de descendentes, em 2022 (1% da população brasileira).[3]
Religião: católica,[4] budista, xintoísta.[5]
Idiomas: Português e Japonês (minoria).
Brasileiros no Japão: cerca de 300 mil.[6]

Artigos sobre Nipo-brasileiros
Nikkei   |   Categoria:Brasileiros de ascendência japonesa

Kasato Maru (笠戸丸 Kasato Maru?) foi o navio que, em 1908, transportou o primeiro grupo de imigrantes japoneses vinculados ao acordo estabelecido entre o Brasil e o Japão.[7]

Kasato Maru no porto de Santos em 1908.
Ver artigo principal: Imigração japonesa no Brasil
Primeira página da lista de passageiros do Kasato Maru, trazendo os primeiros imigrantes japoneses para o Brasil. Documento sob guarda do Arquivo Nacional.

O Kasato Maru foi originalmente um navio russo chamado Kazan que foi utilizado como navio-hospital durante a Guerra Russo-Japonesa. No final da guerra, passou para os japoneses como indenização de guerra ou capturado. Foi adaptado para ser navio de passageiros e transportou os soldados que tinham combatido na Manchúria de volta para o Japão.[8]

Em seguida, passou a ser utilizado para transporte de imigrantes japoneses para o Havaí, em 1906, e para o Peru e o México, em 1907.[8]

Em 1908, trouxe o primeiro grupo oficial de imigrantes japoneses para o Brasil. A viagem começou no porto de Kobe e terminou, 52 dias depois, no Porto de Santos em 18 de Junho de 1908.[7] Vieram 165 famílias (781 pessoas) que foram trabalhar nos cafezais do oeste paulista.[7][8]

Alguns imigrantes japoneses chegaram ao Brasil antes do Kasato Maru, e até chegaram a fundar uma colônia agrícola na fazenda Santo Antônio, no atual município de Conceição de Macabu (então distrito de Macaé), no estado do Rio de Janeiro.[9] Entretanto, foi a chegada deste primeiro grupo trazido pelo Kasato Maru que iniciou um fluxo contínuo de imigração de japoneses para o Brasil.[8]

Depois de algum tempo, Kasato Maru foi transformado em navio cargueiro e ainda voltou ao Brasil uma segunda e última vez, em 1917, transportando cargas a serviço da Osaka Shosen Kaisha (OSK) Line.[10]

Em 1942 foi requisitado pela Marinha Imperial do Japão e passou a fazer parte da esquadra japonesa na Segunda Guerra Mundial como navio cargueiro. No dia 9 de agosto de 1945, foi bombardeado por três aviões soviéticos das 11h15 às 14h30. Afundou a seguir no mar de Bering nas águas russas próximas da Península de Kamchatka. Está atualmente submerso a uma profundidade de 18 metros e em bom estado de conservação.[7][8][10]

Expedição de resgate

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Pretende-se realizar uma expedição para recuperar algumas de suas peças como as duas âncoras, que pesam cerca de nove toneladas cada uma, o leme e o sino, para serem expostas em museus brasileiros. A Marinha brasileira se dispôs a participar da operação e aguarda autorização do governo russo.[10][11]

Em fevereiro de 2016, o jornal Folha de S.Paulo informou que, em julho do mesmo ano, uma equipe da Sociedade Geográfica Russa mergulharia no local de seu naufrágio para resgatar peças ainda preservadas. Para convencer os envolvidos, foi necessário dar um caráter biológico e climatológico à operação, ou seja, possibilitar que ela fosse útil para estudar a biologia marinha local e os efeitos do aquecimento global, em vez de ser apenas uma expedição para recuperação de artefatos históricos. Após serem expostas em Moscou e outras cidades russas, eles iriam para o Brasil em 2017. O destino final delas não é certo, mas provavelmente a maior parte ficará nos estados de São Paulo e Paraná, por terem recebido o maior número de imigrantes.[12]

Referências

  1. «Entrada de estrangeiros no Brasil segundo as principais nacionalidades pelos 4 períodos constituídos». Consultado em 10 de dezembro de 2022. Arquivado do original em 3 de outubro de 2008 
  2. Countries with the highest number of Japanese residents in 2023 (in 1,000s)
  3. «Japan-Brazil Relations (Basic Data)» (em inglês). Consultado em 10 de agosto de 2022 
  4. «Adital - Brasileiros no Japão». Adital. Consultado em 2 de setembro de 2008. Cópia arquivada em 6 de março de 2008 
  5. «U.S. State Department - International Religious Freedom Report, 2007» (em inglês). U.S. State Department. Consultado em 2 de setembro de 2008 
  6. «Asahi Newspaper. Editorial: Brazilian immigration» (em inglês). Consultado em 2 de setembro de 2008 
  7. a b c d «O Kasato-maru». https://www.ndl.go.jp/brasil/pt/index.html - Cem anos de imigração japonesa no Brasil - National Diet Library Japan. 2009. Consultado em 20 de abril de 2023 
  8. a b c d e Arai, Jhony; Hirasaki, Cesar (2008). «2». Arigatô: A emocionante história dos Imigrantes Japoneses no Brasil 2º ed. São Paulo: Editora JBC. p. 51. 321 páginas. ISBN 9788577870912 
  9. GOMES, Marcelo Abreu. Antes do Kasato Maru…Centenário da Colônia Agrícola Japonesa da Fazenda Santo Antônio. Conceição de Macabu: 2008..
  10. a b c TV Morena. Pioneiros japoneses enfrentam dificuldades de adaptação no Brasil[ligação inativa]
  11. «Burocracia afeta resgate do Kasato Maru». Porto de Santos. 25 de novembro de 2011. Consultado em 21 de fevereiro de 2015 
  12. Coissi, Juliana (28 de fevereiro de 2016). «Navio que trouxe japoneses será resgatado por expedição». Curitiba: Grupo Folha. Folha de S.Paulo (31.742): B10, B11. Consultado em 28 de fevereiro de 2016 

Ligações externas

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