Kim Young-sik – Wikipédia, a enciclopédia livre

Kim Young-sik
김용식
Informações pessoais
Nome completo Kim Young-sik
Data de nasc. 25 de julho de 1910
Local de nasc. Sinchon, Coreia do Norte
(ex-Império Coreano)
Morto em 8 de março de 1985 (74 anos)
Local da morte Seul, Coreia do Sul
Informações profissionais
Posição volante
Seleção nacional
1936-1940
1945-1948
1948-1950
Japão
Coreia do Sul (olímpica)
Coreia do Sul
3 (0)

3 (1)
Times/clubes que treinou
1954-1955 Coreia do Sul

Kim Young-sik - em coreano, 김용식 (Sinchon, 25 de julho de 1910Seul, 8 de março de 1985) foi um futebolista e treinador de futebol coreano que defendeu as seleções japonesa e sul-coreana.[1]

No mês seguinte a seu nascimento, o Império Coreano foi invadido e anexado ao Japão. Ele teve seu nome niponizado para Kin Yoshoku (金容植, em japonês) e estreou pela seleção japonesa em 1936,[1] participando das duas partidas do Japão nas Olimpíadas daquele ano, na vitória por 3-2 sobre a Suécia e na derrota de 8-0 para a Itália, que terminaria com a medalha de ouro.[2] Kim jogou pelo Japão uma outra vez, em 1940.[1]

A ocupação se encerrou com o fim da Segunda Guerra Mundial. Kim voltou às Olimpíadas na edição de 1948, dessa vez pela seleção da Coreia, já separada entre um comitê popular provisório no norte e um governo militar dos Estados Unidos no sul. A divisão da Coreia seria efetivada pouco depois - com a criação da Coreia do Sul no fim de agosto e da Coreia do Norte em setembro. Nas Olimpíadas, realizadas entre em julho e o início de agosto, Kim voltou a estar nas duas partidas da sua seleção: 5-3 sobre o México e derrota de 12-0, novamente para a seleção que ficaria com o ouro, dessa vez a Suécia.[3]

Kim passou a treinar a seleção sul-coreana e nela esteve na Copa do Mundo de 1954, a primeira dos coreanos. A classificação veio em vitória nas eliminatórias sobre o próprio Japão, derrotado por 5-1 e depois empatado em 2-2,[4] a despeito das duas partidas se realizarem em Tóquio, já no mês de março de 1954; o ditador Syngman Rhee negara vistos de entrada aos japoneses, em retaliação pela ocupação nipônica na península coreana até 1945, o que levara a federação local a aceitar realizar as duas partidas na casa adversária.[5]

Os jogadores de Kim superaram isso e o fato de até o ano anterior o país estar em combate na Guerra da Coreia. Não houve outro oponente: China e Taiwan não participaram por não se reconhecerem mutuamente e Índia, Vietnã e Irã não foram aceitos por perderem o prazo de inscrição.[5] A viagem à Suíça começou seis dias antes da estreia, com a delegação tomando um trem de Busan até Seul, de onde rumou de barco ao Japão. Lá, uma parte conseguiu embarcar em voo regular da Air France e o restante veio de carona em outro avião, chegando na véspera da estreia. Kim ordenou exercícios no hotel e sono até a hora de entrar em campo.[6]

Na competição, a Coreia do Sul jogou duas vezes, sem marcar gols e levando dezesseis. Primeiramente, no 9-0 na estreia contra a Hungria, que temia um confronto potencialmente perigoso, imaginando jogo violento; os sul-coreanos, porém, foram reconhecidos por praticarem um jogo leal, havendo apenas cinco faltas marcadas, declarando-se privilegiados por poderem enfrentar os "mágicos magiares".[4] Depois, no no 7-0 para a Turquia, para o qual Kim havia realizado oito alterações, permitindo que a maioria dos jogadores que haviam vivenciado a longa viagem pudessem jogar o torneio.[7]

Referências

  1. a b c MAMRUD, Roberto; STOKKERMANS, Karel (8 de março de 2018). «Players Appearing for Two or More Countries». RSSSF. Consultado em 20 de março de 2018 
  2. REYES, Macario (21 de julho de 2011). «XI. Olympiad Berlin 1936 Football Tournament». RSSSF. Consultado em 20 de março de 2018 
  3. REYES, Macario (20 de julho de 2015). «XIV. Olympiad London 1948 Football Tournament». RSSSF. Consultado em 20 de março de 2018 
  4. a b CASTRO, Robert (2014). Capítulo VI - Suiza 1954. Historia de los Mundiales. Montevidéu: Editorial Fín de Siglo, pp. 106-139
  5. a b GEHRINGER, Max (janeiro de 2006). Como sempre, deserções. Placar: A Saga da Jules Rimet, fascículo 5 - 1954 Suíça. São Paulo: Editora Abril, pp. 10-13
  6. GEHRINGER, Max (janeiro de 2006). Longa viagem. Placar: A Saga da Jules Rimet, fascículo 5 - 1954 Suíça. São Paulo: Editora Abril, p. 28
  7. GEHRINGER, Max (janeiro de 2006). Massacre previsível. Placar: A Saga da Jules Rimet, fascículo 5 - 1954 Suíça. São Paulo: Editora Abril, p. 30